Eu tentava arrumar as minhas coisas, na manhã seguinte iriamos voltar para Londres onde eu seria obrigada a passar algumas semanas com os Dursley, pessoas que eu nunca tinha visto na vida - ou talvez tivesse visto quando ainda tinha meses de idade, não sei - e também com meu querido irmão, Harry.

Ah, e claro, também seria obrigada a passar semanas longe do meu namorado.

Imagina a minha felicidade com essas coisas!

Esvaziei meu malão, joguei algumas penas e pergaminhos velhos em um canto do quarto para depois jogar no lixo.

Oh Merlin, como eu queria um Elfo domestico nesse momento!

Foi pensando nisso que me lembrei de Monstro e, consequentemente, lembrei de Sirius.

Tinha evitado pensar nele essas duas últimas semanas, eu e Draco estávamos tão bem que eu resolvi usar o que era praticamente o bordão de uma das minhas personagens literárias trouxas preferidas “Deixarei para pensar nisso depois.”.

(N/a: Se tiver alguém ai que não sabe de quem a Evolet está falando vá procurar no Google por “...E o vento levou” e depois procure o livro na biblioteca mais próxima, rápido!).

E foi de deixarei para pensar nisso depois a deixarei para pensar nisso depois que eu acabei não pensando nunca.

Era melhor assim, quanto menos eu pensasse menos eu sentia e menos ainda sofria. Só que agora pensando no Elfo e pensando em Monstro não pude deixar de parar para pensar em Sirius.

Larguei o malão de lado e fui até a cômoda, abri a segunda gaveta e tirei de lá o espelho que Sirius tinha me dado.

Não pensei em chama-lo, não iria adiantar de nada. Olhando o espelho acabei por abraça-lo e quando vi estava soluçando de tanto chorar.

Deprimente, Evolet, me repreendi.

Ouvi duas batidinhas características na porta, Draco abriu sem esperar licença e fechou a porta atrás de si.

_O que aconteceu? - perguntou preocupado ao me ver naquelas condições.

Não respondi, só continuei chorando.

Draco veio até a mim e tirou com delicadeza o espelho das minhas mãos e depois me abraçou.

Aconcheguei-me em seus braços aspirando seu cheiro para tentar me acalmar.

_Está tudo bem. - afirmou ele fazendo carinho com a mão livre no meu cabelo - Tudo bem.

_Odeio chorar! - choraminguei com o rosto escondido em seu pescoço.

_É uma coisa natural do ser humano, Evolet. - Draco comentou.

Quis responder só que o choro me impediu.

Draco me pegou no colo e andou até a cama onde se sentou e me colocou sentada de lado em sua perna.

Fiquei lá chorando abraçada a ele como uma criança que tinha perdido seu brinquedo até conseguir me acalmar alguns minutos depois.

Ficamos em silêncio escutando minha respiração se normalizar até que ele perguntou:

_Melhor?

_Ahan. - respondi fraquinho.

_Esse espelho é seu? - Draco pegou o espelho de cima da cama onde tinha colocado e o avaliou.

Peguei o espelho de sua mão com cuidado e olhei meu reflexo nele, eu estava horrível com o rosto vermelho e manchado pelas lágrimas.

_Quer contar por que estava chorando abraçada a ele quando eu cheguei? - perguntou com cuidado.

Não, eu não queria, mas precisava falar disso com alguém.

Levantei e fui até o banheiro. Lavei o rosto e me recompus, o tempo todo com o espelho do lado.

Quando voltei para o quarto o coloquei com cuidado de volta a gaveta onde era lugar dele e me sentei de frente para Draco que me olhava avaliativo.

Cruzei as pernas e puxei sua mão esquerda, Draco se virou para ficar mais de frente para mim e entrelaçou nossos dedos.

Fiquei olhando para nossas mãos enquanto falava.

_Sirius me deu o espelho, - contei - por isso estava chorando.

_Então você o conhecia?

Balancei a cabeça confirmando.

_Passei o Natal com ele - disse - Não estava na casa dos Weasley nas férias de Natal, mas você já sabia disso.

Olhei seu rosto para saber se ele estava curioso ou então feliz por lhe contar isso, no entanto Draco não estava nem uma coisa nem outra, estava sereno como se essa informação já não fosse tão relevante, e não era, por isso contei.

_Não posso, obviamente, - voltei a olhar para nossas mãos - contar onde era a casa dele ou coisa do tipo, mas ele era legal. Sabia que ele era meu padrinho?

_Sim. - respondeu.

_É... Ele era um bom padrinho - comentei - Não que eu tenha conhecido outro, mas acho que ele era bom, queria que Harry e eu fossemos morar com ele quando tudo acabasse.

_Mas a tia Bella não deixou, não é? - Draco disse ainda sereno.

_É. - concordei com rancor - Aquela vadia não deixou.

De repente todo o ódio que eu sentia por Bellatrix e pelo que ela tinha feito voltaram, soltei a mão de Draco e levantei da cama.

A vontade de me vingar dela ainda não tinha se esvaído.

Olhei para Draco procurando saber se ele tinha se incomodado com o xingamento. Não vi nada demais em seu rosto.

Abri uma das gavetas da cômoda, tirei de lá algumas roupas e as coloquei com raiva dentro do malão.

_Ei - Draco chamou me parando - Não vim aqui para ver você irritada, vem cá.

Draco me puxou pelo braço e me fez sentar ao seu lado outra vez.

Vendo que eu ainda estava irritada ele me beijou calmamente.

Não demorei muito para me acalmar, era um dos efeitos que Draco tinha sobre mim.

Unconditionally – Katy Perry

Durante o beijo me lembrei que amanhã iriamos embora de Hogwarts e também lembrei de uma coisa que nunca tínhamos feito mas que eu queria desde que tínhamos começado a namorar e que agora que tínhamos voltado eu queria ainda mais.

Puxei Draco pela gola da camisa colando nossos corpos, ele também me puxou mais para perto dele e quando vi estava deitada com ele por cima de mim abrindo os botões de sua camisa enquanto ele explorava meu corpo com as mãos e beijava meu pescoço.

Não queria parar para pensar, mas parei, era uma coisa que a minha mente resolvia fazer nos momentos mais impróprios.

_Já fez isso? - perguntei baixinho quando terminei de abrir os botões da sua camisa.

Draco parou o que estava fazendo, apoiou seus braços na cama para que seu peso não ficasse sobre mim e me olhou com uma sobrancelha arqueada.

_Mas que pergunta idiota, Evolet. - eu mesma me repreendi e olhei para o lado - É claro que já.

Draco saiu de cima de mim e deitou ao meu lado deixando a cabeça virada para poder me olhar.

Olhei para ele também.

_Pansy? - perguntei sem saber se realmente queria saber - A primeira, quero dizer.

Draco assentiu com a cabeça sem se envergonhar.

Senti o ciúme me atacar e por mais uma vez quis mata-la dolorosamente.

_Quando?

_Não quer mesmo saber disso, não é? - Draco perguntou e fez uma cara de quem estava sendo torturado.

Não me importei com ele, estava me importando comigo agora, se eu, finalmente, iria... Digamos assim... Dormir com Draco, precisava saber de alguns detalhes da vida dele antes.

_Quando? - repeti.

_Hã... - enrolou um pouco - Ano passado, depois do baile do Torneio Tribruxo.

Ok, isso tinha acontecido antes que eu sequer tivesse ideia de que iria me mudar para Hogwarts, antes que Draco sequer imaginasse que iria me conhecer ou eu a ele, mas ainda assim doía.

Qual é? Era o meu namorado!

Com outra!

Mais de um ano atrás, me lembrei.

Evitei imaginar Draco com Pansy, ela era uma vadia e eu era a namorada dele, ele me amava, não tinha porque me preocupar com ela.

O que Pansy tinha com Draco já tinha acabado há semanas, eu não tinha com o que me preocupar.

_Quer saber? - perguntei - Foda-se a Parkinson.

Beijei Draco outra vez e fui para cima dele tentando continuar de onde tínhamos parado, porém ele me impediu.

_Espera - pediu.

_O que é agora? - perguntei começando a ficar irritada.

_Não está com ciúmes da Pansy? - perguntou.

_É claro que estou. - respondi sinceramente - Mas porque eu tenho que me preocupar com ela? Agora nós voltamos a namorar e eu acredito que não vamos terminar outra vez - expliquei - Não tem mais nada pra me preocupar.

_Tem certeza disso?

_Sim - confirmei.

Não precisei dizer mais nada, Draco me beijou vorazmente e terminou de tirar a camisa.

Me separei dele e puxei a minha blusa pela cabeça sem nenhum pudor enquanto Draco me olhava, confiava nele e não via motivos para ficar com vergonha.

Joguei a blusa no chão e voltei a beijar Draco, minhas mãos passeavam hora por seu peito hora por seus cabelos.

As mãos de Draco que apertavam minha cintura começaram a subir, uma parou um pouco abaixo do meu sutiã enquanto a outra foi para as minhas costas e parou no fecho da peça.

_Amo você - Draco afirmou olhando em meus olhos.

Eu podia ver o desejo que ele tinha por mim estampado em seus olhos e acreditava que ele via o mesmo nos meus.

_Eu sei - respondi.

Acho que ainda não estava pronta para dizer que o amava, mas ele sabia disso.

Draco abriu o fecho do meu sutiã demonstrando habilidade com a peça e então foi assim, naturalmente e apaixonadamente que eu me entreguei a Draco sem pensar uma terceira vez.

Evolet Potter II