Eu e Rin saímos das ala de mãos dadas. Não sabíamos o que iria acontecer agora. Mas de uma coisa eu tinha certeza: Ele não estava me procurando. Porque me procuraria?

 Quando terminamos de descer a escada vejo-o discutindo com alguém na secretaria. Escutei toda a conversa, com minha audição apurada.

- VOCÊS SÓ PRECISAM ME DIZER SE UMA PORRA DE UMA GAROTA CHAMADA RIN ESTUDA AQUI!

- SENHOR, NÃO PODEMOS REVELAR INFORMAÇÕES DOS ALUNOS!

Meu pai bate na mesa. Os alunos estavam olhando, alguns para lá e outros para nós. Ou melhor, para Rin.

- ELA É MINHA FILHA!

 Dei graças a deus do resto desse colégio nunca ter visto meu pai antes, e saber que era ele. Mas esse bando de miseráveis olhando pra minha Rin com essa cara debochada, me deixava mais irritado do que qualquer outra coisa. Ela apertava a minha mão por causa do medo, e eu disfarçadamente levei-a até a saída do colégio.

- O que faremos agora? – Ela perguntou baixo – Minha mãe pode já estar sabendo que ele nos viu, ele pode ter ligado pra ela...

- Pouco provável, ele sequer sabe onde está as panelas da casa sem mim lá, imagine uma agenda telefônica de anos atrás.

 Rin riu. Yeah, eu tenho um ponto. Consegui fazê-la rir numa situação dessas.

- Se você diz, podemos ficar mais um tempo lá. Mas vir pra escola vai ser um problema...Ele pode nos achar, se procurar por você...

 Dei um sorriso de canto.

- Não precisamos vir.

- Está louco? Minha mãe vai nos ver!

- Calma – Eu disse, afastando uma mecha de cabelo do rosto dela – Não precisamos ficar na sua casa no horário da aula, podemos ficar em qualquer outro lugar, como uma livraria...

 Rin torceu o nariz, e eu lembrei do dia da biblioteca e entendi o que ela havia pensado.

- Tudo bem – eu disse, rindo um pouco – Uma livraria não é a melhor das idéias, mas podemos ir pra outro lugar.

- Certo...Por mim tudo bem.

 Dei um selinho nela, e fomos até a sua casa, como sempre.

 Por alguma razão, acho que amanhã vai ser um longo dia...