Dream Or Reality? escrita por Aneliese Fanfictions, Michi S2


Capítulo 22
2 Temporada - Capítulo 7° - Forks High School


Notas iniciais do capítulo

Aí esta o capítulo prometido.
Minha mão ta doendo de tanto escrever, mas valeu a pena.
Espero q gostem.
Boa Leitura.
Kisses



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Luce POV

Depois daquela sensação ruim do ano novo, reprimi qualquer sensação de desconforto que insistisse em me incomodar. Sentir que o perigo estava à espreita, só esperando para dar o bote, é uma coisa que eu queria evitar ao máximo. Esse sentimento não me fazia bem. Eu estava ficando apreensiva e paranóica, sem nem mesmo saber o porquê disso.

E o mais difícil foi me livrar daquele pesadelo. Foram várias noites sonhando com o frio extremo e o fogo e várias noites sonhando com o meu anjo da guarda para finalmente parar de sonhar com aquele pesadelo. Agora meus sonhos voltaram ao normal, bom, quase ao normal porque agora eu sei o que tanto fugia de mim e eu corria atrás. Era o meu anjo. Embora a chuva fosse constante em Forks, graças a Deus, meus sonhos ruins não aumentaram a freqüência.

Mas ainda assim, graças àquele sentimento ruim do ano novo, a sensação de abandono e vulnerabilidade ficou ainda maior. Ai, saco! Tudo isso me frustra! Calma, Luce, calma. O ano só está começando e você é nova demais para criar rugas. Não que eu me importe, mas sempre falo isso, é como um costume, herdado da minha mãe.

Bom, vamos falar de coisas menos estressantes. Esses últimos 13 dias eu passei entre casa de avó, minha casa, shopping, cinema e lanchonete. Meu círculo de amigos estava formado, embora eu não dispense novas amizades. Não saímos muito, pois o frio desgraçado do inverno de Forks insistia em persistir. O pessoal até que era legal, tá, tá... eles eram muito divertidos. Só que às vezes eles implicavam com algumas pessoas, fazendo julgamentos. Não gostei disso e os reprovei, mas nem sempre eles me ouviam. Além disso, eles meio que formavam casais, então as chances de eu ser “a vela” eram extremamente altas, mas relevei isso. Não me importo de ficar sozinha mo meio de casais. Eu é que não ia arranjar um par só para não ficar sozinha, “antes só do que mal acompanhada”, é o que o ditado popular diz, não é? Concordo plenamente.

Hoje é segunda-feira. Não acredito que o tempo passou rápido aqui! A cidade é pequena, pensei que a sensação da passagem do tempo fosse mais lenta... Não estou muito ansiosa para começar a estudar agora, mas pelo menos vou ficar mais tempo com os meus amigos. Se a gente tiver as mesmas aulas, é claro. Bom, já tenho meu lugar garantido no intervalo. A mesa dos populares. Parece um carma. Não que eu não goste da companhia, eu já disse que eles são muito legais, o fato é que eu não gosto muito de atenção. Muito menos de cantadas baratas.

Tá certo que eu não sou feia, mas também não sou nenhuma deusa Afrodite, né? E para que ter vários holofotes virados para você justamente na hora em que você cai? É muito constrangedor, mas não sei por que eles não me acham uma perdedora.

Mamãe diz que eu tenho um poder de atração natural, tipo um ímã, que atrai, basicamente, 3 coisas: garotos, hospitais e perigo. Como meu histórico hospitalar é bem extenso e me acompanha desde quando eu mesma passei a controlar o meu corpo, a Sra. Gabriella Maxwell, mamãe para mim, me ensinou a ‘cair com classe’ para não passar vergonha, mas, sinceramente, na hora da queda, você não fica pensando em ‘como cair com classe’, você só pensa em ‘como vai doer’ e ‘como evitar o chão’. Mas nem sendo destrambelhada os garotos não largam do meu pé. Eles acham que eu sou um tipo de ‘donzela em perigo’ e ficam querendo ‘me salvar’, ou melhor, me agarrar. Isso me irrita profundamente. Eu sou responsável e independente. Posso muito bem cair sozinha e agüentar as dores sem chorar. Não preciso de nenhum príncipe pra me salvar. A não ser o meu anjo da guarda, mas ele só me salvaria em sonhos.

O fato é que estamos no meio do ano letivo, eu sou a novata, o objeto de observação. Só espero que os olhares dos estudantes dessa escola ainda estejam vidrados na família Cullen. Pelo que eu me lembro da conversa do ano novo, os Cullen são muito capazes de me ajudar a manter a atenção longe de mim, sem nem ao menos saber disso. Acho que já gosto deles e alguma coisa me diz que vou gostar mais ainda quando eu realmente vê-los.

Ah, outra coisa que eu já estou acostumada, mas nunca me conformei (bom, pelo menos desde há um ano atrás): não posso dirigir. Mas esse problema se resolve daqui a uns 2 meses, quando eu faço 16 anos. O problema em si, não é que eu realmente queira dirigir. O problema é que meu pai sai muito cedo para abrir o antiquário, então não pode me levar à escola, e minha mãe, como não precisa chegar cedo na redação do jornal, sempre me leva à escola em cima da hora, então eu tenho que correr para não chegar atrasada e ficar para fora. Ah, é, mas se eu não quiser pegar carona com ela, eu posso optar por ir andando na chuva constante dessa cidade os mais de três quilômetros que separam a minha casa da escola. Mas quem precisa chegar na hora mesmo?

Chega de devaneios. É o primeiro dia de aula e ainda tenho que passar na secretaria antes de ir para a aula. Se minha mãe demorar muito, eu vou me atrasar.

“Mãe!” gritei ao pé da escada. “Vamos logo, não quero chegar atrasada no meu primeiro dia.” Eu já estava pronta, esperando ela descer.

“Pronto.” Ela disse descendo logo em seguida. “Vamos?”

“Milagre!” Eu disse. “Em Phoenix você só descia depois da terceira chamada.” Ri.

“Ora, que tipo de mãe eu seria se deixasse minha filhinha chegar atrasada no primeiro dia de aula numa escola nova de uma cidade nova?” Ela riu. É impressão minha eu ela estava rindo de mim? “Precisa ser mais paciente, querida. Sabe, às vezes parece que você tem uma alma velha... relaxa. Estresse traz rugas e pode matar.” Ela voltou a rir.

“Tá bom, mãe.” Revirei os olhos. “Vou ser mais paciente quando você for mais pontual.” Voltei a rir.

“Vamos logo.” Ela disse, me empurrando para a porta de casa.

O caminho não foi tão demorado. Minha mãe corre que nem uma louca. Cheguei a tempo de correr para a secretaria, pegar meus horários e um mapa da escola e sair correndo para a sala 6 de Estudos Sociais, quase caí.

Entrei na sala ao mesmo tempo em que o sinal batia. Andei até o professor Johnson e entreguei o papel que a Sra. Perez, a secretária da escola, me entregou para os professores assinar. Logo depois das apresentações, fui me sentar ao lado da Lisa. Conhecer alguém na sala me deixou mais calma. Bom, pelo menos me fez ter uma menor noção dos pares de olhos que me encaravam curiosos, só esperando o meu próximo tropeço. Que não veio, só dessa vez. Agradeci mentalmente à minha mãe por praticamente me obrigar a usar essas botas ao invés de algo com cadarço. Acho que ela me conhece muito bem mesmo, afinal, a bota nem tinha salto.

Sentei e não consegui não ficar corada. Baixei o rosto, fingindo encarar o livro à minha frente, deixando meus cabelos soltos caírem, encobrindo parte do meu rosto. Os olhares curiosos ainda me perfuravam e pude notar que alguns eram maliciosos também. É, parece que eu não vou ter um ano muito tranqüilo. O professor deu início à aula e, embora a matéria não fosse a minha preferida, fiquei feliz por finalmente me livrar de ser o centro das atenções.

Eu e Lisa não conversamos muito durante a aula, não era uma necessidade nossa. Depois de sair da sala, fui para minha aula de Inglês no prédio 3, ela me contou que a professora Miller era boa e também me alertou, falando que era só não xingar nenhum autor ou personagem da literatura inglesa na frente dela que tudo ficaria bem. Não me preocupei muito com essa matéria, ler era um vício para mim, pelo menos quando eu não tinha outra coisa para fazer, como sair com os amigos.

Após as devidas apresentações, fui me sentar no fundo, perto de Kali e Ryan. Estava com sorte, em todas as minhas aulas até agora – grande coisa, duas aulas –, tinha pelo menos um amigo meu que estudava comigo, mas também temos que considerar que a escola não é tão grande assim.

Descobri que já tinha lido todos os livros da lista de leitura obrigatória do ano. Um trabalho a menos para mim. Não que eu ache que ler seria trabalhoso, mas ler por obrigação requer muito mais a minha atenção do que ler pelo simples e puro prazer de me distrair.

Essa aula também foi silenciosa. Para mim, pelo menos. Kali e Ryan já tinham assumido o romance, diferente do resto do grupo, onde Gabi lançava uns olhares para Peter, que parecia não perceber, Lisa e Rick trocavam olhares, mas não tinham coragem de assumir nada, e Tom implicava com Nancy, que revidava, mas os dois não assumiam que todo aquele circo era amor reprimido.

Foi praticamente a mesma coisa em todas as aulas. Apresentação, sentar perto dos amigos, prestar atenção na aula, conversar às vezes e sair depois do sinal. Tive todas as aulas com alguém conhecido. Espanhol com Nancy e Rick, Biologia com Lisa, Gabi e Peter, Trigonometria com Gabi e Tom, e Educação Física com Kali e Nancy.

O dia foi extremamente cansativo para mim. Quase me matei na Educação Física. E eu nem sei como eu consegui isso! Sempre fui boa no vôlei! O meu maior problema era a coordenação nos pés. É muito fácil eu me desequilibrar quando eles insistem em se colocar um na frente do outro, me fazendo dançar e rebolar desnecessariamente. Às vezes, chega até a ser vergonhoso.

A relação do meu corpo com o chão é de uma atração imensa e, como meus pés são os que ficam mais próximos dele, eu tento ao máximo não tirá-los de lá, porque eu e o chão temos um acordo: ou meus pés ficam nele, ou é qualquer outra parte do meu corpo. Prefiro os pés.

Mas, bem. O vôlei não exige tanto assim dos meus pés. Você só tem uma posição para defender na quadra. É claro que às vezes é preciso se jogar no chão para buscar uma bola, mas cair é fácil. O que é difícil é o futebol. Ter que ficar correndo e controlando uma bola nos pés, quando você nem consegue controlar direito os seus passos numa simples corrida, é um verdadeiro desafio.

Mas o que eu gosto mesmo é de esportes radicais. Não que eu já tenha feito alguma coisa desse tipo antes, minha mãe me mataria antes de me deixar pular de bungee jump, mas os brinquedos mais radicais nos parques de diversões são os que mais me atraem. Sabe, a adrenalina que eles injetam no sangue é extremamente excitante e renovador. E prefiro mil vezes sentir a adrenalina fluir pelo sangue ao pular de bungee jump, amarrada por uma corda elástica nos tornozelos, ao invés de sentir a adrenalina, tentando fugir de uma bolada. Além disso, pular de bungee jump é muito mais fácil, é só ter uma boa dose de coragem e uma garganta poderosa para não perder a voz quando gritar.

Bom, o fato é que não sei o que deu em mim naquele jogo de vôlei para eu ficar tão aérea e errar a posição das minhas mãos para receber aquele corte. Tá, talvez eu saiba. Ok, eu confesso, foi aquele intervalo. Aquele intervalo mexeu muito comigo. Mexeu a tal ponto que me fez errar a posição da mão no meu melhor esporte de quadra e na minha primeira aula. Em outras palavras, paguei um mico que, se eu não estivesse com a sanidade afetada, não pagaria.

A bola vinha rápida, me posicionei, coloquei minhas mãos juntas para frente e a recebi. É claro que eu a acertei, ou melhor, ela é que me acertou. Duas vezes. A bola bateu em minhas mãos e voou direto para o meu queixo. Só sei disso porque, depois de sentir minha mão dormente, senti o queixo latejando e quando abri os olhos de novo, estava estirada no chão, com Kali e Nancy do meu lado, vários vultos ao nosso redor e um treinador Walker perguntando se eu estava bem.

Quando tomei consciência do que tinha acontecido, me levantei mais vermelha que um tomate maduro. Fiz que sim com a cabeça e pedi para passar o resto da aula sentada na arquibancada. O treinador concordou e fiquei lá, sentada, pensando em tudo o que tinha acontecido naquele intervalo. As últimas duas aulas eu passei distraída demais. O incidente de hoje na educação física não devia ter acontecido, podia ser com qualquer esporte, menos com o vôlei, mas os acontecimentos desse intervalo com certeza me deixaram ainda mais aérea do que eu já sou.

Aqueles olhos negros não me deixavam e tinha muita coisa aqui dentro mexendo comigo. Precisava pensar, clarear a mente.


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Notas finais do capítulo

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