76th Hunger Games escrita por Liz Ambrose


Capítulo 12
Math, O meu Aliado




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São sessenta segundos. Esse é o tempo que nos mandam permanecer em nossos círculos de metal. É tempo suficiente para analisar exatamente onde estou.

Certo. Estou em uma montanha. Atrás da cornucópia da para ver duas saídas. Do lado direito uma floresta. Do outro lado o começo de um deserto. Fico me perguntando quem seria o idiota que passaria por ali. As duas partes são íngremes, ou seja, é uma descida para a cornucópia de baixo.

Dou uma espiada para trás de mim, e vejo o desfiladeiro, e lá em baixo a outra cornucópia. Tento ver quem é Jev entre eles, mas minha visão não é das melhores.

Quarenta segundos. Olho a paisagem. E fico perplexa. Aquela arena era completamente gigante. Daqui posso ver um oceano bem ao longe, e logo perto uma cidade. Mas… é estranha. É como uma replica mal feita dos prédios da capital. Isso me faz lembrar das aulas que tive sobre a américa no passado. Os prédios eram diferentes… Então, eles fizeram uma replica perfeita de uma cidade da américa antes dos distritos.

Vinte segundos. Volta a minha atenção para os tributos a minha volta. Avisto quem eu menos queria, Shanni. Ela me encara, com um sorriso perverso. Faz um movimento no pescoço, como se estivesse cortando-o e logo aponta para mim. Certo… Acho que ela quer dizer que vou morrer daqui a quinze segundos.

Vejo também o garoto do distrito 3, o com carinha de anjo. Ele parece chamar minha atenção, mas só consigo me concentrar na cornucópia quando faltam exatamente dez segundos.

Deveria seguir o concelho de Annie, mas vejo um arco perfeito em minha direção. Eu tenho que pega-lo, sou rápida, aposto que mais do que Shanni.

O gongo soa, e saio correndo em direção a cornucópia. Sinto meus pés voarem enquanto vou em direção ao arco e flecha.

Chego agarrando o arco. Estou prestes a pegar a aljava quando outra mão a segura. Olho e dou de cara com Shanni. Ela puxa a aljava com força, enquanto puxo o arco para longe.

Ela pega uma das flechas e tenta me perfurar, me desvio a tempo e consigo bater forte com o arco em sua mão. Fazendo-a soltar um gemido gutural.

Aproveito e saio correndo, não ligando se não consegui pegar a aljava. Tropeço em alguma coisa e quando vejo é uma mochila. Levanto-me rápido a pegando. Estou quase na beira da floresta quando sinto algo rasgar meu braço esquerdo, uma flecha me acertou. Olho para trás a tempo de ver Shanni correndo em minha direção com mais flechas na mão. Tiro-a do meu braço e volto a correr.

Corro o mais rápido que consigo, ignorando completamente a dor no meu braço. Só consigo escutar os meus passos nas folhas, o que confirma que ela desistiu de tentar me matar. Correr por essa decida é fácil, e não chega a cansar tanto.

Quando vejo que corri o bastante, vou para trás de uma grande moita. Jogo-me no chão sentindo-me exausta. Pego a única flecha que tenho e apoio ela perto do arco, só para o caso de Shanni aparecer.

Pego a mochila e abro. Vejo que dentro estão coisas que milagrosamente preciso. Um quite de primeiro socorros, onde tem gazes, agulhas, linhas, panos e até mesmo uma pomada que não sei para que serve. Também vejo uma garrafa vazia, uma corda, uma lanterna e por fim um pacote com frutas secas. Maravilha! Talvez eu consiga me manter viva por mais dois dias com isso, se eu conseguir água.

Água. Penso na praia que vi ao longe. Talvez aquela parte da arena esteja aberta, talvez eu tenha mais chances de sobreviver se eu for para lá. Mas também tem a cidade que vira lá de cima. Droga… Onde tenho mais chances?

Pego uma gaze do quite de primeiro socorros e trato de cuidar do meu braço. Tirando a jaqueta cuidadosamente e colocando-a ao meu lado. Seguindo o conselho de Dolarias, para não perde-la.

O ferimento não é tão profundo, mas sangra bastante. O enrolo com toda a gaze, cobrindo tudo perfeitamente. Estou torcendo para que pare de sangrar, vai saber que tipo de animais tem por aqui.

Passo um bom tempo ali parada olhando para a floresta, até que escuto os tiros. Conto mentalmente, até que os tiros param no sete. Apenas sete mortos no primeiro dia, um numero assustadoramente pequeno. Torço para que um desses sete não seja Jev.

Deveria sair dali o mais rápido possível, talvez mais tributos estejam por aqui. Estou quase saindo de trás do arbusto quando alguém me agarra e me puxa para trás de volta. Colocando a mão firme em minha boca, não me dando chance de gritar.

Estou me debatendo desesperada, tentando chutar ou pegar o arco que cai aos meus pés. O desespero toma conta de mim, eu iria morrer. Ali e agora. Olho para as mãos que me agarram e vejo que são de homens. Ótimo… Deveria ser o garoto do 1 querendo se livrar logo de mim.

Viro minha cabeça um pouco pro lado, e vejo que não é o garoto do 1, mas sim o do 3. Beleza… É agora que eu morro mesmo. A unica coisa que não entendo, é porque ele não me matou ainda. Ele podia muito bem virar meu pescoço agora e acabar logo com isso. Eu resmungo tentando falar, quando seu dedo aponta para frente.

Eu sigo a direção a tempo de ver Shanni. Não só ela, mas junto com o garoto do 1 Zaccy, e com o loirinho vesgo do 5. Ambos parecem estar olhando para o chão. Para as manchas de sangue que deixei enquanto fugia.

— Ela não veio por aqui Shanni — Reclama o menino vesgo.

Ela o encara com olhos inpacientes.

— É claro que veio, eu a acertei. Olha o sangue! — Ela chuta as folhas — Deve ter ido para a cidade.

— Ou está procurando o encantador Odair vitorioso — Zaccy diz rindo da própria piada tosca.

— É mesmo… Ela deve ter ido para a outra cornucópia… — Shanni olha ao redor da floresta, antes de seguir com o pequeno grupo — Vamos logo, antes que escureça.

O garoto do 3 me segura por mais alguns segundos enquanto os “carreiristas” vão embora. Logo quando me solta, já pego o arco e miro a unica flecha que tenho em seu coração.

— Heey! Calma ai garota — Fala com as palmas das mãos erguidas, em um sinal de rendição. — Vim em paz, ok?

Abaixo o arco mais um pouco, encarando-o.

— Em paz? Como posso ter certeza? — Pergunto.

O garoto sorri. Um sorriso metido, que me lembra estranhamente o de Jev.

— Que tal… aliados?

Me engasgo com a propria saliva. Aliados nos primeiros dias nunca aconteceram nos jogos, pelo menos foi o que meu pai disse para mim dia. É bem dificil os tributos ganharem confiança uns com os outros, afinal o objetivo dos jogos é um matar o outro. Como posso confiar nele logo de cara?

— Isso é ridiculo… Aliados logo nos primeiros dias? Isso para ser…

— Uma armadilha? — Ele completa — Não acha que se eu quisesse você morta, já não estaria a dois minutos atrás?

O que ele fala me faz ficar em um impasse. O garoto estava certo, ele podia ter me matado com facilidade quando estava imobilizada por ele. Além do mais, ele me salvou. Poderia ser pega pelo grupo de Shanni naquela hora.

Ele estende a mão, com os olhos cheios de expectativa.

— Ok. — Digo apertando. Ele sorri, fazendo eu mais uma vez me lembrar de Jev.

— Alias, sou Math. — Ele ajeita a mochila que carrega nos ombros, e arruma o cabelo cheio de mato.

— Rosy. — Digo — Ahn…Tem algum plano?

Math olha para onde Shanni e os outros foram e logo depois se vira para o outro lado, onde estávamos da outra vez.

— Eu tenho que encontrar o garotinho do 10. — Fala pensativo.

— E eu tenho que encontrar o idiota do 4. Mas…Como pode ter tanta certeza de que menino está vivo? — Pergunto, tentando não ser tão insensível com isso.

— Meu irmão é esperto o bastante para se manter vivo… Acredite.

— O que? Irmão…? Mas… Como? — Gaguejo.

Ele se vira para mim com as sobrancelhas erguidas, um sorriso debochado e cara falsa de espanto.

— Oras, não é impossível ele ser meu irmão, é?



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Notas finais do capítulo

Mais informações: The-hunger-fanfics.tumblr.com