- Nessie, acorde! – minha mãe me balançou na cama

- Me deixe dormir só mais um pouco

- Nessie – minha mãe me jogou para lá e para cá na cama.

- O que foi? Me deixe dormir mais um pouco, agorinha eu acordo – virei para o lado contrário e voltei a dormir.

“5 minutos depois”

 - Minha querida, acorde – agora foi a vez de o meu pai me perturbar, parece que ninguém sabe que uma criança tem que dormir.

- Oi, tchau – virei novamente e tentei dormir, mas meu pai me tirou da cama e me levou para o banheiro e ligou a torneira e me colocou com roupa e tudo.

- O que é isso papai?

- Já que você não quis acordar, tive que apelar para o jeito difícil meu amor.

- Edward? O que você fez?

- Estou acordando a Nessie, como você pediu.

- Você está tão tosco ultimamente

- Prazer, Edward – ele soltou um sorriso irônico.

- Papai, pegue minha toalha para que eu possa me enxugar – ele a pegou no mesmo momento e me tirou da banheira, mas acabou se molhando todo, não era para menos, pois ele que havia me colocado dentro da banheira com roupa e tudo.

- Vamos minha filha – meu avô entrou no meu quarto e chamou minha mãe.

- Já estou terminando aqui, já que o Edward jogou a Nessie dentro da banheira ainda vestida

- Do que estão falando papai?

- Não é nada querida

Meu pai me colocou no chão e fomos para meu quarto, quando vi duas malas no chão perto da cabeceira de minha cama, me deu uma vontade de rebelar contra meus pais, ou melhor, contra toda minha família, fugir e nunca mais olhar para trás ou procurar algum Cullen se quer, mas sei que não iria funcionar, então decidi fazer a pergunta obvia.

- Pra onde iremos viajar?

- Iremos ficar um tempo no Alasca minha querida – meu avô respondeu antes de sair do quarto.

- Por quê? Vocês disseram que não iríamos mais no mudar.

- É só por um tempo meu amor. Prometo-te que voltaremos – Minha beijou minha testa ao pronunciar essas palavras pontiagudas, que se cravaram profundamente em meu peito.

- Está bem, mas eu quero voltar aqui, mesmo que seja no dia de minha morte

- Não diga isso minha filha, vamos voltar antes que você imagine

Ela pegou as malas e saiu do quarto, senti um arrepio enorme era a janela aberta e como eu ainda estava um pouco molhada senti um frio tremendo, peguei as pontas da toalha que estava por cima dos meus ombros e as puxei uma contra a outra.

- Está com frio minha querida? – Nossa mais que pergunta tosca meu pai fez? Ele deve ser loiro por dentro, porque para fazer uma pergunta idiota como essa, só pode.

- Estou sim – eu pensando mal do meu pai e sendo a maior falsa que conheço, típico. Será que ele ouviu meus pensamentos? Espero que não.

- Vista-se meu amor – Ele estendeu suas mãos com um vestido vermelho e minha roupa intima, em cima de minha cama havia uma sapatilha nude e uma fita rosa. Eu devo ser uma boneca, para que eles me encham de penduricalhos.

- Okay papai!

Peguei o vestido e minha roupa intima e fui para o banheiro, mas a toalha estava encharcada para que eu pudesse me enxugar.

- Papai, peça minha mãe outra toalha, porque não dá pra enxugar com essa. Já está toda molhada.

Ele sumiu por alguns instantes e voltou logo em seguida com uma toalha rosa com perfume de jasmim, o mais doce aroma que senti até hoje. Não o mais gostoso, pois o que realmente gosto, é o sangue do Jake, ah se eu pudesse experimentar o sangue humano, mas minha mãe não me permite, o que me deixa desanimada.

- Vamos logo, temos um longo caminho pela frente minha querida – suas palavras me soaram com um tom brusco, mas nem liguei.

[...] Assim que terminei de me enxugar vesti o vestido vermelho e coloquei as sapatilhas. Eu estava pronta para ir viajar, deixar o lugar em que cresci para viver em um lugar estranho, que não conhecia ninguém, o melhor seria ficar aqui, pois tenho meus amigos, em quem eu possa confiar.

- Pronto? - meu pai perguntou curioso.

- Sim já estou saindo

Assim que sai ele já não estava mais no quarto, escutei ele conversando com minha mãe na sala, então desci em super velocidade e os encontrei.

- Tem alguém que quer se despedir

- Quem? – não tenho a mínima ideia de quem seja.

- Oi, você já não se lembra mais de mim? – ele surgiu no vão da porta com uma caixa na mão.

- Jakee - corri para abraçá-lo.

Enquanto estávamos abraçados, ele me acariciava o rosto - Eu bem que queria pedir para você ficar, mas conversei com seus pais ontem, e sei que não devo ser tão egoísta, sei que um dia você voltará – ele se soltou de meu abraço – quero que você nunca se esqueça... eu te amo, e muito.

- Está bem Jake, não se esqueça de mim – Puxei sua bochecha esquerda.

- Nunca, minha florzinha – ele me abraçou novamente, mas agora com muito mais força. Senti lágrimas caírem de seus olhos, também me emocionei e comecei a chorar, muito mais a cada segundo.

- Jake, não chore. Também chorarei junto a ti.

- É preciso, é nossa despedida

- Não é nossa despedida, é só uma partida, vamos nos reencontrar, pode até ser mais tarde ou mais cedo que você imagina

- Ainda bem que você pensa assim minha querida – meu pai disse colocando sua mão em meu ombro.

- Nós temos que ir – minha mãe disse se aproximando de nós.

- Está bem – me soltei do doce abraço com o Jake para ir embora. Lágrimas caiam de meus olhos, como nunca, jamais havia chorado como hoje, algo diferente, parecendo que eu jamais iria voltar.

- Tchau Jake – eu disse entrando dentro do carro de minha família, sei que teríamos muito tempo de viagem, uma longa estrada pela frente.

O olhar do Jake não estava tão bom assim, muita tristeza, nem imagino o porque, mas deve ser porque estou indo embora, mas ele espere que um dia vou voltar, queira ele ou não.