Insanity - Bad Bye escrita por Annie Hirano


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Cap5~~ E não me matem por causa das notas finais ç---ç



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Len POV

 Eu estava em um campo, em um dia sem nuvens. O sol em minha pele me trazia uma sensação agradável, e eu admirava as flores coloridas que rodiavam aquele espaço.

- Len~ - Uma garotinha loira sorridente, de aproximadamente cinco ou seis anos me chamava – Olha, olha! – Ela dizia, me mostrando um trevo de quatro folhas – Dizem que trazem sorte, não é?

 Eu rio, feliz.

- Sim, sim. Mamãe disse isso ontem. Mas porque estava procurando isso?

- Você disse que estava sem sorte, então eu decidi procurar pra você~ – Ela disse ainda sorrindo, colocando o trevo em minha mão e me dando um beijo na bochecha

 Sinto meu rosto arder com o gesto.

- S-Sim...Obrigado...

 A garota riu de novo. Mas em um estalo, tudo ficou preto, e quando voltei a ver alguma coisa, estava tudo preto e branco de novo. Nós estávamos no que parecia a ser a sala de uma casa, e eu ouvia gritos de um homem e uma mulher gritando, e barulho de coisas quebrando. Reconheci a voz do homem como a do meu pai, mas não sabia de quem era a outra. A garotinha me fitava, assustada e chorando, quando eu a abracei. Queria protegê-la a qualquer custo, mas nessa situação, eu me sentia completamente inútil. Ela se encolhe ao ouvir algo de vidro quebrar. Eu queria fazer aquilo tudo parar.

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 Acordo, quase caindo da cama. Se aquele outro sonho me perturbava, esse conseguiu a proeza de fazer isso em dobro. Aquilo não parecia tanto com um sonho, como aquele que eu costumava ter, parecia muito mais como...algo que já tinha acontecido. Uma lembrança que eu esqueci. Mas...Se aquela garota era a Rin...O que ela estava fazendo ali? Huh...Eu só sei de uma coisa, e agora é oficial: Eu preciso achar o álbum de fotos.

 Vou me arrumar, e, aproveitando que o bêbado ainda dormia, tomo café e me arrumo rápido. Saio de casa, encarando o vento frio da manhã. Enquanto fechava o portão, senti alguém me observar. Guardo a chave dentro da mochila e olho quem é.

 Rin. O que ela fazia por aqui?

 Sorrio e aceno pra ela, encostando no portão de casa para a esperar. Ela vem até mim em passos rápidos.

- B-Bom dia... – Ela diz, aparentemente sem-graça.
 Controlo minha vontade de rir. Ela era realmente muito fofa.

- Bom dia. Não sabia que morava por aqui.

- E não moro...Esqueci o cartão de passe ontem no ônibus, e vou ter que andar pro colégio por um tempo, até resolver isso...

 Decido brincar um pouco.

- Entendo...Então foi por causa do ônibus que você saiu correndo ontem, achei que não queria falar comigo.

- N-Não, e-eu realmente queria me despedir de você! – Ela disse, mexendo as mãos nervosamente.

Rio do nervosismo dela. Ela era realmente inocente pra não entender que aquilo foi uma brincadeira.

- Calma, eu estava brincando.

- N-Não brinque assim. – Ela disse, inflando as bochechas.

 Ok, admito. Dessa vez tive que me controlar muito pra não apertar as bochechas dela.

- Certo, certo.

 Ouço um barulho vindo de dentro de casa, meu pai provavelmente viu que era de manha e eu já tinha saído, ficando nervoso. Eu geralmente não me importaria, mas Rin estava comigo, e eu sabia que logo ele teria a idéia infeliz de sair e ver se eu ainda estava na rua. Não queria que ela o visse, nem que ele visse ela. Não saberia a reação do meu pai depois de ontem, mas não espero nada de bom vindo dele. Quando percebi que Rin olhou pra minha casa, peguei ela pela mão e a puxei, andando em passos rápidos, mas devagar o suficiente pra ela não pensar que estávamos fugindo de algo.

- Vamos, ou iremos nos atrasar. – eu disse

 Sinto ela apertar a minha mão. Droga, ela devia ter percebido que eu estava nervoso. Assim que viramos a rua relaxo um pouco. Eu precisava de uma desculpa agora.

- Desculpe por isso – eu disse - É que tive uma briga com o meu pai ontem.

 Uma briga que por acaso terminou com o meu canivete atravessando a mão dele. Não que eu me importasse com isso.

 Ela pareceu relaxar também.

- Não precisa se desculpar, eu entendo...

 Paro e penso um pouco. Se ela era mesmo a garota do sonho, a que eu conheci anos atrás, ela devia lembrar, não é...?

- Ei Rin...- Me forço a começar

- Sim?

- ... - Olho para o outro lado – Sabe... Nós nos conhecemos de algum lugar? Eu tenho certeza que já te vi antes de entrar nesse colégio.

 Ela pareceu meio chocada. Me pergunto se disse algo que não devia. Mas...Eu precisava perguntar, depois daquele sonho.

- Eu também tenho certeza que já te vi antes, mas não me lembro onde.

 Olho pra ela. Eu queria falar sobre o sonho que eu tive, os dois na verdade. Mas não podia. Como raios eu ia falar isso pra ela? Nós nos conhecemos ontem!

- Nee...Se tiver mais alguma coisa pra mim, pode dizer, não se preocupe...

... E mesmo tendo nos conhecido ontem, ela parece me conhecer tão bem.

- Não, esqueça. Não é importante. – Eu digo olhando pra frente, resistindo a tentação de falar.

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Chegamos no colégio, ainda sem soltar as mãos. As pessoas nos olhavam, mas não estava nem ai. Quer dizer, até sentir Rin afrouxar a mão.

- Algum problema? – Eu disse, olhando pra ela.

- Não...Eu só... – Ela suspira – Vão começar a comentar sobre você se continuar andando comigo. E não vai ser sobre coisas boas.

 Apertei a mão dela mais firmemente, mas não ao ponto de machucá-la. Eu queria que aquelas pessoas explodissem, elas não tinham nada a ver com isso.

– E daí? O que eles pensam não me importa. Já te falei que não gosto desse tipo de gente imbecil.

 Ela fica em silêncio por algum segundos, estática. Mas logo entrelaça os dedos com os meus e sorri. Ah, deus. Sinto meu rosto esquentar e olho para o outro lado. Só ela conseguia fazer eu me sentir assim.

 Eu conseguia escutar os comentários das pessoas, mas quando olho pra Rin, ela parecia não se importar mais. Sorrio, e continuo a andar junto com ela. Se ela não se importava, muito menos eu.

 O sinal toca, e nós vamos pra sala, nos sentando nos mesmos lugares de ontem. O professor entra na sala, e passa um trabalho em dupla pra semana que vem. Anoto o que teríamos que fazer. Não demorou muito pra uma daquelas irritantes vir me encher, pedindo pra fazer o trabalho com ela.

- Não, eu vou fazer com a Rin. – Eu digo, e olho pra ela – Claro que, só se ela quiser.

 Ela cora. Tomo isso como um sim, e sorrio.

- Não sei o que você vê nessa estranha...- Ela começou a dizer, mas eu a interrompi. Eu não a deixaria dizer nada sobre a minha Rin, assim, na minha frente.

- Muita coisa que nenhuma de vocês tem.

 E a sala fica em silêncio. A menina praguejava enquanto se virou pra falar com as outras, e o resto da turma me olhava com perplexidade. O que aqueles idiotas tinham?

 Pego a mão de Rin, sem me importar com o resto. Olho pra ela pelo canto do olho e noto ela fitando a carteira, parecendo um pimentão. Controlo novamente a vontade de apertá-la.

 No intervalo apenas a observei desenhar, como ontem. Ela ficava tão bonitinha quando estava concentrada ~. Na saída, andamos juntos pra casa conversando, já que ela havia perdido o cartão de passe.

- Quanto ao trabalho...Onde vamos fazer?

- Eu não tenho idéia.

 Pensei em sugerir na casa dela, mas se ela falasse que não, ia perguntar porque não na minha. E lá é que não ia ser. Penso um pouco.

– Podemos fazer na biblioteca que tem perto do colégio – Eu disse – Podemos fazer lá amanhã.

- Por mim tudo bem. Mas...O que é mesmo pra fazer no trabalho?  Eu não prestei atenção.

 Levanto uma sobrancelha.

– No que estava pensando quando o professor estava explicando?

– Er...eu...bem, quer dizer...- Ela se embolava nas palavras, provavelmente inventando uma desculpa

– Tudo bem, eu não estou te culpando de nada – Eu disse, rindo um pouco da reação dela – Amanhã eu te explico, de qualquer jeito.

 Continuamos conversando, e quando Rin notou que havíamos passado da minha casa, pediu desculpas. Eu não me importei, já planejava levar ela pra casa, dando a desculpa que era perigoso uma garota distraída como ela andar sozinha por ai. O que eu queria mesmo era passar mais um tempo com ela, mas pelo visto, minha desculpa colou graças a distração dela na hora que o professor passou o trabalho. Nos despedimos no portão e esperei ela entrar em casa para ir para a minha. Quando cheguei meu pai não estava lá. Procurei em toda casa algum álbum antigo, revirei todas as coisas velhas, mas não achei nenhum. Onde quer que o velho o tenha escondido, o escondeu muito bem. Bufo irritado enquanto vou para o meu quarto, e me jogo na cama, tirando os sapatos que caíram em algum canto. Olho para o teto branco enquanto eu pensava no sonho que eu havia tido.

Eu tinha certeza que era a Rin, e tinha certeza que aquilo não tinha sido só um sonho. A pergunta era:

Por que ela estava ali, na briga de meus pais?



~~Continua~~


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Notas finais do capítulo

Vocês estão comentando muito rápido, então...
CINCO REVIEWS PARA O PRÓXIMO CAP
*le tijoladas em mim*
Vamos lá, eu sei que vocês conseguem