Jogos Vorazes: O Pesadelo escrita por Bruna Lethícia


Capítulo 1
Capítulo 1




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/224484/chapter/1

Era conhecida como Katniss Everdeen, mas agora sou Katniss Mellark a doze anos. Tenho trinta anos. Tenho dois filhos. Uma linda menina que batizei de Mazzy e tenho um menino que Peeta batizou de Markie. Atualmente, Mazzy tem 7 anos e Markie, 5. Fui tributo dos Jogos Vorazes duas vezes, ou três? Sobrevivi todas as vezes. Não há mais Jogos Vorazes. Sou o Tordo. Ou era. Eu era símbolo de rebelião a um pouco mais de treze anos atrás. Moro na Aldeia dos Vitoriosos do distrito 12. Devo lembrar de algo mais? Não sei. Sei que sempre esqueço algo, mas só me lembro depois de um tempo. – Bom, este é meu pequeno ritual. Faço isso toda manhã, com a finalidade de me fazer esquecer do pesadelo que acabo de ter. Faço isso sempre que Peeta sai no meio da madrugada, quando não sinto mais seus braços confortantes que me protegem dos pesadelos que me caçam todas as noites.

Já está de manhã e Peeta não me acordou. Ele se levanta cedo para ir fazer pães e bolos para nós. Enquanto isso, eu fico deitada na cama, lutando para me levantar, mas sou puxada agressivamente pelos pesadelos. O ritual tem dado certo. Não estou louca agora graças a ele. Não bastou eu ter escrito todas minhas memórias, eu ainda tenho dúvidas de que tudo que aconteceu em minha vida, é real. Ainda não sei como completo o ritual, tudo o que eu falo só me trás mais memórias ruins.

Consigo enfim levantar da cama. Respiro fundo, e como toda manhã, sinto um forte e perturbador cheiro de rosas. Fico enjoada imediatamente e saio rapidamente do quarto. Desço as escadas e sinto um cheiro que me acalma. O cheiro dos pães de Peeta. Antes de entrar na cozinha, subo as escadas e vou até o quarto de Mazzy, mas ela não está na cama. Vou ao quarto de Markie, mas ele também não está na cama. Desço novamente as escadas e vou direto para a cozinha. Vejo Mazzy ao lado esquerdo e Markie ao lado direito de Peeta, segurando massa de pão.

– Me pediram para ensiná-los o segredo dos meus pão mágicos. – Diz Peeta rindo.

– Sabia que eram mágicos! E Peeta, não me contou nada! – Digo rindo.

– Meu amor, me perdoe. Pensei que descobriria logo. – Diz ele com um olhar de quem realmente quer ser perdoado.

– Não resisto a seu olhar, você sabe. Te perdôo sim. – Encaro Peeta até escutar Mazzy dizer:

– Mãe! Acho que estou cada vez mais parecida contigo! Fui eu quem descobriu os pães mágicos do papai!

– É verdade mamãe. Mazzy que descobriu. Ela está cada vez mais esperta. Como você! – Essas são as palavras que saem da boca de Markie, as palavras que consigo entender. – Mamãe, quer descobrir o segredos dos pães com a gente?

– Claro meu pequeno padeiro. – Respondo dando um sorriso à Peeta. Peeta retribui ao ver que estou pegando um pedaço de massa que havia no balcão.

Hora do banho. Sem exagero, estou completamente branca. Entro no banheiro. Preciso tomar banho rápido para dar banho nas crianças. Elas conseguem estar mais sujas do que eu. Quando começo a tirar a blusa, escuto Peeta me chamar. Não cheguei a tirar a blusa, então desço as escadas correndo, mas paro no meio das escadas, pois escuto um grito. Esse grito. Conheço essa voz. Não é preciso conhecer a voz para saber que seu dono está totalmente bêbado. Termino de descer as escadas, abro a porta de casa e olho diretamente para a casa de Haymitch. Vejo Peeta segurando um balde cheio d’água e Mazzy segurando a mangueira. Peeta lança a água que estava no balde toda em Haymitch, que estava encostado na porta de sua casa, molhado da cintura até os pés. Deixo escapar uma gargalhada ao ver Haymitch totalmente molhado.

– Markie, pode abrir a torneira. – Markie assim faz, e Mazzy pega o balde e começa a enchê-lo colocando a mangueira dentro dele.

Haymitch estava desorientado, e por mais que eu esteja curtindo a brincadeira, decidi interferir.

– Tudo bem crianças, vitória do Time Peeta! – Ouço uma gargalhada vindo de Markie. Reparo em Mazzy e vejo que ela não está feliz com o que disse. Fico intrigada, então resolvo perguntar.

– Minha flor, o que houve?

– Time Peeta? Time Peeta inclui só o papai. – Ela o encara, então volta a olhar para mim. – Pensei que fossemos o Time Mellark, somos a família Mellark, não somos? – Afirmo com a cabeça, e sem perceber, sorrio. Haymitch e Peeta não conseguem esconder suas feições de surpresa. Também estou surpresa, mas só o que consigo fazer, é sorrir. Com apenas 7 anos e minha filha já tem o espírito de... de... de Prim. Era dela que queria lembrar hoje de manhã, na hora que estava fazendo meu ritual.

– Tudo bem, vitória do Time Mellark! – Meu sorriso não é o mesmo. Agora meu sorriso é para esconder a dor que estou sentindo, uma maneira de esconder minhas lágrimas que poderiam escorrer pelo meu rosto a qualquer momento. Haymitch e Peeta perceberam o que está havendo comigo. Não consigo mais mexer meu corpo, não consigo falar, apenas piscar. Escuto então Peeta falar:

– Crianças, mamãe ainda está suja, certo? O balde já está cheio, vamos limpá-la! – Quase que imediatamente, meu corpo começou a se mover novamente. Mas já é tarde demais. Já estou completamente molhada.

– Alguém tem uma toalha para me emprestar? As minhas estão todas sujas. – Diz Haymitch.

– Desde quando você se importa com limpeza? – Pergunto dando uns risinhos.

– Docinho, este é meu primeiro banho esta semana. Quero que seja especial. – Solto uma gargalhada e Peeta faz o mesmo.

– Crianças, não sigam o exemplo dele. Vou buscar as toalhas. – Agradeço a ele com apenas um sorriso, e ele vem em minha direção, para em minha frente e sussurra – Você me ama. Verdadeiro ou Falso?

– Verdadeiro. – Respondo encarando seu olhos azuis,como sempre faço quando respondo a essa mesma pergunta. Peeta me beija na testa e anda até em casa, mas, involuntariamente, pego seu braço e o beijo. – Risadas de criança é a trilha sonora do momento. Na boa, eu amo muito isso. – Enfim o solto, ele me encara com um sorriso no rosto, retribuo o sorriso e então ele vai para casa. Eu escuto o telefone tocar, então tiro o excesso de água de meu cabelo e vou até em casa. Peeta já está com o telefone na mão, vou até ele e ele me entrega o objeto.

– Alô?

– Oi filha.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Jogos Vorazes: O Pesadelo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.