O sol da manhã refletia em seus cabelos loiros e reluzentes, ela sorria com a brisa que os jogava para trás.

Eram 7:30 da manhã, 5 pégasos cortavam um céu azul e sem nuvens, era o segundo dia, pensou Annabeth.

Ela ia ao lado de Percy para garantir sua segurança já que estava com o pescoço enfaixado o corpo lesionado e com arranhões na cara, pelo que parecia uma fúria tinha o jogado do topo do brinquedo com um arranhão, tudo bem isso nem era tão preocupante, fora o que a enfermeira disse, porém era preocupante em outro aspecto. Percy já não reagia tão bem, já não lutava tão bem quanto antes e isso, era preocupante, se um monstro porventura aparecesse talvez ele não conseguisse enfrenta-lo sozinho.

A viagem foi silenciosa, porque no fundo todos se sentiam um pouco culpados pelo acidente, Clarisse dava umas resmungadas durante o trajeto com certa regularidade. Os cinco tinham passado a noite inteira no hospital de semideuses, dormindo nas cadeiras de espera, mas ninguém dormiu bem. Dormir no hospital nunca é legal.

– Fiquem juntos que vamos pousar no acampamento em poucos minutos – gritou Annabeth, mais disposta que nunca com o juramento renovado. Ela ainda pensava o que fazer esse dia para animar Percy.

Annabeth tinha mandado uma mensagem de irís para Quiron do hospital, ele já estava a par da situação. Pousando no chão alguns campistas vieram em sua recepção, na maioria conversar com Percy. Ela decidiu deixar ele se divertir um pouco com outras pessoas em quanto pensava no que iria fazer com ele.

Dias eram preciosos, tudo que ela precisava fazer com ele tinha que ser feito, era a ultima chance. Tinha que viver esse últimos dias como se fossem os últimos e infelizmente eram, para Percy. Se ela passasse uma vida inteira como seria? Eles seriam felizes isso é claro, pensou ela chutando pedras em quanto caminhava. Seriam felizes, mas como? Teriam uma casa própria, fugiriam de monstros, tentariam sobreviver, enfrentariam perigos e se pudessem... Se casariam.

– Casamento. – disse ela parando repentinamente.

– O que? – automaticamente ela olhou para trás assustada. Não estava sozinha Silena Beauregard, filha de Afrodite.

– Nada, só pensando.

– Pensando alto né? – se aproximou devagar – quer se casar com ele?

– Não. Ta maluca? – disse ela tentando disfarçar.

– Não é o que parece. – disse Silena analisando seu rosto com um certo tom irônico.

– Deixa isso quieto, não é nada.

– Você quer se casar com ele, e por que não? – ela tocou em sua mão suavemente – é sua chance, faça o que tem vontade.

– Não percebe como isso é uma besteira? Eu vou me casar para ficar viúva? Parece que eu nunca vou poder seguir em frente.

– E vai, mas seu objetivo não é deixar ele feliz? Casando com você ele seria, é como um ultimo adeus.

– É... – começou a chorar – talvez ele fique feliz, mas eu não vou ficar.

– Não chora... Faça tudo como se esses últimos sete dias fossem o resto da vida de você juntos, faça tudo o que tem para fazer, porque não vai haver outro dia. “Viva esses dias como se fossem os últimos”, as pessoas não costumam dizer isso? Elas querem dizer que é para aproveitar ao máximo, e infelizmente... Essa é sua situação.

A forma como Silena expressou aquilo que Annabeth pensava alguns minutos atrás deixou ela paralisada, era uma decisão de peso, uma decisão marcante, uma decisão para vida... E para a morte.

– Eu não estou apta para tomar essa decisão em um momento desses – disse ela dando as costas.

– Eu acho que na verdade é a hora certa para você tomar essa decisão.

– Eu vou andar um pouco – disse Annabeth, caminhando rapidamente na direção contrária.

– Ok, eu te encontro mais tarde.

Dava meio dia, o sol batia forte em sua cara, ela espremia os olhos para identificar campista por campista, naquele momento queria ficar sozinha apenas. Andava pelo acampamento, mas os rostos rodopiavam pelos seus olhos, estava ficando tonta. Ela avistou Percy, dois Percys, todos os campistas estavam com seu rosto. Adentrou a floresta, mas não muito, apenas para ficar na sombra mais sozinha e descansar. Sentou em um tronco curvado de uma árvore, encostou a cabeça e fechou os olhos.

Acordou com um susto, parecia um galho quebrando, devia ser um animal, com os olhos semicerrados olhou para o céu e viu que o sol já tinha se posto, a floresta estava ficando mais escura. Levantou do tronco e saiu rapidamente em direção à saída da floresta, mas o barulho continuou. Ouviu passos atrás de si.

– Então... – olhou para trás, lá estava Silena em cima de uma pedra pontiaguda – a bela adormecida acordou? A princesa já decidiu?

Fitou um pouco sua face, não era tão fácil no escuro identifica-la.

– Hã... – hesitou um pouco – eu já decidi sim.

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