Império Romano; escrita por Lisa Heartfilia Dragneel


Capítulo 2
Ninha: Diretora com cobras na perna.




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Um ano. Simplesmente Ninha acordou querendo dormir. Completara um ano desde que sua mãe fora seqüestrada por um monstro estranho no mar. Dede então, deixou sua casa e foi morar em um orfanato. Na sua porta, alguém já gritava. Sua melhor amiga. Na verdade, a garota aparentava ter seus dez anos de idade, dois mais novos que Ninha, mas as duas pareciam irmãs. Loiras, de olhos claros. A diferencia se notava pela cor de cada uma. Dyana com olhos azuis claros, quase transparentes e Ninha com olhos verdes, como um mar em revolta. Dyana não parecia bem, o que fazia a garota de olhos verdes se preocuparem. Por mais que as duas brigassem demais, sempre tiveram os mesmos gostos, e acabaram criando um grande laço de amizade.


– Ninha, a diretora quer te ver hoje – seu rosto era duro como uma pedra – eu não acho que seja uma boa idéia sabe;

– Pare com seu medo da diretora – sorriu Ninha, como uma criança – ela não é tão má assim. Que horas é a reunião?

– Daqui uma hora. Depois do almoço.


Ninha se virou para trás em seu quarto e olhou seu relógio de concha. Muitos de seus pertences antigos ficavam lá. Tirou seu pijama correndo, colocando a roupa normal do orfanato. As roupas sempre eram quentes. O orfanato se localizava em Copacabana, uma das cidades mais famosas do rio. Mas nem sempre Ninha fora de lá. É nascida de Florianópolis, não é a toa que recebeu os cabelos loiros da mãe, mas já morou na Bahia, Fernando de Noronha. Sempre se mudou de colégio com sua mãe, na verdade, a mulher era uma bióloga marinha, e sempre se interessou muito pelo oceano, talvez, seja por isso que Ninha também gostou demais destes lugares que morou. Antes de sua mãe sumir, era uma garota quase feliz, sempre andando a cavalo, e praticando Surf. O que rendeu um troféu como campeã mirin de Floripa, aos seus oito anos de idade. Mesmo que vários monstros – que diziam ser de sua imaginação – atacassem e tivessem que mudar de meio em meio anos dos colégios,era razoavelmente uma garota feliz. “você ainda será uma heroína Ninha” Sua mãe repetia varias vezes.

Um arrepio subiu de seu corpo ao lembrar da mãe. Não porque fazia exatamente um ano depois do incidente. Ou porque sentia falta dela. Mas alguma coisa na frase que se lembrou a tocou de forma incrível. Como se realmente, Ninha fosse fazer algo importante. Seus olhos para o relógio foram quebrados pelas mãos de Dyana, com uma cara de dúvida complexa. Como as de Ninha nas aulas de literatura. Quando não conseguia ler nada, já que sua dislexia fazia com que as letras dançassem “ragatanga” em sua vista em vez de ficarem paradas para a coitada ler.


– Ninha? – a garota perguntou meio tensa.

– ah, é a diretora. – olhou para o relógio e notou o horário – porque não fui acordada para o café da manhã?

– A diretora pediu.


Por mais que a menina tivesse somente doze anos, Ninha pensava bem melhor que a maioria das crianças, quase sendo uma super nerd. Assim que fez sua higiene matinal colocou seu pertence de maior valor. Um anel duplo de ouro branco, em formato de hipocampo – que sempre rendeu perguntas, já que nunca teve bem, um valor simbólico de existência – e desceu as escadas, indo ao refeitório.

As duas meninas se sentaram na mesa mais próxima a sala que dava para as piscinas. De almoço? Peixe. Ninha não era muito chegada em comer qualquer coisa que viesse do mar, então somente comeu o arroz e a gororoba que disseram ser purê de batatas, por mais que desconfiasse de ser algum tipo de alimento não reconhecido no mundo ainda. Uma hora em ponto. A diretora entrou no refeitório parando perto da mesa das duas loiras.


– Ninha querida. – ela sorriu, um tom amarelado que chegava a dar nojo. – vamos a nossa aula particular.

– Diretora, eu.. – Dyana começou a falar mas a mulher deu uma olhada nervosa para ela que fez a Nuca de Ninha se arrepiar.

– Você fica.


Assim que as duas estavam se afastando, Dyana chamou Ninha, a fazendo olhar.


– Qualquer problema, use o anel. – Ninha não entendeu bem.

– Não ligue para ela, florzinha – a diretora se virou entrando na área da piscina.


O local era o mesmo. Uma piscina olímpica e uma pequena, com rede para jogos, a luz estava razoavelmente clara, mas o clima parecia mais tenso. Ninha fechara sua mão no anel, alguma coisa ecoava em sua mente, alguém alertando o perigo. “É só a Diretora, Ninha. Se acalme!” sua mente ainda ecoava as palavras. A diretora chamou – mais para ordenou – a garota a se sentar em um dos bancos que se localizavam na ponta.


– vou ser bem rápida Ninha, você é filha do Mar? – a garota fez uma cara de quê – estou falando com você.

– não sei do que está falando. – Ninha tentou se manter firme, mas estava treinando.


A mulher bufou. E segurou Ninha pela gola da roupa. A erguendo do chão com facilidade. Para uma velha, ela era bem forte.


– Desta forma vou ter que testar por mim mesma. – sorriu com maldade – sabe nadar?


A diretora simplesmente enfiou sua mão erguida com a menina loira e a jogou na água, sem deixar a menina respirar. Ninha se sentiu afundava e começou a se debater, tentando voltar a superfície, mas as mãos da mulher não deixava. Aos poucos Ninha foi perdendo o ar, vendo bolhas subirem até que todo oxigênio se desfez. “agora é minha deixa, morrer como minha mãe” pensou. Assim que seu corpo se desesperou e engoliu água seus olhos se arregalaram. Ela não estava se afogando. Estava respirando em baixo d’água. A mulher acima dela não pareci mais a diretora, parecia alguém maligno.

A cabeça de Ninha começou a raciocinar rapidamente, ela simplesmente fechou os olhos, se fingindo de morta e então pressionou o anel, se lembrando do que Dyana havia lhe dito. Então em sua mão não estava mais o anel, mas sim uma espada. No mesmo instante ergueu na mão da mulher a cortando e fazendo-a soltar. Ela voltou a água, percebendo que era melhor ter ficado lá.


– você tem cobras na perna – disse, sem mais nada de inteligente para falar.


Ninha percebera que sua diretora agora perdia as pernas e virara uma coisa. Ela conhecia o nome daquilo. A consciência dela sussurrou “Dracaenae”. Ela conhecia aquela lenda, mitologia. Uma mulher guerreira, com duas cobras na perna.

Olhou para sua espada, seu ex anel, e então percebeu que seria fácil usa-lo. Correu na direção da mulher, que tinha uma lança em suas mãos. Os dois artefatos se tocaram, em um momento de luta. Aquele som ecoava por toda a piscina. Ninha era pequena demais para aquela mulher e então começou a ser levada com força para uma das quinas do recinto. Tudo ainda estava calmo. Se defendendo com a espada, atacando, até que a lança fez um grande corte no rosto de Ninha. Isso foi o suficiente. Ninha fechou os olhos com a ardência. Mal viu, mas a lança agora estava em seu pescoço.


– A mestra te queria viva. – a Monstra parecia triste – mas te levarei morta mesmo, você é muito encrenqueira. Tem algo a me dizer?


Os olhos da ninha brilharam de raiva e um sorriso se alargou, ela não sabia o porque, mas sabia o que fazer.


– sim. Me cansei de você.


Só deu tempo da Dracaenae rir. Um grande barulho ocorreu atrás dela e simplesmente a água da piscina a engoliu, e depois, a jogou contra a parede. Ninha correu em direção a mulher-cobra antes que ela se levantasse e Colocou sua espada na garganta dela.


– Do que estava rindo mesmo? – sorriu cravando a espada de uma vez. A mulher se desfez em um pó dourado. Algo que Ninha já se acostumara. Por mais que, sempre achara que era sua imaginação.


Algumas pessoas ouviram o barulho e entraram no local. Toda a piscina estava destruída. Dyana parecia assustada, mas correu segurando as mãos de Ninha.


– Precisamos ir, agora!


As duas começaram a correr, mas dava para ouvir os alunos falando. “Ela destruiu a piscina”, “a garota vai ser expulsa” ou “a polícia vai prende-la”. Ninha já estava acostumada com isso, a novidade era que agora, ela estava sendo expulsa de um orfanato. Se é que isso era possível.


– Tem como você me explicar? – Ninha falou assim que as duas entraram em um ônibus.

– Chegando ao acampamento meio sangue, Quíron te explica tudo.

– Quíron? – A garota da água olhou – O centauro.. aquele..

– Ele mesmo.

– Você está com problemas, né? Aliás, onde fica este acampamento?

– Minas Gerais. A fazenda Café’s Olimpics.

– Do café famoso?

– Este mesmo.

– Ok, nada mais parece estranho para mim.


O ônibus começou sua viagem. De Rio de Janeiro para Minas Gerais. Ninha ficou olhando seu anel por um longo tempo. Quando se tornara uma espada , adquiriu uma outra cor. Alguma coisa estranha. Mas algo confortador, Dyana parecia entender seus pensamentos.


– Era Oricalco. – sorriu - presente de seu pai.

– Meu pai? – a palavra Pai chocou a garota.

– Sim.

– Quem é meu pai? – olhou para Dyana – e quem é você?



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Notas finais do capítulo

É fácil de perceber, quem será o Pai de Ninha? Mas, como será que ela aceitara a noticia?
No próximo capitulo, Lola.



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