Amor e orgulho escrita por Karmen Bennett


Capítulo 17
Capítulo 17: Eternamente


Notas iniciais do capítulo

Oi! Esse é o último cap e eu estou muito feliz em ter conseguido concluir outra fic!! Comecei em maio e termino em agosto, foi muito bom ter ganhado leitores tão fofos!! Brigada gente, no epilogo eu faço um agradecimento melhor, pq agora é hora de revelação. A pergunta não é o que, mas sim por que. Muito óbvio também!! O titulo não precisa explicar, não é? De qualquer forma vcs vão entender lendo!! Mas em fim, espero que vcs gostem e boa leitura!!



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Nove da manhã. Um quarto arejado e silencioso. Ele tinha cabelos castanhos. Ela era loira. Ele tinha olhos castanhos, ela tinha olhos azuis. Ele estava acordado. Ela estava dormindo. Ele estava na cama, ela estava no berço. Sam observava aquele ser lindo deitado ao seu lado sorrindo inocentemente para ela se negando a pegar no sono.

–Dorme meu anjinho. –Pediu baixinho.

Risos. Risos similares a um boneco eletrônico movido a pilha. Igualmente engraçado e fofo.

Sam suspirou profundamente. Freddie chegaria dali a uma semana e ela queria conversar com Carly a cerca de como prepara-lo para a nova realidade que o aguardara. Não tinha ideia de como as coisas haviam mudado.

Sua carreira profissional ia de mal a pior. Ninguém queria empregar uma pessoa que desistiu sem mais nem menos de uma carreira sem dar maiores satisfações. Trabalhou seis meses em um laboratório, mas ausentou-se por motivos de força maior e agora que tentava voltar encontrava grandes dificuldades. Nunca em sua vida inteira desejou tanto ter Freddie ao seu lado.

Ele tinha de ficar dois anos. Quando chegou a Europa, soube que estenderam a viagem também para África e America do Sul, mas Freddie se recusara. Não chegou a ficar nem o um ano e meio combinado. Em doze meses e quinze dias anunciou que embarcava, pois acreditava que Sam lhe escondia algo. E escondia, mas como contar sem interferir em seus planos? Também voltava por não querer mais ficar distante por tanto tempo. Sam achou ótimo.

O dinheiro que ele mandava era de grande ajuda, pois embora ainda possuísse economias da época em que era programadora, economizar era a palavra de ordem. Mudou-se para um apartamento menor e economizava para comprar uma casa espaçosa e confortável, no momento, morava de aluguel. E pra quem há pouquíssimo tempo havia sido uma das jovens mais ricas da cidade, a classe média batera a sua porta, entrara e agora tomava café no sofá.

O mais incrível de tudo isso é que ela nunca havia se sentido tão feliz. Completa, renovada. Marissa, mais uma vez lhe fora de grande ajuda em diversos momentos da ausência de Freddie, assim como Carly e Melanie. Estava mais próxima dos amigos, menos arrogante e sorria cada vez que se lembrava do por que estava viva. Não era apenas para produzir engenhocas ou fazer relatórios que lhes rendiam pequenas fortunas que ela não fazia ideia de onde empregaria. Era para algo muito maior e mais bonito.

Havia a vida sem Freddie, na qual ela acumulava rios de dinheiro, sem finalidade alguma e deixava o seu orgulho imperar tornando-a alguém arrogante e solitária. E havia a vida com Freddie, na qual faltava luxo e glamour e sobrava amor. Sabendo da recente falência, Freddie não deixava faltar absolutamente nada. No começo foi difícil aceitar a ajuda, depois não só se tornou natural, como lógico. Ele parecia muito satisfeito com isso, o que a fazia ama-lo e odia-lo ainda mais.

A necessidade que sempre sentiu em ter Freddie por perto era a mesma, mas agora podia dizer sem medo do orgulho que a encarcerara por anos. Ligar, conversar e declarar em alto e bom som que o amava. A ele e a todos.

Um risinho lhe tirou de seus devaneios. Ele tinha a barriguinha saliente, e não parava de sorrir enquanto Sam tentava ficar o mais quieta possível para que ele também o fizesse. Mas ele queria brincar, e teimava em permanecer acordado. Impossível se irritar com tanta graciosidade.

Decidiu leva-lo para passear um pouco na tentativa de fazê-lo se cansar um pouco. Colocou-o em seu carrinho, pôs alguns suprimentos numa pequena bolsa e se dirigiu até o parquinho do condomínio. Na sala, Carly assistia TV e escrevia a mão alguma matéria.

–Carly! –Chamou a loira. Concentrada, ela apenas suspendeu as sobrancelhas. - vou leva-lo para dar uma volta, daqui a pouco eu estou aqui.

–Ok. –Respondeu a morena sem tirar os olhos do papel. -Boa sorte.

Assim que a loira saiu, o telefone tocou.


Freddie desceu do avião de óculos escuros, terno e gravata. Trazia uma pequena mala, e segurava o aparelho celular junto a orelha. Sam não atendia o celular e em casa Carly atendeu dizendo que ela tinha acabado de sair. Preferiu não revelar que já estava na cidade e fazer uma surpresa ainda maior.

Freddie caminhou até a saída do aeroporto e entrou num taxi. Não há na vida sensação melhor do que voltar pra casa. Seja depois de ir à venda comprar bala, depois de voltar da escola, do trabalho ou de uma longa viagem, voltar pra casa sempre simboliza o descanso, a paz e a serenidade.

Durante o tempo que permanecera na Europa, Freddie tinha a mais absoluta certeza de que Sam não estava normal. Mas sempre que se falavam, por telefone ou web cam, ela estava radiante, sorrindo e quase sempre acompanhada da mãe ou de Carly. Qualquer sinal de tristeza que detectasse na loira, teria retornado nem que tivesse que ir a Londres pegar uma Nimbus 2000 no Beco Diagonal. Mas ela aparentava estar muito bem e isso o tranquilizava. Fora o fato de incentivá-lo para que cumprisse todos os compromissos e afirmar que ele estava ficando paranoico em se preocupar tanto.

Chegou a pensar se não havia outro, mas afastou tal pensamento e tamanha foi a culpa estava levando para ela o chocolate mais caro que achou na Itália. Outras mulheres iriam desejar joias, ou vestidos, mas Freddie sabia que se não estivesse levando o chocolate, e presunto e o bacon Italianos de que ela tanto falou, ela não o perdoaria.

Desceu em frente ao endereço que Sam lhe dera e sentiu o coração apertar. Em alguns minutos teria a loira nos seus braços! Sorriu como tantas vezes pelas ruas de Paris e Londres ao sentir cheiro de comida e se lembrar dela e entrou no edifício.

Identificou-se, e foi até os elevadores que ficavam atrás da portaria. Ela estava no quinto andar. O elevador estava no oitavo, subindo.

Havia um corredor ao lado das escadas de emergências, de onde vinham sons. Dava acesso a uma área de lazer. Ele olhou para o elevador. Estava no décimo segundo. Caminhou distraidamente até a área verde que ia surgindo cada vez maior a cada passo. Era um parquinho. Havia algumas crianças e adultos. Deteve a atenção em uma mulher em especial.

A loira estava sentada na grama sintética com um bebê nas mãos. Vestia um delicado vestido floral em tons laranja, vermelho e branco. Freddie sorriu com aquela visão. Parou analisando a cena. Certamente, Sam daria uma boa mãe. Ela o carregava e o fazia pular em seu colo e recebia em troca risos alegres da criança.

Seus reflexos avisaram-na de que alguém a observava. Primeiro ficou estática. Depois um riso emocionado foi se desenhando em seu rosto. Um sorriso radiante. Como Freddie sentira falta daquele sorriso! Freddie apressou-se até ela. Sam levantou ajeitando a criança nos braços e se deixou envolver em um abraço amoroso.

–Mas por que não me avisou que chegava hoje? –A voz saiu rouca de emoção.

–Quis fazer uma surpresa!

–Meu Deus, senti tanto a sua falta!

Freddie mergulhou na imensidão azul que eram os olhos da loira. Para quem não tinha paciência com criança, ela parecia estar adorando o que fazia. Tanto que a emoção em vê-lo não ofuscou nem um pouco o encanto para com o pequeno.

Permaneceram alguns segundos se olhando, ignorando a movimentada pracinha repleta de crianças e seus responsáveis. Freddie aproximou-se do rosto da loira e o que deveria ser um selinho rápido os conduziu a encaixarem os lábios entreabertos. Uma voz desconexa e aguda interrompeu o beijo.

Freddie voltou-se rapidamente para criança que Sam carregava.

–Nunca te imaginei trabalhando como baba!

–Como assim?

–Essa criança...

Sam baixou os olhos para o menino sem jeito. Achou que ficaria muito mais nervosa em explicar, mas agora, com Freddie ao seu lado se sentia tão forte e segura até mesmo para enfrentar a ele mesmo.

–Não estou trabalhando de baba. –Disse olhando Freddie nos olhos. –A menos que considere o dinheiro que me manda como um salário...

–C- Como assim? –Perguntou com um sorriso congelado.

–Estava certo em achar que eu estava te escondendo algo.

Alguns tensos segundos de silêncios. Pareceram horas. Sam andou alguns passos e retornou ao lugar onde estava antes de Freddie aparecer. Ele a seguiu sentando em sua frente com um sorriso torto e nervoso nos lábios.

–Ta de brincadeira, não é?

Não. Foi só olhar o garoto com atenção para perceber que não. Era como se olhar num espelho do tempo. A criança sorriu inocente emitindo sons desprovidos de sentido.

Incapaz de dizer qualquer coisa, Freddie pegou o filho nos braços tomado de emoção. Mal escutava o barulho das outras crianças, ou as desculpas de Sam. Apenas observava aquele inocente e pequeno ser que se agitava feliz em seus braços. Tinha os seus olhos, os seus cabelos, o seu sorriso.

–Amor me desculpe. –Dizia a loira. –Me deixe explicar.

–Eu não te culpo. –Interrompeu com a voz embargada. –Culpo a minha insensibilidade em não ter percebido.

Sam afagou os cabelos de Freddie deixando uma lagrima rolar. Fez o que tinha de ser feito, mas vê-lo cheio de culpa daquele jeito a dilacerava por dentro.

–Por que não me contou. –Perguntou voltando a sorrir.

–Se eu contasse você viajaria?

–Mas é claro que não!

–Então?! Eu estou completamente falida, Freddie, falida! Amor não paga as fraldas, o leite, as roupas e todos os gastos absurdos deles, e acredite, não são poucos!

Freddie assentiu ainda em choque. Não havia como discordar. Fechou ótimos negócios a assinou contratos pra la de vantajosos durante a viagem. Para isso abriu mão do que seria o momento mais emocionante da sua vida. E Sam segurou a barra de passar sozinha por sua primeiro gestação. Foi um sacrifico mútuo (da sua parte involuntariamente) para o bem de todos.

Não foi por orgulho, foi por amor.

–Me desculpe... –Pediu Sam.

–Por ter me dado uma família? –Perguntou sorrindo de lado.

Um sorriso largo tomou conta dos lábios da loira ao perceber que ele não só compreendera como não estava aborrecido. Abriu a boca para falar, mas Freddie a interpelou ansioso por informações.

–Mas me diga qual o nome, quantos meses?

–Freddie Jr. Tem quatro meses e tem uma...

–Por que pôs meu nome nele? é horrível!

–Por que é o seu nome e por isso mesmo o meu favorito!

Freddie sorriu gentil de Sam para a criança. Como negar que amava a ideia de ter um filho com o seu próprio nome? A mala estava esquecida jogada há alguns metros e ele nem sequer lembrava mais das maravilhosas novidades que trazia. Todas relacionadas a finanças e coisas do tipo, sem a menor importância, em comparação aquela linda criança em seus braços.

–Freddie, eu preciso te dizer...

–Não acredito! –Exclamou pondo a criança no colo de Sam e levantando. –A Carly também?

Sam voltou o rosto para a direção em que ele olhava. Carly vinha andando com outra criança nos braços eu uma ar distraído. A distração se desfez em surpresa e alegria ao ver Freddie. Sam suspirou vencida.

Freddie caminhou até ela sorridente e lhe depositou um beijo no rosto. Ela retribuiu feliz em rever o amigo, com sua histeria básica.

–Mas por que não disse que estava a caminho? –Perguntou chacoalhando-o com o braço livre. -Fez boa viagem?

–Ótima! Mas vejo que perdi muita coisa!

–Ah, então a Sam já lhe contou?

–Sim. Essa loira má me escondeu que estava grávida esse tempo todo! E parece que não foi só ela...

–Muito má mesmo.-Carly entregou a menina a Freddie- Me deixou sozinha la em cima e não levou o celular que estava no silencioso. –Ela tomou um ar confuso. -Hã, o que você disse?

–Me desculpe. –Interrompeu Sam -Estava conversando com o nerd não sabia que ele vinha hoje.

–Como é o nome dela? –Perguntou Freddie referindo-se a menina que Carly lhe entregara.

–Sarah. A Sam não falou dela?

–Ele não deixou! –Resmungou Sam.

Carly pareceu um pouco desconcertada. Na verdade havia descido para ficar com Sam e as crianças, mas a presença de Freddie alterava seus planos. Por sorte havia descido com a bolsa, e as poucas coisas que havia deixado no apartamento, pegaria outra hora. Aqueles dois tinham que conversar. As vezes, Carly achava que eles criavam intencionalmente problemas só para terem uma desculpa de brigar e fazer as pazes. Seriam o típico casal que envelheceriam juntos, conservando suas implicâncias, pois amavam até mesmo os defeitos um do outro.

–Bem, eu tenho que ir. –Disse Carly dando um beijo na bochecha de Sarah. -O Griffin já me ligou umas mil vezes e ainda vou passar na redação. Desculpem-me, mas tenho que ir.

–Tudo bem, obrigada Carls!

Carly se aproximou de Sam dando-lhe um beijo no rosto e outro no garoto. Passou a mão na cabeça da menina e se pôs a andar até o carro amarelo parado do outro lado da rua, em frente ao prédio.

–Thau! –Disse acenando para Freddie.

–Thau. Vai deixa-la comigo? –Perguntou referindo-se a garota.

Carly olhou interrogativamente para Sam e esta lhe retribuiu significativamente suspendendo as sobrancelhas em uma óbvia resposta: “Esse vai morrer lerdo”.

A morena sorriu e completou o trajeto até sumir pelo corredor. Só então Freddie reparou na criança. Era loira e tinha os olhos azuis. Um loiro mais claro que Sam, ou melhor igual ao de Sam quando era criança. Tinha um ar sonolento de quem acabou de acordar e o olhava profundamente como que querendo guardar cada traço de sua fisionomia.

O carro de Carly deu partida e Sam já havia arrumado as coisas do bebe e o colocado em seu carrinho. Aproximou-se de Freddie que ainda estava olhando a garota feito um bobo.

–É. São gêmeos. Bivitelinos.

Freddie sentiu as pernas ganharem vida própria enquanto seguia Sam. Por sorte ela recolheu a maleta, ou então Freddie a deixaria la. Não soube dizer como, mas de repente se viu dentro de um elevador, onde finalmente conseguiu tirar a atenção da garotinha que já começava a brincar com seus cabelos, e se deteve no reflexo fosco nas portas de metal.

Ele carregando uma menina, Sam com sua maleta e um carrinho onde havia outro bebê , um menino, dormindo.

Havia sua vida sem Sam, na qual passava dez anos fora, e voltava encontrando tudo depressivamente estático, e a vida com Sam, em que saia da cidade por um ano e voltava pai de dois filhos, chefe de família e marido da mulher mais linda que conhecia.

O elevador abriu as portas, e Sam se precipitou a sair com o nenê já dormindo tranquilamente em seu carrinho.

–Eu amo você.

Sam voltou-se sorrindo discretamente.

–Da ultima vez que me disse isso saindo de um elevador nos terminamos.

–Esta enganada. –Ele saiu do elevador lentamente. - Da ultima vez que eu disse isso saindo de um elevador, adiamos nosso rompimento. E de todo modo eu era um garoto imaturo. Agora eu sou um homem. Vou cuidar de você. De vocês.

Um beijo sutil encerrou o dialogo no corredor. Adentraram o apartamento. Estavam juntos agora, sempre estiveram. Afastados temporariamente pelo orgulho, unidos eternamente pelo amor.



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Notas finais do capítulo

É tudo... As fotos das crianças são só pra termos uma ideia, de como eles são, mas em fim... Então, ja havia agradecido pela recomendação da Jamxx la em Conexão Seattle, mas em fim obg de novo!! Eu queria pedir uma coisa. O sistema me informa que eu tenho um determinado numero de leitores e eu nunca cheguei nem perto disso em review por cap. Ha leitores que se mostram e outros que ficam nas sombras kkkkkkkk Então pfv, venham para a luz!! Serio nem que seja pra me dar um thau, queria conhecer vcs, pois saber que alguem lê o que eu escrevo me deixa muittoo feliz e conhecer a opinião dela me ajuda muito! Alias alguns leitores realmente me ajudaram a trazer a fic até aqui. Uns desde o comecinho, outros chegaram la pelo 4 cap e me ajudaram tanto quanto!! Vou formalizar isso nas notas do epilogo! ;) Brigada msm e acho que vcs ja sabem que eu tenho outras fics, se quiserem da uma passada no meu perfil e olhar a sinopse eu iria amar!! É isso gente, bjos e até mais! o/o/