– Aonde é que nós caímos? Como eu me sinto tão bem? – Lire questionava olhando para Arme, imaginava receber respostas dela.

– Eu não sei que lugar é esse, mas acho que tentei te explicar os princípios da força de Cazeaje. Se você não entendeu, caso a derrotássemos, ela provavelmente explodiria energia vital devolvendo-a a nós. É por isso que mesmo a Elesis, antes toda machucada, está tão bem.

Apontando para Elesis, em pé e nova em folha, Arme sorriu.

– Na verdade não é apenas isso. Seu modo “fúria” consumiu tudo que ela tinha e ela se sacrificou para nos salvar. Você não reparou?

Arme relembrou do momento que Elesis cortou a pata de Cazeaje e gastou suas energias no poder da “espada da punição”. Aquelas imagens que lembrava dela agindo estranhamente e de sua aura brilhando.

– Então Ryan realmente fez um trabalho magnífico. Eu não notei que aquilo foi necessário.

Referia-se ao “ressuscitar”, seu mais mítico poder no mesmo nível da “transformação nephirim”.

– Não me surpreende estar inconsciente até agora.

– A mim surpreende, – falou Arme enquanto Elesis chegava. – Tantos anos acumulando força vital. Aquilo poderia dar vida a tudo, no momento que explodisse suas energias com sua morte. E bem... Tenho certeza que Cazeaje realmente morreu e liberou sua energia!

Já segurando Ryan, Elesis falou:

– “Ela” está nos seguindo.

Aos cochichos, Arme respondeu:

– Eu também pensei “nela”, mas cheguei a conclusão que na verdade este corpo... É de um homem. Cazeaje apenas se apoderou dele, como fez com tantos outros.

Elesis coçou a cabeça. Fazia sentido!

– Onde estamos mesmo?

– Eu realmente não sei. – Arme repetiu o que havia dito a Lire.

Foram cercadas. Eram esqueletos? Todo seguravam arcos.

– Eu dou conta deles. Sigam.

Elesis continuava com Ryan em seu ombro e Arme a seguiu. Deram de cara, lá na frente, com um grande monstro.

– Ciclope. Eu desconfiava, mas preferi não comentar. Agora tenho certeza. Estamos nas catacumbas de Kastulle!

O ciclope disparou seu laser e não acertou o alvo. Um pouquinho depois e uma água já se levantava, como um gêiser.

Elesis e Arme foram até a água. Se penduraram em cima de uma pedra onde o ciclope não as alcançava. Elesis esticou seu gigante montante, que agora – em oposto ao cenário onde esteve com sua fúria liberada – estava pesada. O montante atingia o ciclope.

O ciclope, abestalhado, procurava uma maneira de acertá-las sem conseguir, parado. Deixava-se atingir até cair com seus ferimentos fatais. Lire já chegava após derrotar os arqueiros sozinha.

– Então estamos em Kastulle... Mas onde isso vai dar? – Elesis chateou-se, trocando o montante novamente para espada. Imaginava que agora seria a maior heroína de Ernas após derrotar Cazeaje e seu pai viria até ela. Era exatamente o contrário: mais problemas apareceram.

– Ele está aqui de novo. – Arme apontou para o tal “garoto” que as seguia, o corpo que Cazeaje se apoderou mais cedo.

– Lass... Lass... – falava o garoto em expressão confusa.