Grissom estava em seu escritório. Havia ficado depois do turno, como sempre. Lia alguns livros de entomologia quando foi interrompido por Brass, que batia na porta:

- Posso entrar Gil? – Pergunta o Capitão.

- Claro Jim. – Responde, sem tirar os olhos do livro.

 - Temos um chamado. Ecklie quer você e sua equipe no local do crime.

- Estou indo.  Disse fechando o livro e pegando seu casaco.

- Vamos então. – Disse Jim, fechando a porta do escritório do supervisor.

Mal sabiam que a cena que veriam horas depois seria difícil de apagar de suas mentes.

Grissom e Brass chegaram meia hora depois até a cena do crime. Era uma escola de ensino fundamental e médio, particular. Passaram a faixa amarela e logo encontraram Nick e Warrick, tirando algumas fotos da cena, que impressionava mesmo as pessoas que estavam acostumadas.  A menina estava pendurada pelo pescoço no local de hastear a bandeira. Estava com o uniforme do colégio e parecia não ter mais de 15 anos.

- Oi Grissom. – Disse Nick.

- Oi Nick. Já sabem o nome dela?

- Claro. Seu nome é Gabriella Bowen e era filha da coordenadora. Tinha 15 anos. – disse, com uma voz triste.

- Já interrogaram os alunos? – Perguntou Gil.

- Sara e Greg estão cuidando disso. Não vai ser difícil, pois a escola é pequena e não tem muitos alunos.

- Já avisaram a mãe?

- Catherine já fez isso.

- Alguém tinha algo contra ela?

- Bom. Ela não era muito querida na escola, segundo alguns colegas de sala. Ela meio quem aproveitava por ser filha da coordenadora e as crianças não gostavam muito disso. Só isso, por enquanto.

Enquanto Nick e Warrick tiravam fotos e coletavam evidências, Dr. Robbins e David desciam o corpo para levar à autópsia.  Ouviram gritos.

- MINHA FILHA! NÃO GABI! POR DEUS! QUEM FO O DESGRAÇADO QUE FEZ ISSO COMA MINHA PRINCESA?

- Calma senhora. – Dizia Warrick, tentando acalmar a mulher, que cada vez gritava mais alto e tentava passar a faixa.

- CALMA? COMO EU POSSO TER CALMA SE MINHA FILHA FOI MORTA? VOCÊ NÃO SABE O QUE É ISSO! EU QUERO VER MINHA GABRIELLA! AGORA!

- Senhora, preciso que coopere conosco. Nós iremos descobrir quem fez isto com sua filha, eu te prometo. – Disse Warrick.

- Tudo bem. – A mulher foi abaixando a voz e sentando na calçada. As lágrimas eram constantes e sua dor era visível. Foi levada ao hospital.

Já no laboratório, Nick e Grissom se preparavam para ir até a sala de autópsia.

- Oi Doutor. – Disse Nick para o médico que estava de costas.

- Ah! Oi Nick. Era com você mesmo que eu queria falar.

- Estou aqui.

- Desculpem a demora. – Disse Grissom entrando na sala.

- Oh! Não. Ainda não começamos. Fique a vontade.

- Diga-me doutor, o que a matou? – Perguntou Gil.

- Bom. Ela não foi estrangulada. Ela foi posta no lugar que a encontraram já morta.  Ela tem uma leve perfuração na cabeça, feito com algo parecido com uma caneta ou algo do tipo. Tem epitélios nas unhas, o que sugere que a garota lutou pela vida. Eu já os colhi e está ali em cima da mesa. – Disse, apontando coma muleta.  – Ela também tem traumas sexuais, ela foi estuprada. E também tem um arranhão na barriga feito com algum objeto pontiagudo. Uma faca talvez. Ela sofria de anorexia. Não havia nada em seu estômago. Essa menina sofreu muito.

- Infelizmente, ela não foi a única que sofreu. – Disse Grissom, olhando fixamente para o cadáver em cima da mesa. Ninguém era capaz de desvendar o que se passava em sua mente naquele momento. Nem tentariam.