Niall's POV

- Nini?

- CAROLINE, MEU DEUS, EU NÃO TO ACREDITANDO QUE É VOCÊ. – nessa hora eu já estava de joelhos com lágrimas escorrendo pelos olhos.

- Nini que saudades de você, você não faz idéia. – pelo jeito ela estava chorando também. – Como que você ta?

- Eu to bem e você, minha linda?

- Eu to indo. – ela disse meio baixo.

- Onde você está? Eu vou te buscar AGORA!

- Eu to no Brasil, Nini. Eu preciso da sua ajuda. – ela dizia baixo e algo me dizia que estava sofrendo.

Senti alguém tocar meu ombro, era Liam. Seu olhar passava preocupação, mas nem me importei. Eu tinha encontrado minha irmã depois de oito anos. Sabe o que é isso? Ignorei-o e me concentrei em Caroline novamente.

- O que aconteceu, minha linda?

- É que a mulher que cuidava de mim faleceu faz uma semana e eu estou desempregada. – Mulher? E o meu pai? – E aqui no Brasil ta muito difícil achar emprego e eu não tenho mais onde morar.

- Você sabe tocar guitarra? – disse em um tom animador.

- Sim, sempre foi a minha paixão, lembra?

Claro, como eu não havia lembrado? Niall, seu burro. Isso era perfeito, era tudo que nós precisávamos e tudo o que eu mais queria.

- Arruma suas malas, minha linda. Você vai ser a nova guitarrista da One Direction.

- É sério? – ela parecia não acreditar.

- Despedimos nosso guitarrista ontem e precisamos de um substituto. E eu não vejo a hora de te ver, maninha. – disse super feliz com a idéia de vê-la novamente.

- Mas Niall, eu não tenho dinheiro para a passagem.

- Isso não importa. Me passa o número de uma conta bancária sua que eu mando o dinheiro e você compra a passagem. Mas só com uma condição.

- Qual?

- Que você venha amanhã mesmo.

- Não precisa pedir duas vezes, Nini. Eu vou ter que desligar, tenho que arrumar umas coisas aqui. Eu te amo.

- Eu também te amo. – um sorriso bobo brotou em meus lábios.

Ela passou o número da conta e nos despedimos. Deus, não acredito que era minha irmã, minha pequena que eu tanto sonhava em reencontrar. Eu estava muito feliz, quase explodindo. Soltei um grito que saiu sem querer e vi Liam e Zayn saírem de casa para ver o que tinha acontecido. Sai correndo e pulei em cima do Zayn, que se assustou.

- O que foi, cara?

- ELA VAI VOLTAR, EU FINALMENTE VOU PODER ABRAÇÁ-LA DE NOVO. – eu dizia afobado.

- Ela quem? Você enlouqueceu? – disse Liam me tirando de cima de Zayn.

- MINHA IRMÃ, CARA! EU ENCONTREI MINHA IRMÃ, EU ENCONTREI MINHA IRMÃ! – eu estava tão feliz por tê-la achado que não parava de falar  a palavra “irmã”.

- Você tem irmã? – disse Harry. Vi Louis atrás dele.

Todos me olhavam confusos, então eu resolvi contar toda a história. Disparei tudo de uma vez por causa da adrenalina que estava correndo a mil pelas minhas veias. Eles me olhavam boquiabertos e achei muito estranho Louis não ter feito nenhuma piadinha.

- Eu estou chocado. – disse Harry fechando a boca do Louis.

- Por que você nunca nos contou isso? – perguntou Zayn.

- Porque eu não gostava de tocar no assunto, e eu me sentia culpado por meu pai tê-la levado embora. Minha mãe nunca deu muita atenção pra ela...

Senti meu celular vibrar, era uma mensagem dela. Passagem comprada, amanhã finalmente vou poder ver o meu Nini lindo. xoxo Caroline H. Abri um sorriso enorme e fiquei pensando que não poderia buscá-la no aeroporto, porque iria causar muito tumulto, então resolvi dar o endereço para ela e mandar pegar um táxi, que é bem mais fácil. É, eu não dormiria naquela noite.

Caroline’s POV

Quando reconheci meu irmão na revista, quase tive um infarto. Fui na editora e implorei muito, mas muito mesmo para que eles me dessem o número dele. Não é nada fácil conseguir telefone de famoso, mas depois de mostrar meus documentos e chorar muito no pé do dono da revista ele finalmente me deu o número.

Quando eu falei com ele, meu mundo estava colorido novamente. Niall é a pessoa que eu mais amo na minha vida e ficar longe dele por oito anos não foi nada fácil. Minha vida, ao contrário da dele, é uma merda. Quando meu pai me mandou para o Brasil ele me largou e me abandonou, como todas as pessoas fazem comigo. Felizmente uma mulher me encontrou e me deu abrigo.

Não foi nada fácil achar alguém que entendia inglês no Brasil naquela época. Eu até pensei em me jogar na frente de um carro e morrer logo, mas com a minha sorte eu não morreria. Não me levem a mal, mas depois de tudo que eu vivi aprendi a desconfiar de tudo.

A situação estava mais do que apertada para o meu lado. A dona Teresa, que cuidava de mim, faleceu faz três dias e deixou a casa para o sobrinho dela. Ou seja, terei que sair de lá. Quase não acreditei que Niall me chamou para ser a nova guitarrista da banda. Acho que depois de longos anos de espera, eu finalmente vou poder ser feliz de novo.

No dia seguinte...

Lá estava eu no aeroporto fazendo o check-in com um sorriso enorme no rosto. Meu vôo sairia daqui 15 minutos, então resolvi mandar uma mensagem para o Niall avisando.

Última chamada para o vôo 1907 com destino à Londres.

Peguei minha mala e minha mochila e fui em direção ao avião. Você vai se mudar para Londres e só está levando uma mala? Sim, é isso mesmo. Não tenho muitas roupas e para falar bem a verdade, a mala nem está cheia. Coloquei meus fones de ouvido e encostei-me ao banco do avião. Quando percebi estava dormindo.

Não me lembro de ter sonhado, mas quando abri os olhos havia um cobertor em cima de mim. Acho que era a aeromoça que o tinha colocado ali. Livrei-me dele, mas me arrependi no mesmo instante, estava muito frio. Olhei para o monitor à minha frente que continha a seguinte mensagem: Chegaremos ao destino em 1h38min. Meu Deus, eu entrei em coma e não percebi? Eu tinha dormido quantas horas? Não fazia idéia, mas isso não importava agora.

Peguei meu celular e comecei a jogar um joguinho para me distrair. Logo uma moça chegou falando se eu gostaria de comer alguma coisa. Na verdade eu queria sim, mas se comesse não seria nada bom, pois meu estômago estava sendo devorado por um tiranossauro rex de tanto nervosismo.

Toda hora eu olhava para o relógio e para o monitor. Eu estava quase pulando pela janela do avião e ai sim eu teria certeza que não sobreviveria dessa vez. É incrível como quando você quer que a hora passe, ela não passa.

Fiquei ali me torturando com o celular, até que finalmente o aviso para apertar o cinto foi ligado. Eu estava chegando, até que enfim. Acho que Niall me estranharia, pois quando fui embora eu era mais alta que ele e meu cabelo era loiro. Hoje devo estar mais baixa e meu cabelo está preto. Não me pareço muito com ele fisicamente, mas pelo que diz nas entrevistas, eu sou muito parecida internamente.

Senti o avião pousando e meu estômago revirou de tanto nervosismo. Desembarquei e peguei minha mala. Estava meio receosa de falar em inglês novamente, mas tinha que perder o medo para chegar à casa do meu irmão.

Sai do aeroporto e tinha três taxis sobrando. Entrei em um e disse o endereço para o motorista. Ele me olhou com uma cara esquisita, como se eu fosse de outro planeta.

- A senhorita sabe quem mora nesse endereço?

Ok, agora sim eu entendi. Ele estava espantado porque eu iria para a casa da One Direction. Era a banda mais estourada do momento e fazia o maior sucesso por lá.

- Sei sim, agora será que o senhor poderia ir logo? Estou com um pouco de pressa... – disse meio envergonhada.

- Pode deixar.

A casa era meio afastada da cidade, mas o pouco que pude ver de Londres fiquei maravilhada. Peguei meu casaco que estava na mochila e coloquei. Não era grande coisa, mas pelo menos me esquentou um pouquinho. Estava muito frio.

- De onde a senhorita é?

- Brasil.

- Vai demorar um pouco para se adaptar com o frio daqui. – ele disse dando um sorriso.

- Acho que sim. – dei um sorriso de volta.

Ele andou mais alguns minutos e parou em frente de uma casa enorme. Não, eram duas casas. Meu Deus como elas eram grandes. Desci do taxi e paguei o motorista, que estava com a minha mala em mãos.

- Muito obrigada. – disse pegando minha mala e dando um sorriso.

- Foi um prazer, senhorita.

Se ele falasse senhorita mais uma vez eu dava um tapa na cabeça daquele homem. Sério, pra que tanta formalidade? Deixei meus pensamentos de lado e vi o motorista ir embora. Avistei um interfone. Meu estômago se revirou de nervosismo novamente e meu coração começou a bater muito forte. Prendi a respiração e apertei o interfone. Segundos depois ouvi uma voz grossa.

- Quem é?

- É a... – quando ia falar meu nome ouço a voz dele.