-One Direction!! –Nós três gritamos no meio do corredor. Todos nos olharam, e nós apenas rimos.

-Temos que ajudar na arrumação desse baile. –Disse Jess.

Eu e Meg concordamos.

Entramos na quadra de esportes, lá algumas pessoas estavam reunidas.

-Meninas! –Eu praticamente gritei. Elas me olharam um pouco assustadas.

-Sim? –Elas disseram.

-E se nós cantássemos, fizéssemos uma homenagem aos meninos? –Eu propus.

Elas começaram a pular e a gritar histericamente, então me restou acreditar que elas gostaram da ideia.

-Agora qual música? –Eu perguntei. Elas pararam de pular de imediato.

-Já sei! Podemos cantar Grenade, os fazendo lembrar da turnê do x-factor! –Eu disse.

-Cara, você é um gênio! Simplesmente! –Disse Meg voltando a pular.

Seguimos até a garota que organizava o baile, logo de cara já não gostei dela...

-Oi Julie! –Disse Meg. Era impressão minha ou ela estava mesmo fingindo entusiasmo? – Essas são Em e Jess. –A suposta Julie sorriu, parecia querer disfarçar o nojo. Eu era quem estava enojada!

-Enfim, nós queríamos saber se vocês já tem a banda para tocar no baile... –Disse Meg.

-Sim, já temos. A banda do Cris, eles são ótimos! –Disse uma ruiva.

-Ah... Que pena! Nós iríamos sugerir o One Direction, mas se... –Eu comecei.

-Não! “Se” nada. Eles têm que tocar aqui. –A cara de nojo de Julie se transformou numa aparência doce e inocente. –Vocês vão conseguir não é?

-Acho que podemos, mas nós queremos fazer algo também... –Disse Jess dando um sorriso misterioso.

-Claro! Qualquer coisa! –Dizia a menina loira e alta, Julie.

-Queremos fazer uma homenagem á eles, cantar uma música. –Disse Meg.

-Ér... –A expressão de nojo havia retornado. –Claro! Será ótimo - Ela cuspia as palavras.

Nesse momento vi Meg ficar vermelha, digna de um tomate.

A menina ruiva parecia extremamente desapontada.

-Mas você disse ao Cris... –Ela começou choramingando.

-A banda dele é uma porcaria! E o One Direction! Se liga menina! –Disse Julie saindo da quadra.

Eu me senti mal pela menina.

-Desculpe-nos, mas isso é importante para nós...

Ela assentiu e sorriu tristemente e saiu pela porta que ainda se movia após Julie espanca-la.

-Que merda foi essa? –Disse Jess. Delicada...

Meg fez-se de desentendida.

-Por que aquela garota voltou com a cara de nojo e saiu espancando a porta desse jeito? –Eu perguntei. Tinha certeza que ela sabia do que falávamos desde o começo.

-Longa história... –Meg respondeu, se virando.

-Hey –Eu segurei seu braço –Você já deveria saber que eu não desisto fácil. Meg, você sabe que pode contar conosco.

Ela abaixou a cabeça e pareceu pensativa.

Indicou para que a seguíssemos e saiu andando até o último andar da escola.

Entramos em uma pequena sala, abarrotada de coisas velhas.

Ela se sentou em um sofá que estava em péssimas condições.

-Alguns anos atrás, houve uma competição na escola. Como um show de talentos, que agora são anuais. Eu decidi cantar, como muita gente, como por exemplo, Julie.  Nós éramos vizinhas, e aquela bruxa me fazia ir até a casa de Julie todos os dias para ensaiar. Ela me ridicularizava. Ela sempre teve a voz mais invejada por todas. E eu, bom, não tinha a melhor voz de todas. E no dia da apresentação, ela me olhava com ódio e desdém. Eu entrei em pânico, não consegui cantar e ela simplesmente ficou lá parada rindo de mim. Dizendo para todos que eu era uma tola de enganar a mim mesma pensando que eu cantava bem. Depois disso eu me sentia em um desafio. Comecei a fazer aulas de canto. A ótima professora sempre disse que eu tinha uma ótima voz, mas sempre que eu pensava em participar dessa competição, Julie aparecia e me olhava daquele jeito maldoso de novo. Eu gostaria muito de mostrar para ela que eu sei cantar sabe, que eu superei meu pavor. E pensei que seria uma ótima oportunidade fazer isso com vocês. Mas me desculpem eu sei que não sou capaz...

Caramba! Por quanta coisa essa menina já tinha passado. Eu estava surpresa.

Perguntava-me como ela conseguiu sendo que nem aos pais ela tinha. Ela era de fato uma vencedora.

Olhei para Jess e vi que ela tinha lágrimas nos olhos, assim como eu.

Fomos abraçar Meg.

Eu fiz com que ela me olhasse nos olhos e enxuguei as lágrimas que escorriam pelo rosto dela.

-Escute. Você já passou por muita coisa. E você passou por isso sozinha, sem hesitar você sempre esteve sorrindo. Agora, você tem várias pessoas que gostam muito de você e vão te ajudar em todo o necessário. Se você superou tanto coisa sozinha, não deve ser agora que você irá desistir. –Eu disse.

-E que história é essa de que você não é capaz? –Disse Jess. –Eu tenho certeza que você era mais uma fã, no meio de várias outras, e agora? Você já pensou em como várias garotas gostariam e mereciam estar no nosso lugar? Mas de algum modo, nós estamos. E isso já é um grande passo Megs! Você. Nós. Somos capazes de tudo, juntas então, tudo isso será fácil! –Ela completou. Recordei-me de todas as vezes que só esse jeito alegre de resolver as coisas, de Jess, me ajudou...

Meg sorria.

-Vamos voltar. Niall deve pensar que eu não resisti e morri de tédio! –Eu disse as puxando para fora da sala em direção ás escadas.

Hora de enxugar as lágrimas e colocar um sorriso no rosto. Um sorriso, desta vez, mais que verdadeiro.

Fomos saltitando até a casa dos meninos... Ops! Nossa casa.