Os Selos Do Destino escrita por Tsukkiame


Capítulo 7
Explodindo o Steve


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que não posto nada aqui faz muito tempo mas, aqui estou de volta.



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 Após o sinal os estudantes se dirigiram ao pátio principal, onde o professor de magia ofensiva e mágica instantânea, Vladmir, já os esperava:

- Bem, já que todos estão aqui vamos para a sala de aula. – Da mesma forma que Scott havia feito na mansão, com um balançar de mãos um portal surgiu no meio do pátio. – Vamos, entrem! – Encorajou.

 Vladmir Drik, antes de lecionar no colégio era um paladino real de Varchie, uma dimensão onde aconteciam constantes guerras e revoltas. O guerreiro foi mandado para Asphire por vontade própria do rei, que o selou para que, caso tentasse volta para Varchie, falhasse. Até hoje o paladino não sabe o porquê de o rei manda-lo para aquela escola, o que muitas vezes o faz parar para pensar. Mesmo com a sua aparência e sotaque, que usa como pretexto para se autoproclamar russo, o soldado é um dos únicos professores de outra dimensão na instituição.

 Após passar pelo portal, os jovens se depararam com um campo a céu aberto enorme. Nele havia bonecos de treino sendo espancados, queimados, estraçalhados por feras que surgiam do chão, e inúmeros outros feitiços multicoloridos. Ao perceber as expressões das crianças, Vladmir lembrou-se que ao longo de todos seus anos de professor as reações eram sempre as mesmas: inquietação, deslumbre e, principalmente, um brilho travesso no olhar. Dessa forma decidiu tirá-los do transe:

- Como alguns já devem saber, sou Vladmir Drik, o professor de magia ofensiva e magias instantâneas. Hoje irei lhes ensinar o básico, uma bola de fogo. Porém, com prática esta habilidade pode ser destruidora. – Enquanto explicava, todos voltaram sua atenção ao paladino. – Mesmo que o nome seja bola de fogo, tudo varia da energia espiritual de cada um, e da maneira em que você faz o feitiço. O meu, por exemplo, é roxo. – Ao ouvirem aquilo uma chama da mesma cor formou-se na mão esquerda de Vladmir. – E, por incrível que pareça isto aqui não queima. Corrói.

 Quando menos esperavam, o robusto professor lançou aquilo em direção aos alunos que estavam treinando do outro lado do campo extenso.

- Dália, limpe a área, por favor! – Gritou o professor.

 Os jovens mal piscaram e todos os combatentes de bonecos sumiram. Mas o mais aterrorizante e fascinante foi ver a pequena chama expandir-se no ar e atingir o chão com cem vezes o seu tamanho. Tudo o que a chama roxa atingiu estava borbulhando, corroendo. Vladmir soltou um forte assovio e todos os outros alunos voltaram um tanto atordoados pela viagem repentina de Dália.

- Bem, agora que consegui a atenção e terror de vocês posso explicar como vocês irão fazer uma bola de fogo. Primeiramente, tentem concentrar a energia espiritual de vocês na palma da mão. – Todos tentaram com empenho, mas nada saía. – Ninguém consegue de primeira, relaxem. Agora, tentem imaginar uma chama ou algo do gênero saindo da sua mão e tomando forma. – Começaram os brilhos e alguns gritos de nervosismo – Isso mesmo, estão quase lá!

- Ei, Sam! – Chamou Allan. – Como se faz isso? Não me lembro do Scott ter nos ensinado a concentrar a energia espiritual.

- Shh! Se acalma aí, vamos dar um jeito.

 Ao ver a dificuldade dos gêmeos, Vladmir decidiu intervir:

- Pelo visto vocês são novos no ramo mágico, certo? – Disse em um tom para que ninguém ouvisse. – Lembro-me de quando comecei a estudar magia, parecia tudo tão impossível... – Deixou a expressão no ar. – Hmmm, a energia espiritual é como o nosso sangue, ela está presente em praticamente todas as nossas células. Por isso, você precisa sentir, e não querer.

 Depois da explicação de Vladmir, Allan e Samantha tentaram novamente. Desta vez mais concentrados, chegando ao ponto de entrarem em sintonia com a energia espiritual. Ao sentirem um leve formigamento na palma das mãos começaram a imaginar a bola de fogo se materializando. No instante em que abriram seus olhos, lá estavam duas idênticas esferas, brilhando em sua mais formosa e bela cor azul da prússia.

- Interessante, temos bastantes cores hoje. Que tal treinarem seus lançamentos? – Perguntou o professor.

 Todos concordaram. Foram levados para a área de treino, que ainda estava um pouco danificada pela bomba corrosiva. O lugar não mudava nada ao que estavam antes olhando ao longe, apenas pelas fileiras de bonecos deformados pelos alunos. Vladmir mandou cada aluno ficar de frente para um dos bonecos. Em cada fileira havia entre quatro e cinco bonecos. Allan, Samantha, Martin e Cloe ficaram em uma mesma fileira.

- Steve! – Exclamou Allan. – É ele Sam, é o Steve.

- Mas o que? É ele mesmo. – Concordou Samantha, atônita.

- Quem é Steve? – Perguntou Cloe.

- Hmm, como posso explicar... – Disse Allan.

- É o apelido do monstro de um dos jogos loucos que esse nerd aí joga. – Completou Samantha em tom debochado.

- Pode parar por aí por que você também joga e morria de medo dele. – Revidou o irmão.

- Quando dominar totalmente a bola de fogo tenha certeza que jogo uma bem no meio da sua cara! – Disse Samantha enquanto se virava para seu boneco.

 Não demorou muito para que o campo de treinamento começasse a parecer um espetáculo pirotécnico. Alguns bonecos queimavam, outros eram eletrocutados, encharcados, petrificados, corroídos, congelados. Tudo em meio aos diversos tons de cores, que iam desde o branco até um tipo de roxo esverdeado.

 Quando foi tentar, Allan, ainda enraivecido pela irmã, criou sua bola de fogo e ao arremessa-la fez quase o mesmo que ocorreu instantes antes com Vladmir, a esfera aumentou algumas vezes de tamanho e, ao acertar o boneco foi como se ele fosse absorvido por algo e desaparecesse. Entretanto, ao piscar algumas vezes o boneco surgiu novamente e explodiu furiosa e ruidosamente, assustando a todos ao seu redor, inclusive o professor que ordenou rapidamente a um aluno mais velho que estava ali:

- Destro, use o transporte em massa e leve-os, agora!

- Certo, Vlad! – O garoto fez o mesmo que Dália.

 Todos os jovens estavam confusos, em menos de um segundo haviam voltado para o pátio onde entraram no portal que os levou ao campo de treinamento.

 Samantha que havia percebido tudo disse:

- O que raios foi aquilo? Podia ter me matado! Eu estava do seu lado!

- Não foi por querer. – Desculpou-se Allan.

 Cloe e Martin estavam sem reação. Uma bola de fogo daquele nível era impressionante demais para um recém-chegado. Durante todos aqueles anos de instituição, somente grandes nomes eram tão promissores de chegar a esse ponto.


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Notas finais do capítulo

Até eu me impressionei com o que aconteceu. Ah, a colocação dos "porquês" e alguns acentos(que segundo minhas pesquisas caíram) não sei se estão corretos mas fui colocando do jeito que lembrava das aulas de português. Gostaram do cap? Críticas, elogios?