( Chase )
- Jess ? Perguntava sozinho ao celular, mas ela não me respondia.
- Jess ? Não parava de gritar o nome dela ao celular, mas sem sucesso nenhum, ela não me respondia.
- o que foi Chase ? meu irmão jhonny, ao ver a minha cara de preocupado e nervoso me perguntou.
- Não sei, eu estava falando com a Jess e ai ouvi um barulho estranho e ela agora não me responde mais.
- E o que agente vai fazer ?
- Eu não sei, eu preciso saber dela.
- Calma, vamos pensar positivo.
- Eu estou tentando.
- Será que aconteceu algo de ruim ?
- Você não disse que ia pensar positivo ?
- Não dá, to preocupadão com a Jess.
- Calma, vamos desligar o celular e ligar de novo.
- Ta, faça isso.
Então peguei o celular e liguei novamente para a Jess, e depois de tentar muito acabei desistindo:
- Ela não atende. Falei para Jhonny.
- Meu Deus, será que aconteceu algo com o bebê ?
- vira essa boca pra lá Jhonny.
- Foi mal.
- Eu vou atrás dela.
- Não vai não, você nem sabe o que aconteceu, espere um pouco.
- ta bem.
Então me deitei no sofá e decidi esperar um pouco, mas muitas coisas passavam pela minha cabeça, e a maioria era ruim, eu sentia um aperto no peito, uma vontade de sair gritando o nome dela, de ir atrás dela, de fazer tudo para acha-la, não queria ficar ali parado, sem saber dela, sem estar ao lado dela, sem ela.
Ainda pensando, quando derrepente o meu celular toca, levantei em um pulo, achando que era a Jess, mas quando atendi percebi que não era:
- Jess ?
- Não, aqui é Adam Castelane, do hospital center; o senhor conhece a senhorita Jéssica Bittencourt ?
- Claro, o que houve com ela ?
- Ela sofreu um acidente de carro, foi atropelada.
Então imediatamente deixei o celular cair no chão, fiquei em choque, a Jess atropelada ? o meu filho ? não acredito nisso.
Percebi que precisava saber em qual hospital ela estava, precisava estar ao lado dela, então peguei o celular no chão, e perguntei ao Adam:
- Ela foi levada para o hospital center mesmo ?
- Sim.
- Ok, eu vou pra ir.
Então sai correndo, sem avisar a Jhonny, não tinha tempo para avisa-lo, precisava estar com Jess, precisava saber se ela está bem.
Peguei um taxi, e pedi para que o motorista fosse o mais rapido possivel para o hospital, quando cheguei lá, perguntei sobre jess, e a atendende me respondeu que ela estaria na sala de cirurgia, e foi ai que a minha pressão caiu, o que ela esta fazendo na sala de cirurgia ? ai meu deus, meu filho !
Não podia fazer nada, então resolvi espera-la na sala de espera, estava muito nervoso, então coloquei a mão no rosto e lagrimas começaram a cair de meu olhos, e enfim chorei, é tudo culpa minha sabe ? eu não podia ter falado aquilo para Jess, eu devia ter escondido o colar, ou falado que iria terminar com a Isa, devia ter feito o possivel, devia ter ficado com ela, ter dito que eu a amo, mas não fiz isso, e agora pode ser tarde demais.
O que eu ia fazer da minha vida se perdesse a Jess ? eu não suportaria isso, muito menos por minha culpa, não aguentaria essa culpa, não aguentaria saber que eu poderia ter evitado isso tudo.
Depois de muito tempo de espera, ainda com a mão no rosto e a cabeça abaixada, um médico se aproximou de mim e me disse:
- Boa-noite.
- Boa- noite, como ela está ?
- O senhor é quem ?
- Chase, sou o pai do filho dela.
- Ah sim, bem essa era a noticia ruim.
- Qual ?
- A Jess vai ficar bem.
- Graças a Deus, e qual a noticia ruim ?
- Seu filho, lamento, mas ele não sobreviveu.
Então mais uma vez uma lagrimá caiu de meus olhos, senti uma dor horrivel no coração; sempre falam que quando agente perde alguem, o coração doi muito, mas em mim não, eu sentia o corpo todo doer. Mas vendo pelo lado bom, a Jess está viva, eu ainda vou ter ela, ela ainda vai estar comigo. Só que ela vai sofrer muito ao saber de nosso filho, será que vou conseguir contar pra ela ? não sei se vou conseguir, mas preciso, é bem melhor pra ela se ouvir da minha boca, se ouvir do pai do filho dela, vai ser muito dificil, mas eu vou conseguir.
- Senhor Chase, ela só acordará amanhã da cirurgia, o senhor se quizer pode ir pra casa.
- O que ? nem pensar, eu vou ficar aqui, ela precisa de mim.
- ta bem, o senhor quem sabe.
Agora que me dei conta precisava contar para os amigos dela, então resolvi ligar para Emy, já que só tinha o celular dela anotado em minha agenda telefônica:
- Emy ?
- Oi Chase, tudo bem ?
- Não, a Jess.
- O que tem ela ?
- Ela sofreu um acidente de carro, e foi levada para o hospital Center.
- O que ? ai meu Deus, a minha amiga, espera eu já estou indo.
- Ta bem.
Então esperei um tempo por Emy, até que ela chegou:
- Chase, o que houve ?
- Ela estava comigo, mas nós discutimos e ela foi embora, ai um carro atropelou ela.
De repente Emy começou a chorar, e me perguntou em seguida:
- Minha amiga não, como ela está Chase ?
- Ela passou por uma cirurgia.
- Porque você não me chamou antes da cirurgia ?
- Não consegui, não tinha caido a minha ficha ainda, a Jess sofreu um acidente ? isso foi demais para mim.
- tudo bem, e como foi a cirurgia ?
- A Jess está bem, mas o bebê não, ele não suportou.
- Ai meu deus !
Então Emy chorou mais ainda, o que me fez chorar também, mas a Emy chorava muito mais, ela sofria pelo bebê de Jess, talvez sofresse por saber que a amiga ia sofrer mais do que eu e ela sofremos, ao saber da morte de seu filho.
- Quando vamos poder ver ela ? perguntou-me Emy.
- Só amanhã, se quizer ir para casa pode ir, eu fico aqui.
- Nem pensar Chase, a Jess é a melhor pessoa que eu conheci na minha vida, uma anjo para mim, eu nunca vou deixa-la sozinha.
- Ta bem, é melhor assim, ter uma compania, ta doendo demais Emy.
- Eu sei Chase, também está doendo em mim.
- è tudo culpa minha, ela descobriu algo que não devia sobre mim.
- Calma Chase, você só discutiu, não foi culpa sua o atropelamento.
- è, mas se eu não tivesse discutido ela não teria ido embora e não teria sido atropelada.
- Poderia ter acontecido a qualquer momento Chase, não foi porque você discutiu com ela, pare de se culpar.
- Ta bem.
Então chorei mais ainda, junto com Emy, e nós nos abraçamos, tentando fazer com que um consolasse o outro.
No dia seguinte, sem dormir, eu e Emy recebemos a noticia de que Jess poderia receber visita agora, então falei para Emy que queria ir primeiro, para contar a ela sobre nosso filho, e Emy concordou.
Então fui no quarto onde Jess estava, e falei:
- Oi.
- Oi Chase. Ela me respondeu.
- Ta se sentindo bem ?
- Só com uma dorzinha no corpo, mas não é forte.
- Que bom, é muito bom saber que está bem, olha me desculpa por tudo.
- desculpar pelo que ?
- Se eu não tivesse discutido com você, nada disso teria acontecido.
- Nada a ver Chase, não foi culpa sua, está tudo bem.
- Não esta não. Mais uma vez uma lagrima caiu de meus olhos.
- Por que não ?
- Não sei se devo te contar agora Jess.
- Conte-me.
- O nosso filho.
- O que tem ?
- Ele não suportou o acidente.
Então Jess começou a chorar, e como eu disse chorou mais do que eu e Emy, talvez até o dobro, ela sofria demais, dava pra ver a dor que ela sentia em seus olhos, então abracei-a e falei:
- Eu estou com você, calma.
- Meu filho Chase, ele não.
- Calma, eu vou cuidar de você, eu estou aqui Jess.
E ela chorava cada vez mais, não parava de chorar em meu braços, e eu não conseguia solta-la, então pedi ao médico que disesse para Emy que eu ia ficar com ela um tempo, pra ela parar de chorar, e depois que ela tentasse suportar um pouco a dor, chamaria Emy para falar com ela.
Emy concordou e eu fiquei ao lado de Jess, abraçado com ela, sentindo a dor que ela sentia, tentando fazer diminuir essa dor, ouvindo o choro dela, e chorando junto, queria que aquilo tudo fosse um pesadelo, mas não era, e eu tinha que aprender a conviver com isso, e nesse momento eu queria cuidar mais de Jess do que de mim, só pensava nela, só queria cuidar dela, só queria ver ela bem, apesar de saber que é impossivel no momento.