Best Friends Or Lovers escrita por carol_mouazzem


Capítulo 18
17ºcapítulo- A clareira.


Notas iniciais do capítulo

“Beije-me sob o crepúsculo leitoso
Leve-me para fora, no solo enluarado
Levante sua mão aberta
Toque uma música e faça os vagalumes dançarem
A lua prateada está cintilante
Então, beije-me”



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/22272/chapter/18

Fui pra casa sozinha, pois a Bia tinha ficado na escola para ajudar no reforço de matemática. [já disse que ela é bem NERD?] Cheguei comi qualquer coisa e subi pra tomar um banho. Estava sobrecarregada demais e precisava de um banho longo e gelado para me acalmar. Terminei meu banho e fui ver um pouco de TV, não estava passando nada de bom, então resolvi subir pra me arrumar, afinal já era vinte para as três. Coloquei uma roupa bem simples, um shorts jeans, uma batinha azul roxa e meu all star branco [clássico], prendi meu cabelo em duas marias-chiquinhas e desci pra esperar o garoto que ia fazer da minha tarde um inferno. Comecei a ler uma revista e alguém bateu na porta, eu peguei uma folha de papel e escrevi:

“Mãe sai com o Joe. Não vou demorar.

Te amo”

Peguei a chave da casa, me olhei no espelho e respirei fundo:

-Você consegue Anna, ele é apenas um ser humano. Não vai te abduzir ou coisa parecida.

Abri a porta e ele estava ali, parado na minha frente. Lindo como sempre. Acho que por um segundo esqueci como se respirava.

-Olá... Nossa como você ta bonita! – ele disse me analisando.

-Hãm... Obrigada. Vamos?- eu disse trancando a porta.

-Claro. – ele foi à frente e eu logo atrás. Andamos em silêncio por um bom tempo, quando eu resolvi quebrar o gelo.

-Joe, pra onde você ta me levando? – eu disse com a voz fraca. Não era pra ter saído nesse tom.

-Ah, to te levando pra um lugarzinho só meu.

-Nossa, e aonde seria isso?

-Surpresa. – ele deu um sorriso malicioso.

Andamos um pouco pelo calçadão da praia e depois percebi que estávamos longe da cidade, na verdade fomos o tempo todo no sentido contrario do centro. Estava começando a ficar com medo. Começamos a andar pela areia até chegar a uma trilha no meio da pequena montanha que havia ali.

-Joe, to começando a me assustar. – eu disse na entrada da trilha.

-Ótimo. – ele disse com um sorriso maléfico e entrou na trilha.

Eu o segui com cuidado. Andamos uns vinte minutos e estávamos em uma clareira. Grande e brilhante era tudo escuro em volta devido ao grande número de árvores que impediam o Sol de iluminar aquele local. Mas aquela clareira era mesmo maravilhosa.

-Joe, isso é maravilhoso. – eu disse boquiaberta.

-Eu sei, venho aqui sempre. Adoro ficar aqui pensando e relaxando. E você me fez vira aqui muitas vezes essa semana. – ele disse indo se sentar em um tronco caído perto de algumas árvores do outro lado da clareira.

-Por quê? – eu perguntei em um tom alto para que ele pudesse escutar. Não havia conseguido me mover e estava numa boa distância dele. Entre nós estava apenas a clareira brilhante.

-Por que você me disse coisas que eu precisei colocar no lugar e aqui era o melhor lugar pra fazê-lo. – ele disse alto.

-Me desculpe... Se te deixei nervoso ou chateado. Não era minha intenção. – minha voz começou a ficar fraca, sentia que desabaria em lágrimas a qualquer momento se eu não me segura-se.

-Não, muito pelo contrário. Eu preciso te agradecer pelo que você fez por mim nesses meses. Ajudou-me a rever meus conceitos. Só uma amiga de verdade como você teria coragem de me chamar de cachorro. Na cara dura ainda por cima. – ele disse dando um sorriso que me fez ficar meio tonta.

-Mas eu nunca te chamei de cachorro!

-Mas conseguiu de uma forma delicada dizer que eu era um. Por isso te acho tão doce.

-Obrigada... Eu acho! – comecei a sentir uma forte pressão nos meus olhos, respirei fundo e fechei os olhos obrigando as lágrimas a voltarem.

-Agora me diga uma coisa: Por que a distância? – ele perguntou olhando para mim.

-Não sei, talvez pela falta de coragem vinda da minha parte. – eu disse e uma lágrima escorreu. Depois dessa foi impossível segurar as outras, que rolavam sem parar. Mas eu não queria que ele percebesse. E a distância estava ajudando.

-Resposta errada. Falta de coragem sim, mas de ambas as partes. Por que depois de 16 anos de amizade é impossível para nós dois falarmos sempre a verdade? – não entendi essa pergunta.

-Não sei. – as lágrimas agora estavam um pouco menos nervosas e eu conseguia falar.

-Eu te digo o porquê. – ele foi mais para o meio da clareira – Por que somos orgulhosos demais para admitir.

-Admitir? – eu disse e andei um passo.

-É, admitir que realmente alguma coisa aconteça dentro da gente quando estamos juntos. – ele disse olhando para algum ponto no nada.

-Alguma coisa como um sentimento? – eu agora me aproximava mais dele.

-Sim, um sentimento forte! Alguma coisa diferente de uma simples amizade.

-Uma grande amizade! – eu disse me aproximando mais.

-Não, quero dizer sim... É claro que existe uma grande amizade entre nós, e eu adoro isso, é a melhor de todas e eu não trocaria por nada. Mas... Existe algo mais forte. – ele disse olhando em meus olhos dessa vez.

-Como o que? – estávamos frente a frente agora e meu coração estava batendo mais forte do que o normal.

-Não sei dizer. – ele disse enquanto brincava com uma mecha do meu cabelo.

-Não sabe? Eu não te culpo, pois eu também não sei mais. – eu disse minha primeira frase com mais de três palavras.

-Eu costumava saber, mas agora... Não faz mais sentido tudo que eu achava que sabia. – ele disse olhando pra mim.

-O que você costumava achar? – senti a pressão nos olhos novamente, forcei para não chorar. Lágrimas agora não.

-Eu costumava achar que éramos os melhores amigos que alguém já conheceu. Achava que você era como uma irmã pra mim, uma pessoa em quem eu podia sempre confiar.

-E agora? Não pode mais?

-Claro que não. Eu sempre confiei e sempre vou confiar, pro resto da minha vida. Mas é que agora minha cabeça ficou confusa.

-Confusa? Por quê? – eu não estava entendendo o que ele queria dizer.

-Não sei também. Mas sei que alguns dos meus órgão não estão mais me obedecendo. – ele chegou mais perto.

-Como assim?

-Meu coração não me obedece mais. Jurei para mim mesmo que nunca mais ia deixar que ninguém entrasse nele, mantive ele fechado, mas alguma coisa aconteceu que ele se abriu de novo. Meus músculos não me obedecem mais, jurei que não ia mais mover um músculo se que pra ir atrás de garota nenhuma, mas eles não fazem o que eu mando... – ele parou e ficou encarando o nada por um longo tempo, percebi que seus olhos estavam marejados. Eu não agüentava mais aquele silêncio.

-O que mais? – minha voz saiu como um sussurro.

-Minha mente não me obedece mais. Já faz um bom tempo que ela não me obedece. – ele ficou olhando para os pés.

-Por que você diz isso?

-Por que ela não se concentra em mais nada. Eu jurei pra mim mesmo que nunca, NUNCA ia me apaixonar por você Anna. Mas minha mente se volta o tempo todo para isso, pra essa promessa idiota que eu fiz e me diz “ Não, você a ama e não percebe.” Faz tempo que eu não consigo me prender a nada concreto e sei que todas as garotas que eu magoei e desprezei não foram por causa da Stephenie, mas por que eu sabia no meu subconsciente que você foi e sempre será a garota que eu preciso pra ser feliz. Eu tentei não fazer isso Anna, compreenda, mas não consegui. Não agüento mais fugir disso. – ele me olhava nos olhos agora, sua voz foi diminuindo cada vez mais. Seus olhos estavam molhados e algumas lágrimas teimosas escorreram.

-Por que você fugia disso Joe? – eu perguntei olhando para baixo.

-Por que eu não queria te magoar, nunca na minha vida eu quero te magoar Anna, seria a pior coisa na minha vida te ver chorando por minha causa.

-Se você soubesse quantas vezes eu chorei por você, não estaria falando isso. – eu disse um pouco nervosa.

-Por isso que eu queria falar com você, tantas vezes que eu te fiz chorar e isso me mata. Preciso pedir desculpas. – Joe disse segurando o choro.

-Tudo bem, eu te desculpo. Agora já está tudo certo. Não está? – eu ainda olhava pra baixo.

-Ainda não. Falta apenas uma coisa.

-O que? – perguntei intrigada. (ler essa parte ouvindo: May angels lead You in do Jimmy Eat World)

-Falta eu fazer uma coisa que há muito tempo eu venho criando coragem pra fazer. – Joe segurou meu queixo e levantou meu rosto, nossos rostos estavam tão próximos que eu pude sentir sua respiração quente em meus lábios, meu coração estava a mil por hora, minhas pernas estavam moles, minha mãos tremiam e eu sentia como seu houvesse uma festa de borboletas em meu estomago, milhões delas brincando em meu estomago. Eu pude sentir uma de suas mãos segurando a minha cintura e me fazendo ficar mais próxima, meus lábios tocaram os dele, quentes e aconchegantes, nunca tive sensação igual aquela. Ele colocou a outra mão na minha nuca e apertou os lábios com força contra os meus, no inicio parecia um beijo entre dois irmãos que estavam participando de uma aposta, sem nenhuma emoção aparente, de repente eu senti sua língua pedindo passagem entre meus lábios, eu apenas fechei meus olhos e abri os lábios, minhas mãos estavam enroscadas no cabelo dele e ele tinha suas mãos na minha cintura e me aproximava cada vez mais dele. Sua língua passavam pela minha e eu podia sentir arrepios por todo meu corpo. E eu creio que ele percebeu isso. Ele subiu uma de suas mãos até meu rosto e ficou acariciando minha bochecha. Paramos o beijo com um selinho demorado e doce. Depois ele olhou em meus olhos e sorriu. O sorriso mais lindo que ele já havia dado em toda a vida. Eu encostei minha cabeça em seu peito e sem querer lágrimas escorreram exageradamente pelo meu rosto atingindo a camiseta preta que ele usava.

-Por que você ta chorando Anna? – Joe perguntou preocupado – Está triste

-Não Joe, eu não estou triste. Estou chorando de emoção, felicidade, sei lá. Nem eu sei direito por que. – eu disse olhando pra ele.

-Não chore mais amor! Não gosto de te ver assim. – Joe disse e isso e voltou a me beijar, um beijo mais carinhoso do que o primeiro. E durante o beijo começou a cair algumas gotas do céu e logo estava chovendo. A primeira chuva em quatro meses de seca na cidade. Joe parou de me beijar e olhou para o céu e depois pra mim e sorriu. Me deu um abraço e depois disse:

-Acho melhor a gente correr daqui antes que fiquemos doentes.

-É ótima idéia. – eu disse meio envergonhada e saímos correndo para voltarmos para a minha casa. Aquele com certeza foi o melhor dia para mim e para todos na cidade.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Best Friends Or Lovers" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.