Dezembro/1999 ­(seis anos.)

Era uma tarde invernal. Chovia lá fora.

As gotas quê caiam pela janela eram acompanhadas por dois pares de olhos atentos. Dois pares de olhos esmeraldas. Fortes e complexos; tomados de uma pureza sem igual.

Ela sorriu.

O natal de Nova Iorque além de absoluto em sua beleza também era gigante em suas cores.

O céu para a nossa pequena Manuella era repleto de pigmentos contrastantes, singulares e belos. Muito belos,mesmo nos piores temporais ,eram quase como mágicos.

De repente. Um grito,agudo e assustador.

As persianas vibrando-o para fora. Para a aura sutil quê preguiçosamente bagunçava o cabelo ruivo-acobreado da pequena. Ela subiu a escadaria amadeirada depressa, ou talvez o tanto quanto suas perninhas alvas podiam.

O segundo andar fora mudado por simples duas coisas:

Ela sabia disso pois tinha passado correndo e rodopiando por ali a menos de 30 minutos; ela adorava rodopiar pela madeira com suas sapatilhas de sapateado,adorava aquele barulhinho característico.

Mas,agora. Os seus vestidinhos recém engomados por Marie foram jogados ao chão,e a própria se jogou também,entre uma crise incontrolável de choro. Os ofegos se saiam alto,os suspiros,arrebatadores.

A porta do banheiro estava entreaberta ao lado de sua querida.

Os sapatinhos ligeiramente mais leves pela madeira a levaram até lá. Provavelmente Marie não percebera isto, e nem mesmo quê Manuella havia ouvido seu grito,pois continuou o que antes fazia.

O ranger da porta foi mudo. Sua reação também.

De repente,as palavras não traduziam mais suas emoções. Cada momento de horas atrás eram como fios desencapados de nostalgia fria e inalcançável. Cada momento com Bryan Buitléir também.

Seu pai virara nostalgia.