Tendo Um Fim Doce...um Amargo Não Conta! escrita por Iulia


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Olha gente, vocês tem que deixar Reviews! Eles estão entrando em extinção.



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Eu me assusto e o empurro no chão.

-Cato! Não faz mais isso!

Eu estendo a mão e o ajudo a levantar.

-Precisava mesmo de tudo isso?  -ele fala

-Não. E nem precisava me assustar assim. Mas mesmo assim, desculpa.

 -Tudo bem.

 Ele se senta do meu lado na cama e fica me encarando.

-Por que você fica fazendo isso? –eu pergunto para ele.

-Isso o que? –ele diz enquanto passa a mão no meu rosto.

-Ficar me encarando assim do nada. Eu não gosto disso.

 -Acordou de mau humor foi?

 -Acho que sim.

 Ele se aproxima para me beijar e eu não o repilo. Ele nunca me beijou assim. Parece que... eu estou pegando fogo por dentro. É, é isso. Ele avança mais para perto de mim e eu enlaço meus braços e minhas pernas ao seu redor. Quando já estamos sem ar, ele encosta a sua testa em meu pescoço e o beija.

  Ele alterna entre beijos em meu pescoço e em minha boca, e me provoca arrepios frequentemente. Eu não quero que isso acabe, mas logo Effie e Enobaria abrem a porta.

  -Oh! –grita Effie. –Não é hora para isso garotos!

  Eu escuto de longe Enobaria rindo, porque Cato ainda não me soltou.

 -Andem se soltem! –Effie fala empurrando Cato para um lado e eu para o outro. Ele empurra ela com um braço.

  -Cato pára um pouco. –eu peço.

 Ele pára.

 -Que coisa mais linda de se ver hein? –Diz Justin, da porta, junto com Enobaria, Effie e Haymitch. –Eu disse que não deveríamos deixar duas pessoas do 2 no mesmo lugar. Nós não somos confiáveis.

  -Andem, depois vocês terminam de fazer o que quer que tenham começado. Vão se arrumar. –diz Haymitch.

  Ai que vergonha... Para que eu fui deixar ele fazer isso? Deve ser o nervosismo. Espero que seja. Eu nem quero olhar para cara do Cato. Vou até a sala e nem me atrevo a olhar para trás porque eu realmente não quero olhar para cara dele. Eu devo estar muito vermelha.

  Vou direto para o quarto de Alexander e abro a porta sem sequer bater.

  -Clove! –ele fala surpreso. Ele, ao contrário de mim, não estava fazendo nada inapropriado quando entraram em seu quarto. –Tudo bem? Não achei que você algum dia entraria em meu quarto.

  -Nem eu. –eu me sento na sua cama. –Mas é que... Já está na hora de você começar a me arrumar não é?

  -Eu iria ao seu quarto, mas vai ser melhor assim. Temos mais espaço. –ele sorri e começa a arrumar meu cabelo e minha maquiagem. Em poucos minutos estou pronta.

  Eu e Alexander vamos até a janela do seu quarto  e vemos o 11 crescer diante de nós. Ele é imenso, com grades que separam o distrito da floresta tão grandes quanto as do 2. Campos enormes de plantações que enchem os pratos de pessoas magérrimas da Capital se estendem, pontilhados com pessoas de costas curvadas, protegidos minimamente do sol escaldante com chapéus finos de palha.

  Ele me dá um vestido rosa com flores em relevo e uma sandália de couro trançado, Eu pareço bem ingênua com meus cabelos cacheados e meu colar de coração. Perfeito.

  -Você está linda Clove.

 O trem começa a parar na estação do Distrito 11 e minhas mãos começam a suar. Agora eu tenho que provar que apesar de ser uma idiota eu ainda consigo salvar minha família. Eu estou com vergonha, mas isso eu resolvo depois. O importante agora é convencer.

  Alexander abre a porta do quarto para mim e eu me precipito para fora.

  Não há ninguém da Estação esperando por nós. Quem gostaria do assassino de seu filho?

 Então um grupo de oito Pacificadores se precipita pela estação e nos dirige ao interior de um caminhão blindado. Será que alguém tentaria nos matar? Eu tentaria. Na verdade, quando eu era menor, meu maior sonho era matar algum Vitorioso que não fosse do 2.

  -Dá até pra achar que somos todos criminosos. – Effie resmunga assim que a porta se fecha.

  Eu ainda estou tentando evitar olhar para os olhos de Cato, ainda que isso seja necessário em breve. Eu ainda não acredito que deixei que ele tocasse em mim daquele jeito. O que eu tenho na cabeça?

  O caminhão pára nos fundos do Edifício da Justiça. Os Pacificadores nos conduzem apressadamente. O cheiro é absolutamente diferente do 2, que cheira a limpeza e cuidado. Ele está fétido e quase caindo aos pedaços.

  Todos nós andamos rapidamente até a entrada da frente e um funcionário da Capital prende um microfone em nós. Nos instruem a sorrir e é assim que fazemos. O que eu tenho que falar está guardado na minha mente. É aqui que veremos se toda a minha preparação serviu para alguma coisa.

  Effie me empurra delicadamente para frente e eu pego a mão de Cato. Um sorriso enorme aparece no modo automático. A praça está lotada, mas o 11 é grande demais para existir apenas essas pessoas. Se referem a ele como um Distrito grande. Talvez seja realizado um pré- sorteio. Ou meninos e meninas sejam selecionados em locais separados. Duvido que caiba toda a população na praça escura e abandonada.

  Existem aplausos, mas nem chegam aos pés dos da Capital. O discurso é feito de acordo com o que foi combinado. Meus olhos passam pelas plataformas para as famílias dos tributos mortos. A família de Tresh consiste em uma senhora com as costas encurvadas e uma garota forte. Ela parece uma Carreirista, assim como ele parecia. Essa senhora deve tê-los alimentado muito bem. A de Rue é enorme. Todos, como na outra família, parecem chorar e eu sinto a minha garganta apertando mais a cada instante que eu passo olhando para as famílias.

  Eles eram tão parecidos com seus familiares que eu revivo meus momentos com eles na arena. Todos aterrorizantes e poucos, mais intensos. Eu não consigo me concentrar em nada do que ninguém fala. Apenas pareço um robô repetindo tudo o que foi gravado na minha mente, segurando a mão de Cato e sorrindo. Parece que Peeta ofereceu dinheiro às famílias dos tributos mortos. A multidão reage com surpresa. Katniss o beija e o meu sorriso automático cresce ainda mais. Nos são dados placas e flores. Todos falam o que têm que falar para os tributos mortos e chega a minha vez.

  -Os tributos do 11 – eu vacilo, minha mão tremendo, enquanto segura a placa e o buquê. - tinham grandes chances de terem vencido em nosso lugar. Rue era ágil, determinada e silenciosa, e isso são coisas fundamentais em uma arena. Tresh era muito forte, e, mesmo com o seu silêncio eu o respeitava. Ele não quis se aliar à nós na arena e competiu os Jogos com maestria.

  Quando estamos prontos para receber os aplausos finais, e eu agradeço, Katniss se pronuncia.

  -Espere!

  Ela agradece à família de Rue por seus filhos lindos e diz que, em todo lugar, a vê, agradece pelo pão que lhe foi enviado na arena, e muitas outras coisas que eu não fazia idéia. Ele gostava realmente de Rue. Me atrevo a dizer que ela a amava. Ela se importa com os outros, afinal.

  Um senhor idoso ao longe, com suas vestes sujas de colheita, inicia uma melodia, a melodia que os tordos cantavam nos Jogos. Como ele a conhece? Todos do distrito, os que estão presentes pelo menos, pressionam os três dedos médios da mão esquerda contra o lábio superior e os elevam para Katniss. Acho que é algum sinal do 12. Nossos microfones foram cortados e nós agradecemos mais uma vez os aplausos. Katniss parece estar passando mal. Então todos nós fomos colocados de volta na sala enquanto o prefeito reassume o controle da entrevista.

  Enquanto ficamos na porta, minhas mãos tamborilam pela superfície da parede. Minha visão parece estar turva. Eu espero poder ir embora daqui logo. Tresh foi morto por mim e parece que aqui no 11, seus olhos me seguem todo lugar. Essa Turnê vai ser uma tortura.

  Peeta pergunta se Katniss está bem e ela diz que esqueceu suas flores. É ela não está com as suas realmente. Quando faz uns dois minutos que ela saiu, eu escuto gritos e puxo Cato para ver o que é. Katniss está parada na porta, estática, e o senhor que cantou a melodia, está ajoelhado no palco, de frente para a multidão, enquanto uma bala atravessa sua cabeça. 


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Notas finais do capítulo

Olha que eu abandono héin...