Após a saída de Draco, Harry olhou para os bombons que trouxera para ele espalhados pelos destroços. Com um aceno da varinha todos os móveis, cortinas e objetos foram restaurados e voltaram aos seus lugares, sem perceber, jogou os bombons na lareira acesa vendo o chocolate derreter devagar. E de repente lembrou. “É claro! O almoço com os Malfoy é também neste domingo, isso explica aquela fúria toda!”.

Rapidamente o moreno subiu os degraus que levavam ao quarto e releu a mensagem de Narcisa que estava sobre a mesa de cabeceira. Aquilo significava muito para Draco, afinal ele fora contra a família para se casar e somente agora, dois anos depois, Lúcio e Narcisa voltavam a falar com o filho. “Como é que eu pude esquecer isso? Não posso culpá-lo por querer me matar. Acho que sei pra onde ele deve ter ido...”.

Draco não era o tipo de homem que compartilhava suas dores com o mundo, não fora criado para ser fraco. Embora se sentisse um no momento, quem quer que o olhasse nada veria a não ser seu olhar altivo. Casar-se com Harry fora a melhor coisa que acontecera em sua vida, mas ele jamais se sentiu seguro em relação ao amor que o outro demonstrava. Gina Weasley sempre desejaria tomar para si o que ele lhe tirara e era isso que o deixava tão enfurecido com o marido, Harry era inocente demais para perceber essas coisas.

Antes que pudesse pedir outra bebida, a bela garçonete lhe servira outra dose deixando o decote à mostra. Draco agradeceu com um gesto de cabeça, ignorando-a totalmente. Descobrira um excelente pub trouxa no centro de Londres em uma de suas brigas com o moreno e desde então sempre ia lá quando precisava esfriar a cabeça. Notava os olhares das garçonetes e clientes sobre ele, mas não se importava, seu mundo agora girava em torno de Harry.

- Posso me sentar?

- A von... – Virou-se rapidamente, assustado. – Como me achou aqui? – Indagou vendo o marido sentar-se ao seu lado.

- Sei que não gosta que eu diga isso, mas você é meio óbvio em suas escolhas quando discutimos. Sempre vem aqui. – Esboçou um sorriso, bebericando um pouco do vinho da taça dele.

- O que quer? – Tomou-lhe a taça, derramando algumas gotas em sua calça preta.

- Você. – Manteve o contato visual, vendo o rosto pálido que tanto amava enrubescer ao pegar um guardanapo e limpar a mancha posicionada rente ao sexo do loiro. – Me desculpe, Draco. Você está certo em ficar chateado...

- Furioso. – Corrigiu, satisfeito ao ouvir o pedido de desculpas.

- Furioso comigo. – Continuou, arriscando um sorriso. – Sabe que eu prezo você e toda nossa história acima de tudo, não sabe? A Gin...

- Não diga o nome dela. – Cortou, com um brilho de ódio em seu olhar.

- Aquela-que-não-deve-ser-nomeada. – Viu o esforço de Draco para não rir. – Ela não vai mudar o que sinto. Eu te amo demais e é só o que importa. – Segurou a mão dele temendo que se afastasse, porém o marido se deixou envolver entrelaçando os dedos com os dele.

- Vamos para casa. – Sussurrou louco de vontade de estar a sós com Harry. Ele tinha o poder de deixá-lo em chamas com apenas um olhar. Precisava provar para si mesmo que a Weasley não interferiria entre eles.