Tendo Um Fim Doce...um Amargo Não Conta! escrita por Iulia


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Gente, infelizmente não deu para revisar e tirar o erro desse, tô postando correndo.



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Quando chegamos na Capital, Cato é enviado a um lugar diferente do meu para se arrumar. Porque infelizmente mentores também têm que passar por aquele processo de dor infeliz.

 Existe tudo aquilo de depilação, hidratação... Minha equipe é a mesma e diz está indescritivelmente feliz por ter a honra de trabalhar novamente comigo. Pena que eu não possa dizer a mesma coisa.

 Quando acabam Alexander aparece. Ele me abraça dizendo. “Oh minha querida... Eu sinto tanto...”

 -Então, como eu vou me vestir hoje? –eu digo, tentando amenizar a situação constrangedora. As pessoas não têm que ter pena. Ele vai voltar e vamos acabar com Snow.

 -Como a noivinha mais desesperada do mundo. Eu queria que você se destacasse mais e...

 -Não. –eu o interrompo inconscientemente. – Deixe o destaque para o Cato, ele precisa mais.

 Ele sorri.

 -Deixe eu acabar de falar. Bom, você não vai desfilar esse ano, vai ficar na arquibancada vip, um camarote na verdade, com os outros Vitoriosos e o presidente. Não vai se destacar mais do que os tributos, mas vai se destacar.

 -Tudo bem.

 -Eles realizam entrevistas com os mentores antes deles chegarem nas arquibancadas. Sua roupa vai dar uma ideia de amor incondicional, desespero. Quero melancolia nesses olhos.

 As pessoas devem achar que eu sou uma psicopata, pois sempre falam em amor comigo como se fosse algo que eu não podia de forma nenhuma entender. E não é assim. Eu poderia me trancar em um quarto e chorar. Mas ai não teria ninguém para nos manter a salvo. Depender de alguém é horrível, eu posso entender Cato.

 Não vai ser difícil nem um pouco. Só por um instante deixar as pessoas verem que eu não sou forte sempre. Eu não fico berrando e atirando facas sempre. Eu também choro às vezes, mesmo odiando que alguém veja ou saiba disso. Vamos ver como me saio.

 Ele finalmente me dá um vestido rosa claro com alguns babados e um salto fechado. Eu pareço realmente desesperada com o meu vestido de babados, minhas unhas claras e meu cabelo romanticamente cacheado. Algo como “eu dependo de vocês”. Depois ele põe a minha coroa de Vitoriosa.

 Eles vão adorar isso. Eu vou para a sala, onde Cato e os outros já estão. Ele está com a roupa de um rei. Até uma túnica. Sua coroa também está em sua cabeça. Não sei o que fizeram, mas a aliança no dedo dele parece muito mais visível. Inconscientemente olho para a minha e percebo o quanto eu queria que ela estivesse na minha outra mão.

 Mas talvez seja bom não termos nos casado, porque a prova que não estamos preparados para isso foi a briga de ontem. Quer dizer, que tipo de marido e mulher faz aquilo? Duas crianças de 11 anos casadas, talvez. E ele é um ingrato. E eu sou uma nervosinha.

Nós nos encaramos por um tempo, sorrimos e decidimos descer sem esperar Justin ou Layran. O enorme estábulo está lotado e a diferença de cenários dessa edição para a outra chega a ser assustadora. Ano passado nós estávamos exercendo nossos papéis e tentando impedir que o medo dominasse.

 Hoje os Vitoriosos, ou tributos, estão enturmados em grupinhos espalhados conversando.

 -Bom, eu tenho que ir para as arquibancadas. Puxe assunto com qualquer pessoa, e se for da sua aliança, melhor. Cuidado com a Mason. –eu aponto para Johanna, vestida como uma árvore. Ela aparece bem patética agora, mas todos sabemos do que ela é capaz e acho que nem tem mais necessidade de mentir.

 Dou um selinho em Cato e rumo para o outro lado, parando apenas para vê-lo juntar-se ao Conquistador e a Finnick, que está nu. Ou quase isso. Um funcionário da Capital me guia até lá, e nesse caminho vou exercendo bem meu papel. Falo sobre como estou desolada, triste e que preciso de ajuda. Não é mentira, apenas uma “acentuação” dos meus sentimentos.  

 Quando chegamos lá, ele já está com lágrimas nos olhos e um sorriso piedoso para mim, enquanto se afasta. Snow me cumprimenta com um abraço do qual eu tento me esquivar ao máximo, falando com várias pessoas por trás dos seus ombros, mesmo sem conhecer a maioria delas. Mas finalmente tenho que me voltar para ele, com um sorriso doce nos lábios, dizendo “E finalmente, meu honrado presidente”. Aquele cheiro faz minhas narinas entupirem.

 -Eu te avisei. –ele sussurra nos meus ouvidos.

 Sorrio sarcasticamente para ele.

 -Eu sei, meu honrado presidente.

  Me indicam uma cadeira e uma lupa delicada de ouro. Eu me sento e logo vejo Justin chegar, com um sorriso enorme no rosto para todos nós. Haymitch está sóbrio, mas muito mal-humorado.

 -E aí, Clove. Tudo bem? –me viro e vejo Plutarch Heavensbee, o  novo Chefe dos Idealizadores. Inicialmente meu olhar parece arrogante como sempre, mas logo me lembro de o amenizar. Sorrio se forma triste e conformada para ele.

 -Oi Plutarch. Vou indo e você ?

 -Muito bem, Clove. Excepcionalmente bem.

 -Fico feliz por isso. –Me viro dramaticamente para a carruagem de Cato. –Pena que não posso dizer a mesma coisa. –Uma grande sorte ele ter vindo falar comigo agora, antes do desfile começar. O hino vibra nos seus ouvidos e eu não poderia falar isso.

-Eu não ficaria assim. –ele fala, abaixando o tom de voz. –Nem tudo é o que parece ser, minha querida.

 E com esse comentário misterioso, ele sai.

 Quando o desfile começa, eu corro até o máximo que posso no camarote, para ter uma visão melhor. As pessoas estão tentando ser educadas e não fazem isso, mas eu não me importo. Estou apoiada na mureta quando o hino faz a parede tremer com o volume.

 Os estilistas este ano tentaram roubar a ideia de Cinna ao colocar fogo em Katniss. Os tributos todos brilham de alguma forma. Os tributos do 3 brilham como as luzes elétricas que produzem. Mais como lâmpadas na verdade. Eu desvio teimosamente  o olho do traje indecente que Finnick Odair. Tenho uma certa vontade de rir quando vejo os pastores do 10 pegando fogo. E principalmente quando vejo Mason. Absolutamente ridícula vestida como uma árvore. Katniss não olha ou acena para ninguém, nem Peeta. Bom, parece que eles não gostaram de voltar para os Jogos...

  Cato passa o desfile inteiro acenando para mim. Exclusivamente para mim. À propósito, me lembro agora que nunca mais ouvimos falar de Uranius. Mas eu não seria louca de perguntar para Snow.

 Snow tem que ir falar e ele precisa de destaque para isso, então sopro um último beijo e me  sento. Em dois minutos exatos, Snow se levanta e vai falar com os tributos. Os parabeniza, diz que são honrados, que todos amam eles e mais um monte de outras mentiras idiotas.

 As carruagens dão meia volta e saem. As pessoas gostam de ficar mais um tempo bajulando Snow antes de irem embora, mas não tenho tempo para isso. E de uma forma ou de outra, Haymitch já saiu. Então não preciso ter medo de levar um tiro de Pacificador de sair.

 Mas antes que eu possa o fazer, Snow segura meu braço. Novamente minhas narinas se dilatam com o cheiro. Me desvencilho rapidamente e sorrio.

 -Já vai minha querida?

 -Snow, não precisamos mais fingir um para o outro. –eu sussurro, sorrindo venenosamente. –Você cumpriu a sua promessa. Eu estou sofrendo as conseqüências.

 -Que bom que percebeu. E eu não pretendo parar tão cedo.

 -Não? Então teremos que dar um jeito nisso.

 -Eu acho melhor não me desafiar...

 -Tenho que ir. Obrigada pelo convite. Nos vemos em breve, meu amado. –eu o interrompo, erguendo meu tom de voz e voltando rapidamente ao estábulo, onde as carruagens acabaram de chegar. Vejo Cato descendo de uma carruagem e vou até lá.

 -E ai como fui baixinha? –ele fala, quando me vê chegando.

 -Foi incrível! –eu digo, me lançando no seu pescoço. Ele me abraça e eu sussurro: -Como está indo com as amizades?

 -Bem. Finnick e o Conquistador. Conversei um pouco com Chaff e Gloss.

 -Legal. Quanto mais intimidade você tiver com eles, mais fácil vai ser para vocês.

 -Sabe o que Finnick me disse? Que você lembrava uma garota do Distrito dele. Alguém que ele amava muito.

 -Annie Cresta? Eu lembro Annie Cresta? –Sempre achei que a única coisa que tínhamos em comum era o cabelo escuro. E deve ser só isso mesmo. Finnick só devia estar querendo puxar assunto.

 -Ele não falou. Pode ser qualquer garota.

 -É Annie Cresta. Uma informação vantajosa agora: Finnick ama Annie Cresta.

 -Sério isso?

 -Claro né? Utilize essa informação à seu favor.

 Nós nos separamos quando vemos o próprio Finnick andando em nossa direção.

 -Olá. - Ele diz, enfiando açúcar dos cavalos a boca.

 -Oi, Finnick. –respondemos.

 -Sabe, seu noivo deve ter te falado o que eu lhe disse hoje mais cedo. –ele diz, chegando perto demais de mim.

 -Depende.

 -Você me lembra muito uma pessoa que eu amo no meu Distrito. –ele pega uma mexa do meu cabelo.

 -Annie Cresta não é? –eu digo.

 Ele arregala os olhos e vai um pouco para traz, em um gesto de surpresa.

 -Eu... Eu... Como você sabe disso?

 Eu apenas sorrio para ele. Ele retribui o sorriso sensualmente. Viro-me para Cato como se dissesse “eu te avisei”.

 -Então é isso. Tchau. Te vejo no Treinamento. –ele sai apressado, mas se preparando para flertar com alguém, como sempre.

 E ele sai.

 -Vamos subir, Cato. –eu digo, andando na frente.

 O elevador está com uma fila enorme. Johanna que está na nossa frente, se vira para falar conosco.

 - E aí Cato? Clove. –ela sorri de forma excessiva para Cato.

 -Oi Johanna. –eu respondo, com a voz propositalmente monótona para que ela veja que eu não estou com a menor vontade e conversar com ela.

 -Nossa esse traje é tão incômodo... 

Então Johanna como a pessoa definitivamente decente que é, tira a sua fantasia. Ou seja, ela está pelada na minha frente. E na frente de Cato.

 -Bom, alguém está tentando dar uma de Finnick, não? –eu digo, tentando disfarçar a minha raiva.

 -Uou... –eu ouço alguém atrás de mim dizer. Cato.

 -Perdão? Acho que não ouvi direito. Pode repetir? –eu me viro bruscamente para Cato. Vejo de canto de olho Johanna sorrir para ele.

 -Não... Eu não disse nada.

 -Tudo bem então. Eu vou entrar agora.  Pode ir com Johanna.

 Eu então peço licença para Chaff e entro na sua frente no elevador. Já que Johanna é “Uou”, ele pode perfeitamente ir com ela.

 Passo o trajeto curto do térreo até o 2 olhando para cima e ignorando as piadas ruins que Chaff conta para Cecelia.

 Chego no meu andar e vou para o meu quarto tomar um banho. Quando saio, vou para a sala. Todos estão presentes, menos Cato e Justin. Quando eu pergunto onde eles estão, me dizem que Cato está no quarto e Justin ainda não chegou.

 Nós nos sentamos à mesa para jantar.

 -Querida, porque não vai chamar Cato? Ele deve estar com fome. –Alexander me diz.

 -U-hum. –Eu respondo, me levantando ruidosamente e revirando os olhos. Rumo até o quarto dele.

 Bato na porta e enfio a minha cabeça no portal.       

 -O jantar está servido, Cato. –eu digo.

 Ele se vira para a mim.

 -Obrigada, então. Eu já vou. Escuta, você não está com raiva de mim de verdade não é?

 Eu sorrio para ele.

 -Não. Só que você não está me escutando. Eu disse para abrir os olhos com Johanna.

 -Eu abri. –ele diz sorrindo.

 -Não daquele jeito. –eu rio. –Eu não gostei tá bom? Se ela fizer aquilo de novo, vira a cara, sei lá. Não quero esse... esse tipo de coisa acontecendo.

 -O.k, então senhora.

 -Agora anda, vem comer.

 Eu fecho a porta e saio. Não sinto a menor fome, então não como muita coisa.

 -Não vai comer, baixinha? –Cato me pergunta quando me vê afastando o meu prato.

 -Não... Não estou com fome.

 Ele suspira e volta a comer. Eu logo volto para o meu quarto. Não tranco a porta, porque sei que logo Cato estará aqui.

 Me lembro do ano passado, quando estava exatamente aqui e Cato veio e me beijou a força. Ele era insuportável. Talvez continue sendo, não?

 Vou para a janela e a arregaço, vendo as figuras ridículas. Algumas delas acenam para mim, que retribuo.

 -Clove?

 -Oi. Pode entrar.

 Cato entra e fecha a porta atrás de si.

 -Então?

 -Então o que? –eu digo sem entender.

 -Qual é o problema? Porque não está comendo?

 -Estou nervosa demais para comer.

 -Porque está nervosa?

 -Oh... Talvez porque me lembrei que meu perfume acabou... Porque você acha né, Cato?

 Ele ri.

 -Não precisa. Ano passado você vivia dizendo que ia morrer e que ia vencer aquilo. Porque isso agora? Eu posso vencer.

 -Porque não é contra mim, é... Cato, nem vem. –eu digo, sacando sua jogada. Ele ri. –Você não vai conseguir me forçar a dar uma e Conquistador e ficar falando que te amo de 2 em 2 minutos. Pode desistir.

 -Não vai falar isso?

 -Eu vivo te falando isso, para de ser chato. Se eu fosse você eu estaria visitando o casal do 12 em vez de estar aqui.

 -Porque eu faria isso?

 -Porque é o melhor... Sério Cato, se não for fazer isso vai dormir ou comer...

 -Você seria uma péssima treinadora. Só me manda comer e dormir.

 Eu rio.

 -É sério, você tem que ir.

 -Não quer que eu fique aqui hoje?

 -Não. Tenho que me acostumar a me virar de novo.

 -O.k.

 -Não apareça aqui nem se eu estiver morrendo senão eu vou te expulsar.

 Ele ri.

 -Tudo bem então.

 Nós nos beijamos e eu o empurro para fora, batendo a porta na sua cara. Agora é só eu e a escuridão do meu quarto durante a noite inteira. E vai ser assim por muito tempo. 


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Notas finais do capítulo

Olha, eu tenho 47 leitores e 34 desses são fantasmas. Vai gente, não é tão vergonhoso gostar a minha história... Eu não ligo de ler as mesmas coisas e eu ao Reviews de qualquer jeito... Gordos, magros, malvados, bonzinhos... Eu amo eles e vocês... Por favor me deem um? Eu vou responder com um grande sorriso... Beijos sabor marshmallow.