Quem Sou Eu? escrita por SarahRiot_, Daniella Rocha


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

OLÁ todas vocês, queridas leitoras que leem QSE! Como estão vocês amadas do Papai? (((:
Espero que bem! *-*
Deixem essa música carregando Every Part Of Me - Miley Cyrus: http://www.youtube.com/watch?v=AjzTqUw4_Gw
Eu achei essa música muito perfeita para a fanfic porque a letra tem exatamente TUDO haver com a história... com a Bella!
Obg a todas as leitoras que estão acompanhando QSE fielmente e sempre deixando seus lindos e fofos reviews. ((((:
ps: nesse capítulo tem o link da foto do sobretudo que o Edward usa, porém o abençoado do link nao quer abrir, então vou colocar aqui nas notas para vocês darem uma olhadinha, ok? http://www.noteaqui.com/wp-content/uploads/2011/05/Sobretudo-masculino-em-couro-preto.jpg
Boa leitura! ^_^



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Os minutos nunca haviam se passado tão lentamente como naquele sábado. Sarah sentia seus músculos doloridos e seus olhos ardendo; o sono não a tomava com tanta intensidade desde que nascera. Mas não se surpreendia, pois estava quase há dois dias acordada e assistir alguém dormindo tranquilamente a poucos metros de distancia não fora tão invejável como estava sendo agora.

Isabella passara a manhã e à tarde quase toda dormindo enquanto Sarah a vigiava. Essa última tinha de admitir que vez ou outra se pegava cochilando, mas não passava de poucos minutos, pois logo se lembrava de que Bella poderia acordar a qualquer momento e ela queria estar acordada quando isso ocorresse. Suspirou mais uma vez e esticou seu braço em direção à mesa de centro que tinha na sala e capturou sua caneca de café. Ah, a cafeína! Sua aliada durante todo aquele sábado cansativo e infernal. Tomou um grande gole da bebida — tomando cuidado para não se queimar, visto que não estava assim tão quente, pois o havia feito há algum tempo —, em seguida voltou a encostar as costas na poltrona marrom e colocou sua mão esquerda na nuca girando a cabeça de um lado para o outro ouvindo alguns estalos.

— Droga. — Resmungou fechando os olhos com força e em seguida os abrindo.

Precisava andar um pouco, estava sentada ali há muito tempo e suspeitava que infelizmente, talvez, o café estivesse perdendo efeito desejável de mantê-la acordada, pois a cada segundo passado a sonolência entrava em atrito com sua mente, tentando a qualquer custo a puxar para a tão deliciosa inconsciência. Decidiu por fim se levantar e andar um pouco lá fora, em frente à cabana apenas por alguns minutos, pois ainda temia o despertar de Isabella. E bem, tomar um pouco de ar fresco também seria muito bom. Levantou-se e se dirigiu até a porta se retirando do ambiente e logo uma corrente de vento alcançou sua face e ela sentiu todos os pelos de seu corpo se eriçarem.

Fechou a porta e deu alguns passos à frente e em seguida olhou para o céu acinzentado. Já era noite — 7.00PM — e a época que estava se aproximando era o inverno e iria demorar até o Sol dar as caras novamente, por isso do tempo estar fechado com constância esses últimos dias.

Voltou a caminhar e ao chegar próxima de uma arvore se encostou a ela ficando de frente para a cabana. Não era uma cabana frágil apesar da aparência, estava erguida ali há muito tempo e parece que para colocá-la abaixo era preciso um tornado. Sarah sorriu com a ideia de um tornado em Leesburg. Não havia esse tipo de fenômenos da natureza por aqui, apenas sol, chuva e neve. É um lugar bom de morar não tendo terremotos como em São Francisco. Sarah balançou a cabeça em desgosto por se lembrar daquela cidade e forçou sua mente a pensar em outra coisa, qualquer coisa como, por exemplo, a brisa fria que cortava seu rosto lhe dando um choque térmico — por dentro da cabana estar tão quente e ali tão gélido — era gostoso, pois além de fazê-la se esquecer dos pensamentos anteriores a fazia despertar, o que ela agradecia ternamente.




~*~*~




Seu estomago protestava de fome, o que a fez despertar vagarosamente. Não havia muito luz no ambiente, mas mesmo após abrir os olhos e se deparar com a madeira da mesa que se localizava na cozinha voltou a fechar os olhos e permaneceu com eles assim por algum tempo; até se lembrar de onde estava.

Leesburg, em uma cabana.

Mas o que a fez abrir os olhos mesmo foi se lembrar de quem era seu carcereiro:

Edward Cullen.

Engoliu em seco e sentou-se na cama. Ao fazê-lo voltou a fechar os olhos e bocejou, passou as mãos pelo rosto e finalmente voltou a abrir os olhos. Olhou ao redor e constatou que nada havia mudado, até o fato de estar sozinha como nessa manhã quando acordou. Onde estava Edward? Ela não sabia e nem tinha certeza se queria saber, mas de uma coisa ela tinha certeza, aquele era um ótimo momento para ela tentar fugir novamente, mas temia acontecer o mesmo que acontecera da última vez que o tentara fazer.

Levantou-se da cama e se espreguiçou. Estava descansada e com fome, mas ignorou esse último fato tentando voltar a planejar uma maneira de sair dali. Primeiro, tinha que esperar Edward aparecer. Segundo, descobrir o que ele queria com ela e se ele era perigoso o bastante para lhe fazer algum mal como matá-la. Terceiro, ao descobrir o que ele queria iria ver suas possibilidades de conseguir fugir sem perder algum membro do seu corpo ou sua vida.

Passou os dedos pelos fios de seu cabelo desgrenhados e umedeceu os lábios. Constatou que também estava com sede, porém não fez nada a não ser voltar a teorias do que Edward queria com ela. Bem, ela não tinha muitas informações sobre ele, a não ser que era o novo vizinho de Sarah e... e, bem que ele era o novo vizinho de Sarah.

Suspirou frustrada por não saber nada, absolutamente nada sobre ele.

Sarah.

Sorriu com o pensamento da amiga desvairada que era aquela ruiva. Um sorriso triste, pois temia o que Edward tivesse feito a ela, gostaria de saber se ela estava bem, onde ela estava, o que estava fazendo. Talvez com Seth, o ajudando a encontrá-la. Esperava que sim, pois se seu pensamento estivesse correto, queria dizer que ela estava realmente bem e que o estranho que a mantinha em cativeiro não havia feito nada com ela, e ter esta quase certeza era muito consolador.


Flashback On



Bella e Sarah aproveitavam aquela tarde de domingo na praça e enquanto estavam sentadas em um banco de concreto, olhando para as pessoas que passavam a sua frente ou para o pequeno lago que possuía ao redor algum tipo de arame em forma oval, tomavam milk-shakes.


— Eu tive um sonho hoje. — Sarah comentou.

— Ah, que bom. Isso significa que você tem desejos de realizar sonhos reprimidos ou — gesticulou com a mão fazendo Sarah a olhar —, pela visão da religião, ciência ou cultura, eu diria que significa que você passou por uma experiência que possui significados distintos.

— Quê? — Sarah a olhava com a testa franzida e com um olhar tipo “tem baseado nesse milk-shake?”.

— Nada, só queria ver sua reação. — Bella riu e Sarah semicerrou os olhos.

— Enfim, como eu estava dizendo, eu tive um sonho hoje e foi muito estranho, porque tipo, eu espancava um...

— Pinguim? — Bella a interrompeu.

— Quê? — Tinha um enorme ponto de interrogação explicito na face de Sarah. — Não Bella, eu não espancava um pinguim.

— Ah. — Sua resposta parecia decepcionada.

Sarah ainda a olhava com um ponto de interrogação no rosto.

— Continuando, eu espancava um cara e o mais sem noção de tudo é que eu nem sabia quem era o...

— Tem pinguim? — Voltou a interrompê-la.

— Quê? — Dessa vez Sarah parecia impaciente.

— No sonho, tem pinguim? — Perguntou calmamente.

— Não, Bella, não tem um maldito pinguim na porra do meu sonho no qual você não me deixa terminar de contar! — Sua raiva não afetou a calmaria de Bella.

— Sabe o que significa sonhar com pinguim?

Sarah fez uma careta e balançou a cabeça negativamente.

— Significa que seus problemas não são tão graves quanto você pensa e sugere que você está sendo pesado para baixo por suas emoções ou por uma situação negativa. Sabe Sarah, você precisa encontrar algum equilíbrio e harmonia interior. — Colocou uma de suas mãos sobre a perna da ruiva.

— Te garanto que se eu tivesse sonhado com a desgraça de um pinguim seria impossível eu encontrar algum equilíbrio e muito menos harmonia com você me irritando de dois em dois segundos. — Fechou as mãos em punho e Bella abriu um sorriso divertido.

— Dois segundos? — Analisou. — Não, talvez uns cinco ou dez segun... — Bella levantou-se do banco e correu de uma Sarah indignada e, talvez, com sede de matá-la.


Flashback Off



Bella riu da lembrança. Sarah não havia conseguido a pegá-la aquele dia, mas conseguiu contar o sonho sem suas interrupções irritantes. Bella tinha que admitir que quando queria era um ser extremamente chato, mas apesar disso Sarah a suportava. Não que fosse um sacrifício, já que essa última também conseguia ser extremamente chata e irritante, ambas se suportavam e se gostavam muito. Bella olhou para baixo e suspirou. Sentia falta de sua besta , denominada Sarah Randall, a mesma pessoa na qual acabara de abrir a porta da cabana chamando a sua atenção.

Seus olhares se encontraram.

Surpresa, choque, confusão e felicidade. Esses sentimentos se apoderaram da cabana.

Bella correu em direção a Sarah abraçando-a fortemente, porém não houve resposta por parte de Sarah, que permanecia parada um pouco em choque, pois não esperava encontrá-la acordada e ser recebida dessa forma, na verdade uma parte, uma pequena parte esperava sim, mas essa maior parte, essa nova maior parte existente nela não.

— Sarah. — Bella sussurrou contra seu cabelo avermelhado, ela ficou alguns segundos a abraçando, mas se separou percebendo que não estava sendo correspondida. — Sarah estou tão feliz em vê-la, mas — ela estava confusa — o que você está fazendo aqui? Quer dizer vocês me encontraram? — Sorriu e seus olhos brilharam. — Minha família está aqui? Eles estão...

— Cala a boca. — Sarah a interrompeu e Bella franziu o cenho rindo sem entender.

— Como? — Perguntou preocupada.

Sarah fechou as mãos em punho e os olhos com força, travando o maxilar. Ela precisava se concentrar, tinha que impedir aqueles sentimentos de possuírem-na novamente. Ela não iria se importar, sentir vergonha ou tristeza! Não! Definitivamente não iria!

Voltou a abrir os olhos e se deparou com Bella a fitando, confusa.

— Não, você não entendeu, Isabella. — Ao falar; ao pronunciar o nome dela, Bella sentiu um arrepio atravessar sua espinha. Sarah direcionava suas palavras com aspereza e seriedade. — Ninguém a encontrou, eu não a encontrei, pelo contrário. — Ela entrou na cabana fazendo Bella dá alguns passos para trás e em seguida fechou a porta. — Eu a mantenho presa aqui. — Aquela frase foi como um soco no estomago de Bella.

— Impossível. — Ela sussurrou.

— Não, não é impossível. — Caminhou em direção a ela e Bella deu mais alguns passos para trás, era como se seu instinto de sobrevivência lhe mandasse se afastar de Sarah, mas não fazia sentido. Sarah era sua amiga, não tinha o que temer. Então porque ela estava se afastando da ruiva a cada segundo? Bem, essa era uma pergunta que a sua razão fazia às suas emoções.

— Sarah, o que esta acontecendo? Eu não estou entendendo. Que história é essa de você estar me mantendo presa aqui? E o Edward? Por que ele me trouxe aqui e por que você esta agindo desse jeito? — as perguntas que antes estavam presas em sua garganta — perguntas direcionadas a Edward —, ela despejava em cima de Sarah e o mais perturbador é que Bella estava mais confusa do que antes, se possível, sim, era possível.

— Sente-se, iremos ter uma longa noite. — Sarah indicou com a mão um sofá que ficava de frente para a poltrona onde ela ficara sentada o dia todo.



~*~*~



O vento invadia seu quarto pela janela entreaberta e tocava seu rosto com suavidade, fazendo com que Edward apertasse mais a coberta contra seu corpo adormecido sobre a cama. Havia dormido durante muitas horas e podia se sentir totalmente descansado. Abriu os olhos lentamente e se deparou com a porta de madeira com maçaneta redonda metálica. Sentou-se na cama após bocejar e se espreguiçou, como qualquer reação humana quando se acorda.

Levantou-se da cama e caminhou até a janela de ferro, olhou para o céu com o tempo fechado — uma chuva estava a caminho — e depois para a rua deserta. Uma hora daquelas as famílias que moravam em sua rua estavam em suas casas se preparando para jantarem. Há muito tempo que não tinha um jantar em família, basicamente sua família era apenas Sarah e ela esteve em São Francisco por muito tempo, um longo tempo para ele. Apesar de não demonstrar, sentiu falta de sua irmã com bom senso de humor, sempre fazendo os momentos ruins se tornarem um pouco... felizes à maneira deles, à maneira dos irmãos Cullen.

Ele é seis anos mais velho que Sarah — tendo 23 e ela 17 — e desde sempre cuidou dela. Bem, nem desde sempre, desde que Elizabeth Masen morreu. Elizabeth fora uma boa mãe, protetora, amorosa, honesta, trabalhadora, fora um bom exemplo para seus filhos, porém ao contrario dela seus filhos não são como ela era, eles são trapaceiros, cínicos, falsos e gananciosos. Quando Elizabeth morreu contraindo uma poderosa gripe, Edward tinha 17 e Sarah 11. No começo eles não sabiam como se virar, mas Edward conseguiu arranjar um trabalho em uma mercearia que ficava na rua debaixo, mas o dinheiro mal estava dando para eles se alimentarem, então foi passando por necessidades que Edward e Sarah começaram a fazer serviços sujos para outras pessoas...

Edward fechou a janela com força e caminhou em direção ao banheiro que ficava no corredor, entre o seu e o quarto de Sarah. Ao adentrá-lo fechou a porta e retirou a roupa que trajava, ligou o chuveiro e permaneceu por lá alguns minutos sentindo a água morna passa por seu corpo, causando o relaxamento que ele buscava para seu corpo. Após um banho longo saiu do banheiro enrolado com uma toalha na cintura e foi para seu quarto. Sua casa era simples, mas aconchegante. Não havia muitos cômodos, apenas o essencial: sala, cozinha, um banheiro e dois quartos. Quando Elizabeth era viva dividia o quarto com Sarah, mas já faz muitos anos desde que Sarah dorme sozinha.

A casa é feita de tijolos e é rebocada tendo como cor de pintura o bege. Há poucos moveis, mas não por motivos financeiros, apenas por escolha. Os armários e geladeira já não são vazios como eram antes e em seus guarda roupas há muitas opções, luxo que antigamente também não tinham. Apesar da diversidade de roupas Edward tinha um enorme gostar por seu sobretudo preto e ao vestir uma camisa social branca e calça jeans não pôde deixar de colocá-lo por cima.

Quando terminou de calçar um par de sapatos social preto, seu celular tocou sobre a cama, a alguns centímetros de distancia de onde ele se encontrava — sentado em uma cadeira. Ao ver no identificador de chamada de quem se tratava logo o atendeu:

— Pronto.

— Edward, Edward. — A voz calma e séria falou do outro lado.

Fausto. — Respondeu.

— Já esta com o que eu pedi?

— Sim, eu disse que estaria, não foi? — Sua pergunta foi retórica. — Quando irá vir buscá-la?

— Bem, eu pretendo ir quando voltar para Leesburg. — Sua voz estava pensativa.

— Quando voltar? — Aumentou algumas oitavas de sua voz.

— Estou resolvendo alguns negócios em Dinamarca. — Explicou-se alegremente, ignorando o fato de Edward ter se alterado. — Mas sei que você e sua adorável irmã não se importaram de ficarem mais alguns dias com a Isabella, não estou certo?

— Não está, não. — Sua resposta surpreendeu a Fausto. — Somos caçadores de recompensa, Fausto, e não babás de princesas perdidas; não confunda. — Ao invés de ter alguma reação na qual contradissesse o que Edward acabara de dizer, Fausto apenas riu.

— Ora, ora, Edward. Não há porque estar aborrecido. — Edward apertou o celular entre seus dedos e travou o maxilar.

— Então não me dê motivos para tal.

Fausto admirava a forma como Edward se portava, não ligando para a pessoa com quem se dirigia ou quais poderiam ser as consequências de seus atos impensados.

— Escute, Edward: eu lhe garanto que a outra metade do dinheiro ao qual combinamos que você iria receber virá em uma quantia maior do que o planejado por esse esforço maior que você e sua irmã terão por cuidarem de Isabella por mais tempo do que o previsto, está bem assim para você?— Sua voz era presunçosa.

Edward balançou a cabeça negativamente e passou uma de suas mãos pelos fios de seu cabelo molhado.

— Quantos dias para você retornar? — Ele ainda estava receoso em aceitar.

— No máximo quatro ou cinco dias.

Vamos lá Edward, só mais alguns dias — pensou vacilante, mas respondeu por fim:

— Tudo bem. — Fausto sorriu do outro lado da linha satisfeito.

— Ótimo! — Eles se despediram e desligaram.

— Espero não me arrepender dessa decisão estúpida. — Resmungou guardando o celular no bolso de trás de sua calça e saindo de sua casa.

Ele colocou o capacete de sua moto e subiu nessa última, indo em direção a cabana onde sua prisioneira o aguardava.



~*~*~



Bella já estava sentada no sofá marrom — assim como a cor da poltrona em que Sarah estava — aguardando por respostas de perguntas que rondavam sua cabeça.

Elas ficaram em silencio por alguns segundos observando uma a outra, até Sarah quebrar o silencio:

— Creio que devo começar me apresentando a você. — Bella arqueou uma sobrancelha. — Meu nome é Sarah Masen Cullen.

Cullen!

— Você... — Bella não conseguiu finalizar sua pergunta.

— Sim. — Respondeu calmamente. — Eu sou irmã do Edward. — Continuou.

— Mas... — Ela foi interrompida pela mão erguida de Sarah a pedindo para se calar.

— Eu e Edward moramos em Leesburg desde que nascemos e quando nossa mãe morreu tivemos que tomar conta um do outro. — Sarah sorriu sem humor. — Isso não vem ao caso. — Disse mais para si mesma do que para Bella. — Nós somos caçadores de recompensa.

Bella paralisou.

O que concluir dessa linha de pensamentos que sua melhor amiga é irmã do cara que a sequestrou, eram caçadores de recompensa? Ah, claro. Ela podia concluir o lógico: ela era a caça.

— Isabella — seu nome foi dito suavemente a arrancando de seus devaneios —, você é uma princesa e nós fomos contratados para sequestrá-la.

Os olhos achocolatados encheram-se de água e por alguns segundos a cabana ficou em total silencio, apenas com o som do vento do lado de fora ficando cada vez mais forte. Mas logo o silencio se dissipou e no mesmo estante em que lágrimas escorreram dos olhos de Bella ela deu uma risada discreta como se tentasse dizer “você está brincando”.

— Não. — Disse sorrindo sem humor algum. — Você esta mentindo!

— Não — Sarah curvou-se para frente a olhando nos olhos —, sua vida é uma mentira. Os Swan mentiram para você, Isabella. Você é adotada, não nasceu em São Francisco. Você nasceu aqui, em Leesburg. Você nunca pertenceu à vida “típica de uma garota americana”. Você é uma princesa, filha do Rei e da Rainha Campbell.

— Cala a boca! Cala sua maldita boca! — Bella levantou-se bruscamente, seu corpo todo tremia e as lagrimas banhavam sua face. O sorriso se foi dando lugar a uma expressão de dor, raiva, decepção, tristeza e angustia. Ela se sentia dilacerada!

Sarah enxergava claramente tudo o que Isabella estava sentido, foi impossível não admitir para si mesma que ela tinha uma porcentagem de culpa em toda aquela tristeza que Bella sentia.

— Posso me calar, mas a verdade não irá. — Sarah se levantou e deu alguns passos em direção à porta, mas a voz de Bella a fez parar.

— Por quê? Por que você está fazendo isso comigo, Sarah? Pensei que fossemos amigas! Por que está me magoando tanto dizendo essas coisas... fazendo essas coisas? — Sua voz trazia todo o desapontamento que ela sentia pela ruiva parada em frente à porta e com a mão na maçaneta.

Sarah se esforçou impedindo que as lágrimas manchassem sua face.

— Não tenho culpa se toda sua vida sempre foi uma farsa.

— E eu devo te agradecer por torná-la mais falsa ainda? — Para Sarah foi como receber um banho de água fria. Sua garganta se fechou e seus olhos arderam necessitando das malditas lagrimas na qual ela se esforçava para não derramar.

— Não, não quero agradecimentos de sua parte. — Olhou por sobre os ombros e viu a imagem de Bella, tão vulnerável como nunca vira antes. — Como você mesma disse, você pensou que éramos amigas e apenas amigos de verdade são gratos de estarem na vida um do outro. — Voltou a olhar para frente. — Poupe seus agradecimentos para alguém que se importe verdadeiramente com você. — Dito isso abriu a porta e saiu por ela deixando Bella se desmoronar em lágrimas.

Ela ainda não conseguia acreditar na crueldade das palavras de Sarah. Elas eram amigas, pelo menos era o que ela pensava, pois Sarah acabara de dizer que nunca fora amiga dela, tudo não passou de fingimento! Ela estava apenas fazendo seu trabalho. E que ótimo trabalho esse! Uma caçadora de recompensa.

Bella voltou a se sentar no sofá e deixou que as lágrimas fluíssem enquanto tentava compreender o que Sarah havia dito anteriormente.

Ela era uma princesa. Uma princesa que nascera em Leesburg. Os Swan a adotaram. Alguém estava atrás dela e contratou Edward e Sarah para a sequestrarem. Certo, nada disso fazia sentido. Como de um dia para o outro a sua vida podia se tornar essa tormenta? Essa confusão? Esse quebra cabeça impossível de ser montado?

Ela sempre achara que era uma Swan, mas agora ela não tinha certeza. Ela era uma Campbell? Mas quem são os Campbell, afinal? Não, a pergunta certa a se fazer é: Quem sou eu?





Every Part Of Me - Miley Cyrus
(Cada parte de mim) – Miley Cyrus

I feel like I'm
(Eu sinto que estou)
A million miles away
(A milhas de distância)
from myself...
(De mim…)
More, and more these days
(Mais e mais nestes dias)
I've been down,
(Eu estive para baixo,)
So many open roads
(Tantas estradas abertas)
But they never lead me home.
(Mas elas nunca me levam para casa.)
And now I just don't know.
(E agora eu não sei bem.)
who I really am,
(Quem eu realmente sou,)
How it's gonna be
(Como é que vai ser)
Is there something that I can't see.
(Existe algo que eu não consigo ver.)
I wanna understand
(Eu quero entender)

(Chorus)
(Refrão)

Maybe I will never be
(Talvez eu nunca seja)
Who I was before
(Quem eu era antes)
Maybe I don't even know her anymore.
(Talvez eu nem mais a conheça)
Maybe who I am today
(Talvez quem eu sou hoje)
Ain't so far from yesterday
(Não está tão longe de ontem)
Can I find a way to be...
(Eu posso encontrar uma maneira de ser...)
Every part of me.
(Cada parte de mim)

So I'll try,
(Então eu vou tentar),
Try to slow things down
(Tentar atrasar as coisas)

And find myself
(E encontrar sozinha)
Get my feet back on the ground
(Colocar de volta meus pés no chão)
It'll take time
(Vai levar tempo)
but I know I'll be alright,
(Mas eu sei que vai sair tudo bem,)
Cause' nothing much has changed.
(Porque nada mudou)
On the inside.
(No interior.)
It's hard to figure out
(É difícil de descobrir)
How it's gonna be
(Como vai ser)
cuz' I don't really know now.
(Porque eu realmente não sei agora.)
I wanna understand!
(Eu quero entender!)

(Chorus)
(Refrão)

Maybe I will never be
(Talvez eu nunca seja)
Who I was before
(Quem eu era antes)
Maybe I don't even know her anymore.
(Talvez eu nem mais a conheça)
Maybe who I am today
(Talvez quem eu sou hoje)
Ain't so far from yesterday
(Não está tão longe de ontem)
Can I find a way to be...
(Eu posso encontrar uma maneira de ser...)
Every part of me.
(Cada parte de mim)

I don't wanna wait
(Eu não quero esperar)
too long
(Muito tempo)
To find out where Im meant to belong
(Para descobrir onde eu devo pertencer)
I've always wanted to be where I am today
(Eu sempre quis estar onde estou hoje)
But I'd never thought I'd feel
(Mas eu nunca pensei que iria me sentir)
This way
(Desta maneira)

(Chorus)
(Refrão)

Maybe I will never be
(Talvez eu nunca seja)
Who I was before
(Quem eu era antes)
Maybe I don't even know her anymore.
(Talvez eu nem mais a conheça)
Maybe who I am today
(Talvez quem eu sou hoje)
Ain't so far from yesterday
(Não está tão longe de ontem)
Can I find a way to be...
(Eu posso encontrar uma maneira de ser...)
Every part of me.
(Cada parte de mim)


Sarah estava perturbada com a última imagem que tivera de Isabella, tão vulnerável; uma mascara de sentimento que nunca antes a atravessara e que agora a tomavam juntamente com a decepção, tristeza, dor e provavelmente raiva! Sarah estava se sentindo mal por ter participado do confronto de sentimentos que consumia Bella.

— Sarah? — A voz de Edward tirou Sarah de seus pensamentos torturantes.

— Edward. — Ela olhou para ele, que saia de sobre a moto. — Nem o ouvi chegar.

— Tudo bem? — Ele pegou o capacete que havia posto no guidão da moto e caminhou em direção a ela.

— Tá. — Ela piscou algumas vezes e forçou um sorriso. — Então, bem descansado?

— Você não me engana, ruiva. O que houve? — Ele a olhou com rudeza.

Sarah já estava acostumada com essas facetas de Edward, mas para quem não o conhecia ele podia ser bem intimidante.

— Conversei com a Isabella e é, bem... — suspirou. — Eu vou indo. — Ela pegou o capacete das mãos de Edward e andou até a moto.

— Tudo bem? — Perguntou novamente.

— Ela vai ficar. — Subiu na moto.

— Me referia a você.

Sarah revirou os olhos e cantarolou:

— Eu não me importo. — Colocou o capacete.

— E não me engana também. — Disse com uma sobrancelha arqueada.

Sarah sorriu, mas Edward não pôde ver já que ela estava com o capacete.

— Antes de você ir, o Fausto ligou e ele está na Dinamarca, vai voltar daqui cinco dias, então até lá teremos que ser a babá da princesa. — Sua voz era tediosa. Sarah abriu a parte do queixo no capacete e o encarou.

— Boa sorte, então, com o seu turno. Porque eu estou exausta e devo dormir durante uns... cinco dias. — Piscou para o irmão que fez uma carranca.

— Nem ouse. — Sarah riu e fechou o capacete novamente e deu partida na moto, dando um aceno para Edward antes de desaparecer por entre as árvores.

Ele balançou a cabeça negativamente e suspirou preparando-se para entrar na cabana e quando ele o fez se surpreendeu com o que viu:

Bella ainda estava sentada no sofá e o olhava não mais com medo ou confusão. Ela o olhava com raiva e coragem, ele não detectou naquele olhar a Isabella que havia conhecido; a assustada princesa perdida, agora ele podia perceber nitidamente que aquela era uma nova Isabella, uma nova Isabella que provavelmente o iria lhe dar muita dor de cabeça.



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Notas finais do capítulo

Uhhhh que doido né? OKSAOPKSPOAKSAP' Quem curtiu esse capítulo? :OOOOOOOO
Primeiro, a música não é perfeita?
Segundo, quem ai reconheceu o Fausto? PKSOAPKSPA'
Terceiro, acho que o Edward vai ter uma baita dor de cabeça MESMO e vcs? O que acham? *O*
Quarto, próximo capítulo ceninhas Beward! ♥ *-*
Quinto, hmmm... Bem nao tem quinto PSKOAKSPAKSOP
Sexto, nos vemos no proximo capítulo!
Beijoos & até mais! (((((: