The Reason Of My Breath escrita por Bru20014


Capítulo 3
Adrenalina




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Era de noite, e estava prestes a sair de casa quando vejo meu irmão lendo jornal na sala.

“O que você ta fazendo, Thiago?” Eu o perguntei.

“Lendo jornal, não está vendo?” Ele disse.

“Fala sério, Thiago!” Eu disse “Eu sei muito bem que dona Valéria mandou você ficar aqui de cão de guarda pra não me deixar sair, estou errada?”

“Não, não está.” Thiago disse fechando o jornal e se levantando do sofá.

“Então meu amor, você perdeu o seu tempo porque não é você que vai me prender dentro de casa.” Eu disse.

“Beatriz, escuta a nossa mãe apenas essa vez.” Ele disse “Ela não quer que você vire mulher de malandro.”

“O Eduardo não é malandro.” Eu disse.

“Tem razão, ele é marginal mesmo.”

“Ele também não é marginal!” Eu defendia Edu com todas as minhas forças.

“Assassino? Esse está bom pra você?” Thiago continuava.

“Não, não está!” Eu disse “Qualquer um poderia matar um homem acidentalmente como ele matou, inclusive você.”

Foi apenas um soco.

 Lembro de quando Lisa me contou que o irmão do namorado dela estava preso por ter matado um homem, mas Lisa explicou que Eduardo havia apenas dado um soco no homem, o cara bateu com a cabeça e morreu. Poderia acontecer com qualquer pessoa.

“Não vem com essa não que eu não saio dando soco no pai das minhas namoradas não.” Thiago disse.

“Ainda por que a sua namorada nem sabe quem é o pai dela, não é mesmo?” Eu joguei sujo “Ah! E também a mãe dela estava cumprindo pena até ontem por ter matado um homem, não foi isso?”

“Foi sem...” Thiago engoliu a última palavra.

“O que você ia dizer?” Eu o perguntei “Por acaso você ia dizer que foi ‘sem querer’?”

Ele ficou quieto me olhando com raiva por eu ter vencido essa.

“Me poupe Thiago!” Eu disse “Você não tem argumentos contra mim.”

“É diferente.” Thiago disse.

“Você sabe que não é.” Eu disse “E não adianta dizer nada.”

“Ta bom.” Ele disse “Se você quer tanto assim ferrar com a sua vida. Vai nessa!”

“Obrigada.” Eu disse passando por ele e abrindo a porta “Tchau, Thiago.”

Bati a porta, entrei no elevador que me levou até a garagem, entrei no carro e fui rumo ao local que combinei com Eduardo.

Lá ele estava, encostado no carro tunado dele me esperando.

Saí do carro.

“Foi mal a demora, mas tive que me livrar da mala do meu irmão.” Eu disse “Agora deu pra me impedir de sair de casa. Vê se pode!”

“Mesmo?” Ele me perguntou interessado “E como se livrou dele?”

“No papo, é claro.” Eu disse “Pra onde a gente vai hoje?”

“Você prefere meu quarto ou motel?” Ele me perguntou na maior cara de pau, mas eu adorava isso nele também.

“Nenhum dos dois!” Eu disse, mas não estava ofendida ou coisa parecida, só comecei a rir.

“Do que você ta rindo sua maluca?” Ele me perguntou.

“O que você pensa que eu sou?” Eu o perguntei “Não vou transar com um cara que comecei a namorar hoje e ainda pior um cara que conheci antes de ontem.”

“Então o que ta a fim de fazer?” Ele me perguntou.

“Correr.” Disse “Você me deixa dirigir seu carro?”

“Dirigir?” Ele sussurrou no meu ouvido “Ou correr?”

“Correr.” Respondi.

Ele me deu a chave.

“Quero ver se você é boa nisso.” Ele disse.

“Ah eu sou.” Disse.

Adrenalina, era isso o que eu mais procurava na época. Queria sair da rotina de garota certinha que só queria mostrar pra mamãezinha, que não soube dar valor, que ela sabia se virar e lucrar com o próprio trabalho. Mas nem da produtora que criei junto com Lisa ela deu valor. Ela dizia que aquilo não era trabalho, era brincadeirinha de criança.

E pensando nisso tudo pisei o mais fundo que pude naquele acelerador que até Eduardo pôde sentir que eu não estava para brincadeira.

“Descontar a raiva no acelerador é bom, não é?” Ele perguntou.

“Raiva?” Eu o perguntei “Que raiva?”

“Já foi embora?” Eduardo me perguntou.

“Há uns mil metros atrás.” Disse sorrindo.

“Realmente, você é uma das minhas.” Ele disse.

Eu parei o carro em frente a uma praia deserta.

“Devo admitir que você seria ótima pra competir em um racha.” Ele disse.

“Seria?” Eu o perguntei.

“Ah, seria.” Ele disse vindo pra cima de mim pra me beijar, mas eu abri a porta do carro e saí.

Ele também saiu em seguida.

“Você é difícil ou gosta de bancar a difícil?” Ele perguntou.

“Tem coisa mais linda que o mar?” Eu o perguntei.

“Tem sim.” Ele disse “Você nua sobre esse luar com certeza.”

Eu olhei pra ele, fui até ele e o beijei.

Era maravilhoso como ele me pegava enquanto nos beijávamos.

“Terceira opção: Sobre o luar?” Ele perguntou “Safadinha.”

“Nada disso.” Eu disse dando a chave do carro pra ele “1ª opção: seu quarto.”

“E cadê aquela garota que disse que não transa com um cara que começou a namorar hoje mesmo?” Ele me perguntou.

“São 02h00min da manhã.” Eu disse sorrindo “A gente começou a namorar ontem.”

Ele lançou seu sorriso sexy e entrou no carro depois de mim.

“Ah! Moleque solto!” Ele disse pisando forte no acelerador e voando dali.

 

A viagem não demorou muito, já que Eduardo dirige bem mais rápido do que eu.

Chegamos na casa dele nos pegando tão forte que eu acabei esbarrando em um troço lá.

Ninguém ouviu nada, por sorte. E continuamos a nos pegar rumo ao quarto de Eduardo.

Fechamos a porta do quarto e eu comecei a tirar a camisa dele enquanto ele tirava a minha e quando me dei conta, eu já não tinha nenhuma peça de roupa sequer.

Foi o melhor homem que eu já tive. Tanto como companheiro quanto na cama.

Mas o mico foi no dia seguinte.

Eu e Eduardo acabamos pegando no sono e de repente o Miguel entrou no quarto e nos flagrou.

“Edu.” Ele disse o chamando, mas quando me viu ficou todo sem graça.

“Miguel?” Eu disse tentando me cobrir o máximo que eu podia.

“Beatriz! Eu não sabia que você estava aqui e... com o meu irmão.” Ele disse “Me desculpe.”

“O que está havendo.” Disse Eduardo sonolento “Miguel? O que você ta fazendo aqui, cara?”

“Ei, Eduardo.” Eu disse “Não fala assim com seu irmão. Ele só veio te acordar.”

“Ta, to acordando.” Eduardo disse deitando no meu colo.

“Eu não sabia que você era tão preguiçoso.” Eu disse para Eduardo.

“Não enche.” Ele respondeu.

“Bom, o café ta quase pronto.” Miguel disse “Se vocês quiserem.”

“Ah, a gente já ta indo.” Eu disse “Obrigada.”

“De nada e desculpa qualquer coisa.” Miguel disse saindo.

“Que mico.” Eu disse mexendo no cabelo de Eduardo “Vamos colocar a roupa?”

“Por que?” Ele disse se levantando do meu colo “Você fica tão melhor assim.”

“Cala a boca.” Eu disse “Eu ainda tenho que ir trabalhar.”

“Ta certo.” Ele disse se levantando e colocando as roupas.

Eu fiz o mesmo.

Saímos do quarto, depois de vestidos, tomamos o café e eu me despedi de todo mundo indo embora.

De lá fui direto para a produtora. Não dava mais tempo de ir em casa.

E lá levei uma bronca da Lisa.

“É sério Beatriz.” Lisa disse “Não sou obrigada a ter que ficar aturando sua mãe me ligando no meio da madrugada pra saber de você.”

“Ué, não atende o telefone.” Eu disse.

“Não é tão simples assim.” Lisa disse “E o Eduardo não é a melhor companhia do mundo. A galera dele é barra pesada.”

“Não é nada.” Eu disse “Fui lá antes de ontem e sim eles gostam de uma adrenalina, mas não tem nada demais.”

“Você foi lá?” Lisa perguntou espantada.

“Fui.” Respondi “E ainda competi com uma tal de Patty quem caía primeiro depois de tanto beber.”

“Eu não acredito.” Lisa disse “Que criancice.”

“Só porque agora eu to sabendo aproveitar a vida você fica me enchendo?” Eu a perguntei.

“Me calo, mas antes saiba onde você está se metendo, ta legal?” Ela me disse.

“Fica tranqüila.” Eu disse.

Adrenalina.

Eu queria mais e não é Lisa que me faria parar naquele momento.


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