76th Hunger Games escrita por Liz Ambrose


Capítulo 19
O Irmão de Math


Notas iniciais do capítulo

Digam o que acharam do capítulo :3



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O impacto da bola em chamas faz o teto desabar completamente. Os braços de Jev puxando-me para o chão imediatamente. Sinto o peso de algumas telhas sobre minhas costas.

A casa toda começa a arder em chamas. Por algum milagre, todo mundo não estava ferido tão gravemente.

— Vamos sair logo daqui! — Grita Math, que está saindo dos destroços e indo em direção a rua que é metralhada por círculos em chamas.

Estou prestes a sair dali, quando eu lembro que o arco e flecha deve estar entre os destroços. O arco e nossas mochilas, nosso único meio de sobreviver a tudo isso. Dou meia volta e começo a procurar entre tijolos que estão pegando fogo, até os pedaços de madeira queimados.

— Vamos Rosy! — Fala Jev, que tenta me puxar pelo braço.

— Pode ir se quiser, eu vou ficar aqui e procurar o arco e as mochilas. Vão podem ir, eu me viro. — Falo, me soltando a força e voltando a procurar as coisas. Ele me encara espantando. Parece estar em duvida sobre me deixar ali ou ficar comigo.

Math grita coisas sem sentido quando um circulo em chamas atingi o solo ali perto, fazendo tudo tremer.

— É serio Jev, pode me deixar aqui. Eu encontro vocês depois. — Digo.

Ele me olha por mais alguns segundos, até que da alguns passos em minha direção e cola seus lábios nos meus. Sinto um choque percorrendo todo meu corpo. É um gesto rápido demais para me deixar surpresa. Logo ele se afasta, o rosto um pouco corado. Não consigo identificar se é por causa do imenso calor que está fazendo por ali, ou se foi pelo beijo.

— Estaremos no prédio mais alto. Não demora. — Ele se afasta, pegando Meeh pelo braço e correndo em direção a rua. Observando eles enquanto sobem a rua e desaparecem. Provavelmente com uma expressão boba no rosto, por causa do gesto de Jev.

Saio desse estado, e imediatamente me jogo de joelhos e começo a procurar loucamente o arco e flecha e as mochilas. Sentindo o tremor das bolas de fogo que não param de cair ao redor. Vasculho toda parte, até minhas mãos começarem a sangrar. Estou quase desistindo, pois o calor e o cansaço estão me vencendo, quando vejo a ponta de uma flecha no meio de milhares de madeiras quebradas.

Como uma completa desesperada, me jogo nelas. Jogando as madeiras para os lados. Para meu alivio lá estava a aljava e o arco. Algumas flechas estão quebradas, o que me deixa com apenas oito no total. Mas não importa, eu consegui achar o arco. Agora só faltava as mochilas. Olho em volta, me lembrando que as elas estavam perto do arco.

Vasculho por ali, e consigo encontrar todas. Eram três mochilas ao todo, só queria ver como levaria todas. Prendo a aljava apresadamente ao lado de uma das mochilas, e coloco as outras duas nos braços. Vou segurando o arco, enquanto corro pela rua. Desvio de algumas partes que ainda pegam fogo, e tento ao máximo não ser acertada por alguns círculos que voam em todas as direções.

Corro o máximo que consigo, até chegar a avenida principal. Que simplesmente está um caos. Corro em direção ao prédio mais alto, quando escuto um grito. Não um grito qualquer, mas o de uma criança, como o de Hugo.

Desvio do meu trajeto e começo a correr em direção ao grito, com as mochilas balançando freneticamente nos braços. Paro em uma esquina, quando vejo dois tributos lutando. O que me chama atenção, é o garotinho segurando uma grande espada, que poderia ser maior que ele. E a garota do distrito 1, Mika. Ela segura um chicote mortal, e está com um sorriso vitorioso no rosto.

Ouzo dar mais alguns passos para frente, quando percebo. Os olhos daquele garoto, não me eram estranhos. São parecidos com os de… Math.

Me livro das mochilas, pego uma flecha e miro na direção da garota. Que ainda luta sem ver que estou ali. Ela chicoteia o rosto do irmão de Math sem dó. O garoto cai deixando a espada escorregar de suas mãos.

Entro no campo de visão deles, na hora em que Mika se vira para me encarar.

— Tchauzinho vadia. — Falo, estou prestes a soltar a flecha para ir na direção de seu coração, quando seu chicote voa em minha direção.

Só da tempo de eu desviar, antes de vê-la correndo em minha direção. Ela corre e se joga para cima de mim, fazendo-me cair no chão em um impacto sufocante. A garota tenta pegar uma adaga que está presa em seu cinto, mas eu puxo seus cabelos loiros para o lado.

— Me larga! — Grita freneticamente.

Suas mãos voam para o meu rosto, me acertando em cheio um soco na cabeça. Fico tonto por alguns segundos e isso é o bastante para ela pegar a adaga. Com um sorriso perverso, vejo a adaga se aproximar de meus olhos.

— Vamos dar um showzinho para capital… — Murmura ela.

Fecho os olhos. Tento prestar atenção no barulho dos círculos caindo por ali, antes de morrer. Espero pela dor. Pela dor mais agoniante que já senti na vida. A que me faria descasar para todo o sempre. Faria eu ser mais uma eliminada nos jogos. Mas ela não chega.

Meus olhos se abrem no exato momento em que a posta de uma espada atravessa a barriga da garota. Quase me acertando. A garota da um grito agoniante, antes de cair para o lado. Morta. O som do canhão é mais alto do que o barulho de coisas sendo destruídas ao meu redor.

Olho para Peter, que está com uma parte do rosto sangrando, antes de ver a foto de Mika brilhar no céu.

— Você me salvou… — Ele diz com uma voz rouca, que me lembra estranhamente Hugo.

— Temos que sair daqui. — Consigo dizer. Me levanto, tremula e pego as mochilas.

— Você sabe onde meu irmãos tá? O Math, grande e forte. — Pergunta ele me encarando. Eu assinto silenciosamente, dando uma das mochilas para ele carregar. Estamos prestes a sair dali, quando escuto um grito.

— Mika! Mika! — É a voz de Zaccy. — Ei, sua vadia, eu te mato!

Olho para trás e vejo ele correndo em minha direção, segurando uma lança gigantesca e ameaçadora. Ele vem bufando como uma fera raivosa.

— Vem! Vem! — Pego o arco e a aljava e corro com Peter ao meu lado. Corremos até entrarmos numa especia de loja. Cheia de roupas em suportes estranhos. Entramos lá e nos trancamos em um quarto cheio de tralhas como vassouras e baldes quebrados. Tranco a porta e mando Peter ficar no mais silencio absoluto.

— Eu vi você garota do 4! Eu vi! — Grita Zaccy. Escuto o barulho de coisas caindo e quebrando, ele realmente estava doido da vida — Você matou a Mika! Não, Não!

Ele grita, e a cada grito eu podia ver uma dor avassaladora neles. Ele devia ter alguma coisa bem forte com aquela garota.

O silencio que está do outro lado da porta me assusta. Estou quase abrindo-a quando algo a atinge.

— Eu sei que está ai! — Grita Zaccy, que atinge mais uma vez a porta com o seu corpo.

Fico desesperada, não tinha como sair dali. A não ser por uma janenela pequena demais para eu poder passar… Mas não para Peter.

— Você tem que sair daqui… — Falo

— Mas e você? — Ele choraminga, me olhando com pena.

Eu balanço a cabela, pegando ele no colo e fazendo-o passar pela pequena janela. Ele aterrisa do lado de fora, e seus olhos aparecem mais uma vez na janela. Me encarando de uma forma suplicante.

— Eu não passo por aqui, leve isso aqui… — Digo passando as mochilas o arco e a aljava para ele — E corra para o predio mais alto. Seu irmão vai estar lá.

Ele me encara, percebo que ele faz algum esforço, provavelmente deve estar na ponta dos pés para poder me enxergar. A porta ameaça a cair a cada vez que Zaccy tenta derruba-la aos gritos.

— E você? — Pergunta.

Eu balanço a cabeça.

— Eu não vou, corra para lá. E diga para os outros que… — As palavras ficam entaladas na garganta — Diga que eu vou ficar bem.

É nesse exato momento que Zaccy arromba a porta. Sinto um impacto forte na minha cabeça, e apago.



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Notas finais do capítulo

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