Tendo Um Fim Doce...um Amargo Não Conta! escrita por Iulia


Capítulo 30
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

E aí? Sem me falarem do que não estão gostando mesmo? Já falei, podem me mandar MP falando, não mordo não... Mas se não quiserem, que sou eu pra obrigar né... Só sei que isso chateia um pouco, sabe? Minha deprê á parte, desculpem a demora. Não tenho aula essa semana e então fui pro shopping,(Minha mãe e meu pai foram levar meu irmão para assistir Peixonauta, acreditam? Tá, não fui assistir com eles, claro) cheguei agorinha e tive que revisar... Ganhei a Sombra da Serpente!(lol). Enfim, sorry-me pela derrota que tá, até lá embaixo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/224499/chapter/30

  Olho para trás e vejo três deles realmente vindo em minha direção. Se Cato estivesse aqui ele me mandaria ir embora, sair correndo. E se eu não saísse, bem... Se eu sobrevivesse ele iria berrar comigo pela minha teimosia e várias coisas a mais.

 E pela primeira vez aprecio que ele não esteja comigo. Estou certa que eles me levarão á Snow. E realmente preciso falar com ele, deixar algumas coisas claras. Para mim e para ele.

 -Eu sei. Olha qualquer coisa o ajude, está bem? –digo para Haymitch, que olha para mim como se eu fosse gritar ou pegar a faca que o homem usa para cortar frutas e jogar na direção deles.

 Mas eu apenas decido esperá-los virem até mim. E apenas se necessário honrar a faca presa aqui.

 -Senhorita Fire? –diz um deles, encostando no meu ombro. Me viro rapidamente para evitar qualquer maior contanto comigo.

 -Sim?

 -O presidente deseja falar com a senhorita. Nos acompanhe, por favor.

 Olho mais uma vez para Haymitch e me levanto. Ele não seria tão ruim a ponto de deixar Cato morrer se eu não estiver aqui. E também precisa de mim para resolver as coisas do 13.

 Apenas as pessoas no meu sofá parecem me notar seguindo os Pacificadores. Logo Haymitch vai até elas, provavelmente para explicar o que aconteceu. Ou inventar uma desculpa para isso.

 Dois Pacificadores se mantêm á minha frente, me guiando e outro permanece atrás, provavelmente para evitar que eu corra ou coisa assim.

 Realmente não fazia ideia que Snow ficava aqui. Ou talvez não fique. Pode ser apenas para receber a minha ilustre pessoa.

 Abrem uma porta como todas as outras e eu passo. A sala tem enormes tapetes, fotos de pessoas importantes nas paredes e uma mesa com uma cadeira virada para o outro lado. É um local sofisticado, em suma.

 De início não vejo ninguém, por isso acho estranho dois Pacificadores se posicionarem dos lados da mesa, como se protegessem alguém.

 Olho para a porta esperando ver alguém entrando, porém só o que vejo é o Pacificador restante, olhando para mim e me impedindo de sair. Em pensar que essas pessoas vieram de onde eu vim... Como elas podem ser do 2 e me tratarem assim, como uma selvagem?

 Quando volto a cabeça Snow está virado para mim. Uma vontade de rir me invade quando penso que ele só é baixinho demais para ser visto no outro lado da cadeira. Porém me controlo, mordendo a parte de dentro da boca, esperando que ela passe. E isso acontece muito rápido, de fato.

 -Ás vezes fico admirado com a beleza da Capital. –ele diz, erguendo as sobrancelhas e cruzando os dedos.

 Mantenho-me calada. Ele me oferece a cadeira á sua frente e como estou enjoada demais de todo esse joguinho me sento e espero que ele comece a falar.

 -Então, porque me trouxe até aqui?

 -Porque te trouxe até aqui? Imagino que saiba.

 -Então me superestimou. Não faço ideia. –curvo meu corpo para frente, erguendo as sobrancelhas.

 Ele suspira e sorri.

 -Então minha prezada Vitoriosa... –ele se levanta e anda com passos lentos até a minha cadeira, atrás de mim. -Quero te dar uma última chance.

 Ergo meu rosto ainda mais. Honestamente, sozinha aqui não consigo ser muito rebelde... O que ele não poderia fazer aqui?

 -Hum. E...?

 -A proposta ainda está de pé, querida. Você viu o que podemos fazer.

 -Olha: Isso é insensato.Você tem que esperar o Cato sair de lá pra eu poder fazer o que você quer, não acha? –decido argumentar. Não vão haver novas vitórias, portanto estarei realmente livre –Escuta: Assim que ele sair eu posso acabar com essa pose e então estou livre. Soltamos a notícia que brigamos e pronto.

 -Bem inteligente, não? Mas eu sei que por mais triste que pareça, você gosta do garoto. Não me engana fácil, Clove.

 -Eu não preciso. –me viro para ele, agora um pouco mais distante da minha cadeira, quase dando a volta na mesa. –Você compreende o que está acontecendo.

 -Estamos aqui porque pensei em te dar uma nova chance. –ele repete, alteando a voz- E você sabe disso. E também sabe que mais do que nunca precisa disso. Basta dois passos e uma enorme enchente vem e Cato morre.

 -Você não... –me interrompo. Sim. Ele pode sim fazer isso e qualquer coisa. Mas eu optei pela revolução. Não posso sentar e obedecer suas ordens como um fantoche. Embora eu não passe tão longe disso.

 Então eu devo deixá-lo morrer? É isso que essa rebelião pede? Um preço tão caro que nem eu posso pagar?

 Digno-me a permanecer calada, encarando a janela a frente. Ele tem razão, a Capital é bonita. Por fora. Essa cor toda dela serve para ocultar essa sombra constante que ela significa.

 Por isso as pessoas não podem confiar em mim. Cheguei aqui com o rosto, erguido, uma faca presa na coxa e para “deixar coisas claras para mim e para ele”. Nossa, parabéns para mim, que não vou deixar nada claro. Quer dizer, posso deixar claro para ele que manda em mim, isso é fato.

 E eu continuo sem falar nada.

 -O fato, Clove, é que meu sobrinho é forte. –quando ele se posiciona á frente da janela para qual eu estava olhando, passo a olhar para baixo. - Forte o suficiente para não se intimidar frente à, como era mesmo que as pessoas falavam quando iam se referir à ele? Ah! A máquina de matar do Distrito 2. O Cato. Ele continuou sua vida normalmente. E deve saber que é familiar ser estrategista. Então porque não atacar a presa quando ela está sozinha e indefesa?

 Presa. Eu sou apenas uma presa.

-Então é isso agora? Se eu não fizer o que você mandar... Você vai matar o Cato? –olho-o enquanto se senta a minha frente.

 Ele ergue as sobrancelhas com um sorriso.

 -Você não sente nojo de você mesmo, não? Como consegue se olhar sem cuspir em si mesmo? As pessoas não são joguetes que você controla!

 -Acalme-se. Não vê o Gloss e a Cashmere? Ainda estão bem. A família está viva, está rica, está bem.

 -E eles estão nos Jogos. Podem ter morrido nesse exato momento.

 -Mas não morreram. Mas podem se eu quiser.

 -Você não pode fazer isso. Não consegue, não pode arriscar tanto. Não se lembra da história da fagulha que falou pra Katniss? Se ela lerda daquele jeito pode fazer isso, não imagina o que eu posso. Eu prometi que iria inflamar Panem. E você serviria de álcool para mim. Vai lá. Mata ele. Sabe o que vai acontecer. Milhões de pessoas chorando junto comigo. Então você vai lá e me mata. Pessoas saindo de casa, cheias de raiva, partindo para cima de você. E sabe quem vai estar no meio dessas pessoas? O 2. O 2 inteiro para cima de você. E o seu quartel general? E seus Carreiristas, seus Pacificadores? Suas pedras, suas armas? Todos meus. As pessoas cofiam em mim. Eu sou de lá. Todos meus. Então você pode ir lá acabar com o 2. Seu quartel general some de vez. Nenhum distrito confia mais em você depois da coisa dos amantes. E você pode matar todos nós. Pessoa por pessoa. E resta apenas a Capital. Que vai ter que trabalhar. Vai rachar no sol quente do 11, se enfiar nas minas do 2, do 12... Cada vez menos gente á cada explosão, a cada queda... Está preparado para ser o maior peão do meu tabuleiro?

 Quando eu comecei a falar da coisa do 2, ele ficou branco. Mais branco do que é. Depois ele foi sendo tomado por um tom avermelhado. De raiva. Ah, convenhamos, também estou com raiva.

 E nesse instante as coisas saem do meu controle. Com um movimento rápido, Snow se curva sobre a mesa e gruda no meu pescoço.

 Eu começo a me debater em pânico, enquanto o ar se esvai do meu pulmão lentamente. Tento desesperadamente puxar as mão enormes do presidente do meu pescoço.

 Quando lembro da faca me parece tarde demais. E é assim que eu vou morrer? Com um velho grudado no meu pescoço e três caras que vieram de onde eu vim me vendo morrer?

 A essência da vergonha dessa situação me cedeu estímulos para com muita dificuldade puxar a faca do meu vestido. Quando os Pacificadores vêem a faca, ela já perfurou o rosto do presidente. E a última coisa que vejo são os Pacificadores correndo em minha direção.

                                                         ***

 -O que nós vamos fazer agora? Isso que ela fez foi ridículo, foi imprudente.

 -Acalme-se, companheiro. Ela é só uma adolescente. E precisava se defender. Estaria morta em menos de um minuto se não fizesse o que fez.

 -Ele não é burro, não chamaria ela e a mataria por nada. Alguma coisa ela fez. E não adianta tentar defender, você sabe como ela é. E em falar em mortos, vou ligar essa televisão. Se brincar todos vão estar mortos.

 -Não fale isso nem brincando. É possível demais, essa Arena é muito perigosa.

 -E você criou ela. Muito interessante, um relógio. Mortífero demais.

 -Eu não criei isso sozinho. As pessoas deram sugestões e fomos adaptando. Eles já descobriram?

 -Não. Se recuperaram dos macacos agora. Olha só, eles já estão ficando ajeitadinhos de novo.

 -É. Haymitch, você deu alguma bebida para ela?

 -... Porque?

 -Ela não estava tão sóbria não. Eu consigo ver de forma bem simples só de tato e olho.

 -Então está me dizendo que ela estava bêbada? Ah, fala sério, é impossível! Três goles de whisky! Nem Katniss consegue isso!

 -E acha pouco? Você está acostumado!

 -Está dizendo que a culpa é minha, é isso?! Ela bebeu porque quis e você me acusando?!

 -Não! Não, acalme-se. Ela não estava bêbada. Só não estava tão sóbria. Falou demais, pronto.

 -Mais do que já fala? Ela gosta de irritar, você sabe. Se ela conseguiu irritar ainda mais Snow a ponto dele querer enforcar ela... Essa menina não pensa...

 -Tem razão. Ele não age sem pensar. Alguma coisa ela fez.

 -Mas ela tem que voltar pro Centro. Nós temos que voltar, não podemos ficar na sua casa.

 -Eu sei, mas vai querer levar ela desmaiada? Tem a força do Cato, pra fazer isso até o Centro?

 -Não. Lógico que não. Mesmo porque minhas pernas estão meio bambas... E Enobaria? Vai falar com ela?

 -Clove vai. Essa gente do 2 tem que ser entender entre si. Não adianta a gente se meter. Se elas vão se bater, se batam, mas entrem em um acordo no final. Eles são assim. E elas até tem  afinidade, Enobaria treinou a Clove, pode dar certo.

 -Se você diz... Escuta, esse remédio está demorando muito pra fazer efeito. Na Arena eles agem mais rápido.

 -Esse tipo de remédio é raro, Haymitch. Só o que nos resta é esperar.

 -E torcer pra ela não fazer mais isso.

                                          ***

 Abro meus olhos e tudo está embaçado. Essa cama... Não é minha. Não é do 2, não é da Capital, não é do Cato. É, eu não sei onde estou. E estou um pouco tonta.

 Escoro minhas mãos na superfície da cama e consigo me levantar. E perceber que aqui é a Capital. Não temos camas sofisticadas assim nos Distritos. Eu estou com a mesma roupa de quando... De quando “briguei” com Snow. Então ele tentou me sufocar e...

 Eu estou presa? Presa na Capital? Abro a minha boca para começar a gritar quando vejo que a porta está apenas encostada. E parece uma casa... Tem a cama, uma televisão, um criado mudo, tapetes... Uma prisão comum não tem isso. Pelo menos não é isso que nos passam.

 Regresso até a janela. É realmente a Capital. Silenciosamente vou andando até a porta quando novamente hesito. E se e estiver na casa do... Do Uranius? O que eu faço? Tateio as minhas coxas e não acho a faca.

 Um estado de pânico enorme me possuí. Não, Clove, pânico de novo não. Você só faz merda quando está com essa coisa de pânico. Bom, se eu sobrevivi àquela sala, posso sobreviver a esse cara, não?

 Bom, talvez não. Mas ainda assim me esgueiro até a porta, apenas encostada e a arregaço, partindo para o corredor. Cheio de coisas da Capital.

 -Acordou, queridinha?

 Arregalo meus olhos e suspiro. Olhando para o lado,  vejo Haymitch em uma cadeira. Ando até lá. É uma cozinha. E fazendo alguma coisa, encostado no fogão está Plutarch Heavensbee.

 -O que é isso? Onde é que eu estou?

 -Aonde acha que está? Na Capital, claro. Na casa do Plutarch.

 -E porque?

 -Acho que essa pergunta você que tem que responder não acha? –Plutarch diz, colocando três xícaras de chá em cima da mesa. Ele me indica uma cadeira e eu me sento, com um suspiro.

 -Snow me chamou. E eu fui, então ele veio com uma coisa de “me dar uma chance”. E como sempre me ameaçou, disse que iria matar Cato e toda aquela conversa dele. Então eu reagi. Falei umas coisas para ele e ele se estressou, digamos. E começou a me sufocar. Hoje mais cedo eu prendi uma faca na minha perna e puxei ela. Arranhei ele, acho. Depois apaguei, com os Pacificadores vindo na minha direção. E aí vocês completam, não sei de mais nada. –finalizo, bebericando o chá á minha frente.

 -Hum... Você –Haymitch começa.

 -Depois você briga com ela. Vamos agilizar isso. –Plutarch interrompe. –Então eu estava saindo da sala dos Idealizadores e vi os Pacificadores te carregando. Perguntei o que aconteceu e disse que deixassem você por minha conta. Chamei Haymitch e dei um jeito de te trazer pra casa.

 -Hum... Então estamos sem mentores?

 -É. Mas não teve jeito.

 -Então? Não vão começar a falar o quanto eu fui idiota, teimosa, retardada, imprudente? Estou esperando, vocês têm razão. –digo, olhando com calma para eles.

 -Deveríamos. Mas não teve jeito, era isso ou você morria. O que  disse para ele?

 Não respondo. Começo a pensar que estava fora de mim quando falei tudo aquilo? Porque eu sou tão idiota? Porque disse que ia fazer uma coisa e depois fiz outra? Eu sou realmente um ser racional?

 Depois de um longo tempo, no qual eles percebem que eu não vou responder, Haymitch suspira.

 -Temos que voltar. –Ele fala, se levantando. –Você vem, Plutarch?

 -Vou. Tenho que cuidar daquele pessoal.

 -Do pessoal da Arena? Mandando horrores pra lá não é exatamente cuidar, sinto muito. –eu digo, me levantando e depositando a xícara de volta. –Mas obrigada. –sorrio.

 Ele sorri de volta de um jeito cansado e nós os seguimos, entrando no seu carro colorido e brilhante. As pessoas olham estranho quando me vêem pela janela.

 Quando chegamos no Centro, a primeira coisa que faço é pedir para Haymitch ir para a sala e correr para cima.

 Dou uma olhada no espelho e prendo outra faca na perna. Isso vai se tornar um hábito. Quando desço, as pessoas me cumprimentam e perguntam o porque da demora.

 -Eu não estou me sentindo muito bem, eu... Passei mal e estou muito triste... Acho que não preciso falar mais nada não é?

 -Oh não, nós estendemos perfeitamente. Todos nós já passamos por isso. Já fomos jovens, querida. –Um homem fala, sorrindo para mim.

 Ah, sim, sua mulher já foi pra Arena, querido? A de todo mundo já foi. Snow é realmente malvado, não? Engulo esse comentário sarcástico e tento me manter normal, mas não consigo parar de imaginar um Pacificador voltando e me levando sei lá para onde.

 Quando olho para a televisão, Cato está conversando com uma Johanna Mason... Ensaguentada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que temos para falar hoje? Desculpem mesmo pela demora, tá bom? Ah! To felizinha porque essa fic tem muito mais Reviews que a outra, e olha que essa é menor! Isso aí, povo! Mas aind anão desisti de vocês, que desistiram de mim... (É, sou dramática, venham me bater). Hum... Beijos sabor sundae do MC Donald's. (Cara o milk shake do Bob's tava caro pra merda... Fiquei passada, desisti de gastar meu rico dinheirinho... Nunca mais volto naquele shopping, não gostava dele mesmo u.u)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Tendo Um Fim Doce...um Amargo Não Conta!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.