Depois de dois meses as coisas voltaram a se estabilizar, Itachi estava criando a filha de Hana que ele batizara de Haruhi exatamente como se fosse filha dele; Sasuke ainda não acordara, mas vez ou outra se remexia na cama e precisaram imobilizar seus braços e pernas para que não acabasse se machucando; Ino e Gaara estavam noivos, Hinata e Naruto também; Temari estava esperando um filho de Shikamaru; Sakura e Kiba haviam terminado, pois ele não se sentia bem para manter um relacionamento após a morte de sua irmã; Tenten e Neji continuavam com sua pegação de sempre sem oficializar nada.

–Calma, Naruto-kun!

–Abre mais, Hina-chan!

–Ai! Vai com calma! Cuidado!

–Assim não dá, Hina-chan! Acende essa luz.

A moça acendeu a luz e ele colocou as compras encima da mesa.

–Machuquei você? – falou referindo-se ao esbarro que dera nela quando ela abriu a porta de casa.

–Não, estou bem. – disse com um sorrisinho. Foram comprar coisas para a pequena reunião que fariam no apartamento dela em poucas horas, àquela noite para comemorar o noivado deles.

–Onde estão Tenten e Neji?

–Disseram que iam aproveitar o sábado e dar uma volta no parque.

–Por que eles não assumem logo que estão namorando?

–É capaz de já serem casado! – comentou divertida.

–Nós logo formaremos nossa família, né, Hina-chan?

–É-é... – confirmou um pouco corada.

–Essa noite será o começo de muita coisa. – falou encurralando-a na bancada da pia.

–Espero que de muita coisa boa.

–Farei o possível e o impossível pra você não se arrepender.

–Não me arrependerei. – ele se aproximou lentamente dela, segurou sua nuca, fechou os olhos e a beijou, o beijo deles sempre fora leve, calmo e demorado, um jeito mais inocente.

...

–Eu estava pensando, Neji... – comentou a morena, eles caminhavam em volta do lago semi-congelado, fazia bastante frio nesse inverno, mas não chegara a nevar mais de uma leve vez. O braço dela estava enroscado no dele, que mantinha as mãos no bolso.

–Em quê? – perguntou observando o chão coberto por uma fina camada de neve.

–A gente mora junto, a gente se beija intensamente e a gente se ama, de um jeito meio louco, mas a gente se ama. Por que a gente não oficializa de uma vez para o mundo que estamos juntos?

–Está incomodada, Mitsashi?

–Já fazem quase 4 meses que estamos nesse lenga-lenga!

–Faz quase 6 anos, Mitsashi.

–6 anos atrás eu estava te conhecendo.

–Exatamente. Foi nessa época que começou nosso “lenga-lenga”.

–Do que está falando, Hyuuga?

–Você sabe. Vai me dizer que não se encantou por esse rostinho aqui desde a primeira vez que o viu?

–Que convencido! Claro que não! Sempre detestei esse seu jeito de falar comigo! Tão prepotente!

–Pois suas manias feias sempre foi o que mais amei em você, Mitsashi.

–Por que minhas manias? Tanta coisa boa pra você gostar em mim e logo meus defeitos foram te cativar?!

–Pois é... Você me provou que essa cara de boa menina e essa voz de criança podem enganar muito.

–“Voz de criança”? – ela não pareceu ter gostado muito do comentário.

–Gosto dos seus defeitos. O jeito como respondia minhas provocações, como chegava ainda suja de barro da faculdade, como fica concentrada trabalhando em suas obras, como seu cabelo fica lindo de qualquer jeito, aliás, você fica linda de qualquer jeito, Mitsashi. O jeito como prende de qualquer maneira seu fuá ao acordar, as combinações não muito femininas de roupas, o desprezo por comida saudável, você é tão largada... Tão ao contrário de mim...

–Nossa, Neji... Você falando assim até me deixa besta...

–Você sempre foi besta, Tenten. Besta e infantil e eu sempre admirei isso.

–“Besta”? Pra ser sincera nunca gostei muito desse seu jeitão sério. – disse fazendo bico.

–Sua cara de raiva também me enlouquece. – disse beijando suas mãos, em seguida sua boca, aquecendo-a.

...

–Hoje vai ter uma festinha no apartamento da Hina mais tarde, você vai comigo, né? – pediu a loira manhosa.

–Temari estará lá também?

–Claro que sim.

–Não sei se é uma boa idéia.

–Gaara! Não vai poder se esconder da sua irmã a vida toda!

–Não estou me escondendo!

–Claro que está! Já a viu desde que soube que está grávida?

–Não...

–Não viu porque não quis. Tem medo de quê?

–Não tenho medo de nada, loira! Só que... Sei lá... Não sei se estou preparando pra vê-la... Assim...

–Ok, ela está esperando um ser dentro da barriga dela, e daí? Um dia você vai ser pai, sua esposa, estará esperando um ser dentro de sua barriga também.

–Quer parar de se referir à minha esposa como se fosse alguém desconhecido, loira?! Você sabe que vou me casar com você.

–Sou realista. Muita coisa pode acontecer até nosso casamento. Você pode não me amar mais, não sentir mais tesão quando tá comigo, pode até passar a ter nojo de mim.

–Loira... – reclamou cansado daquele discurso.

–Sou uma sexóloga. Sei como essas coisas funcionam, vejo mulheres chorando no meu consultório todos os dias, dizendo que seus maridos, namorados ou ficantes deram-lhe um pé na bunda. Vejo homens dizendo o mesmo de si próprios ou até mesmo de suas companheiras.

–Deixa de ser paranóica, loira! Vem cá pra eu te mostrar que nós dois teremos nosso “felizes pra sempre”! – disse puxando-a com agressividade e ao mesmo tempo com amor. Eles tinham um beijo mais feroz e carnal, gostavam de “inovar”.

...

–Shika, hoje é sábado. – disse a loira sentando-se na mesa do Nara – Chega de trabalho, em duas horas temos uma festa pra ir e eu ainda pretendo passar em casa para tomar banho e trocar de roupa.

–A gente pode ir direto. – falou sem tirar os olhos dos papeis em suas mãos.

–Quer mesmo que sua mulher, grávida, fique a noite toda com essa roupa apertada? Vá esmagar nosso filho!

–Deixa de drama, Tema. Nosso filho nem tem 2 meses ainda, sua barriga nem apareceu.

–Chega é chega, Shikamaru. – disse arrancando-lhe os papeis das mãos e jogando-os pra trás, avançou pela mesa até sua boca chegar na dele, deu-lhe um breve selinho – Já está escuro lá fora, você não tem mais pacientes pra hoje e é sábado à noite, nem ferrando eu fico aqui por mais um minuto. Estou indo pra casa. – disse saindo do consultório.

–Peraí, Temari. – falou reunindo os papeis da mesa numa pasta – Eu vou com você... – disse rendido catando os documentos do chão.

–Ótimo. – disse com um sorriso vitorioso nos lábios.

...

–As coisas estão tomando um rumo esquisito, né...? - perguntou-se Itachi, ele estava sentado no sofá com sua filha em seus braços, Karin estava com ele, ela ia frequentemente, pegar roupas pra Sasuke ou ajudar o mais velho a cuidar da criança.

–Pense pelo lado bom das coisas. – disse a moça aproximando-se – Tudo vai se ajeitar... – falou colocando uma das mãos sobre as costas dele.

–Me pergunto se foi um erro pegar essa menina pra criar... Me pergunto se será ruim pra ela no futuro...

–Se você amá-la não tem como ser ruim pra ela, tem? – disse sentando-se no braço do sofá, encostando-se nele.

–Não sei se ela vai gostar de crescer aqui...

–Claro que ela vai. Com um pai maravilhoso como você... – disse acariciando o rosto dele com o dedo indicador.

–Karin, eu acho que...

–Sh... Não diga nada. – disse colocando o mesmo dedo nos lábios dele em seguida o beijou, foi um beijo tímido e não passou muito de um selinho, ele estava começando a ceder, mas afastou, ambos estavam assustados – Ai meu Kami-sama... O que eu fiz...?

–Karin... O que foi isso...? – perguntou o moreno levando a mão à boca.

–Eu... Eu não sei... Me desculpe Itachi, sério, me desculpe.

–Tudo bem... O erro também foi meu... – ela viu o celular dele vibrando encima da mesa e o entregou.

–Dona Mikoto.

–Alô, mãe?

–Meu filho... – ela chorava do outro lado da linha – Seu irmão...

–O quê? O que tem o Sasuke? – perguntou preocupado.

–Venha rápido! Urgente!

–O que aconteceu, mãe? – perguntou desesperado catando seus pertences.

–Venha!