Amanheci novamente em seus braços. Isso estava virando rotina, não que isso me incomodasse, muito pelo contrário, eu amava acordar som seu cheiro, Era maravilhoso! Abri meus olhos e fiquei admirando o semblante de Pedro por uns cinco minutos até que ele acordou com minha respiração em seu rosto.

-         Bom dia, meu amor. Está a quanto tempo acordada? – Disse, ainda com sono.

-          Bom dia! Uns cinco minutos... – Falei.

-          Então, o que vamos fazer hoje? – Falou, já mais acordado.

-          Eu estava pensando em irmos na abertura dos jogos do meu colégio, já que não vou lá a semana inteira por causa deles... E pra ficar com você, claro! – Disse, chegando bem perto de sua boca.

-          Ótimo. Vou poder conhecer seus amigos! – Falou depois de nos beijarmos. O gosto do seu beijo era inesquecível, eu tinha vontade de passar o dia todo assim, com os lábios dele nos meus.

-          Que bom! Só que isso é de tarde... O que agente pode fazer enquanto isso? – Falei com uma cara de dúvida, mas quando vi sua cara de pervertido comecei a rir.

-          Hey, não podemos fazer isso agora – Ri, e ele apenas ficou me olhando, não entendendo nada. – Meu irmão está dormindo no outro quarto, esqueceu? E se ele ouve... Estou perdida.

-          Ah! Eu havia me esquecido mesmo! – Falou rindo, mais calmo. – Então o que vamos fazer? – Falou com a mesma cara de dúvida que eu havia feito antes.

-          Você trouxe o seu Note?

-          Trouxe. – Falou, ainda não entendendo o que eu queria.

-          Que bom! Vamos jogar Minecraft?

-          Vamos! Você lembra do endereço do nosso server, né? – Falou animado.

-          Sei sim! Eu não jogo faz muito tempo! – Falei, já ligando meu computador.

Ficamos a manhã inteira jogando, e meu irmão, quando acordou, ficou jogando vídeo game, sem me falar nem oi. Luan fazia isso quase todos os dias, quando não está de bom humor. Quando chegaram as 11:00 horas da manhã, desligamos os PCs e fui fazer o almoço. Fiz macarronada com carne moída, que todos nós adorávamos. Pedro ficou me olhando, conversando comigo e até ia pegar alguns temperos lá na horta, quando eu pedia.

Depois que almoçamos, eu e Ele fomos lavar a louça, e depois fomos tomar banho para ir na abertura dos jogos.

-          Gostaria de tomar banho comigo, senhorita Luana? – Pedro falou brincando.

-          Por que toda essa cortesia? Medo de eu não aceitar? – Falei rindo da linguagem que ele usou para o convite.

-          Muito! – Disse rindo.

-          Pois aceito, adorei a cortesia! – Falei pegando as toalhas e dando a mão para ele.

-          Pois então vamos, minha princesa!

Eu nunca havia tomado banho com ninguém, mesmo estando com ele, fiquei morrendo de vergonha. Mas como ele sempre tinha um jeitinho, me fez perder a vergonha e nem tomar banho tomamos direito, se é que você me entende. Eu estava achando muita coincidência ele sempre querer “ir pra cama” comigo de manhã, sendo que essa foi a segunda vez, mas em vez da cama, foi no chuveiro. Eu tinha que tomar muito cuidado para meu irmão não ouvir nada, sorte que ele era roqueiro igual à irmã, e ouvia nossas musicas com o volume no máximo.

Depois que terminamos e estávamos prontos, falei tchau para meu irmão e saímos de mãos dadas até o colégio, esquentando nossas mãos, pois fazia um pouco de frio. Enquanto andávamos conversando, comecei a lembrar que Eduardo, meu ex, estaria lá com certeza, então comecei a me preparar para o caso de algo acontecer.

Quando estávamos chegando na frente do colégio, as minhas duas melhores amigas vieram correndo me abraçar.

-          Pensei que não vinha, Luh! – Keyla falou.

-          Eu te falei que vinha com meu namorado! – Falei rindo.

-          Não te disse, Keyla! – Schirlei, minha outra melhor amiga, falou.

-          Schirlei! Não me retruque! E agente tem que se preocupar com a nossa irmãzinha CDF! – Falou brincando comigo.

-          Irmãzinha? – Pedro cochichou no meu ouvido.

-          Sim, para você ver o grau de amizade. – Cochichei em seu ouvido, rindo.

-          O que estão cochichando?? – As duas falaram ao mesmo tempo, nos fazendo rir.

-          É que ele não sabia porque vocês me chamam de irmãzinha... – Ri.

-          É, Pedro! Você é nosso cunhado! – Keyla disse. – Ah, que educação a minha! Prazer, meu nome é Keyla e essa aqui é a Shirlei. Somos as irmãs mais velhas da Luana, se é que você entende... – Falou rindo. Ela era um pouco animada demais para Pedro, ele achava estranho. Eu era parecida com Keyla e Shirlei, mas eu acabei entrando em depressão, e havia mudado bastante. Sorte a minha que elas sempre foram amigas muito fiéis e sempre me apoiaram.

-          O prazer é meu! Me desculpe se sou um pouco quieto, é que sou acostumado a ser assim... – Ele falou, tentando explicar o motivo de seu espanto com as duas.

-          Tudo bem! – Schirlei disse – Já estamos acostumadas com isso, depois que a Luh entrou em depressão tivemos que se adaptar. Mas já que isso tudo acabou...

-          Entendo... – Pedro falou meio triste, eu ainda não havia explicado muito bem isso a ele.

-          Bom, vamos entrar? – Falei, percebendo o ar triste que o ambiente estava adquirindo.

-          Vamos então! Espere só um pouco, Pedro, tenho que falar uma coisa com ela. – Keyla falou, me puxando pelo braço para um canto, e Schirlei veio junto. – Luana, você sabe que o Eduardo está ai, não é?! Eu estou com medo que aconteça alguma coisa, fiquem perto de nós, okay?! – Falou, muito preocupada.

-          Okay, mas o Emerson, o Kaynan e os meninos estão ai, não estão? – Falei perguntando sobre nossos melhores amigos. Eram amigos de Eduardo, e se estivessem por perto ele não teria como fazer algum barraco.

-          Estão sim, já falei com eles e se o Edu tentar alguma coisa, vai ter uma lição. Já está na hora dele te deixar em paz. – Ela falou, me acalmando um pouco.

-          Vamos, meu amor? – Falei puxando Pedro pelo braço.

-          Vamos. Do que estavam falando? – Perguntou preocupado.

-          Apenas umas precauções em relação ao Eduardo. – Falei, dando um tom de nojo para aquele nome.

-          Okay, mas se ele tentar arrumar briga vai levar uma surra. – Falou me olhando nos meus olhos, segurando meu rosto pelo queixo.

-          Não se preocupe, as meninas já me garantiram isso. Agora vamos. – Falei sorrindo, e lhe dando um selinho naqueles lindos lábios.

Entramos na escola, e tudo estava muito bonito e movimentado com pessoas ensaiando. Fomos direito á quadra, onde ficavam as arquibancadas. Nos sentamos e fiquei um pouco agitada, pelo que Eduardo podia fazer se nos visse.

Emerson, Kaynan, Deividy e Luan estavam ao meu lado, conversando comigo pelo que aquele psicopata havia falado uns dias antes.

-          Ele disse que se ver vocês juntos é capaz de não conseguir controlar seu ciúme. – Emerson falou, preocupado.

-          Eu estou com muito medo, apesar dele não ter mais razão de ficar com ciúme, nem estamos mais juntos! – Desabafei, chorosa.

-          Luana, você sabe como ele é! E sabemos que você já chegou a apanhar dele algumas vezes por causa desse ciúme doentio. – Kaynan disse, inconformado.

-          Eu sei... E não quero nem olhar pra cara dele! – Falei, com raiva – E se ele vier fazer algum escândalo eu mesma acabo com ele! Vocês sabem que eu não estou mais fraca daquele jeito. Ele só me batia porque eu estava com depressão, e com isso mais frágil.

-          É claro que sabemos, mas se você for bater nele vamos ajudar de qualquer jeito, ele está precisando levar uns tapas mesmo. – Deividy falou. – Não vamos deixar ele fazer tudo novamente.

-          Obrigada! Vocês sabem que são meus melhores amigos, né! – Sorri.

-          É claro que sabemos, você é como uma irmã menor para nós! – Emerson falou e os outros apenas concordaram sorrindo.

-          Mais irmãos, meu amor? – Pedro falou.

Eu apenas ri. Ficamos mais uns cinco minutos conversando até que ele chegou. Eduardo era um garoto baixo e louro que me encantava, mas por tudo o que ele me fez, acabei ficando com nojo dele. Ele passou bem longe de nós me encarando e chamando os meninos para irem falar com ele. Apenas Emerson foi, e os outros continuaram falando comigo.

Depois de um tempo que estavam lá, percebi que já estavam discutindo, mas sem chamar atenção das outras pessoas. Até que Eduardo falou alguma coisa para ele, que só disse mais uma coisa e veio para minha direção.

-          Ele quer falar com você – Emerson falou, tremendo de raiva – Se ele tentar algo, só grite que agente vai correndo te ajudar. – Falou. Senti que mesmo se eu não fizesse nada ele iria acabar com Eduardo apenas pelo seu rosto vermelho de raiva.

-          Luh, você vai ir lá? – Pedro falou, indignado.

-          Vou, é o único jeito de ele parar com essa perseguição. Ele não pode fazer mais nada contra mim, não estou mais com depressão, não estou mais indefesa.

-          Okay, vou junto então.

-          Não. Você só vai vir se eu chamar.

-          Mais...

-          Mais nada Pedro, faça o que eu estou te pedindo! – Falei com um tom meio que manhoso na voz.

-          Tudo bem... – Falou, preocupado e triste.

-          Fale pra ele que vou daqui a pouco. – Falei para Emerson, que foi rapidamente dar o recado para Eduardo.

Nos cinco minutos antes de eu ir, fiquei pensando no quanto todos estavam muito mais preocupados e cuidadosos comigo depois da minha depressão. Sinceramente, eu não sei porque me deixei chegar a esse ponto. Eu tomava remédios todos os dias para a doença não voltar. Eu acho que se preocupavam assim comigo porque depois que “melhorei” eu mudei muito, falava pouco, ria pouco e ficava bem na minha, o que era incomum para mim antes de tudo o que houve.

Levantei da arquibancada e fui em direção a ele, com muito receio, mas fui.

-          O que você quer? – Falei estressada.

-          Foi por esse ai que você me trocou? – Eduardo falou na maior cara de pau.

-          Você ficou maluco? Eu não te troquei por ninguém! Foi você, lembra?! – Eu já gritava. – Você me batia e ainda tinha outra! Só aproveitou que eu estava com depressão! – Eu ainda gritava, e ele apenas me observava.

-          Eu ainda amo você. Não quero saber, você é minha! – Falou, e eu não acreditei no que estava ouvindo.

-          O que? Sou sua?? Nós já terminamos, Eduardo, tenho nojo de você. N-O-J-O! – Falei, jogando isso na cara dele.

-          Claro que é minha, eu sei que você ainda me ama. – Eu fiquei surpreendida pela tranqüilidade em que ele falava aquilo, estava com mais raiva naquele momento do que na vez em que ele fez aquilo comigo.

-          Claro que não! Eu te odeio! – Falei gritando, fazendo com que os meus “irmãos” e meu namorado viessem para perto de mim.

-          O que está acontecendo aqui? – Emerson falou, ficando em minha frente, meio que me protegendo.

-          Esse assunto é só nosso! Saiam daqui – Eduardo falou, me deixando com muito mais raiva do que eu estava.

-          Está com medo agora? Você é doente, Eduardo, eu já tenho namorado e o amo. Você não suporta isso por que? – Falei esfregando a situação na cara dele, mostrando que ele não tinha o controle da situação, como ele achava que tinha.

-          O que? – Ele falou indo pra cima de Emerson, tentando tirar ele da minha frente, e como era de costume dele, ia me bater. Kaynan, Deividy e Luan foram segura-lo e Pedro foi me proteger, me abraçando.

-          Ele não vai encostar em você, eu não vou deixar. – Pedro cochichou em meu ouvido. Quando me soltou percebeu que eu estava chorando. Eu nunca conseguia me controlar minhas lágrimas, eu era frágil demais. – Não chore, meu amor. Vamos embora daqui. – Apenas concordei com a cabeça e fomos saindo depressa

-          Você acha que esse seu namoradinho vai estar do seu lado te protegendo para sempre?? – Eduardo gritou, com um sorriso nojento no rosto, rindo de mim. Apenas segui para fora do colégio com Pedro e logo todos os meus irmãos vieram ver como eu estava. Eu estava com o rosto todo vermelho e amassado, porque estava escorada em meu namorado.

-          Está tudo bem, Luh? – Keyla e Schirlei falaram quase ao mesmo tempo.

-          Vai ficar, não se preocupem...