Everything About You. escrita por Letícia Aguiar


Capítulo 5
Vingança e um armário


Notas iniciais do capítulo

Heey! Quero agradecer a cada pessoa que leu/gostou da fanfic! Estou realmente muito feliz ~.~ Quero dedicar esse capitulo à
Daniela Potter, aquela fofa *-* Espero que gostem :)



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-Argh!

Era a voz de Marlene. Era mais de três horas da manhã, e vários pensamentos sobre o que acontecera entre eu e James ainda martelavam minha mente não me deixando dormir. Fiquei imóvel para ouvir a conversa.

-Quieta! Evans...?

Era a voz de Maria. Não respondi, mas emiti um longo ronco.

-Está dormindo. Agora sim, me conte o que aconteceu!E fale baixo! – falou Maria nervosa.

-Dane-se a Lily! Olha, senta ou você cai...

As molas do colchão de Marlene rangeram.

-Shiu! – sussurrou Maria.

Marlene resmungou. Vi que apenas Maria havia sentado, e Marlene rondava preocupada o quarto. Tinha o pressentimento que tinha dedo do James ai.

-Sirius – ela falou amargurada – Ele terminou comigo!

Arregalei os olhos. Mas... O quê?

Esperei ela falar mais. Só ouvi uma exclamação se horror de Maria. Mas havia outra coisa mais estranha. Marlene apenas parecia ter pedido um brinquedo que tinha de sobra. Não faria falta. Mas todo esse tempo que estive ao seu lado como amiga, ela doaria um rim para Sirius.

-E ai? – murmurou Maria, olhando para os lados – O que você vai fazer?

-Não tenho um plano ainda – ela confessou olhando para o chão.

Suspirei. Ela olhou friamente pra minha cama. Ainda bem que estava coberta pela cortina, ou realmente seria um baita estrago ela perceber que eu estava escutando-a.

-Vamos dormir – ela disse ainda encarando minha cama.

As duas se vestiram e foram dormir.

Demorei ainda muito tempo para dormir. Agora, além de ficar me lembrando daquele momento com James, eu ainda pensava no que havia acontecido entre Sirius e Marlene.

Dormi apenas 4 horas, acordei um caco. As garotas ainda estavam dormindo. Coloquei a roupa rápido. Apertei bem a gravata dourada e vermelha, distraída. Soltei um gemido sem querer, mas elas nem notaram. Pensei em colocar maquiagem. Mas deixei pra lá. Precisava urgentemente falar com James. E até com Lizzie. Apenas coloquei meu bracelete de prata favorito (que tinha forma de raízes de planta) e sai de fininho do quarto.

No salão comunal, só havia três estudantes do terceiro ano quase dormindo tentando estudar poções.  Me lembrei de Snape. Fazia bastante tempo que eu não falava com ele. Nem ao mesmo eu pensava com ele. Eu estava preocupada com outra pessoa agora.

Resmunguei quando vi Peter descer desajeitadamente as escadas. Segurei o braço dele antes que ele fosse atacar algumas empadinhas perdidas em um sofá.

-James está lá em cima? – perguntei séria.

Ele arregalou seus pequenos olhos de ratinho para mim. Corou Barbaramente e sussurrou:

-Tá lá em cima, falando com o Sirius.

Agradeci e deixei-o atacar as empadinhas. Subi correndo as escadas do dormitório masculino. Ouvi as vozes de James e Sirius, e para minha alegria, ele não estava brigando. Fiquei escondida ouvindo eles comentarem:

-Então... – suspirou James – Você terminou com ela? Na frente de todo mundo?

-Sim – Sirius confirmou, com um tom de arrogância irritante na voz – Ela é muito... tensa! Ela simplesmente não para quieta um minuto!  Ainda mais em aula, quase perdemos 10 pontos para a Grifinória na aula de Transfiguração ontem...

Silencio.

-Tem alguém aqui – anunciou James.

Sai correndo aos tropeços. Ok, não foi minha melhor ideia. Sirius logo veio atrás de mim. Me sentei desconfortável ao lado de Peter (e suas empadinhas) em frente a lareira.

-Evans – Sirius falou atrás de mim, segurando meu ombro – Preciso falar com você.

Me fiz de ingênua e me levantei de um pulo. Apontei para um canto do salão comunal, e fomo para lá. Olhei para os lados, mas James não estava ali.

-Você já deve ter ouvido falar que eu... e Marlene... não estamos mais namorando.

Fiz que sim com a cabeça. A distancia entre eu e ele era de dois metros, mas mesmo assim, eu estava desconfortável, e ainda procurar James.

-Sim, eu ouvi falar – concordei encarando-o impaciente.

-Mas antes que você se ache a maravilhosa do pedaço e que foi tudo um plano do Pontas ela já estava me enchendo o saco.

Olhei para o lado com esperança de ver James. E, graças a Merlin, lá estava ele, descendo as escadas rapidamente. Sirius se virou um tanto decepcionado, como se não tivesse mais chocolate naquela caixa de bombom maravilhosa.

-Lily! E... Sirius.

-Oi, James – falei tentando parecer animada.

-Posso roubar ela de você, Sirius?

-Ela não é minha propriedade... – resmungou Sirius coçando a cabeça, parecendo pensativo.

-Preciso falar com você – falei com urgência interrompendo Sirius olhando para James.

-Ah sim – James suspirou – Já imagino sobre o que é.

Como se apenas agora eu havia acordado, as lembranças da ultima noite brincaram de pega-pega com meu estomago. Eu não tenho borboletas no estomago. Tenho pterodátilos revoltos voando loucamente no estomago.

-Pode ser... Em particular? – perguntei encarando timidamente Sirius.

-Ah... Podemos conversar a caminho da aula de Herbologia, se quiser.

Concordei com a cabeça, passei constrangida por Sirius e fui para o dormitório feminino pegar os livros. James me esperou (não precisou ir pegar os livros, mandou Peter ir buscar para ele).

Fomos ao buraco do retrato. James disse ‘primeiro as damas’. Passei primeiro refletindo se aquilo foi uma desculpa par ame ver de trás ou só estava sendo aquele cavaleiro que eu havia visto na noite passada.

-Então... James, você falou alguma coisa da Marlene para Sirius?

James pareceu distraído demais com um vitral velho, mas então sacudiu a cabeça e respondeu:

-Não tive nada a ver com isso.

-Essa não era a distração para que nós ficássemos... – minha voz falhou. Revirei os olhos e olhei constrangida para ele – sozinhos?

-Ah, não – ele respondeu imediatamente.

Revirei os olhos de novo. Segurei firme os livros contra meu peito. James mal olhava para mim.

-Você quer ajuda com sua... amiguinha?

-Que amiguinha? – perguntei ingenuamente.

-Maria – ele respondeu observando o teto – Já tenho um plano.

Quando olhei pra ele, ele sorriu. Aquele sorriso que eu já conhecia e geralmente desprezava.

Quando ele me contou o plano, fiquei um pouco espantada. Ele tinha falado da ideia de pregar uma peça nela, mas agora, as consequências poderiam ser maiores. Ele sorriu para mim enquanto eu tentava entender como ele pensava coisas assim e quase sempre escapava de castigos.

-Aceita, então? Realmente? – ele perguntou cocando o queixo com a varinha.

Encarei-o por alguns segundos. A aula estava realmente chata, e ele praticamente estava sentado numa boa, empinando a cadeira. Sua gravata estava jogada de qualquer jeito pro lado. O professor nem ao menos reparava o quanto ele estava distraído.

-Aceito – respondi.

Ele parou de empinar a cadeira. Me encarou com aquele ar de riso que me dá vontade de socar a cara dele. Mas eu já estava decidida. Eu iria me vingar.

-Chama ela hoje à noite, ok? Diz que quer encontrar ela às oito horas para conversar no salão comunal amanhã.

-Mas como você vai arranjar a s...?

-Shhhh! – ele sussurrou aproximando aquele grande rosto perto do meu, preocupado. Ele apontava para o professor, que estava fazendo a chamada.

-Lily Evans - o professor resmungou coçando sua barbicha estranha.

-Presente – resmunguei em resposta.

-James Potter?

-Presente – resmungou James empinando novamente a cadeira.

O professor nos encarou com um olhar como se estivesse pensando ‘mas o que diabos os dois estão fazendo juntos?’ enquanto James olhava preocupado para mim. Mas, ainda bem, o professor continuou a chamada.

-Deixa comigo – James falou coçando a cabeça e depois arrumando os óculos no rosto.

Chamei Maria em um canto (ela resmungou MUITO e deixou a varinha empunhada para mim) para tentar conversar.

-Preciso falar com você. Mas não aqui. Amanhã, ás oito horas da manhã, ok?

Ela me olhou de cima a baixo com aqueles olhos saltados e cara de que acabara de ser insultada.

-OK – ela falou abaixando a varinha e indo embora – Você não tem truques mesmo.

Corri para o salão comunal (ela estava indo para o banheiro feminino) e logo James percebeu que eu estava ali. Eu já ia falar com ele, quando ele me avisou com o olhar (ah, aqueles olhos lindos...) para eu ficar exatamente onde eu estava. Não entendi o porquê, não havia ninguém além dos marotos e dois estudantes lendo jornal. Ele desenhou com a boca: ‘conseguiu?’

OK, OK, confesso que fiquei meio segundo meio zonza. Mas assenti. Ele sorriu como se tivesse ganhado na loteria. Cutucou Remus (que estava distraído olhando para a lareira) e falou alguma coisa perto da orelha dele. Peguei meus livros, fiz os temas e fui dormir, impaciente, louca para que o plano logo se completasse.

Ás sete horas da manhã, acordei e percebi que Maria estava roncando normalmente na cama. Escrevi ‘ás oito’ num papel e deixei na escrivaninha dela. Coloquei o uniforme e fui esperar no salão comunal.

Eu não esperava ver James me dando incentivo para continuar com o plano, mas pelo menos eu queria que ele estivesse ali. Mas não. O salão estava deserto. Odeio ficar sozinha.

Esperei no mínimo meia hora, até que Maria surgiu com cara de sono. Ela colocou as mãos na cintura e perguntou rispidamente:

-O que é, Evans?

-Eu sei que você gosta do Potter – joguei na cara dela. Ela me encarou como se eu acabasse de ter dado um soco no nariz dela.

-É mentira! – ela resmungou cruzando os braços e olhando pro tapete furiosa.

-Não é não! Confessa! Você tem medo que eu fique com ele!

Ela agora me encarou com uma fúria assassina nos olhos. Engoli a seco, mas continuei firme, rezando para que James parecesse logo.

-Você – ela disse apontando para meu nariz – não Tem o direito de se meter na minha vida!

Ela me atacou, tentando puxar meu cabelo. Isso, o plano estava dando certo!

Retirei o pacote de foguetes do bolso rápido, enquanto ela ainda tentava bater em mim. Enfiei no bolso da saia dela e empurrei-a para trás.

Finalmente, enxerguei James tentando se esconder atrás do sofá. Tive muita vontade de rir, mas estava mais preocupada com Maria se recuperando do tombo. Assenti com a cabeça para James. Eu não havia percebido, mas ele estava com a varinha na mão.

Então, um barulho ensurdecedor do nada me assustou. Logo depois, a vitória.

A saia de Maria pegava fogo (bem, fogos de artifícios...), enquanto os alunos corriam para assistir o espetáculo, e James saia de trás do sofá admirando sua obra de arte.

Minerva apareceu correndo assustada, dez minutos depois do ‘incidente’. Os alunos só faltavam tirar fotos. Maria gritava MUITO alto, mas nem sinal de Marlene. Então, aconteceu uma coisa que classifico como ‘indecente’.

A saia dela explodiu em chamas. ‘BLOOM’ e deu, lá estava Maria com suas roupas chamuscadas e sua calcinha rosa. Os alunos caíram no chão de tanto rir. Eu nem vi tanta graça, ainda mais quando Minerva encarou eu e James. Mas não era o olhar ‘vocês estão suspensos’. Era o olhar ‘corra para se salvar, eu livro vocês dessa’.

Puxei o pulso de James (ele resistiu um pouco) e corri com ele em meus calcanhares para o primeiro lugar que pensei: o armário de vassouras.

Ok, era um pouco longe. Mas os corredores estavam desertos. Mas ainda se ouvia as risadas da Grifinória. Assim que achei o lugar, empurrei James (que ainda estava rindo docemente) para dentro e me soquei junto.

Estava escuro. Eu só ouvia as risadas dele e minha respiração arfante.

-James? – chamei tentando encontrar ele na escuridão: o lugar era muito apertado, mas eu só sabia onde estavam os pés dele.

-O que? – ele perguntou ao meio de uma risada.

-Para de rir, bobão. E ilumina isso aqui, pelo amor de Merlin, não estou enxergando nada.

-Lumos!

A varinha de James iluminou um pouco o armário empoeirado. Procurei minha varinha, e a encontrei quando (finalmente) James parou de rir.

-Nem foi tão engraçado – resmunguei, mesmo tentando não rir.

-Ah, Lily – ele falou abrindo um sorriso e tentando arrumar o cabelo com a mão esquerda – A gente conseguiu. Vai, dá um sorrisinho, vai.

Olhei pro meu sapato como se fosse uma coisa muito interessante. Um silencio constrangedor durou por alguns longos segundos.

-Uhun – resmunguei tentando sorrir, mas ao mesmo tempo tentando não parecer oferecida.

-Lily! – ele falou com urgência.

-O que? – falei finalmente olhando para ele enquanto eu tentava fazer um coque.

-Seu sorriso é lindo, mas quase nunca você o mostra...

Eu corei um pouco e desviei o olhar dele.

-Para de me elogiar, Potter. Eu te conheço muito bem.

-Hum.

Outro silencio constrangedor. Agora ouvimos passos de pessoas andando rapidamente pelo armário. Pensei em Maria pegando fogo. Não fora a melhor coisa que eu já havia feito.

-Alguém viu James Potter e Lily Evans?

Arregalei os olhos e engoli a seco. James fez a mesma coisa, mas grudou a cabeça na porta como se estivesse... bem, animado. Era Dumbledore!

-Mas como assim... – sussurrei tentando entender o que estavam gritando.

-Agora vamos ter que ficar um tempinho aqui – anunciou James.

Suspirei revirando os olhos e me sentando (ou melhor, amassando) no chão. James demorou para me imitar, provavelmente porque estava tentando ouvir melhor o que estavam falando.

-Olha, se nós formos culpados – ele começou sério a falar brincando com a varinha – eu assumo toda culpa ok? Sem problemas.

Encarei-o por baixo da minha franja, que não dei atenção. Eu não sabia se achava ele tomar o castigo por mim uma prova de... sei lá, amor? Bem... O fato era que eu não sabia o que fazer. Eu poderia falar ‘obrigada! Vamos nos casar então!’ ou ‘seu idiota, não tente ser o machão da área’. Eu tive vontade de rir quando pensei nas possibilidades.

Eu devo ter ficados uns três minutos pensando na vida, mas despertei quando James tirou aquela franja do meu rosto e prendeu-a atrás da minha orelha. Odeio confessar isso, mas minha nuca arrepiou e garanto minhas bochechas estavam a ponto de explodir.

-Nox – ele murmurou, e ficamos meio no escuro. Ele havia aberto uma fresta na porta para ter o mínimo de luz.

Ele parou de arrumar minha franja quando eu ia abrir a boca para falar. Mas não imiti som algum. Nervosismo? Talvez. Uma dose de timidez excessiva? Pode crer. Vontade de abraça-lo? Maior do que nunca.

Ele murmurou algo para a varinha, e como um mágico amigo do meu pai (mais tarde descobri que ele era realmente um bruxo) fez com que uma rosa aparecesse na ponta de sua varinha. Saiu primeiro as pétalas, e depois o caule. Enquanto a rosa ainda estava presa a varinha dele, ele me ofereceu-a. Dei um sorriso tremido, acenei com a varinha e fiz com que a rosa se tornasse prata. Mas às vezes, ela tinha para uma cor meio dourada, meio laranja.

Ele resmungou algo como ‘truque esperto’ e sacudiu a varinha, fazendo com que a rosa caísse no meu colo. Ele não era do tipo mais romântico do mundo, mas era fofo, do seu jeito.

Peguei a rosa. Observei-a por um tempo. Ouvi passos muito perto do armário, e o medo de ser pega com James praticamente colado em mim fez meu estomago dançar.

Ele se levantou um pouco desajeitado. Ofereceu a mão para que eu pudesse me levantar mais depressa.  E então, completando mais uma dança, meu estomago quase tropeçou. Nós estávamos tão pertos que eu poderia contar quantos fios de cabelo ele tinha. Meu nariz bateu nos óculos dele. Eu sei, eu deveria estar acostumada com aquela sensação. Mas acho que sempre será uma surpresa.

-Erm... – resmunguei. Eu não estava brava, mas era constrangedor a gente tão perto em um lugar apertado enquanto ele segurava minha mão e sorria.

Nossos lábios quase se tocaram. Aquela parte de mim que eu não sabia se queria seguir gritava ‘Afaste-se dele! Agora!                ‘, e eu acho que poderia chama-la de passado. Ou Snape. Bem, eu não tinha tempo para dar nome a minha consciência.

Agora, vamos à parte em que sempre vai acontecer alguma coisa para atrapalhar.

A porta se abriu. James me largou instintivamente. Eu ainda estava meio zonza no momento quando reconheci a figura que havia aberto a porta: Lizzie Swift. Ela corou extremamente quando percebeu que estava ATRAPALHANDO E MUITO.

-Erm... Desculpa... Estou atrapalhando algo?

Eu sinceramente queria berrar ‘OBVIO’ mas eu não consigo ficar brava com Lizzie. Ela é muito inocente, e ela deveria estar apenas tentando nos ajudar de escapar de uma fria.

-Realmente? Um pouquinho... – suspirou James – Mas fala... Porque você está aqui?

-Estão procurando vocês por todos os lugares – ela anunciou nervosa – Vamos, preciso esconder vocês dois.

-Mas como assim esconder? – perguntei no mesmo momento em que ela obrigava eu e James a sair do armário e correr, apertando com forças nossos pulsos.

-Vocês estão um pouco... ‘encrencádôs’.


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