Pov`s Aranai

Acordei com a maior enxaqueca da minha vida, e pra ajudar, minha irmãzinha, Aryella, estava gritando feito uma maritaca no primeiro andar de casa. Ela estava em algum estranho lugar entre o choro, a raiva e a felicidade. É, ela era a pirralha mais irritante e que eu mais amava nesse mundo.

Me levantei e logo comecei a arrumar meu quarto (http://weheartit.com/entry/28661486/in-set/2489025-apartamento). É, isso me relaxava, e eu adorava limpar...mas só meu quarto também! Quando acabei, eu ainda podia ouvir minha irmã reclamando com a minha mãe, por alguma coisa que eu não conseguia entender.

Tomei banho, e me arrumei (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=49494039&.locale=pt-br).

Desci as escadas correndo de dois em dois degraus como fazia de costume, só para minha mãe reclamar. Quase cai nos últimos degraus, mas não me importei. Aryella estava deitada no colo de minha mãe com o rosto um pouco vermelho, sendo consolada por alguma coisa. Até parecia que ela tinha se esquecido que já tinha seus onze anos.

-O que aconteceu? -perguntei me agaixando perto de minha irmã e passando a mão em seus cabelos cor de mel até a cintura. (N/A: não esqueçam que estão no Chile, e todos esses diálogos são em espanhol).

Mas parece que foi algo errado. Ella (apelidinho que dei para a Aryella quando eu era menor) recomeçou a chorar enterrando o rosto na curva do pescoço de minha mãe, que subitamente, ficou furiosa.

-Aryella! Pare de ser criança! Engole o choro. Você sabe que não pode fazer nada referente a isso, e não quero ouvir mais nenhuma reclamação ou comentário maldoso. Me ouviu bem? -falou minha mãe rispida apontando seu indicador bem diante dos olhos da minha irmã que saiu de seu colo rapidamente e correu para seu quarto

-Referente ao o que mamá? -perguntei me sentando ao seu lado.

-Acontece Aranai, que decidimos com seu pai que... -minha mãe já estava se enrolando com as palavras. Ela queria fazer algum suspense, mas ela não nasceu pra isso.

-Vamos Clara, fale de uma vez -incitei minha mãe chamando-a pelo nome para irrita-la.

-Pro diabo! Você vai passar as férias na casa da Alysa! -terminou ela jogando os braços ao ar em derrota.

Meu coração parou por um instante. Eu não conseguia acreditar e...

-ÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁH! É SÉRIO MESMO? NÃO... NÃO É BRINCADEIRA? -gritei me levantando do sofá num pulo.

-Não. Mas tem algumas condições -advertiu minha mãe.

E lá vamos nós. As condições. Era ai que uma maravilhosa viagem se tornava um saco. Iam começar as regras, os mandamentos, as encomendas e... Áh, que saco!

-Diga. 

-Primeiro: Você não pode contar nada à Alysa. É uma surpresa pra ela, e combinamos com seus pais que ela não saberia de nada -ufa! Era até legal essa condição- Segundo: Você não pode me chegar grávida -há! Fácil- Terceiro: Quando você voltar, terá que se desdobrar na escola, porque ficará lá por três meses, ou seja, faltará a um mês de aulas para ficar por lá mais tempo -férias de inverno, eu te amo- E quarto: Você não esfregará na cara da sua irmã que vai à Londres.

-Por que? O que aconteceu?

-Ela é fã desses meninos. One Direction. E Aryella jura que você vai conhecê-los e ela não. Isso acabou com ela -falou minha mãe fitando suas mãos.

-Tá, eu prometo não esfregar na cara dela que vou à Londres, que não vou chegar grávida, vou me desdobrar na escola e que não conto nada pra Aly. E... quando é a viagem?

-Amanhã a noite. É melhor você arrumar as malas filha. Mas agora, eu tenho que ir trabalhar e... se você puder... mais tarde, fala com a Ella. Ok? -pediu minha mãe indo em direção a porta.

Pov`s Alysa

Acordei estranhamente cedo. Na verdade, não era assim tão estranho levando em consideração que eu tinha tido pesadelos a noite passada. Não me lembro o que, só lembro que era muito ruim.

Dei uma ajeitadinha básica no meu quarto (http://weheartit.com/entry/27327532) recém decorado pela minha mãe, e fui logo me vestir (http://www.polyvore.com/verdade_mesmo_alysa/set?id=49490467) para poder viver com felicidade o calor.

Desci as escadas correndo, e no final da escada, dei ma trombada com minha mão que quase caiu, mas para minha sorte, ela riu ao invés de brigar comigo.

-Bom dia princesa -disse ela beijando o topo de minha cabeça

-Bom dia Vic -falei já correndo até a cozinha onde estava Tina, nossa empregada, fazendo o café da manhã- Bom dia Tina -cantarolei a rima (N/A: por que continua rimando?)- O que temos pro café tia Tin?

-Acordou cedo, é? Bem, hoje tem, pra variar, wafles, suco de laranja e ovos com bacon.

-Você sabe como me agradar, né? -comentei dando-lhe um beijo no rosto. Tina era como uma mãe pra mim. Ela sempre esteve comigo. Tanto quando meu pai morreu em uma viagem, ou quando, por viagens, minha mãe tinha que ficar ausente. Ela sempre esteve ai.

-Claro. Mas agora, mocinha, pare de ser preguiçosa e vá arrumar a mesa -pediu ela dando um chicotaso em minha bunda com o pano de prato que levava pendurado no ombro.

-Sim senhora!

Comecei a arrumar a mesa para três. Eu, Vic, e Tina. Gostávamos que ela tomasse o café da manhã com a gente.

Pov`s Aranai

Comecei a arrumar desde já a minha mala. Tive que fazer uma lista das roupas que eu precisava pedir para Pam, nossa empregada, lavar; fazer uma lista do que precisava comprar... Eu estava muito feliz com tudo isso.

Flash Back on

-Mierda! -exclamei pegando minhas coisas no chão.

-Shit! -exclamou a menina na qual eu havia trombado pegando suas coisas no chão. Inglesa pelo sotáque. Comecei a falar lhe em inglês, claro.

-Desculpe. Eu sou meio desastrada. Minha mãe também me abandonou aqui e eu não sei me mexer no Rio de Janeiro.

-Não, não. Sem problemas. Minha mãe fez o mesmo. E minha coordenação motora é igual a zero -falou ela olhando o celular- Merda, acabou minha bateria. Você tem alguma? -olhei meu celular, e tinha.

Tentamos ligar mas... não tinha crédito, ou sinal.

Acabamos conversando por aproximadamente três horas pelo centro da cidade, tentando nos comunicar com os brasileiros. Achamos um lugar para colocar crédito no meu celular, e mesmo assim, continuamos conversando... Trocamos telefone, rimos, contamos muitas coisas. 

Flash Back off

Nesse dia conheci a Alysa. Minha melhor amiga. A três anos atrás. Éramos apenas duas meninas de 14 anos, sozinhas numa cidade desconhecida. Estávamos perdidas, e encontramos uma a outra. 

Depois daquela viagem, nunca mais a vi pessoalmente. Voltamos para nossas respectivas casas. Eu em Santiago, Chile; e ela em Londres, Inglaterra. Porém, nunca nos afastamos. Estávamos próximas, sempre. De um ou outro jeito.

Ela era minha melhor amiga, e sempre seria. E agora, eu poderia vê-la de novo, por três meses.

Em Londres, sem meus pais, com minha melhor amiga. Não poderia ser melhor!

Pov`s Alysa

Acabei me lembrando de como conheci a Aranai. De como eu não a três anos. Como eu sentia saudades dela! 

A única coisa que eu queria, era que ela aparecesse a minha porta a qualquer momento.Mas isso não aconteceria. Era impossível, e eu detestava isso. Detestava aquele oceano que nos separava.