Amor e orgulho escrita por Karmen Bennett


Capítulo 10
Capítulo 10: Minha Sam


Notas iniciais do capítulo

Oi, desculpem a demora. Gostaria de dizer que estou muito feliz. A fic se encaminha para a reta final e eu to super feliz pelos reviews, pela galera comentando la na wikia, algumas pessoas até recomendam no twitter e em outras redes. Claro e não posso esquecer da recomendação mega fofa da DeessaCoelho! Por mais que eu ame escrever fic não vou negar q é muito melhor fazer isso sabendo q tem gente acompanhando, né?? Brigada mesmo!
Mas deixemos a conversa la pro final!
Aqui esta o cap que sucede a briga da boate, eu espero que vcs gostem



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A noite estava bonita e estrelada. A lua era uma fatia de melancia, branca e fina que empalidecia a rua pouco movimentada em seu arco sorridente.

Eram por volta de dez horas quando o táxi parou em frente a um restaurante e um  casal  desceu do veiculo. Eles não trocaram uma única palavra, caminharam em silencio até o interior do local.

Um restaurante muito fino, decorado num tom marrom, com cadeiras acolchoadas e uma orquestra tocando baixo. A maioria dos presentes consistiam em casais, e nesse momento acabara da chegar mais um.

Freddie puxou uma cadeira e Sam sentou sem encará-lo. Apesar da pose de birra, parecia agradecida por ele ter lhe retirado da confusão.

-A gente janta e vai embora. –Disse ele sentando-se na cadeira em frente.

Escolheram uma mesa afastada, que tinha vista para a rua.

Levou alguns minutos para Freddie acalmar Sam dentro táxi, foi preciso alerta-la de que o motorista iria pensar que ele a estava sequestrando. Ela não se recusou a ir jantar, mas também não disse que aceitava, apenas o acompanhou em silencio.

Pediram os pratos, e quando os mesmos chegaram ele tentou iniciar um dialogo. O humor de Sam sempre melhorava enquanto ela comia.

-Mandou bem boxeadora. –Disse antes de dar a primeira garfada.

-Não enche ta? –Respondeu entediada. -Amanhã tenho que pedir desculpa por quase ter matado meus amigos. Não tem graça.

Rica, poderosa, linda, e ainda falava de boca cheia. Freddie não sabia se ficava feliz ou triste por ela se sentir tão a vontade com ele. Certamente não agia assim em suas reuniões de negócios.

-Tem sim. Isso que da não saber controlar a raiva.

-Controlo melhor do que pensa.

-Ta dizendo que fez de propósito?

-Não, mas se não fizesse aquilo a ruiva idiota tava me batendo até agora. Isso eu não ia deixar. O Pedro foi acidental. –Ela parou com o garfo no ar. -Eu acho...

Freddie não conseguiu evitar o riso diante da expressão confusa que ela exibia.

-Fico imaginando, se com fome você fez todo aquele estrago, o que faria se já estivesse alimentada?

-Você não teria me segurado tão facilmente. –Respondeu em tom desafiante.

-Não me subestime. Te conheço melhor do que você pensa. Sei que quando esta brigando você inclina o corpo pra trás pra poder distribuir o peso pra o membro com que vai aplicar o golpe, e sempre começa com a mão esquerda. Quando te segurei, foi a primeira mão que prendi e inclinei seu corpo pra frente pra desestabilizar.

-Perai. –Ela ria discretamente com aquela brilhante explicação. –Quer dizer que se quisesse podia ter evitado que o Pedro levasse a pior...

-Claro. Mas eu disse pra ele se afastar, já foi o suficiente...

-Isso é injusto. Você conhece meus pontos fracos e eu não conheço os seus. –Disse assumindo um ar pensativo.

-Conhece melhor do que pensa... –Ele arqueou uma sobrancelha insinuante.

Sam pareceu desconcertada.  Após alguns segundo em silencio iniciou uma conversa cujas palavras pareciam  tortura-la.

-Freddie... Sabe, eu queria mesmo falar com você, só não sabia se devia. É sobre aquela conversa na minha sala...

-Esquece.

-Por favor. Eu queria te dizer que...  Não entendi o que você quis dizer com aquilo, do que você tava falando?

-De sua postura arrogante. –Seu tom simpático sucumbiu. –De achar que as pessoas só te procuram por você ser quem é te garanto eu me afastei por causa disso. Não gosto de gente que fica se engrandecendo.

-Eu sempre soube. –Afirmou indignada. -Sempre soube que você não fica feliz com minhas vitórias. Pra você eu não poderia passar de uma ladra, não? Desculpe não satisfazer suas expectativas, mas eu não to aqui pra agradar ninguém.

-Pense como quiser. Mas eu sinto falta da Sam de dez anos atrás, não sei quem é você.

-Aquela idiota la morreu, matei e enterrei pro meu próprio bem. Uma imbecil que só chorava por quem a fazia sofrer. E já que você não me conhece, prazer, sou Samantha Puckette, uma vencedora.

Ela pareceu regozijar-se com a expressão do rapaz. Voltou a comer satisfeita.

Aquilo doeu em Freddie, mas do que qualquer soco que houvesse tomado , àquela noite.  Silenciou e voltou-se para o seu prato. Jantou em silencio sem olha-la e sem dizer mais nada. Talvez ela estivesse certa, e tudo o que havia em sua frente era um espectro de um ser que deixou de existir. Mas o pior é que se a sua Sam havia morrido, ele é quem a havia matado.

-Freddie, eu estou disposta a manter uma relação amistosa com você, -Começou assim que terminaram de jantar. -por nosso trabalho, por nossos amigos, pra evitar esse tipo de cena lastimável como na boate. Mas não espere que as coisas voltem a ser como eram antes, nunca mais serão.

-Ok, vamos embora. –Respondeu ríspido e seco. Não acreditou em uma palavra.

-Claro eu pago a conta. –Ela exibia um sorriso que ele conhecia bem e não gostava nem um pouco.

Freddie encarou o nada com ar incrédulo. Ela só podia estar de brincadeira.  

-Eu vou pagar a conta Sam, eu te convidei. –Disse tentando manter a calma.

-Mas meu salário é maior.

-É essa a relação amistosa que você esta disposta a ter? –Riu sarcástico e logo tornou a ficar sério -Dispenso.

Freddie deixou as notas em cima da mesa e saiu do restaurante. O dinheiro pagava a conta e deixava uma gorjeta generosa para o garçom.

Saiu  pela rua a passos largos e limpou duas pesadas lágrimas que lhe rolaram pelo rosto. Logo ouviu passos apressados de salto atrás dele.

-Freddie, o que há? Eu tava brincando!

-Vai pra casa, Sam.

-Hei, olha pra mim! –Ela o segurou pelos braços fazendo ele ficar de frente para ela. –Eu tava brincando.

Só então Freddie notara quão parecida ela estava com a Sam adolescente. O vestido azul, a franja cobrindo a testa, a pouca maquiagem.  A voz debochada. Só que muito mais atraente.

Não, ela não havia morrido, estava ali, aprisionada dentro daquele coração de gelo, implorando pra sair. Seus gritos saiam dos olhos da dama de ferro a sua frente. Devia ser por isso que o ódio que sentia se misturava a outros sentimentos.

-Mas eu não vi graça! –Respondeu com a voz fraca. Devia ser um grito mais seus olhos azuis lhe retiraram as forças.

-Mas eu vi. –Ela riu divertida -Ok, se quiser pode me xingar, ai ficamos quites, pode ser?

Parecia ser muito divertido pra ela vê-lo naquele estado e depois ir consola-lo como um cachorrinho que alguem chuta e depois estala os dedos e ele volta abanando o rabinho.

Xinga-la? Não com ela pedindo, assim não tinha graça.

Impulsivamente, a envolveu pela cintura e lhe beijou os lábios de forma desesperada. Sentia raiva de si por não conseguir se conter quando ela, por sua vez se mostrava como um iceberg.

O beijo lhe revelou o quão viva ainda estava a mulher que ele amava. Como sempre, ela correspondeu intensamente. Os poucos transeuntes que passavam pela calçada admiravam-se com a beleza do casal abraçado, acreditando que eles deviam se amar muito e ser um casal perfeito. Só a primeira parte procedia.

-Desculpe. –Disse finalmente cortando o beijo e a afastando de si. –Me desculpe, acho que bebi de mais hoje.

-Você é a única pessoa que me beija mesmo quando ta irritado comigo. –Ela baixou o rosto triste, e pensativa. Não falava para ninguém em especial.

-Deve ser por isso que você me odeia tanto, sou um idiota. Desculpe-me.

Ele estendeu a mão para um taxi que passava.

-Entra ai e vai pra casa. –Disse voltando-se para loira ainda confusa. –Não vai ficar perambulando sozinha por ai.

Sam pareceu pensar por alguns segundos mordendo o lábio inferior numa terrível luta consigo mesmo.

Finalmente entrou no carro, mas antes o empurrou junto da mesma forma como ele tinha feito há algumas horas atrás. Mandou o táxi seguir e quando ele tentou perguntar que diabos ela estava fazendo, ela o calou com um beijo e respondeu em seguida:

-Nós dois bebemos de mais. -Foi a resposta procedida de outro beijo.

Aquela foi sem duvida e melhor viagem de táxi que já fizera aquela noite. A primeira foi  para sair de casa buscar Lilian, depois para ir à boate. Ai veio a saída estratégica para o restaurante e por ultimo, pra sabe Deus onde no braços de Sam.

Freddie sabia que não conseguiria resistir, por isso não tentou. Na verdade ele nem mesmo queria. Mas achava que era necessário, pedia forças para impedir aquilo, mas elas não vinham.

Entraram no elegante condomínio e se dirigiram ao elevador privativo, onde retomaram a seção de beijos.

Sam empurrou Freddie pra dentro do seu apartamento e voltou a beija-lo com ânsia. Ele lhe passava mão pelos contornos da cintura e demorava afagando sua nuca por baixo da cabeleira loira.

Foram andando trôpegos pela sala até tombarem num sofá onde caíram um por cima do outro. Sam levou os dedos aos botões da blusa de Freddie, mas esse, recobrando as forças, saiu de cima dela num pulo.

-Não. Para com isso. –Arfando, se afastou quase correndo.

-Ai não, a donzela quer da pra trás. O que foi dessa vez, heim?

-Como vou saber se pra você faz ou não diferença estar aqui eu, ou o Pedro?

-Faz diferença pra você estar comigo ou com a Lilian?

-Eu nuca namorei a Lilian.

-Pior ainda, eu não tenho mais nada com o Pedro, droga, Freddie, volta pra ca agora!

Ele riu sarcasticamente da impaciência de Sam enquanto fechava os botões sem se dar conta que Sam havia rasgado a camisa.

-Ai esta. A chefe autoritária que vai acordar amanhã despachando os ossos depois de comer a carne.

Sam riu da comparação esquisita e se levantou.

-Você quer o que? Que eu me prenda a você sabendo que eu corro o risco de você sumir por mais dez anos? Eu to blindada, Freddie.

-Eu não vou mais sumir! –Garantiu elevando a voz. -Não se você...

-Se eu o que? –Ela também elevou a voz. -Se eu parar de trabalhar e você virar o macho que me sustenta? Nunca!

Freddie ponderou que aquilo não seria má ideia, não mesmo. Mas ela nunca aceitaria, e conviver com uma mulher sempre pronta a lhe humilhar ele não admitiria.

Ficaram se encarando por alguns segundos até que Freddie decidiu. Deu meia volta e se dirigiu a porta.

-Se sair por essa porta, nunca mais olhe na minha cara, Freddie.

A voz embargada de Sam lhe cortava o coração. Se dirigiu até ela  com os olhos encharcados. Qualquer pessoa presente notaria que aquilo era um adeus.

- Quando você foi me procurar no meu apartamento, não sabe como fiquei feliz. Não sabe o que significou saber que você ainda gostava de mim. Mas você foi embora de manhã, sem me dar chances. Vai fazer a mesma coisa amanhã quando passar o efeito do álcool e vai voltar a ser a tudo como era. Como sempre foi. Suas piadas, seus deboches. E minha fúria. Eu suportaria tudo isso se você suportasse. Eu tenho meu orgulho, Sam.

-Eu também tenho. –A loira estava de braços cruzados e levantava o rosto constantemente retendo as lágrimas.- Ferido e pisado por você. E estou disposta a abrir mão dele se você abrir mão do seu.  Só dessa vez.

-Só por uma noite? Não da. Dói de mais, Sam.

Freddie sentiu fortes pontadas no coração. As lágrimas rolaram, tudo o que ele menos queria fazer na frente de Sam. Esta, cansada de tudo aquilo, dirigiu-se até a porta e a abriu.

-Sai agora. –As lágrimas caiam descontroladas. –SAI!

Ele saiu lentamente. Não ousou olhar de novo em seus olhos azuis banhados em lágrimas, ou sabia que não conseguiria ir. Queria ter ficado. Queria tê-la tomado nos braços e ter dito o quanto a amava independente de qualquer coisa. Mas se foi. De novo. Deixando um coração sangrando atrás da porta que se fechou com violência ás suas costas.

Desceu tentando reter as lágrimas, inutilmente. Por quanto tempo estaria fado a viver nessa situação? Por quanto tempo teria que derramar lágrimas todas as noites por conta de suas próprias idiotices?

O jantar, foi o melhor que já tivera em anos, a sua simples presença o extasiava, mesmo falando de boca cheia. Precisava daquela mulher, mas aparentemente não podia tê-la.  E tudo por culpa sua.

 Não existia Sam de antes nem de agora, era uma única mulher a quem ele amava mais do que tudo, mesmo que pisando sobre ele, e ele teria permanecido no apartamento com ela se não tivesse certeza de que ela se arrependeria e o chutaria no dia seguinte. E isso ocorreria por conta da insegurança que ele mesmo plantou no seu coração quando ela era apenas uma garota.

Caminhando pela rua, pensava no que fazer da sua vida. Por enquanto, apenas dormir. Antes, outro táxi. 


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Notas finais do capítulo

E então gente? Foi mal mas nunca esperem q eu entregue o cap pelo titulo! O que vcs acharam de desse cap, um dos decisivos??? Desculpem qualquer coisa, erros ortográficos, passei dias fazendo esse e ainda acho q ta faltando alguma coisa mil desculpas se eu não tiver agradado. Por favor não deixem de comentar, sim?????????
Mais uma vez desculpem um link recentemente enviado. E em fim até a prx!! bjos!!