Bleeding escrita por AnnieKazinsky


Capítulo 1
Capítulo 1 - Mensagem




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/223736/chapter/1

“Baker street 221b, Dez e meia.- SH”


John tinha recebido aquela sms havia uma hora e tal. Não conseguia se mover do sitio onde estava fitando o ecran do telemovel como se fosse maligno.

Tinha-se levantado cedo, como era normal na sua rotina. Na rua chovia a cântaros, não estava minimamente convidativo para sair. Tomou pequeno almoço e meteu-se no computador portatil, procurava trabalho, o que estava dificil devido a sua idade e a sua fama de ter defendido Sherlock Holmes até a exaustão. Procurava tambem casa, apartamento, qualquer coisa que desse para viver, mas primeiro tinha de encontrar trabalho.

Via anuncios no google, ao mesmo tempo tinha o seu blog aberto, não que o estivesse a actualizar, havia três anos que não o fazia. Mas continuava a receber mensagens, algumas de apoio, simpaticas… mas a maioria eram de odio.

Nunca mais se deu ao trabalho de responder. Tinha desistido.

Logicamente ainda acreditava em Sherlock. Mas a mentalidade geral era tão pequena e mesquinha que desistiu de rebater. Acreditava no que acreditava e ponto final. Afinal a luta tinha-o levado ao extremo, acabou numa depressão, fechado em no apartamento de Baker Street sem querer ver ninguém, mandando sms repetitivos para o numero de Sherlock.

Até Lestrade, sabe-se lá como, ter contactado com Harry, a irmã de John, para o ajudar.

Mudaram-se para um apartamento pequeno mas agradável, o quarto de John era cheio de luz natural e paredes brancas, nada ali fazia lembrar 221b, mas John comprou uma lata de spray amarelo e fez um smiley na parede por cima da sua cama. Harry ficou abismada com a “obra de arte” mas nada disse, sabia perfeitamenete que o seu irmão estava quebrado.

Demorou a voltar a sua rotina. Mas continuava a fazer duas chavenas de chá por hábito, ora Harry não liga a chá, ainda bebeu as duas primeiras que ele deixara em cima da mesinha da sala, desistiu, eram demasiado doces e claramente não eram para si.


Aquela sms estava a tira-lo do serio. Aquele era o numero dele… de Sherlock. Aquela brincadeira não tinha piada nenhuma.

Já tinha pensado e repensado no que acontecera ao telemóvel de Sherlock, tinha ido ao telhado do hospital a procura dele, pois lembrava-se que Sherlock o tinha atirado para o chão. Não o encontrou, chegou a perguntar ao Lestrade se tinham achado o telefone. Mas nada.

Nunca tinha pensado seriamemente no assunto. Mas agora estava a entar em panico, lembrava-se de ter recebido os relatorios de entrega das sms que mandara em agonia naqueles dias negros depois do funeral. Uma brincadeira de mau gosto era certo. Mas a curiosidade tinha vencido e vestiu-se para o frio, já não chovia o que era positivo. Apanhou um taxi para Baker Street, mas parou um quarteirão antes. Queria observar de longe a situação. Iria maltratar a maldita pessoa que estava a brincar com os seus sentimentos.

Sentimentos?

Suspirou fundo, comprou um café quente na cafetaria da esquina e aguardou. A hora marcada a porta de 221B abriu. John deixou cair o café.

Ficou mudo uns bons momentos.

Ali estava ele, era definitivamente ele, na sua altura magestica. Ar arrogante e aborrecido. John deu por si a revirar o olhar ao aperceber-se disso. Tentou mover-se mas as pernas estavam tipo gelatina e o coraçao batia a mil por segundo.

Tinha de se ir embora.

Dar a entender que tinha levado a sms em brincadeira e mudar de numero de telefone. Baixou o olhar, estava maluco e a ver miragens. Levantou o ohar de novo, e soube que quando os seus olhares se cruzaram, não tinha maneira de fugir. Aproximou-se tentando parecer contido para não se deixar cair. Parou em frente dele. Estava basicamente igual. Aqueles olhos desconcertantes… suspirou, inspirou fundo estava louco. Foi desta John Watson… ficaste maluco e quando deres pela situaçao vais estar numa sala almofada metido numa camisa de forças.

Deu por si a reparar que no que ele tinha vestido, umas calças de ganga escuras, o casaco era o mesmo, mas o cachecol era as riscas cinzentas e pretas.

O cabelo estava diferente. Normalmente era uma confusão de mechas enroladas, estava perfeitamente penteado, mais curto de lados, comprido a frente, estava penteado para traz, não dando a percepção do comprimento.

O que estava a fazer? Não o via há tres anos e pensava que ele estava morto!

– John… - a voz dele murmurou. John fitou-o serio. Abanou a cabeça negativamente.

Não estava a acreditar. Tinha o estomago revoltado e a raiva suprimida estava a subir lentamente.

Se ele estava vivo.

Porque não respondeu.

Por que não avisou?

Porquê?

– John… eu não podia… - lá estava ele a deduzir tudo a partir das expressões que lhe passavam no rosto. Cerrou os punhos e tentou concentrar-se. – Moriarty… - Sherlock começou a dizer.

Mas john não o deixou continuar. O murro fora certeiro e com força. Sherlock andou uns bons passos para traz. Encostando-se a parede.

John virou-lhe as costas. Agarrando os nós dos dedos da mão direita.

Fechou os olhos furioso, contou até dez para se acalmar. Olhou para as mãos. E viu sangue nos tres primeiros nós. A sua pele não tinha rompido, o que quer dizer que tinha ferido Sherlock. Teve de resistir a tentação de olhar para o rosto dele.

– Eu mereci isso… - ouviu a voz do outro murmurar.

– Esquece. Não me telefones. Não me procures. – disse John estranhando a frieza de sua voz. Avançou passos decididos e chamou um taxi sem olhar para traz.

Não olhando para um Sherlock quebrado. Encostado a parede de ar pateta com um olho roxo e a sobrancelha aberta.

Em casa, john foi a correr para a casa de banho, seu estomago ardia, vomitou o pouco que tinha comido de manhã. E chorou, soluçou. Chorou até adormecer encostado a banheira. Harry acordou-o com ar preocupado.

– Sherlock… -murmurou John. Harriet fechou o rosto. Não acreditava que o irmão ainda sofria pela morte de Sherlock Holmes.

– Anda… vai deitar-te na cama… - ela murmurou de voz doce. Ajudou o irmão a ir para o quarto enquanto ele soluçava baixinho. Acomodou-o na cama ajudando-o a descalçar-se, tirou-lhe o casaco e puxou as mantas fofas para cima dele. fechou as cortinas, deu meia volta e ao sair olhou de novo para John. Sentia pena dele. suspirou e encostou a porta. Foi para a cozinha, encostou-se a bancada com ar tristonho, ela e john não tinha muita coisa em comum, tinham gostos extremanente diferentes o que os levava a discutir demasiadas vezes.

Mas ela conhecia-o bem e tinha a certeza que John Hamish Watson não sabia o que se passava, mas o seu inconsciente tinha descoberto da pior maneira que amava outro homem.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostava msm mt de comentarios:)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Bleeding" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.