Kolybelnaya escrita por themuggleriddle


Capítulo 40
The Wizard from Far East




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Quando Tom Riddle lhe perguntou se ela gostaria de dividir um apartamento com ele em Londres, Hermione tentou entender quando foi que sua vida tomara um rumo tão estranho. No entanto, esquisito ou não, ela não tinha dinheiro e dividir o aluguel com alguém era uma ótima saída... Mesmo que esse alguém fosse um futuro Lorde das Trevas e o garoto com o qual ela já havia dormido algumas vezes junto com outro rapaz.

O lugar não era bonito. Minúsculo e escuro, com uma janela que dava para um beco e um vizinho que falava alto demais, o apartamento era um contraste gritante com o que eles haviam vivido durante os últimos dias em Hornsea, mas, de acordo com Riddle, fora o melhor que ele conseguira. E, no fundo, Hermione sabia que não era preciso muito esforço para transformar o lugar em, pelo menos, algo confortável. Abraxas, no entanto, continuava indignado com a escolha deles, mas isso não o impediu de passar algumas horas naquele ‘muquifo’, como ele gostava de chamar, todos os dias.

A vida depois de Hogwarts nunca fora algo que Hermione dera muita importância. Sua cabeça estava sempre preocupada com coisas como as provas, as tarefas de casa e, é claro, a ameaça de Lord Voldemort. Apesar de odiar admitir isso, sua vida acadêmica sempre fora mais voltada em aprender coisas para ajudar Harry e Ron do que para uma futura vida profissional, mas só agora que a garota notava isso: sobreviver um ano letivo era muito mais importante do que a ideia de uma vida pós-colégio. Dessa forma, era estranho estar finalmente graduada, pois não tinha ideia do que fazer, ainda mais na situação na qual estava.

A solução, por mais estranha que fosse, acabou sendo Ollivander.

“Eu podia ter alguma ajuda aqui,” o homem lhe falou quando ela foi visitar em uma tarde abafada de Julho. “Sabe, para organizar a loja, mas se você quiser, posso tentar lhe ensinar uma coisa ou outra sobre varinhas.”

“E correr o risco de ganhar um concorrente?” ela perguntou, arqueando uma sobrancelha.

“Conheço as suas prioridades, Srta. Elston.” Um sorriso genuíno apareceu no rosto do fabricante de varinhas. “Sei que não tem a intenção de abrir uma loja na minha frente para roubar a minha clientela.”

Ela aceitou, para a surpresa de Malfoy e Riddle.

***

“São vinte galeões,” disse Tom, vendo o nariz da senhora se franzir ao ouvir o preço.

“Isso não passa de uma velharia!”

“É um artigo antigo, sim, mas a magia contida nele é forte,” ele explicou, gesticulando para o boneco de madeira que estava tentando vender.

No fundo, o rapaz queria perguntar qual a razão de ela querer comprar aquele artefato se ela achava que era apenas uma velharia, mas ele sabia que a primeira regra da Borgin & Burke’s era ‘o cliente sempre tem a razão’ e a segunda era ‘vide a primeira regra’. Nem que quisesse muito, não poderia mandar a Sra. Parkinson ir caçar semivistos no meio da floresta, então apenas sorriu e tentou contornar a situação com educação.

“Eu entenderia vinte galeões se fosse um amuleto feito em, não sei, prata ou cobre...”

“Talvez eu possa fazer por quinze galeões, senhora.” Ele sorriu da maneira mais charmosa possível. “E também posso lhe dar uma indicação de um ótimo livro sobre amuletos e maldições polinésias, para que a senhora possa utilizá-lo melhor.”

A bruxa fez um bico com os lábios pintados de vermelho, mas por fim acenou positivamente e puxou a bolsa bordada que trazia consigo. Riddle apenas continuou sorrindo enquanto arrumava o objeto dentro de uma embalagem, ouvindo o som dos galeões batendo contra o balcão de madeira.

Quando era pequeno, o rapaz não tinha a menor ideia do que faria com a sua vida depois que saísse do orfanato. Por um breve período, imaginou-se um médico como o Dr. Mazarovsky, mas isso não durou muito e logo Tom Riddle se contentou com o fato de que, um dia, iria acabar trabalhando como limpador de chaminés ou caseiro de algum lugar... Até Dumbledore aparecer. Mas, mesmo assim, os primeiros anos de Hogwarts sempre foram muito voltados a aprender e com pouca ênfase no futuro. Foi apenas na época dos NOMs que Riddle tentou se focar em uma área específica e tal área foi as Artes das Trevas e Teorias em Magia. Mas agora, ali estava ele, fazendo uma embalagem para uma senhora rica enquanto trabalhava em uma lojinha sucateada na Travessa do Tranco.

As coisas que ele fazia pela sua causa... A causa que ele nem sabia se ainda existia.

“Aqui está, Sra. Parkinson.” Ele entregou o pacote para a mulher, que o olhou com desprezo. “Tenha um ótimo dia.”

O rapaz suspirou quando a cliente finalmente saiu da loja. Os Parkinson tinham relações próximas com os Avery e Tom não pôde se perguntar se o desdém com o qual a mulher o tratara não era resultado de alguma coisa que ela possa ter ouvido de seu antigo colega, Atlas. Tal pensamento, no entanto, não teve muito tempo para se desenvolver, pois logo Riddle se ocupou em tentar limpar a vitrine da loja, que exibia uma camada grossa de poeira sobre todas as suas mercadorias.

A Borgin & Burke’s era uma loja antiga, conhecida por seus artigos de magia negra, mas havia muito mais do que isso ali. Havia antiguidades, coisas sem propósito algum e objetos que, claramente, eram trouxas. Tom havia decidido fazer uma lista de tudo o que havia na loja e, até aquele momento, encontrara desde escovas de cabelo amaldiçoadas até cabeças mumificadas. Havia coisas mais inocentes também, como uma pena de águia que diziam ter pertencido à Rowena Ravenclaw e uma capa ricamente bordada que o Sr. Borgin jurava ter sido feita pelo próprio Merlin.

Mas, apesar de frustrante, o trabalho na Borgin & Burke’s lhe rendia alguns galeões no fim do mês e, pela primeira vez na vida, Tom Riddle tinha uma conta com algum recheio no Gringotts. Além disso, Hermione trabalhava por perto, na loja de Ollivander, o que fazia com que seus horários de folga pudessem ser aproveitados na companhia da garota.

Além disso, os clientes da loja conseguiam ser... Interessantes. Claro, alguns eram irritantes, como a doce Sra. Parkinson, mas alguns eram intrigantes e acabavam por fazer o dia do rapaz parecer melhor. Como fora o caso de um bruxo alto, de cabelos negros e vestes um tanto diferentes do que ele estava acostumado de ver nos bruxos mais ricos da Inglaterra: um casaco pesado que ia até os joelhos, preto e bordado em prateado, preso na cintura com uma faixa vermelha escura, botas escuras e o que parecia ser uma espada curva presa à cintura. O homem não comprara nada, apenas andara pela loja, olhando tudo com muita curiosidade enquanto interrogava Tom sobre os mais diversos assuntos: magia, e educação em Hogwarts, Londres... Riddle decidiu que seria melhor cortar a conversa quando o desconhecido perguntou sobre o seu pai, sobre quem ele era e onde morava.

O homem de roupas estranhas nunca mais voltou, para o alívio do garoto.

Naquela tarde, depois da Sra. Parkinson ir embora, a Borgin & Burke’s ficou em silêncio e vazia, apenas com o som de caixas e móveis sendo arrastados e o ocasional gemido que ecoava de dentro de um dos baús da loja. Mas, quando a luz começava a mudar lá fora, as luminárias a óleo da Travessa do Tranco começando a dar um brilho amarelado à pequena ruela, o sininho da porta tilintou novamente.

O homem que entrou teria feito o Sr. Burke esconder os objetos de maior valor e ficar de guarda o tempo inteiro para ver se nada seria roubado. Alto, com os ombros largos e vestido todo de preto, o recém-chegado tinha um rosto de poucos amigos com a barba por fazer e cabelos negros despenteados. A mão no bolso do casaco de certo estava segurando a varinha e os olhos escuros pareciam atentos, adquirindo um brilho diferente quando encontraram Tom.

“Voldemort?” o estranho murmurou e o garoto notou o jeito como a palavra saiu carregada de sotaque.

Algo no íntimo de Riddle se acendeu. Uma excitação que ficara calada desde o dia em que seus colegas descobriram sobre seu pai trouxa, algo que acompanhava o bem estar de ouvir sendo chamado por aquele nome... Talvez nem fosse o nome em si, mas a forma como o homem o olhava: com expectativa e curiosidade.

“Sim?”

“Abraxas Malfoy disse que poderia encontrá-lo aqui,” disse o bruxo, aproximando-se a passos largos enquanto olhava em volta.

“Não há mais ninguém na loja,” ele explicou, erguendo o rosto para olhar o homem.

“Anton Dolohov.” Ele lhe estendeu a mão, a qual Riddle tomou e apertou, sentindo os dedos fortes do outro apertarem os seus. A magia dele formigava na sua palma. “Acredito que Voldemort não seja o seu nome verdadeiro?”

“É como eu prefiro ser chamado, mas... Por questão de discrição, pode me chamar de Tom.” O rapaz sorriu, o mesmo sorriso charmosos que usara com a Sra. Parkinson, e sentiu-se satisfeito ao ver o jeito como o olhar do outro bruxo se prendeu em seu rosto por um momento. “Chegou faz muito tempo em Londres?”

“Ontem.” Dolohov era um homem de poucas palavras, isso era claro. “Acha seguro conversarmos aqui?”

“Nem um pouco, meu caro.” Tom acenou com a varinha para as luzes da loja e estas foram se apagando uma a uma. “Infelizmente, não acredito que possa levá-lo até o meu apartamento...”

“Aluguei um quarto no Caldeirão Furado,” ele falou, esticando uma mão para o rapaz.

Riddle apenas sorriu e trancou a porta com um encantamento, antes de segurar a mão do homem. O puxão da aparatação logo o envolveu e, um segundo depois, a escuridão da Borgin & Burke’s havia sumido, dando espaço para um pequeno quarto com apenas uma cama, um armário e uma mesinha de cabeceira. A janela tinha vista para o Beco Diagonal, que agora estava iluminado pelas lamparinas e comportava bruxos e bruxas que fechavam as suas lojas e se dirigiam de volta para as suas casas ou para o Caldeirão Furado.

“Então,” disse Tom, dando um passo para longe do homem e olhando em volta. Havia apenas uma maleta quase escondida entre a mesa-de-cabeceira e a cama, o único vestígio de que o quarto estava ocupado. “O que você sabe sobre mim, Sr. Dolohov?”

“Por favor, Anton.” O bruxo acenou com a mão e a lamparina do quarto se acendeu. “Pelo que seu amigo falou com Ivan Dmitrovich, você é um bruxo que favorece famílias puras e tradicionalistas, que não tem muito apreço por trouxas. Por Malfoy, ouvi que você é alguém com uma ótima visão de futuro... Ele não mencionou nada sobre trouxas, no entanto. Um discurso parecido, mas ao mesmo tempo divergente, se quer saber a minha opinião.”

Tom encarou o homem por um momento, antes de se sentar na beirada da cama. Ele mal havia parado para pensar sobre tudo aquilo nos últimos meses, nem mesmo no seu plano das horcruxes... A única coisa que havia lhe despertado a curiosidade pelas horcruxes outra vez foi a menção do medalhão de Slytherin por Burke.

“Algumas coisas aconteceram nos últimos meses,” o rapaz tentou explicar, endireitando os ombros e mantendo o olhar firme. “O rapaz que falou com você... Vamos dizer que nós tivemos algumas desavenças.”

“Ele e mais uma leva de sangue-puros, não é?” Dolohov soltou uma risada baixa e grossa, fazendo Tom se conter para não se arrepiar. “As histórias correm rápido, Tom.”

“Mesmo? E o que foi que você ouviu, Anton?”

“O primeiro Voldemort do qual ouvi falar foi você... Bom, ouvi aquele garoto conversando com Ivan Dmitrovich e, alguns meses depois, Abraxas Malfoy entrou em contato para me dizer que queria falar mais sobre esse tal bruxo misterioso.” Anton caminhou até a janela e observou a rua lá fora por um momento. “Pouco tempo antes de viajar até aqui, outra carta chegou. Dessa vez era o primeiro garoto... Lestrange, é isso? Me foi dito que Voldemort queria me ver. Sou um homem desconfiado, Tom, e quando Malfoy me avisa que apenas ele iria entrar em contato comigo sobre esse assunto... Bom, eu estranhei essa nova carta.” Outra risada e logo o bruxo estava o olhando novamente, seu rosto iluminado pela luz tremeluzente da lamparina. “Ontem, ao encontrar Abraxas outra vez, fiquei sabendo que realmente não devia ter recebido nenhuma notícia desse Lestrange.”

Riddle respirou fundo, tentando não deixar sua magia se descontrolar, apesar de senti-la se acumulnado na ponta de seus dedos, fazendo a pele ali formigar.

“Conheço os Malfoy faz mais tempo, logo, confio mais nele.” Dolohov voltou a se aproximar, sentando-se ao lado do outro na cama. “Mas percebi que as coisas parecem ter desandado nos últimos meses.”

“Como disse, desentendimentos.”

“Você sabe por que me interessei no que ouvi sobre Voldemort?” o homem perguntou, inclinando-se um pouco na direção dele.

“Porque você odeia trouxas.”

“Porque eu poderia caçar trouxas.” Um sorriso perigoso surgiu no rosto do bruxo, mas Riddle manteve uma expressão impassível enquanto sentia a respiração dele em sua pele. “Mas Abraxas soube fazer uma boa propaganda... Um jovem interessado em magia negra, inteligente, um ótimo líder. Confesso que a curiosidade me venceu.”

“O que mais ouviu sobre mim?”

“Que você é um mestiço,” disse Anton, sem hesitar. “As notícias correm rápido, não é? Mas também ouvi sobre sua inteligência, sobre seu charme, sobre... Bom, ouvi muitas coisas impressionantes, Tom. E você, o que mais ouviu sobre mim?”

“Que você odeia trouxas porque eles mataram a sua irmã,” o garoto falou, inclinando a cabeça para o lado enquanto via os olhos do homem brilharem com ódio e os lábios dele se pressionarem um contra o outro. “Que você gosta de experimentar feitiços novos neles...”

“Minha irmã era curiosa, sabe? Tanya era... Minha mãe dizia que ela parecia uma fada da floresta: sempre correndo por entre as árvores e no jardim, com as barras dos vestidos sujas e as mãos arranhadas por tentar brincar com algum bicho selvagem. E ela era poderosa, sabia muita magia que vocês, aqui no oeste, não tem ideia que existe,” Dolohov começou a falar, erguendo uma mão e segurando o rosto do rapaz, que segurou a respiração. “Acho que foi isso que levou ela até os trouxas. Havia um homem na nossa vila... Ele era um professor. Um amigo de nossos pais o apresentou à Tanya e ela se interessou por ele. A última coisa que eu soube foi que minha irmã sumiu.”

“Ele a matou?”

“Claramente. E depois fugiu.”

“Mas... Como você pode ter certeza de que foi isso que aconteceu?” perguntou Riddle, apesar de saber que estava se arriscando. “Ela pode ter... fugido.”

“Eu teria sentido a magia dela, caso ela tivesse fugido.” Os dedos do homem apertaram o seu rosto um pouco mais, antes de relaxarem e o soltarem. “E Tanya não fugiria na calada da noite desse jeito. Não, aquele trouxa fez alguma coisa com ela... Não duvido que a tenha matado para pegar as suas joias ou algo parecido.”

O bruxo se afastou, endireitando a sua postura e olhando o rapaz com atenção. Tom respirou fundo.

“Eu gostaria muito de tê-lo ao meu lado, Anton,” o jovem falou, mantendo o olhar preso no dele e tentando manter a voz séria. “Mas preciso lhe alertar que... Devido aos últimos acontecimentos, ainda não sei como as coisas seguirão.”

O rosto sério do bruxo pareceu quebrar em um sorriso torto, antes de uma risada rouca escapar de sua boca entre aberta.

“Desde que você continue com as suas artes das trevas, garoto,” disse Dolohov. “Se precisar de ajuda com algum trouxa ou com alguma magia meio suspeita, sabe quem procurar.”

“Anton?”

O homem parou de rir e o encarou.

“Sei que, aos seus olhos, não devo passar de um menino recém-formado tentando inventar moda,” disse Tom, erguendo um pouco o queixo e voltando a sorrir. O receio em relação à Dolohov continuava presente, mas ele conseguira empurrar tal sentimento para o fundo de sua mente por pelo menos alguns minutos. “Mas se eu souber que está compactuando com Lestrange ou Avery ou qualquer outra pessoa que se relacione com esse ‘outro’ Voldemort, eu irei encontrá-lo e você vai descobrir que dividimos o mesmo interesse em experimentar certos feitiços em outras pessoas.”

O rosto de Anton permaneceu impassível por um ou dois minutos, antes de um sorriso repuxar os seus lábios, enfatizando uma cicatriz que ele tinha na bochecha esquerda.

“Você vai descobrir, Tom, que eu compartilho o seu desgosto por traidores,” ele falou. “Prefiro caçar meus trouxas sozinho do que me juntar à vira-casacas.”

“É um verdadeiro alívio ouvir isso, meu caro.” Tom permitiu-se relaxar um pouco e se levantou da cama. “Agora, por quanto tempo pretende ficar na Inglaterra?”

***

Fazia pelo menos duas semanas que Hermione estava trabalhando na loja de varinhas quando Garrick a chamou até a sala dos fundos, o atelier onde ele fazia as suas varinhas, em um tom de voz baixo e apressado.

O lugar a fascinara desde que entrara ali pela primeira vez. Era bagunçado, como todo o restante da loja, mas as estantes e armários onde Ollivander guardava os seus materiais para confecção de varinhas eram incrivelmente organizados: havia gavetas com os tipos de madeira todos classificados, prateleiras com frascos cheios de pedaços de corações de dragão, outra com pequenos tubos contendo chumaços de pelos de unicórnio e outra, com caixas cheias de penas de fênixes. A magia era forte ali, tão forte que, de vez em quando, chegava a ser difícil de respirar, pois o ar parecia mais pesado.

Naquele dia, no entanto, o fascínio pela sala não atingiu Hermione. O jeito como Garrick se mexia estava estranho, ele parecia agitado e, talvez, preocupado. Quando ele finalmente a olhou, havia algo diferente em seu rosto, algo que ela não sabia classificar.

“Está pronto,” ele murmurou, tamborilando os dedos sobre a mesa suja de serragem.

“Como?”

“O ritual. Eu... consegui decifrar todos os passos e juntar todos os itens necessários,” o homem explicou. “Não podemos fazer aqui, é claro. É meio complicado e precisa de espaço. É mais efetivo se feito em algum lugar com muita magia, então a única coisa que me falta é escolher o local correto, mas... De resto, está pronto.”

A garota sentiu como se alguém tivesse lhe lançado um Estupefaça na boca do estômago. Seus olhos se encheram de lágrimas antes mesmo que ela conseguisse processar todas as informações e os soluços não tardaram a vir. Ela viu o fabricante de varinhas arregalar os olhos, antes de se aproximar e a envolver em um abraço.

Um ano havia se passado desde a fatídica viagem no tempo. Era pouco tempo, ela sabia, e era quase engraçado como o período de um ano letivo foi o suficiente para aquilo tudo chegar ao fim... Era quase como as aventuras com Harry: todo ano letivo, algo novo e perigoso acontecia, fosse uma pedra encantada, uma câmara com um monstro, um fugitivo de Azakaban... Mas a aventura sempre acabava ao final do ano letivo. E agora, aquela que era a sua aventura pessoal, estava para acabar.

O mais estranho era que Hermione não sabia se queria que ela acabasse.

“Vai ficar tudo bem,” disse Garrick, afagando-lhe os cabelos. “Você vai voltar para casa.”

“O que você faria,” ela perguntou, entre os soluços. “Se não soubesse mais o que quer fazer?”

Um minuto de silêncio, as mãos em seus cabelos paradas, antes do carinho continuar.

“Eu pensaria bem sobre o assunto,” ele falou, suspirando. “Nenhum ritual irá criar pernas e fugir enquanto você pensa sobre tudo.”

Hermione riu fraquinho, abraçando-o de volta.


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Notas finais do capítulo

Vou perguntar porque sou o noiado das fics, mas... teve algo no último capítulo que vocês não gostaram? Ou melhor, nos últimos. É só que, vendo a quantidade de reviews e feedback nos últimos capítulos, notei que tem tido uma diminuição neles, então... é, só para saber mesmo e ver se tem algo que eu possa melhorar.