(No corredor)

POV FREDDIE

Caminho o longo corredor, com destino ao quarto meu e de Sam. Me aproximo mais, ouvindo o barulho do choro que só aumentava. Chego à porta, batendo-a.

Freddie: - Sam?

(No quarto)

POV GERAL

Sam caía aos prantos, deitada na cama de casal.

Sam: - ME DEIXE EM PAZ, CARA!

Freddie: – Eu não gosto de te ver assim, sabe disso!

Sam: - A CULPA NÃO É MINHA!

(No corredor)

Freddie: - Eu sei que a culpa não é sua, amor!

Sam: - Por favor, só me deixe sozinha, tá bom?

Freddie: - Tá bem. Quando pretende ficar aí?

Sam: - Até eu mofar.

Freddie: - Ah, não exagere!

Sam: - NÃO ESTOU EXAGERANDO! SE MEU PAI NÃO LIGA PRA MIM, QUEM VAI LIGAR?

Freddie: - Eu! Nossos filhos! Carly, Gibby, Spencer...ah, tem tanta gente que se importa tanto com você, Sam, que nem dá pra contar nos dedos!

Sam: - Talvez.

Freddie: - Talvez, nada! E aí, cadê a grande Puckett que nunca fica pra baixo?

(No quarto)

Sam: - Se aposentou. AGORA, ME DEIXE SOZINHA!

(No corredor)

Freddie: - Como quiser. SAIBA QUE VOCÊ JÁ TINHA GENTE QUE SE IMPORTAVA CONTIGO ANTES DE SEU PAI APARECER NA SUA VIDA! Ele respira fundo e sai. Indo no quarto ao lado, dá três pequenas batidas na porta. Meggie?!

Megan: - SAI FORA, PAI!

Freddie: - Tudo bem, nenhuma das duas quer conversar.

(Na sala)

Freddie desce as escadas, sentando-se no sofá, esticando suas pernas nele. A porta vai e vem da cozinha abre, aparecendo Michael, correndo até o pai, subindo em seu colo.

Freddie: - E aí, filho? O clima tá bem pesado aqui em casa. Sua mãe e sua irmã não param de chorar. Sabe, eu não gosto de vê-las assim. Disse, olhando para cima. Isso me entristece. Muito. Eu fico muito preocupado. Uma lágrima cai de sua face. Mike limpa com seu dedinho e o abraça.

Mike: - Eu cuido de você, papai.

Freddie: - Awwwn! Fico feliz em ouvir isso. Obrigado, viu? Freddie beija o rostinho do filho. Mike imita o ato, voltando a se aconchegar no peito do pai. Este acariciava as costinhas do pequeno. Eu te amo.

(Nova York)

(Casa dos Shay-Gibson)

(Na sala)

Carly: - Ah, não! Carly exclama, olhando para o celular.

Gibby: - O que foi? Pergunta Gibby, sentado ao lado dela no sofá da sala, com a filha no colo, que assistia um desenho na TV.

Carly: - Freddie me mandou uma mensagem. Disse que o clima na casa deles não está nada bem.

Gibby: - Sam e Freddie brigaram de novo?

Carly: - Não. É sobre o pai da Sam. Ele magoou muito ela, o que afetou a Megan. Então as duas estão trancadas no quarto, chorando.

Gibby: - Puxa! O que o pai dela disse de tão mau?

Carly: - Dê uma olhada você mesmo. A morena mostra a conversa ao marido.

Gibby: - Esse cara é birutinha das ideias!

Carly: - Pois é!

Gibby: - Freddie parece bem apreensivo.

Carly: - Eu também ficaria numa situação dessas! Na verdade, eu estou! Tadinha da Sam! Como pode um pai rejeitar um filho?

Gibby: - Não consigo nem imaginar. Disse, fitando os olhos na pequena Dylan.

Carly: - Os filhos são os bens mais preciosos de um ser humano. Carly pega Dylan do colo de Gibby, a colocando no meio deles. Os dois beijam o rostinho da filha, que sorri. Amamos você.

Dylan: - Também amo vocês. Os três se abraçam.

(Horas depois...)

(De madrugada)

03:55 a.m

(No quarto dos Benson)

Sam não parava de se remexer na cama, pondo as mãos na cabeça e resmungando.

Sam: - Ah...ah...

Freddie: - Sam? Ele abre os olhos, virando-se para Sam. O que houve?

Sam: - Dor de cabeça. AI! Sam põe uma das mãos na testa.

Freddie: - Calma, calma, eu já volto. Vou buscar um remédio. Freddie levanta da cama, saindo do quarto.

(Na sala)

POV FREDDIE

Descia as escadas. A sala estava toda escura, menos a cozinha. Empurro a porta, vendo nada mais como nada menos que minha filha de 8 anos bebendo um copo de leite com chocolate.

Freddie: - Querida? Ela olha pra mim. O que está fazendo acordada há essa hora? Me dirigia ao armarinho do lado da geladeira, abrindo a portinha, pegando a Aspirina. São quase quatro da manhã. Tiro um comprimido do frasco, coloco a tampa no lugar e ponho de volta no pequeno armário, fechando a portinha. Pego um copo de vidro da pia e coloco água do filtro nele.

Megan: - Me diz você.

Freddie: - Sua mãe está com muita dor de cabeça. Encosto os cotovelos na bancada. Você não respondeu minha pergunta.

Megan: - Não consegui dormir porque tive pesadelos, papai!

Freddie: - Com o quê?

Megan: - Com quem. Com o Doug.

Freddie: - Oh.

Megan: - Já tentei mais de 4 vezes pegar no sono! E...sem sucesso.

Freddie: - Desculpe você ter que se envolver nisso.

Megan: - Se for com a mamãe eu já estou envolvida. Não gosto de vê-la assim.

Freddie: - Eu também não, amor.

Depois de 5 segundos de silêncio...

Megan: - Papai?

Freddie: - Fala.

Megan: - Por que as pessoas são tão malvadas?

Freddie: - Ora, filha! Ponho-a em cima da bancada. Eu não sou malvado.

Megan: - Às vezes você é. Diz ela, cruzando os braços.

Freddie: - Não sou não! Só sou bravo em certas situações. Eu não faço por mal. Só quero seu bem.

Megan: - Eu sei, só não consigo entender que tem certos pais que não querem seus filhos. Fiquei muito brava quando o Doug falou que o videogame é mais importante que minha mãe! Deu uma vontade de ir até a casa dele, pegar o aparelho e tampar na cabeça dele! Começo a rir.

Freddie: - Boa. Ela ri também. Mas, olha, vamos tentar esquecer isso, ok?

Megan: - É difícil.

Freddie: - Eu sei que é. Vamos tentar fazer uma forcinha.

Megan: - Tá bem. Megan pula no meu colo.

Freddie: - Vamos pra cama, então?

Megan: - Vamos. Posso dormir com vocês hoje?

Freddie: - Pode.

(No quarto dos Benson)

Sam: - Ai, Freddie! Você demorou! Estava quase dando um troço aqui! Ela põe as mãos na cabeça. Me aproximo de Sam, sentando-se ao lado dela, com Megan no colo.

Freddie: - Me desculpe. Aqui, seu remédio. Dou nas mãos de Sam, que toma na hora.

Sam: - Você é um anjo. Sorrio. O que a Megan está fazendo aqui?

Freddie: - Ela não conseguiu dormir que nem você.

Megan: - Posso dormir aqui?

Sam: - Pode sim. Deito ao lado de Sam, dando um espaço para Megan, que se aconchega em nós. A pequena abraça minha esposa.

Megan: - Tudo vai se acertar, mamãe. Acredite nisso.

(No dia seguinte)

19:30 p.m

Hoje é Dia dos Pais. Tem um monte de gente aqui na varanda de casa. É que decidimos fazer um churrasco pra comemorar. Embora tenham vindo família, alguns vizinhos, os amigos de Los Angeles, Seattle... não estou me divertindo tanto assim. Penso na Sam. Geralmente quando ela tá deprê, ela fica isolada de todo mundo.

Provavelmente deve estar na sala. Todas as pessoas ficam perguntando o motivo, mas, respeitam a opinião dela, quando diz que “tá tudo bem”. A Megan também está chateada com tudo que vem ocorrendo, mas disse a ela para esquecer, e bem, está funcionando. Ela estava agora pouco correndo e se divertindo com os coleguinhas. Queria que Sam fosse assim também. Por mais que seja uma “Puckett”, ela se magoa muito fácil.

Abro a porta, vendo-a lá. Minha esposa permanecia na pequena sala da lareira, sentada num sofazinho, bebendo uma garrafa de Vodka e observando as chamas.

Freddie: - Ô, Sam!

Sam: - O que quer, Benson? Ela toma mais um gole, sem olhar pra mim.

Freddie: - Parece que as chamas da lareira são mais importantes do que eu. Olhe pra mim!

Sam: - Satisfeito? Questiona, olhando pra mim, com um sorriso falso. Fala o que foi?

Freddie: - Você sabe muito bem o que eu quero.

Sam: - Freddie, eu não tô afim, valeu?

Freddie: - Mas, é Dia dos Pais!

Sam: - Eu não me importo com o Dia dos Pais. Diz friamente, tomando mais um gole do álcool. Não mais.

Freddie: - Mas, eu me importo, viu? Seu pai pode não estar com você, mas eu estou! Hoje é meu dia! Cara, você me trouxe uns dos melhores presentes: nossos filhos! Eu só queria a companhia sua.

Sam: - Freddie, por favor...

Freddie: - Então tá. Fica aí, sozinha! Cansei de te chamar! Vem se quiser! Me distanciava dela.

Sam: - Amor? Paro e viro-me para Sam, esperançoso.

Freddie: - Fala.

Sam: - Traz costela? Fecho a cara, bufando logo em seguida.

Freddie: - Tá. Saio da sala.

(Lá fora...)

(Na varanda)

POV GERAL

Freddie vinha da cozinha decepcionado. Carly, sentada numa mesa a menos de um metro de distância, percebe o amigo e levanta, indo sua direção.

Carly: - Conversou com a Sam?

Freddie: - Conversei.

Carly: - Não deu certo.

Freddie: - É. Carly põe sua mão direita no ombro de Freddie.

Carly: - Vai ficar tudo bem.

Freddie: - É eu sei, mas ela não sabe. Ele sai de perto dela.

(...)

Na mesa, ele pegava umas costelas, colocando no prato. Adicionava molho, quando para e pensa alto.

Freddie: - Eu tenho que fazer alguma coisa. O moreno dá uma olhada em volta, até achar Megan, rindo com seus amigos, enquanto comia um hambúrguer. MEGAN! A filha vê o pai, saindo dali, correndo até ele.

Megan: - Fala, papai.

Freddie: - Preciso de sua ajuda.

Megan: - Pra quê?

Freddie: - Vamos dar uma saída.

Megan: - E pra onde?

Freddie: - Depois eu te explico. Só chame seu irmão.

Megan: - Tá bem.

(...)

(Na sala)

A porta da cozinha abre, saindo de lá, Freddie, com Michael no colo e Megan de mãos dadas. A outra mão da pequena segurava um prato de costelas. Quando chega até a mãe, Meggie entrega a ela.

Megan: - Suas costelas, mãe.

Sam: - Valeu.

Freddie: - Aqui, eu já volto.

Sam: - Pra onde vai?

Freddie: - Ah, é que, vamos dar uma saída. Freddie abre a porta, saindo com as crianças.

Sam: - Mas, Freddie...

Megan: - Eu também nem sei pra onde vou! A porta da sala é fechada.

(Algum tempinho depois...)

20:00 p.m

Freddie: - Chegamos. Ele sai do carro, a Megan também. Freddie abre a porta do banco de trás, tirando o pequeno Mike da cadeirinha.

Megan: - Olha, não vai me dizer que estamos...

Freddie: - Na casa do Doug? Acertou.

Megan: - Não! Eu não vou entrar na casa desse traidor! Por mais que ela seja extremamente deslumbrante!

Freddie: - Viemos aqui para acertar as coisas. Então, vamos! Diz ele, dando um empurrãozinho na filha.

Megan: - AI DROGA!

(Na sala de Doug)

A campainha toca e o mordomo vai atender...

Callinger: - Podem entrar.

Doug: - Quem é, Callinger?! Doug jogava videogame, sentado em um tamborete (banquinho) ao lado do abajur. A luz estava ligada apenas nele.

Callinger: - O senhor tem visitas. Liga-se a luz da sala.

Doug: - Isso eu já sei, né? Ele para de jogar. Mas, quem... Olha para trás. Suas sobrancelhas arqueiam. Ah, é você... Freddie, né?

Freddie: - Sim. Freddie.

Doug: - O que faz aqui? Quem são estas crianças? Megan só prestava atenção na conversa...

Freddie: - Pelo que fez, já deve saber o porquê de eu estar aqui. Essas crianças, bem, são meus filhos.

Doug: - FILHOS?!

Freddie: - É. E por mais que não queira, são seus netos. O loiro dá de ombros e volta a jogar. Ei? Eu quero falar com você. Será que não dá pra simplesmente me escutar e prestar atenção? Ele não diz uma só palavra. Megan solta da mão de Freddie, indo na TV. Doug percebe que a neta levava suas mãozinhas até a tomada.

Doug: - NÃO, NÃO! Ela puxa o fio e a TV desliga. A pequena sobe no colo do avô, olhando diretamente em seus olhos.

Megan: - É MELHOR VOCÊ OUVIR O MEU PAI, OU TERÁ CONSEQUÊNCIAS!

Doug: - Tá, tá bem.

Megan: - Obrigada. Olhos bonitos. Ela sorri, saindo do colo de Doug.

Freddie: - Valeu, Megan.

Megan: - De nada, pai.

Freddie: - Doug, vamos então ao que interessa realmente aqui. Sabe, você magoou muito a Sam. Muito. Você não sente vergonha de falar isso não? Nunca ouvi tamanha covardia, depois que minha mulher me contou o que houve. Sam não para de chorar, tudo por causa de você! Cara, isso não se diz a nenhum filho e A NINGUÉM, ESTÁ ME OUVINDO??? A NINGUÉM! Quer saber de uma coisa? Eu também fui pai cedo. Tenho só 25 anos! Minha filha Megan tem 8 e meu mais novo, Michael, vai fazer 3 em dezembro. Sam engravidou aos 17 da nossa primogênita. Eu já tinha meu futuro totalmente planejado: depois de terminar o 3° grau, iria fazer uma faculdade de tecnologia em Harvard, uma das melhores de todos os tempos! Mas, o que aconteceu? Descobri ser pai. Claro que recebi uma surra da minha mãe, muito sermão, como por exemplo: “Cara, não é possível! Você não tem juízo, não?” “Você é totalmente irresponsável!” até um que realmente me deu uma vontade de querer esganar a pessoa: “Freddie, você tem um futuro pela frente, acho melhor você pedir pra Sam abortar”. Por mais desses sermões, não me importei, porque uma criança é um ser abençoado e tenho muito orgulho! Megan olha feliz para o pai, este sorri de volta para a filha. Em seguida, abraça o filho. Se eu pudesse ter a oportunidade de viajar numa máquina do tempo, eu não voltaria atrás! Não mesmo. Porque não existe filho não planejado. Falam que filho de pais adolescentes é um “acidente”, mas não é. Todos tem a consciência do que faz. Se você, Doug, não quisesse ter as suas filhas, não teria transado sem camisinha pra começo de conversa. A boca de Meggie forma um “O”.

Megan: - Ui! Isso doeu até em mim! Ela tapa sua boca.

Freddie: - Ah, fique com isto. Freddie entrega um pequeno papel a Doug. Se caso mudar de ideia. E espero que não pense que estou te ofendendo, até porque, essa é minha opinião e você, faz o que quiser. Só defendo o que é o certo. Espero que você não siga o lado errado. Pelo menos a Sam tem a mim. Vamos, crianças. Megan sobe no colo do pai também. Os três seguem direção à porta. A garotinha gira a maçaneta. AH, DOUG, MAIS UMA COISINHA: LEMBRE-SE QUE A VIDA NÃO É VIDEOGAME. SÓ QUEM MISTURA REALIDADE COM FICÇÃO É MALUCO! Eles saem e a porta é fechada. A luz é apagada. Doug permanecia mudo, não dizendo mais nada depois daquilo.

(Alguns minutos depois de Freddie chegar em casa com as crianças...)

(Na sala)

Sam assistia a um jogo de basquete pela TV, com a garrafa de Vodka pela metade.

Sam: - VAI, CARA, TU É MUITO MOLENGA! Ela bebe mais um gole, quando a porta bate. Ah, quem será? A loira levanta sem vontade, atendendo-a. Mãe, Melanie? O que fazem aqui?

Pam: - Vish, filha! Foi um sacrifício trazer sua irmã pra cá. Pam olha para a bebida em cima da mesinha de telefone. Andou bebendo?

Sam: - A garrafa tá pela metade e eu ainda não sei como não estou bêbada.

Melanie: - Você tem um fígado forte.

Sam: - Pois é. O que foi?

Pam: - Podemos entrar?

Sam: - Claro. Elas adentram a sala.

Pam: - Está bebendo para esquecer os problemas, filha?

Sam: - Talvez.

Pam: - Eu sei o que houve, minha filha. Freddie me avisou sobre a comemoração que estão fazendo sobre o Dia dos Pais. Posso não ser seu pai, mas... Sam dá uma fungada e chora. O mesmo faz Melanie e as duas abraçam Pam, esta acariciando suas madeixas loiras. Eu não entendo! Doug era tão legal!

Melanie: - Eu também não entendi, mãe!

Sam: - Nem eu! Ai, cara! Por causa dele, me faz beber e chorar!

Pam: - Vai ficar tudo bem, meus amores...

Sam: - Não sei de nada. Melanie desfaz o abraço. Sam também, limpando as lágrimas com os dedos.

A porta bate novamente...

Sam: - Argh! Quem será dessa vez? Ela abre a porta, arregalando os olhos. Doug? Melanie e Pam ficam surpresas, assim como Sam.

Pam: - Doug?

Doug: - Pam! Quanto tempo!

Pam: - Pois é. Muito tempo...

Sam: - Escuta aqui, como soube do meu endereço?

Doug: - Isso não é importante agora.

Sam: - É sim!

Doug: - Tá... seu marido me deu. Sam olha para trás.

Sam: - Freddie... Diz furiosamente para si mesma num tom baixo. Ela novamente olha para Doug. Olha, quero explicações!

Doug: - E você terá.

Sam: - Ah, quer saber? Ela começa a empurrar o pai para fora. Não quero mais explicações!

Doug: - Ei, ei! Calma! Você realmente vai querer me expulsar depois de saber que eu menti sobre tudo que eu te falei? Sam para confusa.

Sam: - Como é?