Depois de me acalmar, Natsu me dirigiu a uma mesa da guilda. Mirajane me levou um copo de água, onde eu peguei com a mão ainda tremendo.

– Não se preocupe Luce. Nada vai lhe acontecer – afirmava Natsu.

– Uhm, obrigada Natsu – eu assentia me recuperando do choque.

Senti meu antebraço formigar. Olhei para o lugar onde ficava a minha marca da guilda Moon Light sumir. Fiquei surpresa. E o que me deixou mais surpresa foi quando eu olhei para a minha mão direita. A mão queimava, como se eu tivesse a ateado fogo nela. E então ela apareceu. A minha antiga marca da Fairy Tail estava lá, em forma de uma fada com cauda, rosa.

– Natsu – o chamei ainda olhando para a minha marca, impressionada.

– Sim?

Natsu seguiu o meu olhar e também se surpreendeu.

– Mas com...

– Eu também não sei – olhei para ele e sorri – Agora eu sou oficialmente a Lucy. Bom, a não ser pelo cabelo...

– Você está bonita assim. – sorriu.

O abracei fortemente agradecida e ele retribuiu o abraço. Então me afastei dele e ficamos olhando um para o outro.

– A fala sério! Beija logo! – disse Levy levemente irritada.

Olhei para ela surpresa, e corada.

– Isso mesmo olhos puxados, não amarele – Gray incentivou.

Até que todos da guilda se reuniram ao redor de nós. Natsu estava ficando corado, e eu ficava mais vermelha que os cabelos da Erza. Natsu olhou em minha direção e eu apenas sorri. Todos começaram a gritar “beija, beija, beija”.

Alguém me levantou e me colocou em pé em cima da mesa. Natsu também foi levantado. Alguém empurrou Natsu e ele tropeçou em minha direção. Eu também fui empurrada.

Natsu se aproximou de mim, e sorrindo pegou as minhas mãos e as apertou firme e eu só fiz sorri. Então Natsu colocou sua mão atrás da minha nuca e com a outra me puxou pela cintura. Ele se inclinou até mim até que eu, impaciente com demora, quebrei a distância colando meus lábios nos deles.

A guilda virou uma festa, antes de terminarmos de nos beijar, o pessoal nos levantou colocando nos ombros. Natsu ria enquanto eu sorria abertamente.

– Agora faça o pedido Natsu! – gritou Mirajane.

Formou-se um silêncio enquanto todos olharam para Natsu. Finalmente nos colocaram no chão, um de frente para o outro. Natsu sorriu.

– Happy – ele chamou.

– Aye! – Happy apareceu do lado dele.

Natsu começou a sussurrar no ouvido do gato.

– Pode fazer isso? – perguntou ele.

– Aye, sir!

Então Happy ergueu Natsu no ar.

– Lucy, fique olhando! – gritou.

Seguimos Happy que levou Natsu para fora da guilda. Então voou até o céu longe o bastante para que quando os olhamos só eram um pontinho distante.

Então, palavras começaram a se formou ar. Natsu estava escrevendo com a sua magia.

“Luce eu te amo, você é minha nakama mais preciosa e garota que eu ficar. Você quer namorar comigo?”

Quando Happy aterrissou com Natsu, eu estava chorando de emoção. Corri em direção a ele e gritei “sim” para que todos pudessem ouvir.

Xxx

Depois da festa da guilda, que foi uma bagunça só, eu voltei para casa sozinha, por que Natsu por alguma circunstância sumiu da festa.

Não que eu queria que ele fosse comigo. Se ele fosse ele ia querer ficar lá em casa sozinho comigo e se o “Natsu pervertido” atacasse de novo eu não ia ter por onde fugir desta vez, mas se bem que eu gosto um pouquinho deste lado do Natsu.

Soltei um risinho com este pensamento, enquanto eu abria a porta da frente.

Ah, Natsu havia me contado que pagará o aluguel do meu apartamento antes de eu voltar, então eu podia entrar pela porta da frente.

– Tadaima – murmurei quando entrei no apartamento.

Olhei ao redor do apartamento, procurando algum sinal de Natsu ou da Falsa-Lucy (que eu não sei como chamar aquela coisa que me ameaçara). Mas parecia que nenhum dos dois estava lá. Suspirei de alivio e de tristeza.

Alivio por que a F-Lucy não estava lá. E de tristeza por que nem o Natsu.

Resolvi tomar um banho quente. Fui ao banheiro, me despi, liguei a torneira e joguei vários produtos perfumados que formaram espumas, depois entrei na banheira assim que a água encheu-a e fiquei nela por um tempo.

Eu estava muito feliz. Sentia que nada podia destruir a minha felicidade, nem a F-Lucy.

Falando nela, será que ela iria aparecer? E por que quando ela gritou com Natsu a voz dela parecia muito familiar? Mas quando ela gritou com Natsu, ela estava com raiva... ou seria ciúmes? Mas por quê?

E aqueles olhos azuis escuros penetrantes... também me eram familiar. Eles eram tão azuis quanto a cor dos olhos de Mira. Na verdade, era parecido...

Mergulhei na banheira, enquanto fazia bolinhas na água.

Depois do banho tomado, peguei uma toalha, me cobri e me dirigi ao quarto que estava mortalmente silencioso e por algum motivo estava muito suspeito. Hum.

Caminhei até o armário a procura de pijama, mas eu não encontrava nenhum. Mas eu tinha certeza de que havia aqui. Onde será que eles estavam?

Tornei a procurar pelos pijamas, mas o meu armário estava completamente vazio de roupas! Como aquilo poderia ser possível? Será que aquela era o tal “jogo” de que a falsa Lucy havia dito? Fala sério que vingança. Roubar todas as minhas roupas?

Bufei irritada.

Fui até a cama para ver se eu havia deixado algum lá, mas eu apenas achei uma lingerie preta. O sutiã parecia uma blusinha de alcinha com lacinhos vermelhos e a parte de baixo... vou nem comentar.

Era a única coisa que eu tinha para usar naquele momento, certo? Então eu a peguei e a vesti ali mesmo e depois me deitei na cama.

– Oyasumi – sussurrei.

– Não, você não vai dormir agora – disse uma voz.

De repente eu senti um peso em cima de mim. Virei-me para poder olhar quem estava ali. Ah, não.

– Natsu! O que você está fazendo aqui? – perguntei surpresa.

– Vim dormir com você – respondeu.

– Você está aqui a quanto tempo?

– Ah um tempo, antes de você chegar.

– AAAH! Quem te deu permissão para invadir o meu apartamento? E quem disse que você vai dormir aqui comigo? Além do mais do jeito que eu estou vestida e...

Natsu sorriu.

Natsu aquele idiota! Que ideia de querer dormir comigo. E como ele poderá invadir o meu apartamento? Que ideia.

ESPERA AI!

Minhas roupas sumiram e só havia sobrado aquelas lingerie... Natsu havia invadido o meu apartamento... Ah não. Não, não, não, não. Aquele pervertido! Não me diga que ele queria... Ai, por kami! Não!

Olhei em direção a Natsu que sorria para mim.

– Natsu... foi você que sumiu com as minhas roupas e deixou estas roupas para mim? – perguntei baixinho.

Natsu riu.

– Me responda seu pervertido!

Ele olhou para mim ainda rindo.

– Eu apenas achei que ja nós somos companheiros agora, a Lucy estaria preparada para termos nossos 30 filhos.

Corei furiosamente e comecei a me remexer na cama.

– Pervertido! Pervertido! – gritei.

Natsu nada falou. Ele prendeu os meus dois braços os segurando nos pulsos, e os segurou uma de cada lado da minha cintura. Depois ficou literalmente em cima de mim. Sorriu safadamente enquanto eu corava. Ele começou a se inclinar em direção a mim, e depois colou seus lábios nos meus.

Aquele beijo continha o desejo que ele tinha sobre mim, e o mesmo valiam por mim, por que mesmo eu não admitindo eu o queria assim como ele me queria. Ele pedia passagem com língua e eu concedi. Natsu me beijava compulsivamente, até que ele liberou os meus pulsos e levou suas mãos a minhas pernas os cruzando na sua cintura enquanto eu arranhava suas costas.

Assim que nos faltou ar, nos afastamos para poder recuperar o ar, e Natsu se dirigiu ao meu pescoço começando a dar beijinhos como fez da outra vez. Eu, não posso deixar de admitir, gemia de prazer feito uma louca quando Natsu começou a mordiscar minha orelha.

– Luce... – Natsu sussurrou.

– Hm?

– Eu te amo.

– Eu também te amo.

Naquela noite, nós nos tornamos um só pela primeira vez. Naquela noite eu me sentia a mulher mais feliz do mundo. Mas a única coisa que eu não esperava era o que vinha a seguir.

Xxx

“Lucy... Lucy” disse uma voz.

Uma garota de cabelos curtos brancos correu em minha direção

“Lisanna” falei quando ela sentou-se na cadeira a minha frente. “O que houve?”

Lisanna olhou para os lados e depois suspirou.

“Lucy, eu não quero que você me ache fofoqueira ou coisa do tipo... mas eu sou sua amiga e esse é meu dever de te avisar”.

Lisanna olhava para mim séria e eu temia o que ela queria falar.

“Nani? Você está me assustando”

A garota tornou suspirar.

“O Natsu”

Engoli em seco. O que será que ela quer falar sobre o Natsu?

“O que tem o Natsu?” perguntei.

“Olha, eu sei que vocês são amigos... mas desta vez...” ela disse tropeçando nas palavras começando a ficar nervosa.

“O que foi Lisanna? Eu estou ficando mais assustada”.

Ela me olhou tristemente como se tivesse anunciando uma morte.

“Ele...”

...

– Ohayou Lucy! – saudou Natsu.

Abri os olhos.

Aquilo foi um sonho? Ou foi uma lembrança? Lisanna... aquele nome me pareceu muito familiar.

Deparei com Natsu segurando uma bandeja de café da manhã para mim.

– Natsu! Não precisava disso.

Natsu fez biquinho.

– Mas eu quis fazer isso. Eu queria te agradar Lucy – disse fazendo uma carinha fofinha.

– Fofo – falei.

Após tomarmos café juntos, e depois de eu tomar banho e me vesti (Natsu havia devolvido as minhas roupas) dirigimos até a guilda de mãos dadas. Quando chegamos lá o clima estava completamente diferente de antes. Todos estavam em silencio.

– O que será que aconteceu? – perguntei

– Eu não sei – respondeu Natsu.

Olhei ao redor até ver Mira em canto chorando enquanto outros tentavam alcama-la. Apontei em direção a ela e Natsu concordou. Fomos até ela.

– Mira-san – chamei – O que houve?

Ela apontou para o papel que estava em cima da mesa. Apenas tinham algo escrito.

“Me entregue Heartfilia ou se não, ela ficara desaparecida por mais de 2 anos”

Seria o recado da falsa-Lucy? Mas por que a Mira-san estava chorando? Olhei para Natsu. Sua expressão havia mudado. Ele estava com raiva.

Tentei associar aquilo com a Mira-san chorando e com as pessoas dizendo “De novo não”

Então me lembrei da história que a Levy havia me contado no dia anterior, sobre a irmã mais nova da Mirajane.

Lisanna havia sido pega pela falsa-Lucy. Será que aquele sonho foi algum sinal?

Olhei de novo para o papel. As últimas palavras...

“Que os jogos comecem!”