Nonsense 3 - Meu Amável Psicopata escrita por Boneco de Neve


Capítulo 4
Capítulo 4 - Cemitério




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Dias depois da confusão que resultou na morte da mulher, os familiares dela estavam reunidos no velório dela, numa capela dentro do cemitério. Entre os familiares, vejam só, estavam também o gordinho, aquele da primeira temporada de Nonsense que não levantava a cabeça por nada; a esposa dele, que foi a protagonista de Nonsense 2 e gostava de sentar no colo de terceiros; esta estava junto de seu pai. O gordinho estava visivelmente triste mas não derramava uma lágrima; a menina não parecia tão triste, mas confortava o marido de vez em quando e o pai procurava alguns trevos pra fumar no cachimbo dele.

Pra completar a mistura, estava lá junto com a turma toda o ente menos querido de todos os presentes: O ex-milico. Ele, sabe-se lá como, conseguiu uma autorização da justiça para presenciar o velório de sua amada, desde, claro, que estivesse acompanhado por 2 tiras e um supervisor durante o tempo inteiro que estivesse fora da cadeia. Já o supervisor era ninguém menos que aquele advogado de jaqueta verde, que estava visivelmente contrariado por estar lá. Mesmo com o clima tenso, o velório prosseguia sem problemas, mas com um monte de murmúrios; a maior parte deles, claro, referente ao ex-milico.

Num determinado momento, o ex-milico, cansado de ficar calado no seu canto, resolve puxar conversa com o indivíduo que está ao lado dele. E era logo quem? O gordinho.

- E aí? Precisa de alguma coisa? - Perguntou o homem.
- Sim. - Respondeu o gordinho.
- E o que seria?
- Um limpador de piscina.
- Um limpador de piscina? Agora? Pra quê?
- Pra nada.
- Se é pra nada, então porque diz que precisa de um lipador de piscina?
- Porque a rainha cupim tem uma bunda gigante.
- E o que isso tem a ver?
- Nada.
- Então, por que falou aquilo?
- Por que foi a Dona Violeta com o cano na sala de jantar.

O ex-milico estava perdendo a paciência com o gordinho e o advogado de jaqueta verde, que ouvia a conversa, temeu uma reação e ficou de prontidão para evitar uma eventual casualidade. Mas, antes que o clima ficasse ainda mais tenso, um ruído forte ecoou do lado de fora da capela e, seguido disso, um brado.

- MAS QUE BOSTA!!!

E de repente... CRASH! Um paralelepípedo destruiu o vidro de uma das janelas e por um triz não acerta o caixão e derruba a defunta. Os presentes se abaixaram assustados e os tiras sacaram as armas e o advogado redobrou sua atenção.

Porém, eis que um garoto de fones de ouvido esquisitos e cabelos espetados aparece na porta da capela com uma cara que praticamente dizia: "Fiz m#%$@". Depois de conferir o estrago, ele resolve... Cantar.

- Meus irmãos! Vamos subir a pé! O carro enguiçou! Só anda de marcha rééééé! ♪

As pessoas, já um pouco mais calmas, se levantaram, mas em contrapartida, olharam uns pros outros sem entender o que se passava.

- Sério, pessoal; o carro preto já era. Vou precisar de 3 voluntários pra levar o caixão até a cova. - Diz o garoto de fones, que imediatamente aponta pro advogado de jaqueta verde. - Ah, você vai me ajudar.
- Objeção. Eu já estou trabalhando. - Retruca o advogado.
- Trabalhando como? Ficando parado aqui feito um dois de paus? Você é o quê; um boneco de neve? Bora, me ajuda aí.
- Objeção. Você não precisa da minha ajuda. Você pode muito bem carregar esse caixão sozinho.
- É, posso. Mas não quero. Você vai me ajudar; ponto final. - Sorri o garoto de fones.
- Mas por que tem que ser justo eu?!
- Porque a tua irmã é muito gostosa.

A resposta deixou o advogado bastante irritado e, de quebra, fez a esposa do gordinho, que estava sentada no colo do pai, cair na gargalhada. O advogado, porém, não querendo mais complicar as coisas, o advogado resolveu ceder ao "pedido". O garoto de fones "convocou" ainda o gordinho e o sogro dele, que aceitaram. E a esposa do gordinho continuou gargalhando.

Apesar do clima tenso, o enterro prosseguiu sem mais alardes, embora ainda seguia cheio de conversinhas e murmúrios. Porém, o ex-milico ainda não estava muito feliz em relação ao gordinho. Na cabeça dele, o gordinho tinha zombado dele e isso configura um desacato. Mas, enquanto ele maquinava algo, o garoto de fone, discretamente, chegou até ele e lhe mostrou um punhal.

- O meu amiguinho advogado me contou o que se sucedeu entre você e o gordinho... E resolvi te dar uma mão.

O homem olha o punhal, mas quando vai pegar da mão do garoto, este recua a mão.

- Antes, você precisa saber de uma coisa. - Diz o menino ao apontar para uma placa fincada no chão.

O homem vê a placa e olha onde pisava. Então, ele olha pro garoto, que diz.

- Já sabe o que fazer.

O garoto passou o punhal para o ex-milico. Foi então que o advogado percebeu que alguma coisa estava acontecendo mas, como estava atrás do do ex-milico, não sabia exatamente do que se tratava até que... TCHAC! O homem crava o punhal no seu próprio coração e cai agonizando no chão, morrendo em seguida. Os presentes que viram a cena entraram em choque, alguns passaram mal e chegaram a desmaiar. O advogado, atônito, olha para o homem, ao redor dele e em seguida para o garoto de fones, que fazia uma cara como se dizia "não tenho nada com isso". Não demorou muito para o advogado começar a perceber o que aconteceu.

- Essa placa não estava aqui quando passei por aqui antes... Não foi você que colocou ela aqui, foi?
- Se fui eu ou não... Faz diferença?

O cinismo contido na resposta dele foi o suficiente para o advogado confirmar que foi mesmo o garoto de fones.

- Aff... - Suspira o advogado. - Me diz... Por que fez isso?
- Porque o Darth Vader é o pai do Luke Skywalker?

O advogado recriminou o colega com o olhar.

- Hehe... Antes ele do que mais alguém aqui, não é? Você sabe quem.
- Hmph... Sabia que você não presta? - Diz o advogado, sentindo-se forçado a concordar.

O garoto de fones não respondeu. Apenas deu um largo sorriso.

Pergunta: Por que o ex-milico se matou?















































































































Resposta: A placa dizia "Proibido pisar na grama". De fato, o homem pisou nela.

FIM



































































Epílogo: O garoto de fones, enterrando o corpo do ex-milico numa cova de indigente...

- É, aqui se faz, aqui se paga...

E ainda planta vários feijões em cima do túmulo.

- Pelo menos, vou ganhar um extra com as quianças da escola aqui perto. Haha!


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