Accidentally In Love escrita por MissLerman


Capítulo 30
Capítulo 30 Visitando o Castellan


Notas iniciais do capítulo

Boooa tarde. É, para quem assistiu Desventuras em Série, ficou fácil descobrir o que o bilhete queria dizer. E sim, o Percy fará uma visitinha para nosso amigo Luke. Agora só falta saber o que vai acontecer entre esses dois. Boa leitura (:



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/223571/chapter/30

Zeus pareceu ficar tão assustado com a minha reação que pareceu preferir me deixar sozinho. Fiquei fitando o chão por um bom tempo e me perguntando onde tinha errado. Parte de mim, queria ir até a casa de Luke e lhe dar a maior surra que eu conseguisse. E eu realmente pensei nessa possibilidade. Mas outra parte, a parte racional, não queria aceitar que Annabeth tivesse partido. Acho que eu teria reagido melhor se soubesse que ela estava com Will do que com Luke. 

Passei a mão por meu rosto enxugando algumas lágrimas que caíram mesmo eu sendo persistente. Respirei fundo várias vezes, tentando me acalmar, mas parecia ser impossível. Olhei para o papel amassado em minhas mãos trêmulas. Como algumas poucas palavras poderia me afetar desta maneira? Simples. Essas simples palavras diziam a última coisa que eu queria ler em todo mundo. 

O abri e li mais uma vez. Tinha alguma coisa ali que não estava se encaixando. Eu poderia claramente estar criando falsas expectativas, mas Annie não cometeria erros ortográficos assim, tão grotescos. "Pare de pensar bobeira, Percy" pensei. Talvez ela estivesse nervosa. Talvez estivesse com pressa. Ou talvez... Sim. O pensamento de que, aquilo poderia ser mais do que um bilhete de despedida, me alegrou. 

Será mesmo que Annie queria dizer algo a mais? Me levantei da cadeira e fui até a mesa de Zeus. Fiquei aliviado por estar sozinho na sala. Não queria que Zeus visse o quanto eu ficara nervoso. Peguei uma caneta e voltei-me para o bilhete. "Sei que pensou que talves..." dizia a primeira frase. Talvez escrito com "s" ao invés de "z", era definitivamente estranho. Annie sempre tirou notas excelentes em Inglês, não erraria algo assim. Circulei o "s" e continuei a ler.

"... nós poderiamos ter algoma coisa a mais". Alguém como Annabeth jamais escreveria "algoma" de propósito. As letras erradas... Elas provavelmente formavam um anagrama, ou algo assim. Circulei o "o" também. "E eu cei que..." outro erro extremamente brutal. Circulei o "c". "Vou fogir com Luke", circulei o "o", que estava no lugar do "u". "Semprer foi ele. Esperro que entenda" dois "r"s sobrando, coincidência não seria nunca. Os circulei também. Continuei a ler e encontrei o último erro: "disso eo tenho certeza". Quem em sã consciência escreveria "eo"? Niguém.

Eu já estava completamente enfurecido com relação ao Castellan, mas ao ler o que as letras formavam, decidi que ele, em questão de minutos, seria um cara morto. Peguei a pequena folha de papel e corri para fora da casa. Precisava encontrar Zeus. E precisava encontrar Annabeth, que com certeza estava em mals lençóis. 

Sai da pequena casinha correndo e dei de cara com Zeus no jardim ao lado de Hera. Eles pareciam estar tão bem, me senti mal por interrompê-los. Mas era preciso, então caminhei discretamente até o encontro deles. Zeus estranhou o fato de eu ter me recuperado em tão pouco tempo. Mas a verdade é que eu estava ainda mais furioso. Contracorrente estava presa ao meu tornozelo, ela provavelmente me seria muito útil hoje. 

Zeus, assim que me viu, caminhou até meu encontro. Deixando Hera confusa para trás.

- Já está melhor, Percy? - ele pergunto. Senti no tom de sua voz que ele tinha certeza de que eu havia descoberto algo.

- Na verdade senhor, estou ainda pior. Estou prestes a matar um homem chamado Luke Castellan. - digo e só então lhe entrego o bilhete com as palavras circuladas.

Zeus o examina e, em seguida, tira algo do bolso do paletó. Ele me entregou então uma foto. Reconheci na mesma hora o moço com cabelos cor de areia, olhos azuis e um sorriso irônico. Li embaixo de sua foto: "Luke Willian Castellan, 24 anos". O ódio pareceu se dobrar em meu corpo. Era ele esse tempo todo.

E ele estava sempre perto de Annabeth, sempre indo visitá-la. Como não fui me lembrar dele antes? Como não me lembrava de seu nome do meio? Agora, Annie estava com problemas. E eu iria buscá-la, nem que fosse a última coisa que eu fizesse.

Precisava de ajuda, não poderia agir sozinho. Mas sabia que Luke não era bobo. Ao primeiro sinal de polícia, ou qualquer outra autoridade, ele provavelmente faria algo com Annabeth. Tinha que pensar em algo, e rápido. 

- Senhor, preciso ir até a casa dele e ver se Annabeth está bem - eu disse - Mas acho que vou precisar de ajuda.

Zeus arqueou a sobrancelha, mas pareceu se agradar com o plano. 

- Esse é o possível assassino de Thalia, certo? Então eu ajudarei, com prazer. - ele disse. Pude notar que ele, tanto quanto Annie, queriam vingar Thalia.

Assenti.

- Preciso de uma hora. Vou até lá e verei se consigo arrancar alguma coisa dele. Caso consiga, eu ligo pedindo reforços. Caso eu não dê sinal de vida durante mais de uma hora... Bom, acho melhor chamar a polícia. - digo.

Zeus e eu combinamos. Esse seria o plano: Eu iria até Luke e diria que queria me despedir de Annie. Caso ele tentasse alguma coisa, Contracorrente estava comigo. E eu sabia muito bem como usar uma faca como aquela. Chequei meu celular e vi que não havia mensagem ou chamada perdida. Annie certamente estava na casa de Luke, então me despedi de Zeus e dirigi até lá. 

Minha cabeça não parou por um minuto sequer. Só de pensar que Annie poderia estar sofrendo... Isso fazia com que minha raiva só aumentasse. Dirigi rapidamente até a casa de Luke. E, se bem me lembro, ele não mudara desde os tempos de colégio. Vim aqui uma vez ou outra, para buscar Annabeth. Apesar de nunca ter sido contra o namoro dos dois, nunca fui com a cara dele. No fundo, sabia que ele tinha algo de errado. Vai ver tinha um alter-ego serial killer e eu havia sentido isso.

Estacionei perto e desci do carro. A casa estava bem mais velha e acabada do que em minhas lembranças. Tinha um jardim mal cuidado na frente e uma varanda suja. Provavelmente não limpa a um bom tempo. Caminhei pela pequena passarela e quando finalmente me posicionei em frente a porta, sinto uma corrente elétrica invadir meu corpo. Era como se eu estivesse sentindo algo. Um pressentimento. Não sabia ao certo se seria bom ou ruim.

Coloquei a mão no bolso involuntariamente. O bilhete que havia escrito para Annie mais cedo, ainda estava ali. Era por ela. Era por ela que eu estava fazendo aquilo. Não me perdoaria se a perdesse, nunca. Com as mãos um pouco trêmulas, apertei a campainha. Fiquei um curto espaço de tempo esperando alguém abrir a porta. Sentia meu sangue pulsar em meu corpo. Principalmente em minha perna direita. Lugar onde Contracorrente se encontrava.

Aqueles poucos segundos pareceram uma eternidade, até a porta finalmente foi aberta. Dei de cara com aquele imbecíl. Luke usava uma roupa informal. Shorts e camiseta, parecia ter acabado de sair do banho. Tinha aquele mesmo sorriso malicioso no rosto. E, para minha surpresa, não pareceu feliz em me ver. Me analisava com cuidado. Comecei a ficar preocupado com relação à isso.

- Recebi a carta de Annie, Luke. Quero me despedir dela. - digo quebrando o silêncio.

Luke me encarou e pareceu pensar um pouco. Ele então fez um gesto para que eu entrasse.

- Ah! claro. Ela está tomando banho, já desce. - ele disse.

Estremeci assim que ele disse "... Ela está tomando banho", e não sabia ao certo porque. Apesar de, ainda achar aquilo um plano arriscado, entrei mesmo assim. Sua casa, ao contrário do jardim, estava bem arrumada e bem cuidada. Havia um sofá e uma TV na sala. Várias malas já feitas ocupavam o sofá. "Será mesmo?" me perguntei. Será que aqueles erros não foram propositais? E se Annie estivesse mesmo partindo com Luke? Me recusei a pensar nessa possibilidade.

- Então, já sabem para onde vão? - eu disse tentando parecer educado.

Luke riu irônicamente.

- Ainda não decidimos.

Lhe dei o sorriso mais forçado que consegui. Após isso, voltei a examinar sua casa, tentando encontrar algo siginificativo. Enxerguei então uma grande prateleira com várias peças de porcelana. Deveria ser porcelana, deduzi. Mas haviam alguns espaços, como se estivessem faltando algumas peças. Olhei em volta com cuidado e encontrei algo que me intrigou.

Várias daquelas peças amontoadas no chão. Luke estava fora do meu campo de visão, então me aproximei mais um pouco para olhar melhor aquilo tudo. Parecia que uma briga havia acontecido ali. Alguns cacos continham sangue e como Luke parecia perfeitamente bem.... Annabeth! Só então parei para prestar atenção que, não havia som nenhum de chuveiro!

Escutei então um barulho que vinha de minhas costas. Por instinto, segurei Contracorrente, mas demorei muito para o fazer. Senti uma dor em minha nuca e caí no chão. Logo, tudo parecia girar. Eu já não estava enxergando muito bem. Não demorou muito, senti um líquido quente escorrer em meu pescoço. Depois disso, não consegui enxergar mais nada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Assim, eu acho (só acho) que o Luke vai ser encontrado morto em algum lugar. E, quando o pessoal do CSI for investigar, vai descobrir que foi um trabalho em grupo. E acho também que tenho vários suspeitos, certo leitores? HEUHEUEHUEH Até amanhã :3