Ps: I Love You escrita por Ghst


Capítulo 54
Capítulo 53 - A little bit more than friends




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I wanted to be like you
I wanted everything
So I tried to be like you
And I got swept away

I didn't know that it was so cold And
You needed someone
To show you the way
So I took your hand and we figured out
That when the tide comes
I'd take you away

No fim daquela tarde, depois de sair da casa de Ju, Kenna encontrou Zacky na rua, indo até a casa da menina com um embrulho nas mãos. Ela cumprimentou o menino de longe, sorrindo para si mesma.
Já quase podia ser ver como ganhadora daquela aposta.
Tinha certeza que ia ganhar. Júlia e Zacky não tinham problema nenhum alem da vergonha, e isso ela sabia que Zacky podia superar.
Pensando na aposta, seus pensamentos automaticamente se voltaram para Tony.
Até Júlia mencionar o assunto, ela mesma nunca havia parado para refletir se iria ou não perdoa-lo. Certamente, não poderia ficar brigada com ele para sempre, e sabia disso. O que ela realmente não sabia é o que iria ser dele depois de perdoá-lo. E era essa a questão que a assustava.
Um sorriso apareceu nos seus lábios quase involuntariamente, quando uma conclusão boba passou-lhe pela cabeça.
Era tão engraçada a forma como o ser humano tem a capacidade de desejar tão fervorosamente uma coisa e... E depois hesitar a conquistá-la.
Ela mesma podia se dizer assim. Havia por muito tempo desejado que Tony a enxergasse mais do que como uma amiga, e agora que tinha certeza que ele o fazia, ela sentia medo de seguir em frente.

Havia vários medos, na verdade. Vários medos estranhos, bobos até, mas que ela não conseguia fingir que não sentia.
Sentira, ao namorar Andrew, medo de não conseguir esquecer Tony. Sentira ao terminar o namoro, medo de não gostar mais de Tony como gostava antes. Sentia, naquele momento, medo de Tony não gostar mais dela. E sentia, e continuaria a sentir, medo de não conseguir nunca mais agir normalmente perto do rapaz.

If you want to
I can save you
I can take you away from here
So lonely inside
So busy out there
And all you wanted was somebody who cares

Sob o efeito desses devaneios, ela tocou a campainha da própria casa.
- Tony... – ela suspirou alto, não notando em quem abria a porta.
- Kenna? – ela levantou os olhos para a pessoa.
- Tony?
- Kenna!
- Tony!
- O que você faz aqui?
Ela levantou as sobrancelhas, chocada com o fato do menino estar bem na sua frente.
- Bem... – ela olhou para cima e depois para os lados. – É a minha casa... Pelo menos era da ultima vez que eu sai daqui...
- Ah! Claro, é... Entra aí. – ele cedeu espaço, corando, e depois fechou a porta atrás de si.
Ela encontrou a mãe na sala, com um avental branco, colocando aperitivos em cima da mesinha de centro. Ela sempre fazia isso bem cedo na véspera do natal.
- Oh, querida, que bom que chegou. – disse a mulher. – Eu convidei a família do Tony para passar o Natal conosco, não é ótimo?
Kenna virou-se para Tony, que sorria abertamente. Sentiu dó do menino. Os pais dele eram ambos filhos únicos, e ele já não tinha mais avós. Era uma família pequena que, ela sabia, o fazia sentir-se sozinho demais em datas festivas.
- É ótimo. – ela sorriu o mais forçadamente que podia, torcendo para que Júlia e Zacky já estivessem juntos àquela hora.
Definitivamente, não era boa atriz como Win.
- Então vá tomar banho. – sua mãe lhe recomendou. – Estão todos lá no fundo já.
A menina assentiu, ainda atônita.

A proximidade! A proximidade dela com Tony não queria ajudar.
Ele, contudo, ajudou quando disse que iria ver se a mãe, no quintal da casa, precisava de alguma coisa.
Kenna aproveitou o momento sozinha com a mãe para... Desabafar.
- Mãe, você enlouqueceu, não enlouqueceu? – ela perguntou.
- Oi?
- Ah, qual é. – a menina abaixou a voz, tentando ver Tony, nos fundo da casa, pela janela de vidro da cozinha. – Você bem sabe que eu briguei com o Tony.
- E sei que você gosta dele.
- Mas. – a menina arregalou os olhos. Como a mãe podia dizer uma coisa daquela tão displicentemente? – Mas... Enfim, esquece... O que te deu na cabeça pra o chamar pra passar o Natal aqui, ficou louca? Pirou de vez?
- Filha. – a mulher olhou a filha com carinho, contornando o sofá para voltar à cozinha. – A sua amiga ligou aqui, a Júlia, ela disse que precisava falar com você para decidir se o Tony passaria o Natal aqui ou lá. Ela mesma disse que vocês estavam planejando tirar ele de casa, certo? Pois então, eu disse para que ela não se preocupasse, que eu chamaria ele a os pais para passarem o Natal aqui... Somos todos amigos de data, mesmo.
O queixo da menina caiu.
- Que horas a Júlia ligou aqui? Eu estava na casa dela!
- Eu sei, ela me ligou uns cinco minutos antes de você chegar. Disse que tinha esquecido de tocar nesse assunto quando você estava lá.
A mulher então foi para o quintal, de onde Kenna a ouvir dizer que a menina tomaria banho e depois iria até lá.
- JULIA! EU-TE-MATO! – ela gritou sozinha, enquanto ia até o banheiro do seu quarto.

I'm sinking slowly
So hurry hold me
Your hand is all I have to keep me hanging on
Please can you tell me
So I can finally see
Where you go when you're gone

- Senhor e Senhora Lovato, que prazer tê-los aqui conosco no Natal. – Kenna disse sorrindo, ainda que meio falsamente, cumprimentando os dois.
- Nós que agradecemos, querida. – disse a Sra. Lovato.

Ela afastou Kenna de si, segurando-a pelos braços e olhando para a menina.
Kenna estava simplesmente vestida. Um vestido de malha fria azul com desenhos de flores brancas e verdes e uma metade torta da bandeira do Brasil na barra de trás que ganhara de Winter. Os cabelos presos atrás da cabeça em um coque perfeito, depois caiam até abaixo dos ombros em cachos bonitos e macios. No rosto não usava muita maquiagem, apenas o básico para dar um pouco de sensualidade aos olhos e, por fim, brincos, pulseiras e colar a combinar.
- Você está divina, querida. – a mãe de Tony lhe disse carinhosamente.
Kenna sorriu para ela, dessa vez um sorriso sincero.
- Obrigada, senhora Lovato.
- Magina, querida, não deve agradecer. – a mulher disse, voltando a sentar-se na mesa, ao lado do marido.
Kenna observou bem a mãe de Tony.
Era uma mulher batalhadora. Sempre fora... Não que as coisas na vida de Tony sempre tivessem sido difíceis, mas aquela mulher era alguém que merecia cada um dos centavos que tinha – e não eram poucos.
Talvez fosse o que ela precisava. Determinação. Talvez ela apenas precisasse querer realizar cada um dos seus sonhos, mas querer com vontade de correr atrás. Talvez fosse o bastante para que ela os realizasse.
- Er... Onde está o Tony? – a menina perguntou, reunindo uma coragem que não julgava ter.
- Está lá na frente. – disse-lhe sua mãe,
- Eu... Eu vou lá vê-lo...
Ela sorriu amarelo para as duas mulheres e foi para a frente da sua casa, onde achou Tony sentado no chão, parecendo pensativo.
- Oie. – ela disse, sentando-se ao lado dele.
- Vai sujar seu vestido. – ele disse, sem encará-la.
- Pra isso que existem maquinas de lavar roupa.
Ele riu e voltou-se para a menina.
- Tudo bem com você?
A morena suspirou alto.
- É... Acho que posso dizer que sim...
Ele permaneceu calado e então ela continuou:
- Acho que me sentiria melhor se a gente conversasse decentemente.

O efeito dessas palavras sobre Tony foi imediato. Ele sorriu e se virou completamente para ela, não dando atenção a nenhuma outra coisa.
- Eu estava sinceramente louco esperando você sentir-se pronta para isso.
- O que você fez não é algo do que seja fácil de esquecer. – ela disse, de olhos baixos. – Doeu demais, Tony, demais mesmo. Mas dói mais ainda tratar você como se fossemos dois estranhos.
- É bom ouvir você dizer isso, já que eu também me sinto péssimo por não poder ser o primeiro a te dizer “bom dia”, como eu sempre fui.
Ela suspirou. Seu coração estava acelerado. Ela, de alguma forma, sentia-se ameaçada com ele por perto. Tinha medo de não ter o mais perfeito controle sobre si e sobre sua consciência, porque esse era o efeito que Tony Lovato sempre surtira sobre ela.

If you want to
I can save you
I can take you away from here
So lonely inside
So busy out there
And all you wanted was somebody who cares

All you wanted was somebody who cares
If you need me you know I'll be there
Oh, yeah

If you want to
I can save you
I can take you away from here
So lonely inside
So busy out there
And all you wanted was somebody who cares

- Então, mas isso não muda nenhuma daquelas palavras que você me disse.
- Eu imagino que não. Por isso sei que tenho que te pedir desculpas. Eu não quero mais viver com a consciência pesada e o coração doendo por saber que eu te magoei.
A menina, lentamente, levantou os olhos para o rapaz.
- Eu fui um completo idiota. Nunca te dei valor como mulher e enlouqueci porque um outro cara foi mais esperto do que eu e deu... Me desculpa?
- Você me magoou demais, sabia? – ela abriu um sorriso. – Tem sorte por eu querer deixar esse problema pra trás tanto quanto você.
Ele devolveu o sorriso pra ela. Aquele sorriso que ela tinha tanta saudade de ver.
- É como dizem... “Raise your hands and lay down your weapons, we can turn this around in seconds”.

- Não sei quem disse isso, mas definitivamente é um gênio. – ela estendeu a mão para ele. – Amigos?
O sorriso do rapaz diminuiu, mas ele continuou sorrindo. Agora sorriam docemente.
Ele aceitou a mão dela, mas só a usou para trazer Kenna para mais perto de si.
- Não só amigos. – disse com firmeza, antes de puxá-la mais bruscamente e colar seus lábios nos da morena.
Kenna pôde finalmente sentir aqueles lábios que há tanto tempo desejava. Foi o suficiente para descobrir que não precisava ter medo de esquecer Tony, isso não aconteceria.
Não se ele sempre a beijasse daquela forma, fazendo-a sentir sempre aquela corrente elétrica.
- Se você diz... – ela sorriu, entre um beijo e outro, deitando-se na grama com o corpo do rapaz por cima.

If you want to
I can save you
I can take you away from here
So lonely inside
So busy out there
And all you wanted was somebody who cares

Please can you tell me
So I can finally see
Where you go when you're gone


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