Insanity - Bad Bye escrita por Annie Hirano


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Demorei mas tá aqui~



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Rin POV


Len e eu quase nos beijamos, mas a bibliotecária nos parou. Vi que ele resmungava baixo, enquanto eu encarava o chão, com a mão sobre os lábios. Ele iria mesmo me beijar?

Terminamos o trabalho, com poucas palavras. Assim que saímos da biblioteca, Len pega a minha mão, e pra esconder a vergonha, olho para a outra, mexendo com a luva. Aquele silêncio me incomodava um pouco, mas Len logo o cortou.

– Rin...

Volto minha atenção para ele.

– O-Oi?

E, dessa vez ele realmente me beijou. Eu estava em choque, mas correspondi. Sinto ele me abraçar pela cintura, e eu coloco a mão na nuca dele, aprofundando o beijo.

Assim que nós nos separamos, nos entreolhamos, ambos corados. Olho para o chão, sem saber o que fazer, e ele solta um risinho baixo. Ele me beija na testa, como se falasse que está tudo bem e desfaz o abraço, voltando a segurar a minha mão e a andar.

Certo...Eu estava confusa...O que tinha sido aquilo?

Eu olho pra ele, e ele me dá um sorriso doce. Ele gostava de mim e eu gostava dele, era isso que esse sorriso queria dizer. Sorrio de volta. É só isso que eu preciso. Nós andávamos em silêncio, mas aquilo não me incomodava mais, me trazia uma sensação boa...Nunca tinha me sentido tão feliz antes.

Noto que ele estava olhando demais para as nossas mãos, e reparo que a minha luva estava baixa demais, ao ponto que uma parte do corte que havia feito tinha ficado exposta. Solto a mão dele, e puxo a luva para o lugar novamente, olhando pro lado e parando de andar. Vejo ele parar na minha frente. Droga, ele não precisava ver, não precisava saber disso.

– Rin...Quando foi isso? – Ele perguntou, visivelmente preocupado

Tarde demais para inventar qualquer desculpa, ele já havia percebido. Hesito um pouco em responder, eu não queria que ele me achasse louca.

– ... Antes de você se mudar pro colégio

Ele parecia passado, um pouco chocado talvez. Mordo o lábio inferior. Eu devia ser mais cuidadosa e esconder isso melhor.

Ele suspira.

– Seus pais sabem disso?

Meço as palavras, antes de falar. Não precisava falar nada desnecessário, não queria que ele se preocupasse.

– Só tenho mãe, mas ela não liga pra mim.

Ele fica um pouco em silêncio.

– Porque está fazendo isso?

...Ai estava a pergunta que eu não conseguia responder a tantos anos, mas não sabia a resposta. Na verdade sabia, apenas não queria admitir.

Eu sou frágil e burra demais, não sou forte como tentava parecer. Eu precisava de alguém, mas não tinha. As palavras afiadas que eu escutava quando as pessoas falavam de mim, me feriam. Eu me sentia um lixo. Nem sequer minha própria mãe gostava de mim. Eu queria falar, mas não conseguia. Meus olhos estavam cheios d’água.

Ele parece entender a minha dificuldade e me abraça. Eu o abraço de volta, apoiando a cabeça no ombro dele. Fecho os olhos e relaxo. Ele não iria me deixar, ele não era como as outras pessoas. Não sei porque fiquei com medo disso. Ficamos abraçados por um tempo, mas logo tivemos que continuar a andar.

Nos despedimos na porta da minha casa novamente, com um selinho. Entro em casa, coloco minhas coisas em meu quarto e abro as cortinas e as janelas, deixando o sol entrar. Eu me sinto tão bem...tão leve... Mas ao mesmo tempo...

Eu sentia como se alguma coisa errada estivesse pra acontecer.


–----------


Len POV

Rin havia correspondido ao beijo.

Assim que nos separamos, nos entreolhamos, corados. Ela olha pra baixo, claramente sem-graça, e eu rio dessa reação dela. Beijo a testa dela, pra deixar claro que estava tudo bem e a solto, voltando a segurar a mão dela e a andar.

Depois disso, ela me olha um pouco confusa, e eu somente sorrio pra ela. Eu sabia que ela gostava de mim, e eu também gostava dela. Não precisávamos de mais nada nem ninguém.

Olho para nossas mãos, e pude ver que naquilo tudo, a luva dela tinha abaixado um pouco, deixando um corte que parecia ser recente a mostra. Alguém tinha feito aquilo nela?

Rin nota que eu estava olhando o corte, e separa nossas mãos, olhando pro lado e puxando a luva pra cima novamente. Ela para de andar e eu fico na frente dela, praticamente exigindo uma explicação.

Pela reação dela dava pra ver claramente. Ela estava se cortando.

– Rin...Quando foi isso?

Ela parecia hesitante em me responder.

– ... Antes de você se mudar pro colégio

Eu não conseguia imaginar isso, não conseguia acreditar. Por que ela estava fazendo isso consigo mesma?! Suspiro, tentando me acalmar. Por deus, os pais dela são lesados ou o que?

Tudo bem, nesse ponto eu não podia falar nada, meu pai era um bosta, mas era um no meio de um milhão de bons pais, eu que tive azar.

– Seus pais sabem disso?

Ela demora um pouco pra responder, parecia pensar e medir as palavras que iria usar.

– Só tenho mãe, mas ela não liga pra mim.

Talvez no final das contas, ela tivesse o mesmo azar que eu. Eu não queria isso, ela não merecia. Mas se não importavam com ela em casa, eu iria fazer isso.

– Por que está fazendo isso?

Eu só vi os olhos dela se encherem d’água, enquanto ela tentava falar. Eu já havia entendido que era difícil para ela, não iria forçá-la. A abraço, querendo poder protegê-la de toda essa dor. Ela me abraça de volta, apoiando a cabeça em meu ombro, parecendo relaxar um pouco. Ficamos assim por um tempo, mas logo tivemos que continuar a andar.

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Chego em casa, o bêbado não estava lá de novo. Procuro novamente o álbum, sem muita esperança de encontrá-lo. Mas dessa vez, vou procurar no quarto de meu pai.


Já fazia meia hora que eu estava procurando no meio das coisas dele, e nada. Sento na cama, pensando em desistir daquilo, mas sinto como se tivesse algo embaixo do colchão.

Bingo.

Levanto o colchão, vendo o pequeno álbum de bebê. Se ele o tinha escondido tão bem, realmente havia algo errado.

E então eu abro o álbum, e vejo.

Duas crianças. A garotinha do sonho, que era a Rin. Até ali tudo bem, mas o que estava escrito do lado, com a letra que reconheci sendo de meu pai, me chocou.

‘‘Meus filhos gêmeos, Rin e Len, aos 6 anos’’

Senti como se tivesse perdido o chão. Rin era minha irmã? Não podia ser, tinha que ter algo errado nisso, isso não pode estar certo!


~~Continua~~



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Notas finais do capítulo

Ok, devido a pedidos, 3 Reviews para a continuação~