Agradável Ameaça escrita por Very Happy


Capítulo 5
Cap. 5: Sonho


Notas iniciais do capítulo

Gente mais um pra voces. Tlavez so poste outro na semana que vem. Beijossssss =D



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Imponente e bela. Clara e grande. Exagerada e organizada.
Talvez essas sejam as descrições para aquela casa. Ou talvez as descrições para a casa de meus sonhos.

Daniel me guiava por sua casa com estrema facilidade.
Conhecia os diversos e longos corredores que davam para longas escadarias ou corredores inacabáveis. Sentia uma pontada de inveja, admito. Mas acho que é bem mais fácil morar em um lugar com apenas cinco cômodos.

-Aqui é meu quarto.  –disse ele, apontando para uma grande porta de madeira.

Ansiosa girei a maçaneta da mesma e adentrei aquele espaço
claro e cheiroso. Possuía uma grande cama de casal, um closet e uma escrivaninha. Ao centro, um tapete com almofadas e livros espelhados por todo ele. Em cada canto, podíamos observar o jardim, a cidade e a rua através de janelas estratégicas.

-Nada de mais. – ele argumentou.

Encarei-o com um sorriso no canto da boca.

-Nada de mais? Meu quarto possuía uma cama quebrada e guarda-roupa mofado e você diz que isso tudo não é nada de mais? – falei.

-Para mim, não. Estou pensando em colocar mais alguns moveis
por ai... – disse ele, com um tom de sarcasmo na voz.

Ri de sua atitude e comecei a andar pelo mesmo. Cada coisa
em seu devido lugar, perfeitamente organizadas.

-Estou com inveja de você. – confessei.

-Não sei por quê. Queria morar em uma casa igual a sua, onde
a família esta toda reunida e tudo mais.

Olhei para ele e vi que falava sério.

-DANIEL ASLANI, ONDE ESTAVA? JÁ IA... – gritou Medelaine,
adentrando o quarto e percebendo minha presença. – Ou, quem é? – disse, como se nunca tivesse me visto na vida.

Hoje ela estava mais horrenda do que nunca. Usava um vestido
laranja com pregas a cintura e um chapéu ridículo. Senti vontade de vomitar, mas fiquei parada, como se não soubesse o que fazer (e eu sabia, e como sabia...)

-Mãe – falou Daniel, calmamente – esta é Mel Smart, uma
amiga da escola.

Vi um sorriso aparecer no canto da boca daquela pessoa
horrenda.

-Oh, olá querida Mel. É um prazer conhece-la. – ela disse,
aproximando-se de mim e me abraçando, sufocando-me com o cheiro forte de seu perfume de rosas.

-O prazer é todo meu, senhora. – eu argumentei.

-Que graça de menina, Daniel! Seria perfeita...

-Não comece, por favor. – ele suplicou seriamente.

Percebi um clima pesado entre eles. Ela o encarou e depois
voltou-se para mim novamente.

-Esta com fome meu bem? –ela quis saber, sorridente.

-Não, eu... – comecei.

-Bobagem. Daniel, vá se aprontar. Seu pai já vai chegar para
almoçar. Eu cuidarei dela.

-Mas... – ele tentou

-Nada de mais. Vamos querida. – disse ela, passando o braço
por meus ombros.

Ela carregou-me para fora do quarto sem que eu pudesse dizer
uma palavra. No meio do caminho, ela sussurrou em meu ouvido:

-Esta fazendo um ótimo trabalho.

Não para seu rosto nem ao menos sorri. Continuei séria
enquanto ela me arrastava pelo corredor infinito.

Depois de alguns minutos, paramos em frente a mais uma porta
grandiosa, só que branca. Ela girou a maçaneta e me jogou para dentro da mesma.

-Ele cuidara de você. – disse, batendo a porta em meu rosto.

A claridade do meio-dia tomava conta daquela sala branca.
Mesas e cadeiras calculadamente posicionadas estavam espalhadas por aquele espaço. Um closet enorme encontrava-se no fundo da sala. Nas mesas, sombras, blushes, rimeis, tudo para se fazer a mais perfeita das maquiagens.

Loucura era a palavra que resumiria os Aslani. Para que tudo
isso? Estavam maquiando um grupo de dança?

-Mais uma. – ouvi uma voz masculina falar.

Assustada, virei-me e me deparei com aquela belíssima
figura. Sua pele morena contrastava com seus olhos verdes e seus cabelos pretos. Suas roupas eram simples mais bonitas.

-Ah... desculpe, eu não... – comecei, envergonhada.

-Não estava falando de você. – ele disse, sua voz grossa
saindo calmamente por seus lábios carnudos. – Estou falando daquela louca da Medelaine.

Eu não era a única!

-Quem é você? – perguntei.

-Chame-me de Vicentino que eu lhe chamarei de...

-Mel.

-Lindo nome. – ele sorriu. – Bem, o que devo fazer com você?

-Ah... não sei... tenho que me preparar para o almoço.

-Ah, claro, o almoço. O único horário em que o Sr. Aslani
esta em casa. – ele disse, indo até uma das mesas. – Sente-se.

Obedeci e esperei ele ir a outra mesa e voltar com as mãos
cheias.

-Vamos ver: cílios grandes, pele clara e sem cravos...
hum... lábios pequenos? Teremos de destaca-los... bem... é, já sei.

Ele vasculhou nas suas coisas e logo começou a trabalhar com
meu rosto. Sombra, rímel, pó... tudo. Ao final, estava irreconhecível.

-Perfeita. – ele disse, orgulhoso.

-Parabéns. – falei.

Ele sorriu e foi ao closet. Logo voltou com um vestido
simples e azul nos braços.

-Tome. Vou buscar os sapatos.

-E para eu vesti-lo? – perguntei.

-Não, é para calça-lo. – ele zombou.

Fui para trás de uma porta e troquei de roupa. Quando
pronta, olhei-me no espelho e ive vontade de chorar. Estava parecidíssima com minha mãe.

-Lindo! Tome os sapatos. – Vicentino disse, entregando-me os
mesmos.

Enfiei os saltos nos pés e estava mais parecida ainda.

-Maravilhoso! Vamos arrumar seus cabelos. Estou cheios de
ideias para estes cachos!

Mais uma vez sentei-me na cadeira e ele começou a pentear
meus cabelos até desembaraça-los. Depois, separou duas mechas e as juntou com uma presilha de strass atrás de minha cabeça. Ao final, ele separou minha franja e passou uma mão de chapinha nela, para que ela pudesse cair por meu olho direito.

A cada segundo, ficava mais parecida com minha mãe. A
vontade de chorar estava tomando conta de mim...

-Não gostou? – perguntou-me Vicentino. Percebi através do
reflexo do espelho que estava com uma cara horrível.

-Não, gostei sim. E só que... estou parecida com alguém.

-Sua mãe?

Olhei para ele e vi um brilho de quem sabe pelo que estou
passando.

-É.

Ele deu uma risada baixa e continuou com meu cabelo.

-Sempre que me arrumo para ocasiões especiais, lembro-me de
meu pai. Também sinto vontade de chorar.

-Você gostava dele, não é?

-Não, ele era horrível. Fedia a cerveja e dormia nu. Detalhe: ele era extremamente gordo.

Ri dele.

-Mas, como todo filho que perde o pai ou a mãe cedo, sinto
saudades de vez em quando.

-Quando ele...?

-Aos meus seis anos de idade. E sua mãe?

-4 anos.

-Hum... Pois é amiga, vidas difíceis tem final feliz. Ou pelo menos, é o que dizem.

-Acabou? – perguntou Medelaine, escancarando a porta.

-Sim, senhora. – respondeu Vicentino, ajudando-me a
levantar.

-Ótimo. – falou ela, olhando-me de cima abaixo. – Vamos.

-Obrigado. – sussurrei para Vicentino enquanto saia da sala
com Medelaine.


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Notas finais do capítulo

Então?
=D