Amor e orgulho escrita por Karmen Bennett


Capítulo 11
Capítulo 11: O Boato e o acordo


Notas iniciais do capítulo

Ola! desculpem a demora, mas o cap esta aqui!! Nesse cap, uma reunião e a compreensão de muitos fato. Qualquer duvida em relação ao cap, só dizer, ok? bjos Boa leitura!



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Garoava um pouco pela manhã. Fazia um friozinho gostoso. Levantar com um tempo desses não é fácil. Ainda mais se a pessoa em questão tiver tido uma das noites mais turbulentas de sua vida.

Sam colocou o pé no chão e a frieza lhe fez tremer dos pés a cabeça. Se arrastou até o banheiro e tomou um banho quente. A água relaxante a fez querer ficar ali a vida toda. Por alguns segundos esqueceu da torrente de problemas que tinha pra resolver.

Saiu enrolada em um roupão felpudo cor-de-rosa e sentou na mesa com uma xícara de café nas mãos. Trouxe o notebook para junto de si e se pos a ler os emails. Encontrou um de Cary com o titulo “Urgente, leia sentada.” Sobressaltou-se, e o abriu primeiro.

O email levava ao link de um famoso site de fofocas feito por usuários anônimos onde o assunto principal era ela. Ou melhor, a briga dela. E quem acabou pagando foi Freddie. Lia-se:

Ainda não foi revelado qual o novo aplicativo da Apple, mas já sabemos que não deve ser tão maravilhoso quanto esperávamos, uma vez que o motivo do contrato entre o dono do projeto e a Apple já foi revelado . E o motivo é o envolvimento do programador Fredwardo Benson, e a diretora executiva da empresa, Samantha Puckett. Os dois foram vistos saindo juntos de uma boate nesta terça-feira, e ao que parece, a renomada diretora teria espancado uma moça por ciúmes de seu querido programador.

Já sabemos da fama de estorvada de Samantha, não é sua primeira briga em publico, seu histórico a persegue desde a faculdade.Mas quanto ao senhor Benson, como um profissional tem a coragem de se aproveitar dos sentimentos de uma jovem solitária para subir na vida? Sim, pois certamente não há outro motivo que leve alguém a conseguir ficar perto da arrogante Samantha que não seja interesse. E ainda que não fosse, não seria muita coincidência?

A indícios de que os dois se conheciam desde criança, mas Benson abandonou a mocinha loura por alguém mais interessante, e voltou agora destinado a conquistar seu coração, que ao que parece nunca deixou de lhe pertencer. Mas Freddie não esta interessado em romance, é um rapaz ambicioso, no lugar certo, com a pessoa certa.

A credibilidade dos serviços da Apple esta em duvida, e o interesse e a especulação em torno do projeto devem cair depois dessa bomba. Nossa equipe procurou os envolvidos, para ouvir suas versões da história, mas nenhum dos dois quiseram se pronunciar. Quem cala, consente.

Sam sentiu o chão se abrir sob os seus pés. Seu nome mais uma vez envolvido em um escândalo. Mais uma vez por que era comum inventarem coisas ao seu respeito na cidade. Uma moça rica, bonita e jovem solteira sempre da asas a imaginação dos fofoqueiros de plantão. Fora que ela sempre arrumava brigas, até nas reuniões. Uma vez, socou um diretor de outra empresa que acusou seu projeto de plágio, de tão bom que era.

Mas ela ao menos já consolidara seu nome, um escândalo desses não seria capaz de ofuscar seu brilhante trabalho. Mas Freddie estava chegando agora, algo assim poderia representar o fim da sua carreira. Quem iria se interessar por um profissional que se escora em uma namorada bem sucedida?

Agora ela não só entendia como ele devia se sentir frente aos seus sentimentos por ela, que até há alguns minutos atrás ela considerava falsos. Entendia o que ele devia pensar quando ela lhe jogava na cara que ela era superior, que ele nunca se igualaria a ela. Achava que era uma brincadeira, mas vendo aquilo nas palavras de outras pessoas percebeu o quanto devia ser doloroso. Sentiu ódio de quem escreveu aquilo, sentiu o sangue ferver. Arremessou a xícara contra a parede com ódio e abafou um grito mordendo os dedos cerrados.

O telefone tocou e ela não atendeu. Deviam ser mais fofoqueiros. Só havia uma coisa a fazer agora, ir até a empresa conversar com o chefe e desmentir essa palhaçada. Não sabia que havia coisa pior para enfrentar.

Se arrumou na velocidade da luz, deixou a franja na frente da testa, esquecendo-se de ajeita-la e saiu. O motor do carro roncou na garagem e ela saiu em disparada. Se acalmou um pouco, enquanto estava no volante, precisava de atenção.

Entrou na empresa e ignorou os olhares e o murmurinho que lhe eram destinados e rumou direto a mesa de Erika.

–Érika, bom dia querida, hoje vou precisar muito de você.

–Sim, senhora, pode dizer.

–Envie os relatórios que estão na minha ...

–Samantha!

Sam virou-se o senhor Gregori encontrava-se há alguns metros fitando-a com uma expressão indefinível.

–Pois não senhor, estava mesmo indo a sua sala, precisamos conversar.

O homem se virou e sinalizou para que ela o acompanhassem enquanto se colocavam a andar.

–Se for sobre aquela noticia fútil do site de fofocas, dispenso. Eu aprovei o projeto Benson, não a senhorita, que alias nem tem conhecimento do que se trata. Não vou dar atenção a desocupados que não tem controle sequer sobre suas vidas e se acham capazes de controlar a dos outros.

–Obrigada pela compreensão, senhor. Fiquei bem alardeada hoje de manhã.

–Imagino. Mas quanto a briga, de fato foi um descuido. Evite escândalos, seu nome esta vinculado a esta empresa, sim?

Sam pensou em se explicar. Em dizer que Lilian começou a briga. Mas não foi. Freddie a começara, e qualquer tentativa de entendimento sobre os fatos daquela noite piorariam as coisas.

Quando finalmente chegaram, Sam estranhou que ele a levou a sala de reunião. Abriu a porta e deixou que ela entrasse primeiro. A sala estava vazia, mas os papéis sobre a mesa indicavam que logo se iniciaria alguma reunião ali.

–Sente-se, Samantha. –Disse o homem bondosamente. Aquela tranquilidade dele a assustava.

–Senhor Gregori, o que houve? –Perguntou após sentar.-Não gosto de seu semblante.

–Preciso muito de usa ajuda. houve uma pequena crise interna, no departamento de criação. Dois irmãos acionistas brigaram, e um deles por vingança cortou significativamente o orçamento desse mês. O retardado já se arrependeu, tentou consertar, mas já é tarde.

–E isso significa que?

–Estamos quebrado. Teremos que fazer uma demissão em massa. Trouxe você aqui porque haverá uma reunião com os acionistas e outros diretores, pra ver se você consegue nos ajudar. Ai esta os balanços e os relatórios parciais. Se importa de analisa-los enquanto os demais não estão?

–Claro. –Sam assentiu absorta. O chefe tinha uma expressão fatigada de quem passou noites tentando achar uma solução para um grande problema.

Depois de estudar os papéis por algumas horas, Sam pediu ao senhor Gregori que solicitasse a presença do “Senhor Benson” naquela reunião com urgência. Ele não questionou, confiava em Sam e fez o que ela pediu.

Mais ou menos uma hora depois, 6 acionistas e 5 diretores entraram todos juntos. Sam deduziu que estavam bebendo café juntos enquanto ela se matava lendo aquilo tudo, e fazendo cálculos.

Assim que se acomodaram na mesa, o senhor Gregori repetiu as palavras ditas a pouco, exceto a parte em que se referiu a um dos acionistas como retardado. Esse, por sinal, na apareceu. Findo o discurso, ele olhou para os demais que iniciaram um diálogo exaltado.

Sam permaneceu calada observando os homens discutirem a solução entre si. Freddie entrou meia hora depois de a reunião ter começado, obrigando o senhor Gregori a lhe repetir o problema.

Sam achou que os outros passaram a ouvir as batidas descompassadas do seu coração. Ambos evitaram se olhar e manteram-se inexpressiovs. a ocasião não permita que fosse diferente.

–Não podemos demitir nossos funcionários. –Disse Sam assim que o chefe silenciou. -Essas pessoas precisam dos seus empregos.

–O que sugere então, Samantha?-Perguntou um dos acionistas a sua frente.

–Li atentamente esses balanços e creio que a solução mais sensata é cortar o orçamento do novo projeto. –Sam sentiu as faces ruborizarem quando o olhar escandalizado de Freddie se voltou para ela.

O senhor Gregori alarmou-se e temeu a reação de Freddie. Conhecendo o temperamento de Sam, temia que aquela reunião se tranformasse num ringue.

–Samantha, mas o projeto Benson é nosso coringa.

–E nossos funcionários, o baralho inteiro, senhor Gregori. –disse firme. -Não podemos por essas pessoas na rua de uma hora pra outra, podemos cortar outros gastos.

–Não, Samantha, temos um contrato de investimento pesado com o senhor Benson. –Lembrou o diretor finaceiro.

–Negociemos então com o prórpio senhor Benson. –Sam reuniu forças não soube de onde, e o encarou firmemente.

–Ou Freddie. –Sussurrou o diretor de marketing sentado na ponta para uma acionista que riu discretamente.

–Disse alguma coisa, senhor Henrique?-Perguntou Sam voltando-se decidida para ele.

–Não. –Disse desconcertado.

–Esta sendo tratado aqui, um assunto serio, não há espaço para conversas paralelas. –A loira estava visivelmente possessa. -Espero que não se repita, ou acharemos que o senhor esta nos faltando com o devido respeito.

O homem assentiu envergonhado. Freddie segurou o riso e provavelmente se perguntava o quão desconcertante não devia ser para aquele homem ouvir sermão de uma mulher com idade de ser sua filha.

–Então, senhor, -Sam conseguiu controlar a voz impedindo-a de tremer-Benson como o senhor pó...

–Aceito. –Disse levantando o rosto para a única mulher da sala. –Concordo com o corte de custos do meu projeto. Com tanto que eu não venha a sofre perdas após o lançamento.

–De maneira nenhuma. –Interveio o senhor Gregori contendo a euforia. –Reduziremos apenas o custo no marketing, encerraremos o contrato com duas empresas de divulgação, e só.

–Claro. –completou Sam. –Se ele for bom o suficiente os proventos deverão vir depois de seu lançamento no mercado, e não antes.

– E ele é. –A voz de Freddie saiu ríspida. –Por isso não me intimido com a perda desses contratos. Mandem o que for preciso pra mim em até uma semana que eu assino.

Freddie baixou o rosto para os papeis e os entregou ao senhor Gregori. Foi o primeiro a se levantar sendo seguido dos demais. Ao fim, só restou Sam e o chefe na sala.

O senhor Gregori sabia que se Freddie não aceitasse o acordo tão facilemnte, aceitaria dificilmente, mas Sam não desistiria.Era conhecida na empresa por sua habillidade nas negociações, mas desta vez se superou.

Sam se retirou da sala e se deteve no corredor.

Por um momento ocorreu-lhe que deveria ir atrás de Freddie conversar sobre o boato que corria, mas achou melhor ignorar. Não iria tomar dois foras em menos de 24 horas. Durante a reunião, ele tinha expressão fria, e só aceitou o acordo por que era o mais sensato, não por ser ela quem estava propondo.

Um email formal de agradecimento, onde incluiria uma nota de repúdio ao boato outra de solidariedade para com ele, bastaria.

Chegou em casa por volta das oito, e se pôs a trabalhar novamente. Até que se deu conta de que sua vida era vazia. Estava sozinha na sala, onde só se ouvia o som das teclas do computador. Acabara de salvar o emprego de setenta pessoas e ninguém lhe agradecera, não havia ninguém para comemorar.

Duas semanas se passou, e Freddie não a procurou mais. Já havia feito as pazes com Carly, e essa não parava de lhe dizer que fosse atrás de Freddie. Provavelmente o mesmo dizia a ele, mas a teimosia de ambos falava mais alto.

Ela sentia muita vontade de ir, conversar, pedir desculpas pelas ofensas, mas o orgulho falava mais alto.

Freddie sumiu. Ele colocara um assistente para resolver alguns problemas na empresa, e o resto fazia por email. Justificou a ausência dizendo que precisava de um tempo para resolver questões pessoais e urgentes, mas Sam sabia que ele apenas a estava evitando. Os demais acreditavam que ele estava dando um tempo até o escândalo esfriar.

Quando completou um mês de ausência, Sam resolveu ir atrás dele. Não fazia ideia de pra que, mas tinha que ir.

Foi ao apartamento dele, mas ele não estava, perguntou a Carly, ela disse que não o via a varias semanas. Foi então que resolveu visitar Marissa. A essa altura, já sentia certo aperto no coração.

Sam entrou no apartamento e deu um abraço apertado em Marissa . Conversaram meia hora sobre bobagens, e Sam resolveu dizer a que veio.

–Marissa, você sabe do Freddie? Preciso falar com ele, mas ele sumiu... –Disse tentando aparentar uma voz normal e despreucupada.

–Sam, minha querida, sabe que nunca me meti no seu relacionamento com meu filho, e assim vou continuar. –A mulher tinha um tom misterioso. -Façam o que acharem melhor, eu sempre apoiarei. Mas ele, não sei como, descobriu que nos tornamos amigas e me pediu para te entregar essa carta, caso você o procurasse.

Sam pegou o envelope branco com certo temor e o abriu. Leu e nas ultimas linhas seu rosto já estava encharcado. Voltou-se para Marissa e se assustou com o estado da própria voz.

–Onde ele esta?

–Me desculpe ele me pediu pra não dizer. Disse que vai ficar la até o projeto ser lançado, daqui a seis meses, e depois volta pra França. Vai morar la.

A mulher parecia impassível.

–Marissa onde ele esta? Por favor, eu só quero lhe pedir desculpas, não acha que mereço uma chance?

Depois de um suspiro, de muito relutar consigo mesma, Marissa assentiu. A voz suplicante de Sam lhe cortava o coração.

–Sam, eu vou te dizer, levando em conta tudo o que tenho visto vocês passarem durante todos esses anos. Mas me prometa que depois disso vai deixa-lo em paz, e se deixar em paz também, sim?

–Sim. –Disse.

Marissa nunca entenderia que ela não passava por tudo aquilo por vontade própria, que não era questão de se permitir sossegar. O amor e o ódio que sentia por Freddie estavam destinados a lhe acompanhar pelo resto da vida, mas depois de ler aquela carta, estava certa, de que se era pra viver sem ele, melhor não viver, mesmo que a paz ao seu lado fosse impossível. Mas achou melhor encurtar o assunto.

–Ele esta na chácara dos tios. Fica a três horas daqui. Nós temos uma casa la, faz anos que não vamos. Se preferir, liga antes, ele pode ter levado alguém. –Alertou bondosamente.

A mulher lhe entregou um papel com o endereço e Sam se despediu. Saiu com um sorriso triste no rosto. Leu a carta tantas vezes aquela noite que a decorou.

Dormiu com o papel ao lado, e o despertador programado para ás sete, quando faria uma viagem. Tinha muito trabalho na empresa, mas pela primeira vez em anos, o trabalho deixou de ser sua prioridade.



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Notas finais do capítulo

A carta será um cap especial que eu postarei amanhã ou segunda. Não vou fazer mais resumo do prx cap pq ta na reta final e eu sempre acabo enganando e acho q isso não é legal...
Mais uma vez reforço que qualquer duvida qt ao cap, respondo nos reviews, msg privada, emais twitter, wikia sei la eu sempre acho q ficou faltando explicar alguma coisa então, né...
Bjokas!