Caroline’s POV

Meu corpo pesava, minha garganta parecia estar fechada, meus olhos ardiam e doía para respirar. Estava me sentindo super bem, como vocês puderam constatar.

Abri meus olhos lentamente e vi dois pares de olhos lindos me encarando. Dei um sorriso fraco ao perceber que era Harry e Niall. Me levantei com certa dificuldade e Niall me ajudou, apoiando minhas costas.

- Onde eu estou? – perguntei sentindo minha cabeça latejar.

- Está em uma ambulância, minha pequena. – Harry acariciou minha bochecha. – Você quase nos matou de preocupação.

Olhei bem para seus olhos e notei que estavam vermelhos e um pouco inchados, assim como os de Niall. Eles tinham chorado?

- Não faz mais isso minha linda, por favor. – Niall me abraçou, me prendendo fortemente em seus braços.

- Desculpa. – falei bem baixinho, repousando minha cabeça no ombro de Niall.

- Você não tem que se desculpar de nada, minha pequena. – senti Harry acariciar meus cabelos e beijar o topo da minha cabeça.

- Caroline? – ouvi Zayn me chamar e ergui a cabeça. – Tem alguém querendo falar com você.

O menininho que eu tinha ajudado entrou na ambulância e sua mãe estava logo atrás, com o rosto todo inchado, provavelmente por causa do choro. Desci da maca onde estava e me abaixei para ficar na altura dele. Ele me deu um abraço apertado e sorriu, me fazendo sorrir também.

- Muito obrigado, por ter me salvado, tia. – ele me deu um beijo na bochecha tímido.

- Não foi nada, lindo. – sorri acariciando sua face.

- Muito obrigada, Caroline. – a mãe dele veio em minha direção. – Palavras não serão suficientes para descrever o quão agradecida eu estou. Foi muita coragem sua salvar meu pequeno. Ele me contou que pediu ajuda para muitas pessoas, mas que nenhuma parava para ajudá-lo. – vi Eleanor abaixar a cabeça. – E dar sua bombinha para ele foi uma das coisas mais corajosas que eu já vi alguém fazer por uma criança. Muito obrigada, de coração.

A mãe do menino me deu um abraço forte e eu fiquei emocionada. Não tinha achado um ato heróico o que tinha feito pelo menininho. A verdade não pensei na hora em que o vi lá no chão, apenas o peguei no colo e voltei a correr para fora da loja.

- Não fiz mais do que minha obrigação em ajudá-lo. – acariciei os cabelos lisos do menino. – Sei muito bem o quanto é desesperador quando você se perde dos pais quando é pequeno. – dei um sorriso tristonho.

Conversamos mais um tempinho até eles irem embora. Fomos para o carro de Harry, que mandou Zayn dirigir porque estava tremendo ainda. Ele e Niall foram atrás comigo, quase me sufocando de tanto me abraçar.

- Por que você não me contou que tem asma? – Niall perguntou e eu dei de ombros.

- Não lembrei.

- Como assim não lembrou? Isso é super importante, sabia? – ele me repreendeu. – Que outras doenças você tem? – ele falou e eu dei risada.

- Todas as doenças respiratórias e de baixa imunidade que você possa imaginar. E tem mais um monte, mas deixa para outro dia.

- Por que você tem tudo isso? – Zayn perguntou curioso.

- Digamos que minha vida no Brasil não era um hotel 5 estrelas.

- Como assim? – Harry perguntou dessa vez.

- Quando cheguei lá era uma época de muita chuva e frio, não como aqui, mas quando você não tem casacos fofinhos na sua mala é um gelo. Com todos os fatores como chuva, vento frio e até geada minha saúde foi se debilitando cada vez mais e resultou nisso hoje.

- Você tem imunidade baixa? – Niall questionou.

- Muito baixa.

- Isso não é nada bom quando se viaja o mundo a fora. – ele falou me abraçando.

- Eu sei, mas já estou acostumada com essas coisas.

- Com as doenças? – Harry falou. – Digo, já se acostumou com falta de ar, dor, essas coisas...

- Digamos que eu me adapto muito rápido com as coisas. – dei um sorriso fraco.

- Até com a dor?

- Principalmente com a dor.

[...]

Acordei depois de umas boas horas de sono. Cinco, para ser mais precisa. Estava precisando daquele precioso sono. Lavei meu rosto e desci para a sala para ver o que os meninos estavam fazendo. Encontrei Gemma e seu namorado lá.

Durante a turnê americana sempre falava com ela por Skype para ajudá-la. Ela tinha voltado com o namorado, estava se sentindo estranha por estar grávida e seu pai estava muito feliz em saber que iria ser avô. Ele até brincou falando que estava surpreso por Harry ainda não ter arrumado um neto para ele...

- CAROL! – ela veio em minha direção me abraçando assim que me viu. – Que bom que você está aqui! Tenho muitas coisa pra te contar! – Gemma disse animada e eu ri.

- Caroline, eu acho muito injusto esse negócio. Você rouba todo mundo de mim. – Harry falava indignado. – Já roubou a Lux, minha irmã, minha mãe, porque sempre que ela liga pra mim pergunta primeiro de você, meu sobrinho ou sobrinha, que nem nasceu ainda e até o Louis você me roubou!

- Quanto drama, Styles! – dei risada.

- Drama porque não é com você. – ele cruzou os braços e fez bico.

- Olha como seu irmão é uma criança. – falei para Gemma, que riu.

- EI! Não sou criança. – ele se defendeu.

- É verdade, esqueci completamente. Desculpa, bebê. – falei debochada e vi ele revirar os olhos e se afundar no sofá.

- Você é impossível. – Harry fez um bico maior ainda.

- Vou me lembrar bem disso quando você disser que eu sou dramático e infantil. – Louis falou rindo de Harry.

- Mudando completamente de assunto... – olhei para Gemma. – Menino ou menina? – perguntei ansiosa passando a mão em sua barriga um pouquinho saliente.

- Adivinhem. – ela fez mistério.

- MENINA! – Harry berrou.

- MENINO! – eu e Louis falamos ao mesmo tempo.

- Vocês combinaram as falas? – Gemma olhou para mim e para Louis, que negou. – Acertaram, é menino. – ela abriu um sorriso imenso e eu a abracei.

- Parabéns, Gemma! – disse alegre. – Sempre soube que era menino. – sorri largamente.

- Eu achei que era menina. Queria que fosse. – ela falou fazendo bico também.

- Vamos ter muito tempo para providenciar uma menina, amor. – o namorado de Gemma disse e ela ficou corada.

- Providenciar? – Harry o olhou furioso. – Vou providenciar minha mão na tua cara já já. – ele disse irritado e eu corri até ele, sentando em seu colo rapidamente.

- O senhor vai é ficar bem quietinho aí, isso sim. – o repreendi.

- Mas tem gente que ta hoje, hein. – ele me olhou irritado.

- Hoje eu tô que tô, amorzinho, então trate de ficar quietinho aí. – empurrei Harry, fazendo-o encostar com tudo no sofá.

- Ui que medinho. – ele me olhou malicioso. – Vai dormir comigo, né?

- Óbvio! Já viu a chuva que ta caindo lá fora?

- Hã? – Gemma perguntou confusa. – Não entendi. O que a chuva tem há ver com você dormir com o Harry?

- É que sempre que chove ela dorme comigo. – Harry respondeu.

- Por que? – o namorado de Gemma disse.

- Coisa nossa. – falei antes dele.

- Mas é só dormir, né?! – ela perguntou e nós rimos.

- Ah, depende do meu nível de carência e o nível de gostosura da Caroline. Se ela estiver de calça e blusa a gente só dorme, mas se ela estiver de shorts daí já é outro assunto... – ele falou malicioso e recebeu um tapa no ombro.

- A gente só dorme mesmo. – disse rindo.

- Por que não assume para todos que temos noites quentes toda vez que você dorme comigo? – Harry mordeu o lábio inferior e me olhou divertido.

- Porque nós não temos.

- Mas bem que poderia ter. – ele fez bico novamente. Olhei para Gemma.

- Reze para esse menino não puxar ao tio.

- Claro que tem que puxar ao tio, tem que ser bem bonito e gostoso.

- Acrescente convencido também. – Louis disse e todos rimos, menos Harry.

- Vocês são tão sem graça. – ele falou voltando a fazer bico.

- Vou mudar seu apelido de tchutchuco para bicudo desse jeito.

- NÃO! – ele gritou me assustando. – Prefiro tchutchuco. – ele envolveu minha cintura, me aconchegando melhor em seu colo. – Só seu tchutchuco. – Harry sussurrou em meu ouvido e depois deu uma mordida leve no lóbulo da minha orelha.

- Carência é foda, né...