O Homem Invencível escrita por slytherina


Capítulo 9
Capítulo 8: Commoria


Notas iniciais do capítulo

Guerreiros contra sacerdotisas.



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Conan vasculhou a região em volta da aldeia, em busca de mais armadilhas. Encontrou mais três. Resolveu não adentrar mais os círculos de pedra. Resolveu destruir os círculos pelo lado de fora. Usou troncos de árvore e outras pedras para desfazer a arquitetura dos círculos. Contudo achou prudente não tentar ir até o altar central. Caçou um pequeno gamo e o atirou próximo ao altar. O animal se recompôs e fugiu esbaforido. Conan concluiu que havia desfeito o campo de força. Decidiu então voltar à cidade e procurar aquelas mulheres, que o ofereceram em sacrifício ao monstro.

Lembrou-se da velha do estábulo. Começaria por ela. Conan deixou seu cavalo na floresta e seguiu esgueirando-se até o estábulo. Não havia ninguém lá. Conan esperou que a velha aparecesse. Quando isso aconteceu, Conan a confrontou.

_Lembra-se de mim, anciã?

_Sim, você é um dos estrangeiros que chegaram à vila. É muita sorte sua ainda não ter sido apanhado pelo animal que devora homens.

_Fala como se não soubesse o que acontece com os homens.

_... Há rumores de que Commoria está devorando os homens.

_Commoria? A sua deusa da fertilidade?

_Isso mesmo. Ela nos daria colheitas melhores se lhe ofertássemos uma dádiva. Nós mulheres ofertamos nossos cabelos. Os homens não podendo fazer a mesma oferta, pagam com suas vidas.

_Você sabia de tudo.

_Todos na aldeia comentam e murmuram. Ninguém sabe ao certo o que está acontecendo. Vejo que cortou o seu cabelo, guerreiro.

_Foi. Diga-me, vocês mulheres não querem seus homens de volta?

_Sim, nós queremos, mas a sacerdotisa Thibaudea é muito poderosa, ela não controla apenas Commoria, mas os outros deuses também.

_Mas a sacerdotisa é humana e mortal, não deveriam deixar que ela controlasse suas vidas dessa maneira.

_Tem razão. O que posso fazer para ajudá-lo?

_Leve-me até onde os homens estão mantidos presos.

_Não existe tal lugar. Os homens estão mortos.

_Como é seu nome anciã?

_Nice.

_Nice, meu nome é Conan. Deve haver um lugar afastado, com guardas ou mulheres vigiando 24 horas por dia. Onde apenas a sacerdotisa tenha acesso. Diga-me onde é esse lugar.

_Fora da aldeia há uma choupana, onde apenas as sacerdotisas têm acesso, e há sentinelas guardando suas proximidades.

_Leve-me até lá.

A anciã chamada Nice levou Conan até o local mencionado. Em seguida voltou à aldeia, pois não desejava enfrentar Thibaudea. Conan considerou que ela realmente não tinha nenhuma chance. Ele esgueirou-se e passou a atacar as mulheres sentinelas.

Rapidamente colocou-as fora de combate, sem fazer barulho ou chamar a atenção para o que estava acontecendo. Então ele entrou na choupana. Havia uma ruiva lá. Esta quando o viu começou a gritar. Conan a nocauteou também. Ele examinou toda a choupana até descobrir o alçapão que dava para a galeria subterrânea. Desceu e seguiu adiante até deparar-se com os homens presos em correntes. Declan também estava lá.

_Conan! Graças a Deus! Eu sabia que aquelas velhas viragos não seriam páreo para você meu amigo. - Declan ria abertamente.

_É bom te ver vivo Declan! Agora se afaste, pois vou cortar as correntes.

Conan cortou as correntes com sua espada. Não só a de Declan, mas as dos outros homens também. Todos saíram rapidamente dali. Dirigiram-se à aldeia. As mulheres quando viam seus maridos corriam para o meio da rua e os abraçavam e choravam.

Algumas não conseguiam fingir e fugiam de seus homens, pois eram sabedoras do destino deles, e nada fizeram para interceder por eles. Conan gritou para a multidão nas ruas.

_A culpada de tudo isso é Thibaudea. É a ela que vocês devem responsabilizar pelo seqüestro dos homens. Ela controla os deuses. E ela os está usando contra vocês.

_Você fala demais para um estrangeiro, Conan. - Thibaudea aparecera no meio da multidão.

Todos que estavam perto dela afastaram-se com medo. Restaram apenas Conan e ela no meio da rua.

_Vocês não deveriam temê-la. Ela não passa de uma mulher comum. Vocês deveriam enfrentá-la. - Conan falou dirigindo-se à multidão que procurava manter-se afastada dos dois.

_Eles me conhecem guerreiro. Eles sabem que eu sou mais do que uma mulher. - Thibaudea então virou seus olhos para trás, até deixar seus olhos sem íris.

Ela abriu as palmas da mão e as mostrou a Conan. Este foi mais pragmático e sacou sua espada. Encostou sua lâmina no pescoço de Thibaudea.

_É melhor parar com o que está fazendo, ou vai perder a cabeça.

Thibaudea nada falou. Uma névoa invadiu as ruas da cidade. As pessoas entraram em pânico e tentaram correr aterrorizadas. Pelos gritos que se ouviam, era certo que nenhuma conseguiu sair dos domínios da aldeia. Declan aproximou-se de Conan e também sacou sua espada. Ficou olhando em volta, esperando por um ataque. Conan, vendo que Thibaudea não saía do transe em que estava, golpeou-a com o cabo de sua espada, produzindo-lhe um ferimento sangrante na fronte. A sacerdotisa caiu ao chão desmaiada. Então começou. Ervas trepadeiras, semelhante a cipós começaram a brotar do chão e enroscavam-se nas pessoas, tentando estrangulá-las.

_Declan, livrei-me desse monstro uma vez, cortando meus cabelos, mas algo me diz que isto não irá adiantar agora.

_O que propõe que façamos?

_Esse monstro que controla as ervas é um totem. Consegui atingi-lo usando meus punhos. Precisamos descobrir onde ele está agora.

As ervas passaram a atacar Conan e Declan também. Eles as afastavam com golpes de espadas. Subitamente, Conan percebeu que alguém estava tentando levar o corpo de Thibaudea. Era Hostia, a sacerdotisa negra. Conan correu até ela e encostou a lâmina de sua espada no queixo dela.

_Se tem amor à vida, deixe o corpo dessa bruxa onde está. - Conan falou sério.

_Você não sabe o que fez guerreiro. Thibaudea é a única que controla Commoria. A deusa vai dizimar a cidade inteira.

_Ei Conan, ela também é uma sacerdotisa. Ela pode desfazer o que a velha coroca fez.

_Se é verdade o que ele diz, é seu dever afastar essa ameaça de sua aldeia. - Conan baixou a espada.

_Commoria é muito forte. Eu não vou conseguir nada.

_Faça. - Declan falou entre dentes.

Hostia imitou os gestos de Thibaudea. Ficou com os olhos revirados e brancos. Abriu os braços com as palmas para cima e ficou estática até parar de respirar completamente.

Conan e Declan combatiam as ervas, e tentavam ajudar os aldeãos que não conseguiam livrar-se das folhagens. Conan retornou para perto de Hostia e notou que ela parecia sem vida. Parecia mesmo petrificada. Conan aproximou-se dela e tentou sacudi-la para que voltasse ao normal. Levou um choque nas mãos. Algumas ervas brotaram do chão próximo a Thibaudea e se enrolaram nela. Mas em vez de tentarem estrangulá-la, elas a ergueram do chão e a estavam movendo para fora da aldeia.

_Declan. As ervas estão tentando poupar a vida de Thibaudea. Não deixem que levem seu corpo. Corte aquelas plantas. Eu cuidarei de Hostia.

Declan fez como Conan pedira. Ele decepou todas as plantas que estavam carregando a velha sacerdotisa. Quando o corpo de Thibaudea caiu ao chão ele a arrastou para o local onde estava Conan. Este passara a atacar Hostia com os punhos. Mas era o mesmo que atingir uma árvore petrificada. Nada acontecia a ela. A cada novo soco, Conan recebia um choque no corpo, e sua mão ficava machucada.

_Isso não está dando certo. - Conan teve que reconhecer.

_Conan, ela se preocupa com a bruxa velha. Vou tentar algo. - Declan apontou sua espada no coração de Thibaudea, caída no chão e dirigiu-se a Hostia petrificada. - Ei Hostia! Eu vou matar a sua amiguinha. Se você não parar com tudo isso, ela já era. Vou espetá-la com minha espada. Vamos! Acabe com isso.

Então subitamente, um dos cipós assumiu uma forma reta e afiada, e rumou rápido em direção a Declan. Conan mal teve tempo de empurrar o amigo. Outros cipós assumiram a mesma forma e choveram em cima dos guerreiros. Conan usou sua espada em movimentos circulares, conseguindo bloquear todas as lanças-cipós. Declan ergueu o corpo de Thibaudea e o usou como escudo. Alguns cipós transfixaram o corpo de Thibaudea, matando-a instantaneamente. Os ataques pararam. A sacerdotisa petrificada voltou ao normal e desmaiou. A névoa dissipou-se e muitas pessoas começaram a chorar e a gritar, pois muitos haviam morrido. As sacerdotisas foram enclausuradas no mesmo alçapão onde haviam prendido os homens. Conan e Declan resolveram sair daquela aldeia. Nice foi despedir-se deles.

_Obrigada pelo que fizeram por nós, guerreiros.

_O que vão fazer com as sacerdotisas? - Declan quis saber.

_Ainda não sabemos. É a primeira vez que pessoas tão importantes e intocáveis são presas por prejudicar tantos. Elas ainda são nossas sacerdotisas, e nós também temos nossa parcela de culpa.

_Deixe-me lhes dar uma sugestão. Escutem seus homens sobre o assunto. Eles foram os mais prejudicados. - Declan opinou.

_Espero que tenham aprendido alguma coisa com tudo isso. - Conan falou reticente.

_O que, por exemplo? - Nice inquiriu.

Conan a encarou em silêncio por alguns instantes, então respondeu.

_Que mesmo os deuses podem ser destruídos e vencidos. Às vezes por um simples homem. - Disse isso e montou em seu cavalo. - Vamos Declan, temos muito que cavalgar. - Conan começou a trotar para fora da cidade e deu um último olhar para a anciã Nice. Ela continuava de pé no meio da rua e deu um pequeno sorriso com o canto da boca. Conan já havia visto este mesmo sorriso antes.

_O que foi Conan? - Declan estranhou a sisudez do amigo.

_Esta aldeia é estranha Declan. Lembre-me de nunca voltar a este lugar. Mas se acaso não puder evitar, creio que terei que usar minha lâmina em gentis senhoras.

Declan sorriu, interpretando errado o que escutara.



Fim do Capítulo

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Notas finais do capítulo

Tentei ser lógica, mas mesmo Conan não poderia matar a sangue-frio mulheres idosas.



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