P.O.V. De Pedro

Estávamos sentados esperando o avião, calados, até que a moça do aeroporto anunciou que a hora de ir havia chegado. Quando a ouvi falando isso, senti um aperto no coração, como se eu houvesse sido condenado a alguma pena de morte. Eu não havia certeza se teria de abandonar minha bonequinha. Era como deixa-la se despedaçar em frente aos meus olhos, sem poder fazer nada.

A abracei, lhe dei um beijo e me pus a caminho da sala de embarque, a deixando lá... Chorando...

– TE AMO! – Luana gritou, eu não consegui conter minhas lágrimas, e ela já chorava muito.

– TAMBÉM TE AMO, LUANA! – Gritei.

Engoli minha culpa e entrei. Me acomodei em minha poltrona e logo coloquei meus olhos a procurar Ela pela janelinha do avião. Vi que estava grudada no vidro, olhando para o avião e ficou assim até o avião partir. Quando a perdi de vista, comecei a chorar desesperadamente, e para tentar me conter fui procurar meu celular em minha mala, para ouvir nossa musica: Northern Downpour – Panic! At The Disco. Sempre ouvíamos ela juntos e essa foi a primeira musica que Luana me mostrou daquela banda, da qual acabei virando fã também.

Enquanto procurava, encontrei alguns papéis junto ao celular, e quando abri encontrei nossa foto do dia anterior e uma pequena carta. Como Ela sempre me impressionava? Comecei a ler, já parando de chorar.

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Pedro Lucas,

Estou escrevendo isso antes de você ir, claro e sinceramente, não sei se vou ter coragem de deixar você ir... Me acostumei com sua presença nesta semana como se fossem anos, Nunca me senti tão bem e tão à vontade com alguém como com você.

Amo o jeito como você me abraça e me beija, o seu cheiro, amo olhar seu lindo rosto e adormecer o vendo. Amo quando você me ensina a jogar alguma coisa no computador, e ainda bem que você me ensina, pois acabo perdendo alguns medos.

T-E A-M-O! É simplesmente isso. Eu Te Amo e é só com você que eu quero estar, é só com você que me sinto bem. Obrigada por você vir ficar aqui comigo pelo menos essa semana! Você me fez lembrar como a vida é linda, mas isso é assim apenas perto de você pra mim. Estou com medo de sentir novamente a angústia que é estar longe de você... Mas o que me alivia é que logo estarei ai com você novamente. Vai demorar um pouco menos de um mês, mas eu posso agüentar.

Me desculpe de não ter lhe falado isso pessoalmente, mas não tive coragem, precisei fazer escondido antes que você terminasse seu banho. (E do jeito que você demora acho que vou poder escrever bastante rsrsrs’).

Eu gostaria de lembrar como nos conhecemos e contar a você como me sentia em relação de tudo aquilo que acontecia naquela época. No dia em que nos encontramos naquele chat eu estava muito mal, mas agia como se tudo estivesse normal, como sempre. E depois que começamos a conversar, eu achei que você seria apenas mais um me paquerando, fazendo promessas e depois me esquecendo. Essa foi a impressão que eu tive depois que no outro dia tentei desesperadamente falar com você e você nem me dirigiu a palavra. Sim, desesperadamente, eu comecei a gostar de você sem me importar com a distância. Fiquei o dia inteiro tentando até que você me respondeu e perguntou o que estava acontecendo. Falei que te amava e com o tempo isso foi aumentando, e pelo jeito, em você também.

Aqueles dois meses depois que nos conhecemos e começamos a namorar distanciados um do outro foram os melhores desde então. Eu estava deprimida e sozinha antes de te conhecer e você me deu forças para viver, você virou o sentido de minha vida. Você me completa de um jeito que eu nunca imaginei que pudesse existir, você ama a mesma banda que eu, concorda em tudo comigo... Resumindo: Você é o Amor da minha vida! E nunca vou cansar de te dizer isso. Estou disposta a lutar por você até o fim, estou disposta a desistir de tudo por você, tudo!

Depois de você concertar a minha vida apenas pela tela do computador, o que eu já achava extremamente incrível, você veio para meus braços. No momento em que você me ligou e me disse que estava à caminho, minhas pernas tremeram. O meu sonho estava prestes a se realizar! O amor de minha vida estava chegando, e eu nunca havia sentido uma felicidade tão grande, até a hora em que pude ver seus olhos verdes cheios de lágrimas me olhando, seu lindo rosto e seu cabelo totalmente perfeito e pude abraça-lo. Lhe ter ali era maravilhoso, perfeito, mas quando vi que havia cumprido sua promessa fiquei muito mais feliz. Seu cabelo estava em “Estilo Brendon Urie”, como eu avia pedido. Mas aquilo era o que menos me importava na hora. O importante era que você estava ali, em meus braços. (E em relação a minha promessa: Não se preocupe, em dezembro estarei ai com meu cabelo do jeito que pediu).

A verdade é que sempre esperei por você, eu apenas não sabia quando você ia aparecer em minha vida para salva-la, parece que o conheci em outra vida. Pertenço somente a você e a mais ninguém, não importa o que aconteça. Não importa o que os outros acham, eu te amo, e apenas isso o que importa. Nada disso vai mudar. Preciso de você para minha mera sobrevivência, meu mero existir. Quero ficar velhinha ao teu lado e te amar para sempre. Sem você não sou ninguém, Pedro, e espero que seja assim com você, ou simplesmente que me ame até que nossa existência desapareça e até além disso.

Te amo... E nos vemos em dezembro!

Luh.

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Aquilo realmente estava acontecendo, ou eu estava sonhando? Aquilo era perfeito, depois de ter lido aquilo me senti tão bem como se estivesse ao lado dela e ela houvesse me falado tudo aquilo. Era totalmente perfeito, naquele dia eu dormiria tranqüilo.

Passei a noite no avião e acordei só depois que havia chegado em Recife. Peguei um táxi e voltei para minha casa, e para minha triste rotina.

– Filho! – Minha mãe gritou e correu para me abraçar. – Que saudades, meu amor! Se eu soubesse que iria ser assim eu nem havia deixado você ir!

– Valeu a pena, mãe. Ela é perfeita, e eu amo ela como nunca amei ninguém! – Falei a abraçando e tentando apagar a última frase que ela havia dito. – O que houve por aqui enquanto estive fora? Cadê meu pai?

– Bom... Precisamos conversar, meu filho. – Ela falou, sentando e mudando de expressão. – Seu pai e eu tivemos outra briga, e decidimos uma coisa... Vamos nos separar. – Falou, triste.

– Se separar? Mas assim, de repente? – Falei desesperado.

– Não dá mais meu filho... Tente entender...

– Tudo bem, mãe. Não quero lhe atormentar mais ainda... Mas você sabe o que vou fazer, não sabe?! – Falava da promessa que ela me fez, de que se eles se separassem eu poderia escolher onde morar, se ficaria em Pernambuco ou se iria para o Paraná.

– Sei meu filho... Mas... Você tem certeza? Não quero perde-lo, meu filho... – Minha mãe falou triste, mas eu já tinha uma idéia.

– Por que você não vem para o Paraná comigo? É muito agradável lá... – Falei olhando para ela com um sorriso.

– Sério? Mas e seu pai? – Disse, sorrindo novamente.

– Você apenas pega a sua parte em dinheiro e o deixa aqui com a casa e a parte dele. – Falei.

– Eu deveria ter pensado nisso antes... É perfeito! – Disse.

– Confirmado então?

– Claro! Mas agora vamos comer. Você deve estar com muita fome!

– Estou mesmo! Vamos. Mas eu preciso que vocês esperem até Luana vir e conhece-los. Quero ir só depois disso. – Eu planejava isso até mesmo antes de ter a noticia, eu já sabia que eles não iriam mais conseguir salvar esse casamento, o que era muito triste apesar de tudo.

– Tudo bem, ela vem quando?

– Em dezembro, depois que ela pegar as férias... Acho que dia 15, por ai.

– Ótimo.

Depois que almocei, ajudei minha mãe com a louça e fui tomar um banho. Era triste não ter Luana para tomar comigo, mas apenas fiquei me lembrando da sensação. Quando terminei, fui direto para o computador falar com ela, mas ainda estava na escola, e eram umas 15:30 da tarde. Desliguei o Note e fui dormir. Depois que chegaram as 18:00 horas acordei com o despertador e fui me arrumar para ir ao colégio. Eu estudava a noite e não tinha hora certa para dormir.

Quando cheguei lá, reencontrei meus amigos e minha melhor amiga: Breezy.

– Hey, Lukinhas! Como você está? – Falou me abraçando. Lukinhas era o apelido pelo qual todos ali me chamavam.

– Oi, Breezy! Estou ótimo! Como passou essa semana sem mim? – Falei, rindo.

– Foi tudo ótimo, senhor humildade! – Disse, rindo da minha cara. – Como foi com sua namorada?

– Foi ótimo. Eu nunca amei alguém como eu a amo! – Falei.

– Que ótimo, ao menos algum motivo pra você viver e não incomodar mais! – Rimos.

– Haha, pensa que vou te deixar em paz, é?

– Muito pelo contrario...

Breezy era minha melhor amiga, e era como uma irmã. Quando eu estava perto dela eu sabia o que Luana sentia perto de seus amigos. Eu também sentia que ela era uma amiga de verdade, que não andava comigo porque me achava bonito, mas sim por ser minha amiga de verdade.

– Eu preciso te contar uma coisa... Vou embora em janeiro, junto com minha mãe.

– Como? Vai embora? Por que? – Estava apavorada.

– Meus pais vão se separar e vamos deixar meu pai aqui e ir para o Paraná...

– Mas... Não podiam apenas se mudar para um lugar aqui perto? Precisa ser para lá?

– Precisa... Tente me entender... É para o nosso bem.

– Vai esquecer de sua melhor amiga, aqui? – Já falava triste, com a cabeça baixa.

– Claro que não! Vamos sempre nos falar e em suas férias vou lhe mandar passagens para nos visitar!

– Sério?

– É sim! Agora vamos.

– Vamos...

Depois de mais uma noite intediante naquela escola, fui para minha casa e me deitei em minha cama, quase desmaiado de cansaço. Eu não havia falado com Luana o dia inteiro, mas minha mãe disse que ela ligou para saber de mim. Minha mãe disse que eu estava bem e que estava na aula. Quando me lembrei disso consegui dormir tranqüilo.

Fim Do P.O.V. de Pedro