Para Sempre. escrita por Amizitah


Capítulo 17
Capítulo 17 - Ironia do destino


Notas iniciais do capítulo

Yo!
Sentiram saudadeeees?! Pois eu senti! Fiquei tanto tempo sem postar que eu fiquei meio deprê! Mas agora, aqui estou eu, com um capítulo que vai tirar o fôlego de vocês! Estão curiosos?! Pois então comecem a ler e ignorem a doida aqui ;D
* Espero pelos Reviews!!
Bjks
Ami ~



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Eu estava novamente com meu livro nas mãos, lendo meu romance preferido. Não, esse livro não é como os romances eróticos que certo alguém lia, este é um livro mais decente e suave, como eu gostaria que fosse o meu romance se por algum acaso eu tiver um.

Bem...

Eu já tive algumas chances de começar um romance, mas sempre tinha um detalhe que me impedia de concretizá-los. Mas esses romances não começaram por minha causa, eles sempre vinham por outras pessoas, já que nesses últimos anos eu tenho perdido todas minhas esperanças. O mais marcante foi o Ryo. Nunca imaginei que uma pessoa que eu amava como um irmão fosse sentir isso por mim, mas lá no fundo eu também sentia algo parecido. Mas havia o risco de sermos parentes, então esquecemos o assunto. Um outro – que eu prefiro esquecer – foi o Jiraya, um velho tarado que descobri a algum tempo que é o autor dos mesmos livros eróticos que certo alguém sempre lia. Argh. Sempre que ele tinha uma oportunidade, ele me seguia com um caderninho nas mãos e um rosto suspeito. Uma vez eu peguei ele no flagra em quanto anotava alguma coisa ao me observar e, posso dizer que oque aconteceu não foi muito legal. Só me lembro de ver ele caído no chão com o nariz sangrando, mas mantendo o mesmo rosto tarado de sempre. Velho tarado.

Essas foram as únicas vezes que alguém mostrou interesse por minha pessoa. Franzi o cenho. Mas também havia um pelo qual eu nunca pude esquecer completamente, mas neste caso, fui eu quem me apaixonei. A primeira e única pessoa que eu amei de verdade.

Fechei o livro.

Só de me lembrar disso todo o meu interesse pela leitura esvaiu-se. Talvez uma outra hora. Coloquei o livro no criado-mudo e passei a mão pelo rosto antes de olhar ao redor. Há quanto tempo eu estava lendo aquele livro? Só agora parei para pensar nisso.

Sentei na beirada da cama, tirando a manta violeta das minhas pernas e calcei a pantufa macia que estava repousada ao lado da minha cama. Levantei dando leves passos na direção da janela de vidro, e abri a cortina que o Naruto tinha feito o favor de fechar para que eu pudesse ignorar a nevasca mais facilmente. Quando a abri, encontrei nada menos que a neve maldita caindo no chão do meu pequeno quintal escuro, que antes estava colorido pelas tulipas amarelas que o Akio me deu, e também ajudou a plantar.

Um sorriso escapou dos meus lábios.

É engraçado imaginar o Akio-sensei no meio da floresta procurando pelas flores que eram tão difíceis de encontrar. Porem, mesmo quando nada estava a favor dele, de algum modo ele encontrou a flor, e a trouxe para mim com o mesmo sorriso satisfeito que fazia quando nos via ter algum progresso nos treinamentos de anos atrás.

Sai de minhas divagações e dei mais uma olhada na cena antes de fechar a cortina. Cocei a cabeça e soltei um bocejo. Eu estava lendo des de quando comi a canja do Ryo. Agora, todos devem estar dormindo em seus quartos. Soltei mais um bocejo e me dirigi a porta de madeira do quarto.

- Já que estou acordada, seria uma boa idéia preparar algo para eu comer – Murmurei para eu mesma em quanto girava maçaneta fria da porta.

Quando acabo de abrir a porta as lâmpadas do meu quarto se apagam, me deixando sozinha no meio do breu. Resmunguei baixinho e apertei o interruptor ao lado da porta, na tentativa de ter alguma luz, mas nem um pouco de claridade surgiu.

Ótimo, aquilo era perfeito.

Além de esta neve quase me matar e prender todo mundo aqui em casa, agora ela resolveu tirar uma com a minha cara fazendo que toda a energia da casa desaparecesse. Eu realmente estava começando a amar o inverno.

Dando mais uns resmungos para o breu, caminhei as segas pelo corredor para que pudesse acender uma vela na cozinha. Tateei as paredes com as pontas dos dedos para que pudesse me guiar pela casa que graças a Deus não era tão grande assim. Um tremor percorreu pela minha espinha ao sentir o ar ficar gelado ao meu redor.

- Parece que o fogo da lareira já se apagou... – Dei um suspiro cansado e continuei a tatear as paredes – Vou cuidar disso depois que eu conseguir acabar com esse breu.

Depois de um bom tempo tateando as coisas, finalmente conseguir encontrar a cozinha e as velas que precisava.

- Agora só falta eu achar os fósforos... – Murmurei na escuridão.

Procurei com certa dificuldade a pequena caixinha de fósforos, mas por fim, acabei encontrando numa gaveta ali perto. Fui até a mesa no centro da cozinha e arrumei as coisas que tinha conseguido pegar. Abri a caixinha e peguei um fósforo, estou prestes a riscá-lo quando um barulho estrondoso de porta batendo ecoa pelas paredes da casa, me fazendo derrubar a caixinha de fósforos no chão da cozinha.

- Merda! – Xinguei, irritada. Que droga de barulho foi aquele?!

Abaixei-me, pegando todos os fósforos que conseguir pegar do chão, inclusive a caixinha. Com pressa, para ver oque tinha acontecido, risquei o fósforo acendendo o pavio da vela. Estou prestes a soltar um suspiro de alivio por ter luz quando, de súbito, as janelas da cozinha se abrem graças a uma ventania forte, lançando neve e vento gelado por toda a cozinha. Eu corri até a janela, tremendo de frio graças à ventania que entrava, e me apressei a fechar as janelas. Com alguns flocos de neve no cabelo, virei para a mesa que estava com a vela, dando de cara com o breu.

Porcaria de vento apagador de velas!!

Respirei fundo para não quebrar tudo e dei o primeiro passo pesado no chão, mas na escuridão, não vi a neve derretida no piso liso e acabei caindo que nem um abacate podre no chão. 

- Droga! Droga! Droga! – Reclamei em quanto tentava me levantar, apoiando-me na mesa da cozinha.

Em pé, respirei fundo e procurei recuperar a paciência de antes. Com leveza, para que nada desse errado, peguei outro fósforo e acendi o pavio da vela outra vez. Abri um sorriso satisfeito ao ver a chama surgir e iluminar boa parte da cozinha. Peguei a vela e me preparei para sair da cozinha. Ainda tinha que ver qual foi a causa do estrondo de agora a pouco.

Voltei ao corredor, vendo as paredes ganharem um tom alaranjado com a luz da vela. Olhei ao redor e, para a minha surpresa, tudo parecia estar no lugar certo. Mais aliviada, caminhei para a sala onde tinha a lareira para que eu pudesse reacende-la.  Entrei na sala média, enxergando os dois sofás, a poltrona que ficava perto de uma janela ao canto da sala, e a lareira à frente dos sofás. Coloquei a vela em cima da lareira, onde ficavam alguns porta-retratos e peguei um pouco de lenha ao lado da pequena lareira. Quando estava tudo pronto, acedi um dos fósforos guardados no meu bolso e joguei-o na lenha, observando o fogo consumir a lenha quase que completamente.

- Ok! Agora eu vou voltar para a cozinha e arrumar algo para comer – Peguei a vela de cima da lareira com um rosto satisfeito, e me dirigi mais uma vez a porta que dava acesso a cozinha.

Abri a porta com a maior paciência do planeta, e quando estava prestes a atravessá-la, eu bato minha testa em alguma coisa grande fazendo minha vela se apagar e cair no chão com um barulho surdo.

- Ai, minha testa... Minha testa... – Passei a mão na superfície lisa da testa e olhei para frente, vendo a silhueta de uma pessoa.

- Me desculpe, você está bem?!

Olhei melhor para a pessoa, vendo que era exatamente do tamanho do Ryo. Ótimo, menos mal.

- Sim, não se preocupe comigo – Abri um sorriso mesmo sabendo que o Ryo não o enxergaria – Está procurando alguma coisa?

Ele demorou um pouco para responder, mas finalmente disse:

- Eu estou tentando descobrir aonde estou, mas estou completamente perdido nesta casa – Ergui uma sobrancelha. A voz dele estava mais diferente do habitual. Só podia ser a droga da neve que estava deixando-o doente.

- Perdido? – Dei uma risadinha – Lógico, nesse breu até mesmo eu fiquei perdida – Me inclinei um pouco para frente e toquei sua testa com a mão – Você se sente bem? Parece que está meio doente...

- Eu? Er.. Eu não sei, estou muito confuso.

- Deixe que eu te ajude – Peguei a mão dele e o puxei na direção da porta aberta – Vou fazer algo para nós dois comermos, está com fome?

- Um pouco, mas...

- Yoshi! Só deixe eu acender outra vela. Acabei perdendo a outra – Abri outro sorriso.

Fui até a mesa e peguei a outra vela que estava em cima dela prestes a acender o pavio com o fósforo no meu bolso.

- Er... Eu ainda estou confuso... – Começou a dizer, do meu lado.

- Ainda? Mas nós já estamos na cozinha Ryo.

- Ryo? Acho que você está confundindo as coisas – Falou no momento que risquei o fósforo e acendi o pavio.

- Deixe de ser bobo! – Virei a vela acesa na direção dele para que eu finalmente pudesse vê-lo - Se você não é o Ryo, quem mais você... – No momento que a luz da vela alcançou o rosto dele, o meu rosto perdeu a cor.

- Perai, eu conheço você... – Murmurou hesitante, me observando com os olhos negros.

- Não... – Sussurrei.

- Você...– Os olhos dele duplicaram quando finalmente reconheceu o rosto familiar.

- Não! – meus lábios tremeram ao ouvir a voz que eu evitei escutar por todos estes anos murmurar uma única palavra que me tirou o ar.

- Mitsue!

Apartir daí, a única coisa que escutei, foi o barulho surdo da vela caindo no chão. Pois meu coração não batia mais.


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Notas finais do capítulo

Era uma vez uma casa...



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