Des que a batalha acabou, ela sentiu um frio na barriga, como se esquecesse de algo.

Então quando foi conversar com Apolo, ela se lembrou: Os deuses da guerra.Héstia ficou toda a batalha usando sua chave para viajar entre as chamas que foram jogadas pelo campo de batalha, e por isso ela viu um pouco da luta de Ares e Atena contra Jápeto.

Agora ela se lembrou que nenhum dos deuses da guerra sabia voar e que nessa batalha, se teletransportar era quase impossivel.

A deusa quase soltava lagrimas de raiva, como se esquecerá de dois de seus sobrinhos? Bem, agora não importava.

Héstia corria sem rumo pela vila Olimpiana, as movimentas ruas estavam cheias de monstros e deuses feridos ou se preparando para batalha, a deusa sentia um aperto no coração denovo, eram seus parentes a maioria...Quantos deles morrerão?

A deusa deu de cara com a porta de sua casa (Uma grande estrutura vermelho e dourada com a porta da cor de ouro) e abriu a porta com um chute.

A sua casa era humilde comparada a dos irmãos, agora o sol ja desaparecerá e a noite imundava a cidade em trevas, a casa tinha uma grande cama branca como pérola, moveis e objetos da maior variedade espalhados por armarios.Oque mais chamava atenção era a lareira enorme no fundo da sala, um fogo dourado ardia intensamente, o imortal fogo da sabedoria.So haviam duas fontes daquele fogo, uma era na sua casa e outra no senado Olimpiano.

Como se fosse a coisa mais normal do mundo, a deusa saltou para dentro da lareira, com a sua adaga curva em punhos.A sensação era maravilhosa, ela sentia seu poder renovado em dez vezes a cada segundo enquanto sentia o calor envolver seu corpo.

A Estrada das Lareiras, era um lugar muito restrito, so Héstia e alguns poucos (Com a benção de Héstia) poderiam viajar por la.Ai vai uma breve descrição, imagine um túnel claro como o sol, com as paredes vermelhas e em vez de saidas e buracos havia um fogo dourado.

A forma que o fogo se espalhava era definida pelo seu recepiente, por exemplo, as lareiras eram portas de fogo quadradas e as tochas eram portas circulares de chamas douradas.

A deusa correu entre o túnel, se alguem pedisse a ela que fizesse um mapa, ela nunca conseguiria, mais enquanto caminhava dentro do túnel era como se ouvesse um GPS na sua cabeça.

Em alguns instantes, se deparou com uma porta quadrada de chamas negras, ela odiava essas chamas poluidas.

La dentro, ela ouvia vozes, para ouvir oque diziam melhor ela se aproximou, sabia que quanto mais proxima, mais poderia ser vista.Ela se deparou com uma visão assustadora.

Estava no fundo de uma sala retangular onde havia grande parte dos titãs, uma mesa de madeira negra estava cercada pelos titãs sentados em tronos.Ao lado da lareira estavam acorrentados Ares e Atena, sem nenhuma arma ou armadura, vestindo trapos brancos sujos e sangravam icor dourado por vários cortes no rosto.

-Eles mataram meu pai! - Urrou Atlas, seus olhos ardiam de fúria - Exijo a morte!

-Você não pensa? - Falou Céos, um titã alto de cabelos brancos e olhos igualmente pérolas, vestindo uma túnica de algo que parecia nuvens - Do que nos vale dois deuses mortos?

-E você tem ideia melhor? - Replicou Mnemosine, remechendo em alguns papeis, ela tinha olhos vermelhos como de quem havia chorado recentemente - As minhas filhas apoiam os deuses, se matarmos esses dois, Hera pode mata-las!

-Ela tem razão - Se manifestou Febe levantando os olhos de alguns livros estranhos - Hera age sem pensar, mataria nossos filhos sem pensar duas vezes.

-E vocês acham que suas crianças valem mais que os bastardos de Zeus? - Disse finalmente Cronos, a voz dele causou arrepios na deusa - Eu mataria todos nessa sala para ver minha foice cravada na garganta daquele rebelde...

Todos se calaram, Cronos encarava a sala com um olhar sombrio e maldoso, então prosseguiu:

-Calipso! Traga-me vinho

Uma mulher alta de grandes cabelos loiros e olhos azuis entrou na sala trazendo uma bandeja com um calice dourado com um liquido roxo prenchendo seu interior, ela tinha cara de quem havia chorado tambem.

-Admirem - Anunciou Cronos pegando o calice e tomando um grande gole - A nossa refém mal amada

-Tétis ainda não se manifestou em relação dela? - Disse Atlas admirado, varios titãs riam, mais ele continuava com a expressão séria - Estranho

-Essa vadia provou seu valor - Admitiu Céos encarando o teto - Foi ela que capturou os dois deuses da guerra.

-Valor? - Resmungou Teia finalmente falando - Ela pegou alguns mendigos quase mortos na rua e os trouxe para casa, deveriamos enfiar uma lamina no olho dela.

-Porque tão brava, minha querida? - Perguntou Hipérion, um titã alto e musculoso, com uma tunica sem mangas douradas e olhos dourados como o sol.

-Porque? - Urrou Teia, seus olhos expressavam raiva - Meus filhos lutam contra mim! E acabo de saber que esse desgraçado matou um deles!

Na última frase,ela apontou seu dedo para Crio, que apenas soltou uma gargalhada, era uma figura envolta de um grande manto azul marinho, que escondia todo seu corpo.

-Minha cara irmã - Disse Crio encarando a mesma, sem expressão - Isso é uma guerra, eu mato todos os inimigos que vierem a minha frente.

-Você deu poderes para os deuses! - Guinchou Teia, ela sacou uma adaga bem parecida com a de Héstia, so que as cores eram diferentes, estas eram: Azul-Escuro, Vermelho-Sangue e Amarelo-Dourado - Meu filho podia ser manipulado para voltar ao nosso lado, mas agora o poder do sol repousa sobre Apolo!E esse bastardo de Zeus nunca mudaria para o nosso lado, ele é um medroso.

-Chega - Falou Cronos levantando a mão - Estamos saindo do assunto, e se brigarmos entre nós, ja perdemos essa guerra.Calipso mais vinho!

Desta vez, Héstia acompanhou a servente. com rapidez, a deusa saiu da lareira em que estava e se dirigiu para uma passagem maior que era a fornalha da cozinha.

A deusa da lareira pulou para fora, e Calipso tomou um susto, seus olhos se arregalaram enquanto ela se preparava para dar o alerta.

-Pare - Disse Héstia, seus irmãos e irmãs sempre alegaram que a deusa conseguia manipular um pouco as pessoas, tentou usar esse poder agora, pelo visto funcionou.

-Oque você quer? - Perguntou Calipso, ela enxugou os rostos, pelo visto estava chorando.

-Eu que pergunto - Héstia disse encarando a figura a sua frente - Você quer apoiar os titãs?

-Eu não tenho escolha - Ela disse, com a cabeça abaixada - Eu fui raptada e forçada a lutar, se Cronos vencer, vai ser anunciado que fui enviada em nome de meus pais, se ele perder, é so dizer que fui sequestrada e usada como réfem.Eu odeio meus pais, eles são terriveis!

-Se te conforta, meu pai tentou me engolir - Disse Héstia, alargando um sorriso - Ja tentou fugir?

-Não - Disse ela, acenando a cabeça - Um filho de Jápeto tentou, acho que era Epimeteu, no dia seguinte, Gaia trouxe a cabeça dele.

-Odeio aquela vadia - Replicou Héstia - Quer apoiar os deuses?

-Oque? - Perguntou Calipso erguendo a cabeça confusa - Eu trai vocês, trouxe Ares e Atena até aqui.

-Você sera punida por isso, pode ter certeza, mais tambem será recompensada - Disse Héstia - Uma boa ação não apaga uma ma ação, nem vice-e-versa,

-Oque quer que eu faça? - Perguntou Calipso novamente, enxugando as lagrimas.

-Coloque uma pedra no vinho de Cronos - Respondeu Héstia - Eu cuido do resto.

-Certo - Falou Calipso, sacando uma faca bem afiada esta começou a tirar um pedaço do piso de pedra.

Héstia deu um pulo para trás e foi engolida novamente pelas chamas, e correu para a outra lareira, que levava a sala de reuniões dos titãs.

-Ande logo com isso - Urrava Cronos, seus olhos expressavam fúria.

Calipso, com uma expressão como se nada tivesse acontecido entrou na sala, todos os titãs pareciam nervosos.

Héstia ofegante se preparou para pular, enquanto Cronos pegou o calice das mãos de Calipso e com a outra mão de um tapa no rosto de Calipso, que caiu no chão sem falar nada.

-Vadia, tome isso por demorar - Rosnou ele, Calipso se afastou para perto da lareira enquanto ele levou o calice aos labios.

No começo, o titã pareceu bem enquanto bebia seu vinho, mas então ele deixou o calice cair e levou as mãos a garganta começando a se engasgar.

-Meu senhor? - Perguntou Atlas, encarando o palido rosto do rei titã ficar vermelho.

-Me ajude - Forçou-se Cronos para falar.

Não foi preciso mais nada, todos os titãs pularam de seus tronos e foram socorrer seu lider, nenhum pensou em Calipso avançou contra a lareira.

Foi uma boa distração, Héstia saltou para dentro e em ergueu sua mão,a adaga curva com suas três cores desceu com rapidez nas correntes que prendiam Ares e Atena, o deus da guerra parecia adormecido, mas Atena so estava fingindo, a mesma pegou o musculoso Ares e encarou Héstia em um olhar que dizia: "Obrigado".

Sem nem pensar a deusa da lareira segurou o braço de Calipso e pulou para dentro da lareira, no exato momento, Crio soltou uma exclamação e apontou para onde os deuses fugiam, os titãs rugiram e avançaram contra eles.

-Para trás! - Gritou Héstia, empurrando Atena, Ares e Calipso para o fundo da caverna, varios titãs estavam de frente para a lareira.

Héstia sentiu seu corpo relaxar de prazer enquanto convocou todo seu poder, a lareira da sala dos titãs explodiu.

As chamas negras viraram poderosas chamas douradas que avançaram contra a mesa de madeira, que por sua vez explodiuem chamas e os tronos a acompanharam, o caos se estabeleceu.

Todos sairam gritando sem rumo pela sala dos titãs, menos um que continuava na frente da lareira, as chamas pareciam congeladas a sua frente, Cronos encarava Héstia com um olhar frio.

-Filha - Rosnou Cronos, seu rosto mostrava algo como...Fome?

-Oi papai - Respondeu Héstia sorrindo - Como vai a vida?

-Estava melhor quando eu ainda não tinha engravidado sua mãe - Respondeu Cronos, com seu mal humor de sempre.

-É eu pensei que estava - Disse Héstia refletindo - Naquele tempo quando você estava com mais vontade de castrar primordiais?

Isso foi o suficiente, Cronos saltou para dentro da lareira, e foi repelido por chamas amarelas que o jogaram para o outro lado da sala.

Se virando para os companheiros, sorrindo, Héstia encarou os deuses.

-Onde esta Calipso? - Perguntou Héstia, Atena se sentava encolhida na parede da caverna, com as mãos no rosto.

-Fugiu - Disse Atena - Eu sou muito burra, deixei me capturarem.

-Ah minha cara sobrinha - Falou Héstia se ajoelhando na frente de Atena e colocando a mão sobre seu ombro - Você foi uma heroina, eu vi seus nobres atos, salvou Ares da morte! Você é uma grande deusa, mas agora precisamos voltar, o tempo passa diferente aqui nesse túnel, ja podem ter se passado alguns dias, por isso não o uso muito.

-Vamos - Falou Atena se recompondo, pegou Ares nos braços, como se fosse um prêmio para se orgulhar, e saiu correndo atrás de Héstia.

Não demorou muito para sairem na tocha que havia no centro do senado olimpiano, la todos exclamaram de felicidade.

Hera tinha uma aparecia acabada, todos os olimpianos tinham, Ártemis estava deitada em uma maca com os braços feridos e Apolo estava da mesma forma.

-Onde você estava? - Rosnou Hera, com raiva.

-Estava ajudando alguns sobrinhos - Falou Héstia sorrindo, pegou Ares das mãos de Atena, ele era mais leve do que parecia, e atirou na frente do trono da irmã - Achamos ele na rua, podemos ficar com ele?

-Filho! - Berrou Hera se ajoelhando sobre ele, colocou as duas mãos sobre o seu rosto e  uma aura dourada envolveu o corpo dele, pouco a pouco seus machucados foram sarando.

-Deveria agradecer a Atena - Falou Héstia, todos os olimpianos se permitiram sorrisos maldosos, e a deusa jurou ver Hefesto soltar uma risadinha que disfarçou com uma tosse - Foi ela quem salvou a vida desse ai, se não fosse por ela, teriamos um trono sobrando.

Hera encarou Atena, não expressou nada, apenas a encarou e então Selene quebrou o silêncio:

-Temos coisas mais importantes a se discutir.

-Sim - Falou Hefesto, se recompondo - Os titãs fecharam cerco sobre a montanha.

-Oque? - Perguntou Héstia se sentando no trono ao lado de Démeter, que tambem parecia estar achando graça de Hera.

-Sim - Disse a irmã Démeter - Estamos cercado pelos titãs que estão constrindo torres de cerco e trilhas sobre a montanha.

-Droga - Murmurou Héstia - Alguma chance de destruirmos as torres? Podemos tacar fogo na grama da montanha

-Isso é arriscado - Disse Hefesto acenando a cabeça - Podemos queimar a cidade, e até o senado! So alguem la embaixo pode destruir algo.

Sabe quando você fica na frente de algo que faz um ruído? Você quase nem percebe depois de um tempo, mas quando ele para, você sente um vazio...Foi isso que os deuses sentiram quando os gritos de Tânatos pararam.

Ele ficou preso sobre o Olimpio acorrentado enquanto gritava sem parar, mas o som mal era ouvido, e agora parou do nada.

Então depois disso eles so ouviram um único berro, e não era de dor, era um aviso:

-Mamãe

Os deuses não tiveram tempo de agir, ouviram o som de algo explodindo e de vozes gritando la embaixo, no pé da montanha, todos correram para fora e olharam entre as nuvens.

La estava, uma figura gigante de uns oito metros, vestindo uma armadura roxa completa, ela rugia enquanto arrancava com uma mão as enormes torres de cerco, a primordial Nyx escolherá seu lado.