A Aprendiz escrita por GabiRavenclaw


Capítulo 11
Emergência


Notas iniciais do capítulo

AVISO: Meu último dia de aula é amanhã, mas é possível que eu fique de recuperação, então passarei uma semana sem postar, só estudando. Se um milagre acontecer e eu passar por média, vou tentar postar pelo menos um capítulo por semana.
Então... Esse não saiu mais rápido porque eu demorei mais pra escrever. Espero que gostem!



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          O sono leve de Will foi interrompido quando alguém bateu à porta. Instantaneamente alerta, ele se dirigiu para lá, e chegou ao mesmo tempo que Halt e Gilan. Horace apareceu pouco depois.

          Ao longe, eles ouviram o relincho de Puxão, Abellard e Blaze, reconhecendo o cavalo de um arqueiro. Abrindo a porta, descobriram que era Elliot, o cavalo negro de Jack. O animal parecia inquieto, e executou uma espécie de dança par ao lado, cruzando as patas. Aquilo era um dos muitos códigos ensinados à raça especial dos arqueiros; queria dizer que seu dono estava em perigo.

          - Ah, não! – murmurou Gilan. – Preciso ir até lá.

          - Eu vou com você. – disse Horace.

          Eles montaram e seguiram Elliot até um conjunto de arbustos e árvores, à beira de uma estrada perto da estalagem. Gilan desmontou.

          - Jack?

          - Estou aqui. – ouviram uma voz fraca.

          - Onde? Você está b... – ele parou de repente. – Ah, meu Deus.

          O aprendiz estava ensopado com o próprio sangue, contrastando com a pele muito pálida. Ele parecia péssimo mas, mesmo assim, sorriu.

          - Ah, oi. Que bom que vocês me acharam.

          - O que aconteceu? – perguntou Gilan. – Onde está Christine?

          Uma sombra caiu sobre o rosto de Jack.

          - Ela... Ela foi levada, Gilan. Eu tentei impedir, mas... – ele fez um gesto desamparado indicando o ferimento na barriga. – Eu não consegui mais lutar. Não pude fazer nada. – ele desviou os olhos e, mesmo sem ver, seu mentor sabia que ele estava chorando. – Também levaram Ethan. Ela estava com ele. Eles partiram faz pouco tempo; se nos apressarmos, ainda poderemos alcançá-los...

          Gilan impediu-o de se levantar.

          - Primeiro, precisamos dar uma olhada nesse ferimento. – o arqueiro ergueu a camisa de Jack e franziu a testa. – Como arrumou isso? Parecem marcas de dentes.

          - Não sei direito. Foi tudo muito confuso. Deve ter sido o lobo.

          - Lobo? Que lobo? Não há lobos por aqui.

          - Que estranho. Havia um lobo preto, eu acho. Bem, tinha alguma coisa peluda e grande com dentes e garras afiados, e pensei que fosse um lobo. Pode ter sido um urso. Há ursos por aqui?

          - Sim, mas são muito poucos. E raramente entram tanto na cidade. – ele voltou os olhos para a ferida outra vez. – Parece bastante inflamada.

          - É muito ruim? – perguntou Jack, sem coragem de olhar.

          - Hm, honestamente? Não prejudicou nenhum órgão, mas você sangrou bastante... Melhor voltarmos para a cabana.

          Com a ajuda de Gilan, Jack se levantou e, apoiando-se no arqueiro, cambaleou até o cavalo. Ao vê-los, Horace arregalou os olhos e correu para ajudar. Ainda bem que Christine tinha dito ao aprendiz a senha para montar Penélope. Uma pontada de dor atravessou seu corpo quando ele subiu.

          Mas o garoto não estava preocupado com o ferimento... Ele não conseguia tirar da cabeça a imagem de Christine lutando e gritando (antes de ser amordaçada), enquanto tentava resistir. Então eles a nocautearam. Aquela cena, ele sabia, iria assombrar seu sono... Se é que a preocupação com a garota o deixaria dormir.

* * *

           Christine estava realmente preocupada. Em parte, por causa do que estava acontecendo com ela. Mas a maior parte se devia ao fato de ter deixado Jack para trás, com uma ferida aberta horrível, e sangrando muito.

             Quando parecia que Ethan ia finalmente deixar escapar alguma coisa, vultos tinham saído silenciosamente dos arbustos. Entre eles, havia alguma coisa peluda, enorme, preta com olhos vermelhos que brilhavam no escuro. Ethan havia empurrado-a para trás de si, mas não adiantara de nada; ele fora o primeiro a ser pego – praticamente se rendeu, o que era muito suspeito. Então Jack tinha aparecido, e tudo havia ficado muito confusa. As lembranças daqueles minutos eram um borrão de espadas, facas, presas e rostos encapuzados. Sua faca de caça havia sido atirada no chão em algum momento entre a perda de seu arco e da faca de atirar – que, na verdade, não eram muito úteis naquele momento – e sua captura.

               Ela se lembrava de espernear e gritar, tentando se livrar do sequestrador. Lembrava-se de ser amordaçada com um trapo malcheiroso e sujo, de um punho vindo na direção de seu rosto...

               E então, nada. 

               Chris não sabia quanto tempo ficara desmaiada; acordara no escuro, aparentemente em alguma espécie de carroça completamente fechada. E não era a única ali; quando abriu os olhos, havia um jovem de cabelos louros e cacheados e olhos azuis ao seu lado.

               - Você está bem? – ele perguntou. – Levou umas pancadas feias.

               - Eu acho que estou legal. – respondeu Christine. – Onde estamos?

               - Não sei. Em alguma estrada. – ele estendeu a mão. – Meu nome é Peter.

               - Christine. – ela apertou a mão dele e se sentou. Peter continuou falando.

               - Por que eles estão tão furiosos com você?

               - Estão?

               - Bom, acho que sim. Eles te espancaram. Você e o seu namorado. Isso não é normal.

               - Namorado...? – Chris não sabia de quem ele estava falando: Jack ou Ethan. – Ele não era meu namorado... Hm, nenhum dos dois era. Eu não tenho namorado.

              - Em todo o caso, você está toda machucada, e o garoto ficou sangrando muito.

             Seu coração se apertou ao ouvir aquilo.

             - Ah, meu Deus. Ele parecia muito mal?

             - Sinceramente? Bastante. – ela enterrou o rosto nas mãos. – Não tinha mais ninguém com vocês tinha? – ela sacudiu a cabeça. – Sem ninguém para socorrê-lo, com aquele ferimento... A situação não parece muito boa. Eu sinto muito.

             Christine começou a chorar, com o rosto enterrado nas mãos. Era tudo culpa dela! Se ela tivesse dado ouvidos a ele, se não tivesse se distraído com as coisas que Ethan falava... Agora ele provavelmente estava morto, sozinho, sem ninguém para ajudá-lo, só com Penélope e Elliot como companhia...

             Ela ergueu a cabeça de repente.

             - Os cavalos. Os cavalos ainda estavam com ele?

             - Hm, acho que sim. – respondeu Peter, e a garota suspirou aliviada. Ainda havia esperança! Elliot podia avisar a Will e os outros que o dono estava em perigo. Com esse pensamento, ela pôde prestar atenção em outro detalhe.

             - Espere... Você disse que não é normal eles serem tão violentos. Então... Não foi assim com você?

             - Não. Não foi assim com nenhum de nós. – ele gesticulou para as outras pessoas, e ela percebeu que lá dentro só havia mulheres. Peter era o único garoto.

             Olhando-o atentamente, ela notou que, ao contrário dela, que tinha inúmeros cortes e hematomas por todo o corpo, o rapaz parecia ileso.

             - Então como foi que...?

             Christine não pôde terminar de falar, pois a carroça havia parado, e a porta se abriu. Um vulto alto e encapuzado apareceu na entrada.

             - Desçam quietinhos. – ordenou. – E saibam que, caso tentem alguma coisa, acabarão mortos... ou coisa pior.

             Christine sentiu um arrepio. Conheço essa voz... , pensou, ao mesmo tempo em que o vulto tirava o capuz e dizia, sorrindo.

              - Vocês não vão querer me deixar nervoso, garotas.

              Era Ethan.


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Notas finais do capítulo

Espero que odeiem o Ethan tanto quanto eu odeio!!
E pretendo que odeiem mais ainda.
Beijinhos, cupcakes, até a próxima!



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