No meio da noite, Will foi acordado por Gilan.

- Que foi que acontec...? - ele começou a murmurar, mas o outro levou o dedo aos lábios, pedindo em silêncio. Ele não queria acordar a aprendiz.

- Levante. - sussurrou. - Em silêncio.

Infelizmente, a garota tinha mesmo sono leve e, lentamente, abriu os olhos por causa do murmúrio incompleto do mentor.

- Já amanheceu? - perguntou, sonolenta. Então sua expressão ficou confusa. - Gilan?

- Precisa levantar, Will. Crowley quer vê-lo. - disse Gilan ao amigo. - Vá, eu cuido da sua aprendiz.

Will saiu e Gilan se voltou para a garota ruiva sonolenta.

- O que foi? - perguntou Christine. - O que aconteceu?

- Mensagem urgente do barão Arald para Crowley. Nada com que você tenha que se preocupar ainda. - ele a tranquilizou. - Pode voltar a dormir.

Mas Chris não sentia sono. Sentia-se bem acordada, e curiosa. O que era tão importante que não podia esperar até a manhã seguinte? E por que o arqueiro estava parecendo tão preocupado? Nada com que ela precisasse se preocupar... Ainda. Aquilo não soava bem.

Meia hora depois, Will voltou à barraca, ligeiramente perplexo, e largou-se no saco de dormir ao lado dos dois.

- Que foi? - perguntou sua aprendiz. Ele sacudiu a cabeça e passou a mão pelo cabelo.

- Parece que as pessoas estão desaparecendo em Redmont também. - explicou. - São dez desaparecimentos em menos de quinze dias. Só não sei como só estamos sabendo disso agora. - ele se sentia idiota por não ter sabido nada disso antes. Afinal, como arqueiro, ele devia perceber esse tipo de coisa. Era como se tivesse falhado com o feudo.

- Então não é uma gangue só. - concluiu Gilan. - Ou talvez seja, mas muito grande, tão grande que pode se dividir em duas sem problemas.

- Gilan? - Jack enfiou a cabeça para dentro da barraca.

- Oi, Jack. - seu mentor cumprimentou. - Entre, temos notícias.

Ele explicou sobre os desaparecimentos em Redmont, e o garoto pareceu perplexo.

- Mas... - olhou nervosamente para o arqueiro do feudo. - O senhor não teria percebido isso?

Will se sentia tão frustrado que tinha vontade de quebrar alguma coisa. Mas, devido ao treinamente, conseguiu se controlar. Não ia perder o controle na frente de sua aprendiz.

- Eu devia ter percebido, Jack. - admitiu. - Mas, como isso não aconteceu, os sequestradores devem estar muito à nossa frente. Isso não podia ter acontecido!

Jack pensou um pouco e disse:

- Crowley tem alguma lista de desaparecidos ou coisa assim?

- Ele está tratando disso com o mensageiro. - respondeu Gilan. - Eu tenho a lista de Whitby. Por quê?

- Porque pode haver um critério para tudo isso. Um número de pessoas por dia, idade, hora, tipo físico, todo o tipo de coisa.

- Não é possível. As vítimas de Whitby pareceram muito aleatórias. Os horários também não foram os mesmos. Uma em um dia, no meio da tarde, depois cinco durante a madrugada, e por aí vai.

Nesse momento, Crowley apareceu para chamar Will outra vez. Com ele, estava um jovem louro e musculoso, apresentado como Horace. Claro, Christine já tinha ouvido falar nele. Parecia ser mais um dos amigos lendários de seu mentor.

Minutos depois, Will voltou, dessa vez parecendo furioso.

- Alyss. - disse, quando lhe perguntaram o que tinha acontecido. - Ela foi pega.