Mar de Lírios escrita por Jajabarnes


Capítulo 5
Ela gritou por socorro.


Notas iniciais do capítulo

Estava ansiosa para postar esse capítulo, não sei por que kkk
Espero que se divirtam!



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- Nós vamos nesse bote e você, Ripchip, vá no outro com Drinian, Travos e alguns marinheiros. – falei ajudando Susana a entrar no bote. – Rince, você vem conosco. Rince entrou no bote sentando ao lado de um dos remos.

- Hey, vocês estão esquecendo-se de mim! – a voz irritante de nosso tripulante histérico. Encarei-o.

- Você não estava passando mal?! – questionei.

- Estou bem melhor, obrigado por perguntar, mas não fico nesse navio nem por mais uma hora! Vou para terra firme encontrar com o cônsul britânico e exigir que me levem de volta para casa. – explicou novamente aquela ladainha irritante. Rolei os olhos, lancei um olhar para Susana do estilo “Faz alguma coisa, por favor...”, e em resposta ela me devolveu um olhar acanhado, como se pedisse desculpas. Suspirei e ajudei a criança a entrar no bote. – Obrigado. – ele sentou ao lado de Susana e eu segui para o lado de Rince.

Os outros marinheiros desceram os dois botes e Rince e eu remamos rumo a Ilha. Ao chegarmos a Ilha ajudei Susana a sair do bote, Ripichip saltou para o cais.

- Não seria melhor esperar amanhecer? – questionou Eustáquio tentando inutilmente sair do bote.

- Não há honra em dar as costas para uma aventura, rapaz. Venha, me dê a sua mão. – argumentou Rip, estendendo a mão em seguida.

- Eu consigo. – murmurou o menino logo em seguida escorregou e caiu de lado no piso de pedra.

- Ele é mesmo parente de sangue? – perguntei para Susana, ela suspirou e lançou ao primo um olhar de desanimo. Rince me entregou a besta antes de sair do bote.

- Onde está todo mundo? – perguntou Susana, olhando em volta. Ela tinha razão, estava tudo muito quieto. De repente um som alto rompeu o silêncio assustando-nos. Apontei a besta em direção ao som, mas era um sino.

- Rip, você e seus homens ficam, se não voltarmos até o amanhecer, vá nos procurar. – ordenei.

- Sim, majestade. – pude ouvi-lo dizer enquanto subia a rampa com Susana logo atrás de mim. Ela puxou uma flecha da aljava e ajeitou no arco, apontando o mesmo para baixo.

Não havia ninguém nas ruas. Absolutamente ninguém. O silêncio era completo e pesado. Só ouvíamos o som de nossos passos e respirações. Nossos olhares atentos fiscalizavam cada direção. Ouvi um som mais alto vindo de trás, virei a tempo de ver Eustáquio no chão.

- Ah, por favor... Por que você não ficou no cais?! – forcei o máximo a voz para ficar em tom baixo.

- Com aquele rato nojento? – ultrajou-se ele. – Nem pensar! – Susana o ajudou a levantar. Continuamos andando e chegamos a uma enorme porta, na maltratada praça principal, de relance vi o garoto se afastando e espiando pelas brechas das janelas fechadas.

- Espero que evaporem com ele. – resmunguei comigo mesmo, mas Susana ouviu.

- Caspian! – repreendeu sussurrando entre a seriedade e o riso. Ela suspirou. – Gosto da companhia dele tanto quanto você, mas o que podemos fazer?

Abri a boca para responder “jogá-lo de volta ao mar para ele voltar para sua tão amada Inglaterra”.

- É, parece que não há ninguém por aqui, já podemos ir embora? – perguntou o garoto, interrompendo-me, há alguns metros de nós. Ele parecia nervoso, com medo.

- Você quer ficar aí ou... Ajudar? – perguntou Susana.

- Ah, claro! Ótima ideia, prima... Muito lógico. – ele se aproximou de nós, quase caindo de novo. Bufei segurando a besta com uma das mãos e com a outra entregando a ele uma adaga. Ele pegou sem jeito e com as mãos tremulas. – Eu vou ficar aqui fora! – falou ele.

Susana e eu abrimos a porta lentamente revelando um lugar gigantesco, escuro e com vários sinos pendurados. Não muito longe dali tinha uma mesa empoeirada com um livro aberto e outros fechados, mas igualmente empoeirados. Susana sacou da bainha um cilindro prateado que iluminava onde era focado. Olhei-a. Ela sorriu.

- Achei na cabine, Edmundo deixou em Narnia da ultima vez que viemos. – falou. Então me lembrei da coisa estranha e prateada que guardara no navio representando Edmundo assim como o elixir de cura representava Lucia, o arco e as flechas representavam Susana e a espada de Pedro representava o próprio.

Aproximamo-nos da mesa e Susana focou a luz no livro aberto. Nas páginas amareladas havia nomes e valores escritos, muitos nomes estavam riscados.

- Parece algum tipo de... Tarifa. – sugeriu Susana.

- Mercadores de escravos. – concluí.

Mais uma vez o som alto – mais alto agora – nos assustou. Os sinos balançaram e homens desceram por suas cordas. Comecei a atirar com a besta e Susana com o arco, mas eram poucas flechas para muitos homens que se aproximavam depressa. Larguei a besta e puxei a espada, lutando, e Susana golpeava com o arco quando não conseguia atirar a tempo. Ouvimos um grito, um grito agudo e estridente.

- Parem! – um alerta de uma voz mais grave. Os homens pararam de lutar, nós dois também, olhamos para a porta. O dono da voz adentrava o lugar com uma faca no pescoço do garoto.

- Eustáquio... – Susana lamentou.

- Larguem as armas se não quiserem ver esse moleque gritar como uma garotinha outra vez.

- Garotinha?! – questionou o menino o que fez o homem agitar a adaga fazendo-o se calar.

Contra a vontade, Susana jogou seu arco no chão tirando a aljava das costas deixando-a junto com o arco. Pousei minha espada no chão. Então alguns homens se aproximaram de nós, segurando-nos pelos braços e amarrando.

- Tirem as mãos de cima dela! – gritei para o cara de quem Susana tentava evitar as mãos, mas ela não conseguiu por muito tempo e ele a segurou pelos braços. Outros tentaram me segurar me desvencilhei deles avançando para o que mantinha Eustáquio como isca.

- SEU TOLO INSOLENTE, EU SOU SEU REI! – me seguraram.

- Vocês vão pagar por isso! – alertou Susana.

- Não. – uma nova voz saiu da escuridão. – Outra pessoa vai pagar... Por todos vocês.

- Caspian! – Susana gritou quando a puxaram para longe. Lutei para me soltar dos dois homens que me seguravam, mas foi inútil e o outro a levava para mais longe. – Caspian!

- Levem o garoto para a venda! – ordenou o ultimo homem que falara, indicando Eustáquio. – O outro leve para as masmorras, e a garota... – começaram a me puxar, ele se aproximou de Susana, tocando seu rosto, a mesma se esquivou do mesmo enquanto o homem a avaliava, ele parecia pensar. –... Levem-na para minha casa... Tenho planos para ela... – ele a olhou de forma maliciosa. Os olhos de Susana se arregalaram e ela ficou sem fala enquanto a puxavam na direção oposta.

- NÃÃO! – eu gritei lutando para me soltar e quase consegui, mas mais homens vieram me segurar.

- Caspian! – ela gritou por socorro. Eu lutava desesperadamente para me soltar, eles a puxavam para a direção oposta a que me levavam e eu lutava para me soltar. – Caspian...! Caspian!

CASPIAN...!!

Ouvi o som distante de meu nome, antes de minha visão escurecer quando acertaram minha cabeça, assim que consegui me soltar.


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Notas finais do capítulo

Então, podem começar suas apostas! O que será que vai acontecer?! Espero que tenham gostado e me mandem reviews!!
Beijokas!!



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