76th Hunger Games escrita por Liz Ambrose


Capítulo 32
Pega e Corra


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. E preciso muita da opinião de vocês. Obrigada :3



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Estou deitada na minha cama. Olhando para o teto que é azul. Como o céu no meu distrito. Do outro lado do quarto, lendo uma revista atentamente, está Jev. Que renasceu dos mortos. Não só ele, como também todos os outros vinte e três tributos que foram mortos na arena. Todos vivos e vivendo atualmente em um aerodeslizador. Falo assim, pois eles não podem voltar para suas casas. Tem que ficar por aqui, pois suas famílias pensam realmente que estão mortos. Essa é a unica parte que me incomoda na história toda.

Olho para o relógio acima de um armário. São exatamente meio dia. E dali a meia hora tínhamos que comparecer ao refeitório. Aquele lugar tudo tinha que ser realmente cronometrado. Pois com tantos adolescentes, a tendencia era acontecer alguma besteira.

O refeitório era o único lugar daquele aerodeslizador em que você se sentia livre. Pois o lugar tinha uma camada de vidro, onde se podia ver o céu e o chão. Era realmente lindo. Além de um refeitório, tinha um pequeno centro de treinamentos, uma sala de computação, a sala de reuniões e os dormitórios.

Dormitórios. Essa é a parte que me deixa desconfortável. Pois todos os tributos femininos e masculinos do mesmo distrito tinham que dormir no mesmo quarto. Ou seja, eu dividia o pequeno banheiro com Jev. Eu dormia ao lado de Jev. Eu passava a maior parte do tempo com Jev dentro daquele quarto. Jev… O garoto que jurou que me amava.

Faço a conta mentalmente, e chego a conclusão que já tinham se passado quatro dias desde que eu tinha descoberto tudo isso. Faziam quatro dias que dormia com Jev. Eu ainda não consigo entender o porque de eu estar tão desconfortável. Mas desde que encontrei um preservativo na gaveta de sua mesa de cabeceira, fico tensa só de olhar para ele dentro daquele quarto.

— Porque você tá tão calada? — Pergunta Jev, tirando os olhos da revista e me encarando.

Engulo em seco.

— Nada.

— É por causa de tudo que está acontecendo? — Ela agora se senta a beira da cama, as mãos juntos e a expressão seria. — Eu sei que é dificil entender isso mas…

— Difícil? — Dou uma risada seca — Que nada. Ver os melhores amigos morrendo e depois descobrir que eles estão bem dentro de um aerodeslizador não é nada… Magina. Moleza.

Ele fica em silencio. Analisando. Jev era bom nisso, em descobrir quando estava mentindo. Era irritante como ele conseguia me decifrar tão rapidamente.

— Eu sei que não é por isso… — Ela da um sorriso sarcástico.

Taco um travesseiro na cara dele, com toda minha força. Fazendo um baque suave e irritante quando o toca no rosto.

— É claro que não é por isso! Tem um milhão de pessoas me procurando também, você quer que eu fique como? Aliviada? — Exclamo — Ah! E sem contar que eu tenho uma reunião com Katniss Everdeen e Johanna Mason hoje de tarde.

Ela da um gargalhada alta.

— Você tem medo da Katniss e da Johanna? — Ele pergunta.

— Eu não tenho medo delas seu idiota. Eu tenho medo do que elas podem falar. Do que está por vir. Ou você não se deu conta que metade da população da Capital desconfia que os tributos estão vivos? Eles não são otários como a gente pensava Jev…

Mais uma vez ele volta a ficar serio. Mas eu tinha razão. A Capital desconfiava. Muita gente também. E corríamos risco. Era exatamente por isso que a reunião aconteceria. Só não entendia o porque de eu estar lá. Se era porque eu venci os jogos, ou se tinha outra jogada por trás daquilo tudo.

— É só isso? — Ele pergunta.

Engulo em seco. É claro que não era…

— Porque diabos tem um preservativo da sua mesa de cabeceira? — Exclamo. Sentindo minhas bochechas começarem a esquentar.

Jev da um sorriso malicioso. Mas também percebo que começa a corar aos poucos.

— Todos os quartos tem um…

— Sério? Eles acham mesmo que…

Ele me interrompe.

— Tem tributos namorando aqui dentro. — Ele diz — Só querem tomar alguma precaução.

Ele inesperadamente pisca para mim. Sou salva pelo horário. Finalmente era hora do almoço. O único momento real onde todos os tributos podiam conviver entre si, sem ninguém matando o outro. Eu também iria ver Math. O garoto do distrito 3 que atualmente é meu amigo. Apenas isso. Apesar do garoto de ter jurado que me protegeria na arena porque me amava. Iria ver Meeh e Peter também. Que agradavelmente estavam em ótima forma.

Jev e eu chegamos no refeitório juntos. Todos os tributos estavam ali. Alguns pararam para nos encarar, e outros nos ignoravam completamente. Eu não sabia dizer se isso era uma reação boa ou ruim. Depois de pegar macarrão com verduras e um molho pegajoso e um copo de um suco realmente estranho, andamos em direção a uma mesa próxima ao vidro.

Naquele momento estavam invisíveis perto do distrito 4. Pairando sobre a água azul cristalina. Eu amava sentar ali perto dos vidros e ver a paisagem, pois aquilo me lembrava minha família e os momentos normais que eu tinha com Jev tempos atrás enquanto pescávamos.

Na nossa mesa estavam Meeh e Peter. Comendo e conversando baixo entre si.

— Ei gente… — Disse sentando-me a mesa.

Ambos parar de falar rapidamente.

— Oi Rosy… — Fala Peter com um grande sorriso.

— Dormiu bem? — Meeh pergunta. Parece estranho, mas eu tinha a impressão de que os dois não queriam que eu perguntasse do que estavam falando.

Dou de ombros. Comendo um pouco do macarrão que estava quente.

— Sim, Tirando o fato de Jev roncar de noite… — Brinco. Mas percebo que ele realmente concorda com aquilo.

— E ela não para de me chamar de noite. — Fala. Meeh da risadinhas e Peter faz uma cara de interrogação. — Sério, ela não cala a boca e…

Dou uma cotovela bem dada em suas costelas. Fazendo-o arfar alto.

— Do que estavam falando antes de chegarmos aqui?

Os meus dois pequenos amigos trocam um olhar rápido entre si, como se a mensagem silenciosa fosse o bastante para os dois mentirem para mim.

— Nada. — Disseram rápido demais.

Reviro os olhos.

— Sério, me digam logo. — Jev fala, com a voz seria. Mas eu sabia que era só uma maneira de um dos dois ceder.

Peter é o primeiro que suspira.

— Ok. Vimos Katniss e Johanna tendo uma briga feia ontem de noite. — Ele diz, mexendo nervoso na comida inacabada de seu prato — Em uma sala cheia de papeis… Ela pareciam realmente nervosas.

Sala com papeis? Porque diabos usariam papeis em um lugar onde a tecnologia era usada até mesmo na privada? Aquilo era estranho, papeis eram raros de serem encontrados. A maioria das coisas era arquivada ou colocada em um computador, mas nunca em papeis frágeis onde a informação poderia vazar facilmente.

— Onde viu isso? — Sussurro para Meeh, quando percebo que Jev e Peter estão distraídos olhando o mar lá embaixo.

— Sala restrita, quinto andar… — Ela fala — Só que entramos lá sem querer, aquela área não é permitida a entrada de tributos.

— Alguem vigia as portas?

Ela pensa um pouco.

— Acho que na hora do almoço não… — Ela diz, mas vejo que se arrepende quando percebe nos meus olhos o que queria fazer — Não Rosy. Você não pode entrar lá. Vai se meter em encrenca…

Ignorando o comentário sobre me meter em encrenca, deixo minha bandeja quase intocada ali na mesa, e me dirijo para fora do refeitório. Ignorando também alguns tributos que me lançavam olhares estranhos. Principalmente o garoto loiro vesgo, que se chamava Patch. Acho que ele realmente não vai com a minha cara, mas isso também pouco me importa.

Sem paciência para esperar os elevadores chegarem, subo correndo pelas escadarias. Até o quinto andar foi moleza, mas meu coração está acelerado. Em passos curtos, saio pelo corredor.

Aparentemente tudo esta vazio por ali. Não tem ninguém andando ou algum som. Parece realmente deserto. Mas ainda estou tensa, pois se Katniss ou Johanna saísse por alguma daquelas portas eu iria surtar.

No final do corredor, uma porta escrito “totalmente restrito” me chama muito atenção. Talvez seria ali onde Meeh e Peter viram o discussão entre elas. Um pouco exitante, eu giro a maçaneta fria que gela meus dedos pequenos. Segurando a respiração eu abro a porta.

Fico surpresa ao perceber que não tinha ninguém ali. Eu até esperava alguém gritando comigo ou me mandando sair dali. Mas na verdade, não tinha ninguém… Nem mesmo câmeras de segurança.

O lugar era realmente bizarro. Tinha milhares de prateleiras cheias de pastas com papeis saindo dos lados. E o que me chama atenção, são alguns papeis que estão jogados em cima de uma mesa. Papeis normais e não arquivados.

Quando os pego fico em choque. Não são papeis sobre os jogos, ou sobre as antigas leis da Capital. São sobre os tributos. Não todos, apenas Jev, Math, Meeh, Peter, Shanni, Fill, Mika, Zaccy, Patch, Gabby e eu. Sem mais demoras eu pego a ficha de Peter, onde se lia;

“Arquivo da Capital (Perigoso), ultra secreto. Peter Zondeth, 12. Futura ameaça. Vivo. Tributo dos 76th Jogos vorazes. Traidor. Necessário morte”.

E todas as outras fichas estavam iguais, principalmente a minha. Onde as palavras “mortal”, “altamente perigosa” e “necessário morte” praticamente explodiam em minha cabeça.

Queriam todos os onze mortos. Mas porque nós? E o resto dos tributos? Estou com os papeis nos braços pronta para sair dali, quando a porta se abre em um rompate.

— Mas que merda! O que está fazendo aqui?! — Grita Johanna Mason.

Estou congelada no lugar, e quando deixo os papeis caírem acidentalmente, vejo um brilho assassino nos olhos da vencedora. Percebo naquele exato instante, que eu devia estar muito… Mas muito encrencada.



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Notas finais do capítulo

Comentem e digam o que acharam do capítulo o/
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