Carolines POV

- Carol. senti alguém me chacoalhar. Carol, acorda. era Harry.

- Ela ta dormindo a quanto tempo? Louis também estava ali.

- Faz quase 5 horas. Não tive coragem de acordá-la. ouvi a voz de Josh carregada de... pena?

- Carol, levanta. Harry insistiu novamente e eu abri meus olhos.

Pisquei várias vezes para me acostumar com a claridade e esfreguei meus olhos. Sentei na cama, percebendo que estava com um cobertor muito gostoso me cobrindo. Quando o cobertor pendeu para o outro lado, senti um frio muito forte e puxei o cobertor de novo.

- Ta muito frio, me deixa dormir Harry. resmunguei deitando, mas ele foi mais rápido e me segurou.

- Nem pensar! São duas da tarde e você não comeu nada.

- Como sabe? perguntei o olhando.

- Josh me falou. ele sorriu e eu fuzilei Josh com o olhar.

- Vamos comer alguma coisa logo, estou morrendo de fome. Louis falou saindo do quarto.

Com muitos resmungos eu levantei. Estava morrendo de frio, o tempo tinha mudado drasticamente. Josh percebeu que eu estava batendo os dentes de tanto frio e me deu um casaco fofinho dele.

- Obrigada, Josh. sorri para ele, que sorriu também.

- Vamos Carol! por que Louis estava tão apressado?

- Já vai porra! estressei. Desculpa por ter tomado sua cama por algumas horas. voltei meu olhar para Josh.

- Que isso, foi um prazer ter uma mulher dormindo nela. ele sorriu malicioso. Mesmo eu não dormindo junto. nós rimos.

- Muito obrigada por tudo. o abracei.

- Não tem que agradecer. ele me abraçou forte e sussurrou no meu ouvido. Não quero mais te ver chorar, é torturante. Promete pra mim que não vai chorar?

- Prometo.

Nos despedimos e eu e Harry fomos para o carro de Louis, que estava inquieto. Ficou reclamando o tempo inteiro e perguntando porque tínhamos demorado tanto.

- Qual a tua Louis? perguntei com raiva já. Ta de TPM?

- Ele ta todo irritadinho porque a Eleanor não quis dar pra ele ontem. Harry disse rindo.

- Quem é Eleanor? perguntei.

- É a que atendeu o celular do Louis aquela vez. Harry respondeu e eu assenti.

- Fica na sua, Harry. Louis disse e eu e Harry rimos.

- Como é ruim ser rejeitado. fiz voz melodramática.

- Cala a boca Caroline. Eu não saí de casa só pra te buscar e ficar ouvindo isso. ele falou todo grosso e eu me irritei de vez.

- Olha aqui, eu não te pedi pra me buscar, você veio porque quis. alterei a voz.

- Eu vim porque o Harry me obrigou. ele alterou a voz também.

- QUE FICASSE EM CASA ENTÃO! Não pedi pra ninguém me pegar na casa do Josh.

- Então desce também. Louis parou o carro e eu desci. É pra ser birrenta? Então vamos ser.

- LOUIS! Harry o repreendeu.

- Muito obrigada por tornar meu dia ruim em péssimo! disse antes de bater a porta do carro com força.

- SE QUEBRAR VAI TER QUE PAGAR OUTRA! ouvi ele gritando.

- TO POUCO ME FODENDO! gritei de volta e saí andando.

Tudo ele desconta em mim. Se a menina não quis dar pra ele a culpa é da Caroline, se eu me preocupo com ele lá vem patada. Vai se foder também! Tenho cara de saco de pancadas por acaso?

Louis é muito bipolar. Em um dia ele está super alegre, feliz, carinhoso. Em outro só falta me espancar e me jogar da Torre Eiffel. Não entendo essas pessoas, não entendo mesmo.

O mais interessante é que os meninos devem ter zoado ele em casa um monte, mas daí eu falo uma coisinha e e ele já vem com 900 pedras na mão pra me apedrejar.

Perdi meu namorado perfeito, meu melhor amigo é um bipolar idiota e eu não faço a mínima idéia de onde eu estou. O que mais falta acontecer? Cair um raio em cima de mim? Se for cair acerta direito pra matar de vez também.

Olhei o lugar onde eu estava. Não fazia a mínima idéia pra onde ficava minha casa. Pensei em voltar para a casa de Josh, mas não prestei atenção no caminho. Ótimo, estou fudida.

Procurei meu celular para ligar pra alguém, mas não o achei. Bateu aquele desespero quando chequei todos os bolsos e não o encontrei. CADÊ MEU CELULAR PORRA? Deve ter ficado na casa do Josh. Merda.

Olhei em volta e não tinha uma alma viva naquela rua. Que ótimo. A única coisa a se fazer é tentar voltar pra casa, né. Comecei a virar em umas ruas e parecia que eu já tinha passado por elas. Continuei seguindo por elas, mas não tinha tanta certeza assim que as conhecia.

Olhei em meu relógio e marcava 14:30. Meu estômago estava reclamando a muito tempo. Entrei em um Starbucks que encontrei no meio do caminho e comprei um frapuccino e um salgado qualquer. Comi e quando fui pagar perguntei para o atendente se o bairro que eu morava era muito longe daqui. Ele disse que de a pé levaria no mínimo 2 horas. Me explicou mais ou menos e eu comecei a andar novamente.

Quando deu 16:50 eu estava mais perdida que cego em tiroteio. Estava mais perto do bairro, mas não sabia como chegar direito. O céu escurecia mais e mais a cada segundo e meu medo aumentava também.

Perguntei para uma mulher super simpática o caminho e ela me explicou direitinho onde ficava a entrada do bairro e ela falou que tinha uma loja enorme com roupas caríssimas no começo. Era a loja que Niall tinha me levado.

Lá vai a Caroline novamente andar pelas ruas de Londres. Agora eu estava mais esperançosa, pois sabia como chegar. Mas minha esperança foi diminuindo cada vez que eu sentia um pingo em mim. Não, não chove agora, por favor.

Quando eu acho que meu dia não pode ficar pior, ele fica. Começou a chover fraquinho e eu já me desesperei. Depois a chuva começou a engrossar mais e mais. Merda.

Finalmente eu avistei aquela loja enorme. Pelo menos eu sabia onde eu estava agora. Só tinha um pequeno enorme problema. A loja ficava no começo do bairro. Minha casa no final.

A chuva aumentava a cada segundo e eu já estava completamente encharcada. Resolvi correr para chegar mais rápido. Pelo menos agora eu sabia onde eu estava.

Com essa minha idéia maravilhosa de correr, acabei pisando em falso e caí com tudo de joelhos no chão. Se doeu? Imagina. Doeu tanto que eu mal sentia o local em que provavelmente ficaria um ralado maravilhoso. E ainda por cima quando eu fui levantar bati minha cabeça em alguma coisa pontiaguda que me furou.

Eu estava tremendo de frio, com os joelhos todos ralados, cabeça perfurada, mega desesperada e com medo. Agora sim meu dia não poderia ficar pior. Para ajudar as ruas estavam escuras, nenhum carro passava.

Quando era umas 21:40 eu avistei minha casa. Nunca fiquei tão feliz em vê-la como fiquei agora. Só não corri até o interfone porque estava mancando e com medo de cair de novo, senão eu corria. Apertei o interfone com muita dificuldade, estava tremendo muito.

- Quem é? a voz de Harry soou extremamente preocupada.

Tentei falar meu nome, mas não conseguia. Estava sem ar e ofegante, não conseguiria falar meu nome nunca. Acho que ele percebeu que era eu por causa dos meus suspiros ofegantes.

- Caroline? ele perguntou e um alivio tomou meu peito. Caroline?

- Oi? consegui falar com muita dificuldade e percebi que minha voz saiu chorosa.

- NIALL, ELA TA AÍ, CORRE LÁ PRA FRENTE! ouvi ele gritar distante e o portão destrancar.

Aquele portão parecia ter uma tonelada. Ou sou eu que sou muito fracote mesmo. Logo vi cinco pessoas saindo de casa. Isso mesmo, cinco. Não, espera. São oito pessoas. Não, são dez! Ou eu to vendo coisa? Depois não vi mais nada, porque apaguei.